História Missunderstood - Capítulo 38: Parabéns Bucky, você é um belo babaca!

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A primeira coisa que faria quando chegasse em casa seria ligar para Natasha e implorar para que ela me dissesse o endereço de Bucky. As coisas podem ter dado errado com Pietro, mas eu falei a verdade e isso ninguém pode negar, só que nada podia dar errado com Bucky. Não agora. Não depois de tudo. Nós precisamos conversar e ajeitar as coisas, ele precisa me ouvir. Ele terá que me ouvir.

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Bucky's POV

Sexta-feira, nove e trinta da noite.

Por causa do meu mau humor o meu trabalho hoje não saiu bom como habitualmente e Fury teve que chamar minha atenção várias vezes naquela tarde, ele até comentou que eu estava muito distraído hoje e se precisasse ir embora mais cedo não tinha problema nenhum, mas é óbvio que recusei, se eu fosse pra casa acabaria quebrando tudo o que há em meu quarto. Eu realmente estava puto. E eu ainda estou puto! 
Ver Steve com Pietro fez meu sangue ferver e eu tive que me controlar muito para não acabar com aquela carinha de modelo de pasta dentária que o maldito descolorido tem ou passar com a minha moto por cima dele – se bem que a minha moto é preciosa demais para aquele ser humano de cor de cabelo patético. Certo, sei que talvez Steve tenha conversado com ele sobre nós dois, mas não quer dizer que eu não possa ficar com ciúmes. Sim, eu estou com ciúmes. Ciúmes pra caralho. O cara vem dos quintos do inferno cheio de intimidades com o meu garoto, abraçando-o, agradando-o, todo carinhoso e querendo beijar Steve. Meu pau pra esse descolorido!

Talvez eu tenha exagerado na maneira de tratar Steve, mas ele também precisa entender meu lado. Não é fácil vê-lo ao lado de Pietro, que é praticamente o Ken da Barbie de tão perfeitinho. Chega a ser chato, patético e ridículo. Eu o odeio e o quero o mais longe possível de Steve. Ciumento? Sim, com certeza, não nego. Possessivo? Talvez, um pouco. 
Ver aquele merdinha perto de Steve depois de tudo o que aconteceu entre nós aquela tarde, depois de termos ditos aquelas coisas um ao outro, me deixa ainda mais possesso. Steve não demorou dois segundos para deixar aquele babaca de cabelo ridículo agarra-lo. Como ele pode? Ele não sabe que para conversar as pessoas podem manter uma certa distância?

Estava em meu quarto lendo uma HQ qualquer de super-heróis quando escutei a campainha tocar, levantei da cama e caminhei em direção a janela de meu quarto, que dava de frente para casa. Pude ver a Pick Up de Steve estacionada ali. Não pode ser! Como ele descobriu onde eu moro. E que merda, deixei o maldito portão destrancado novamente! 
Peguei a camisa que estava em meu cabide e a vesti, sai de meu quarto e desci a escada, indo em direção a porta. Passei pela sala e cheguei até a porta, destrancando a mesma e abrindo-a. Steve estava com uma cara de culpado. Talvez fosse. 
- O que faz aqui? – Perguntei direto. – Pergunta melhor, como descobriu onde moro? – Perguntei novamente. Ele abriu e fechou a boca várias vezes, mas nenhum som foi emitido. Ele encarou os próprios pés e voltou a me encarar. 
- Natasha me explicou onde era depois de que ficar quase duas horas no telefone insistindo.  – Respondeu meio atrapalhado. Natasha maldita bissexual! – Vim aqui pra conversar sobre o que aconteceu hoje mais cedo. – Respondeu a primeira pergunta. Suspirei impaciente. 
- Sobre o que aconteceu mais cedo, você quer dizer sobre você e aquele verme do descolorido? – Perguntei sarcástico. – Conseguiram se entender?! – Falei e meu ciúme era explícito. 
- Bucky, não! – Respondeu com cenho franzido. – Eu contei a ele sobre nós. Contei a verdade. Agora podemos ficar juntos sem nenhuma desculpa. – Explicou.
- Contou depois dele ficar te agarrando? – Perguntei ainda sarcástico. 
- Qual o seu problema? – Ele perguntou visivelmente magoado. – Eu fiz o que disse que ia fazer, contei a verdade para Pietro e agora ele está muito zangado comigo, e eu queria evitar isso. Agora você fica ai, falando desse jeito, como se a culpa fosse minha, mas não é. –  Acrescentou. 
- Você está preocupado se ele está bravo ou não contigo?! Que ótimo. Talvez você deveria ir atrás dele e mudar as coisas. – Falei ríspido. 
- É, talvez eu deveria mesmo, James. – Concordou. – E talvez você devesse parar de agir como a porra de um babaca ciumento. Isso é ridículo! – Ergui as sobrancelhas ao ouvir Steve falar um palavrão, isso realmente é inédito. – Você queria que eu o tratasse como? Da maneira que você está me tratando agora? Acho que não, somos diferentes e não agirei feito um babaca para que você fique feliz. Pietro tinha acabado de chegar de viagem e não sabia o que estava acontecendo, era mais do que óbvio que ele iria chegar me abraçando, pois estava com saudades de mim. – Acrescentou.
- Já que eu sou a porra de ciumento babaca, vá atrás de Pietro e mate a saudades que ele está sentido de ti. – Retruquei sem deixar de mostrar a minha irritação. 
- Certo, talvez eu vá. -- Falou e virou-se, se afastando.
- Onde você vai Steve? – Perguntei indo atrás dele. Ele parou em frente ao portão e quando tentei tocar seu braço me esquivei. 
- Você disse todas aquelas coisas hoje mais cedo para mim, mas não confia em mim. Sabe o que isso significa? Significa que você não confia em mim e eu não quero estar ao lado de alguém que não confia em mim. – Falou com os olhos marejados. – Na primeira oportunidade você mostrou o que realmente pensa de mim, mostrou que não confia em mim e o mais importante, me mostrou que eu não devo confiar em ti e em nada do que você diz. No final das contas você me fez um grande favor, Bucky. Então muito obrigado. – Acrescentou sério. Ele virou-se novamente e abriu o portão, saindo dali e me deixando sozinho.

Fiquei ali parado apenas observando o Steve entrar no seu carro e ir embora sem olhar nenhuma vez para trás. Estava ainda digerindo tudo o que ele havia me dito, na verdade, eu já tinha digerido e o que sobrava agora era aceitar a verdade em suas palavras. Eu sou um grande filho da puta e quando digo que não mereço Steve é verdade, ele tem toda razão de não querer mais olhar na minha cara. Como ele falou, confessei todas aquelas coisas para ele hoje e quando precisei mostrar que realmente confio nele, não o fiz; Steve sempre confiou em mim mesmo quando não sabia do que se tratava, ele confiava em mim e eu não fiz a mesma coisa, não confiei nele por do meu ciúme. Juro que tentei me controlar, eu tentei, mas não consegui. Não é um sentimento novo para mim, pois eu sentia ciúmes de Harry, mas com Steve a intensidade é ainda mais forte, o ciúme ainda é ainda maior.

Tranquei o portão e voltei para dentro de casa, subindo a escada e indo para meu quarto, onde entrei e fechei a porta. Sentei na cama e peguei meu celular sobre o criado-mudo, não tinha nenhuma notificação. A minha esperança de Steve me mandar uma mensagem e dizer que me perdoava por tudo era tão grande que podia ser confundida com ilusão, mas, infelizmente, sei que ele não fará isso. Nada disso é culpa dele, ele fez o que era certo, fez o que ele disse que ia fazer e o único culpado disso tudo sou eu. Eu sei disso. 
Saber que Pietro estava sozinho com Steve fazia meu sangue ferver e o ciúme fazia com que eu perdesse minha razão, fazia com que eu criasse milhões de hipóteses absurdas, onde Steve me deixa e volta para Pietro, e o meu medo de perdê-lo para o descolorido só crescia. O engraçado de tudo isso é que não precisou do descolorido para que eu perdesse Steve, fiz um belo trabalho sozinho agindo como o perfeito filho da puta que sou.

O problema agora era que eu não tenho coragem de ligar para Steve e pedir desculpas por tudo o que fiz e falei, talvez me faltasse coragem por saber que eu não mereço ser desculpado, por medo de ver Steve me ignorando exatamente da maneira que eu mereço. Parabéns Bucky, você é um belo babaca!