História Missunderstood - Capítulo 06: Sinto falta dos velhos tempos...

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Senti meu corpo formigando e acabei gozando muito em minha mão. Uma sensação prazerosa e de alivio invadiu minha mente e meu corpo, fazendo com que eu me jogasse contra a cadeira macia. Que droga aconteceu aqui?

XXX

Bucky’s POV

Domingo, nove e trinta e sete da noite.

Como em quase todos os domingos, Natasha, Loki e eu estávamos no bar Lehigh, bebendo algumas cervejas, conversando e jogando baralho com alguns bêbados dali. Natasha entrou mais uma vez no assunto sobre o novato que eu fui obrigado – por ela – a defender há algumas semanas atrás. Ela simplesmente ficou com dó do cara e me encheu o saco para que eu fosse ajuda-lo caso contrário ele levaria uma surra do babaca do Thor. Não que eu me importasse dele apanhar, até porque eu não me importo nenhum pouco. Nem com o novato e muito menos com o Thor. Só que agora o garoto deve estar achando que deve me agradecer ou qualquer merda do tipo e eu simplesmente não quero que ele fique na minha cola. É só mais um aluno imbecil daquela escola.

- Dá próxima vez que alguém estiver apanhando, vá você defender, Natasha. – Retruquei, terminando de beber minha cerveja e largando a garrafa sobre a mesa.
- Não seja assim, Bucky... O garoto tinha acabado de chegar e já ia apanhar do Thor por causa de uma mesa. Uma mesa! Como alguém briga por causa de uma mesa sendo que há tantas mesas naquele refeitório? – Ela falou indignada. Natasha tinha um espirito defensor, apesar de não deixar transparecer isso. Só quem a conhece, sabe como ela é.
- O que você espera daquele ser insolente? É um neandertal, Tasha. – Loki falou. Ela riu.
- Como a maioria dos alunos daquela escola. – Falei.
- Que seja. – Ela deu de ombros. – Mas achei errado você ser grosseiro com garoto, porque ele apenas queria te agradecer. – Comentou, lembrando do acontecido no banheiro que eu havia lhe contado e pedido para que não me lembrasse.
- Bucky ficou nervoso, pois o novato estava sem camisa. – Loki debochou.
- Hm, ele é uma gracinha. Você não acha, Bucky? – Natasha perguntou e sorriu maliciosa.
- Acho que ele é exatamente igual a todos daquela escola. – Respondi de má vontade.
- Não sei porquê tanta revolta pelo garoto ter tentado te agradecer. Poucos fazem isso, você deveria ficar feliz. – Natasha falou e deu um gole em sua cerveja.
- Ficaria feliz e agradecido se ele permanecer longe de mim e parar de me olhar assustado toda vez que me vê, chega a ser ridículo. – Falei.
- Talvez ele esteja curioso sobre você... – Loki debochou mais uma vez e me encarou. Revirei os olhos.
- É melhor eu ir. – Falei, levantando.
- Mas já? Ainda está cedo. – Natasha falou desanimado. 
- Amanhã é segunda-feira e minha vó fica preocupada quando saio sem avisar. – Respondi. – Mas pode deixar que eu pago a conta. – Acrescentei.
- Na verdade, é porque entramos num assunto que ele não quer falar. Então, ele ira embora para fugir. – Loki retrucou. Apenas mostrei o dedo do meio para ele, que riu.

Caminhei até o caixa do bar e paguei ao Stan as duas rodadas de cervejas que havíamos bebido. Guardei minha carteira no bolso da jaqueta e olhei em direção a mesa que meus amigos estavam. Eles estavam rindo enquanto dois caras sentavam-se ao lado de cada um deles. Parece que algumas pessoas se darão bem hoje, pensei.

Saí do bar e a brisa gelada bateu em meu rosto, fazendo com que eu tremesse levemente. O dia havia sido ensolarado e fresco e agora estava meio frio, um vento chato soprava. Retirei a chave da moto de meu bolso e junto com ela, um cigarro e isqueiro. Acendi o cigarro e coloquei-o em minha boca, tragando lentamente. Guardei o isqueiro em meu bolso novamente e caminhei até a minha Harley Davidson, havia herdado de meu avô materno. Antes de eu começar a usa-la tive que fazer alguns reparos, mas isso não foi problema, pois trabalho numa oficina e consegui pagar as contas com hora extra.

- Bucky? – Ouvi uma voz conhecida e me virei.
- Harry Osborn. – Falei surpreso, soltando a fumaça do cigarro. Ele se aproximou de mim e me abraçou.
- Faz muito tempo que não nos vemos. – Constatou. Suas mãos foram parar em minha cintura.
- Você sumiu da escola... – Falei simples.
- Achei melhor mudar de escola por um tempo... Quem sabe depois eu volte. – Senti suas mãos se apertarem em minha cintura. – Sinto falta dos velhos tempos... – Encostou sua testa na minha.
- Os velhos tempos nos trouxeram muitos problemas, Harry. – Lembrei-o. Larguei o cigarro no chão e pisei no mesmo.
- Vai dizer que você não sente saudade das transas, das longas horas chapados e doidões, das loucuras que fazíamos juntos? – Perguntou, aproximando seus lábios dos meus. – Eram o que nos faziam esquecer das merdas que aconteciam em nossas vidas. – Seus lábios roçaram nos meus.
- Você não disse que ia embora, James? – Ouvi a voz de Loki e me afastei bruscamente de Harry. Merda!
- Sim. – Pigarrei. – É que eu encontrei Harry aqui por acaso... – Falei, encarando meus amigos.
- Sei... – Natasha falou desconfiada, se aproximando. – Então, Harry, como vai? – Perguntou como se não quisesse nada.
- Vou bem, Natasha. E você? – Perguntou.
- Não sabia que tinha saído da clinica de reabilitação, Harry. É realmente uma surpresa vê-lo. – Loki falou cínico. Harry empalideceu no mesmo segundo.
- Faz uns seis ou sete meses que saí, Loki. – Comentou incerto. – Bem, foi bom te ver novamente Bucky. Até mais. – Se afastou rapidamente e entrou no bar.
- Você realmente tinha que falar sobre a clínica, não é, Loki?! – Falei ríspido.
- Claro que tinha! – Ele respondeu sério. – Esse garoto fodeu com a sua vida uma vez, não vou deixar que isso aconteça de novo. Bucky, ele é filho de Norman Osborn! Se ele quiser se drogar, pode fazer isso quantas vezes quiser, tem dinheiro pra se tratar. Mas você não... Não seja ridículo de cair na conversa dele novamente. – Acrescentou furioso. – Vamos, Tasha! – Chamou Natasha e se afastou. Ela me encarava de uma forma decepcionada.
- Se você não quiser fazer isso por ti, faça por Rebecca. Você sabe que ela te ama imensamente e sofreria muito em vê-lo novamente daquela forma, Bucky. – Natasha falou tranquila, acariciando meu braço. Apenas assenti. Ela se afastou e entrou no carro de Loki, me dando um tchau pela janela.

Suspirei cansado e decidi ir para casa de uma vez por todas, já tive discussões demais por hoje. Subi na minha moto e coloquei a chave ignição, coloquei o capacete e liguei a moto, acelerando e saindo dali rapidamente.

Por conta do horário o transito não estava tão cheio, então, cheguei em casa rapidamente. Estacionei a moto dentro da garagem e saí da mesma, desligando-a. Fechei a porta da garagem e tranquei e entrei pela outra porta que dava acesso à cozinha. Minha avó estava ali, bebendo chá e lendo uma revista qualquer. Ela costumava ficar desse jeito quando eu saía sem avisa-la, era uma forma dela me aguardar “disfarçadamente”.

- Oi, vó. – Falei, trancando a porta.
- Onde você estava, James? – Perguntou séria.
- Saí com Natasha e Loki. – Respondi e sua expressão suavizou.
- Quando sair, por favor, me avise. Fico preocupada quando faz isso. – Pediu tristonha.
- Desculpe, vó. É que ás vezes eu esqueço. Prometo não fazer isso novamente. – Lhe dei um beijo na bochecha.
- É bom mesmo... – Falou e levantou-se, deixando a revista ali e colocando a xícara dentro da pia. – Irei dormir. Becca te ligou hoje e como você não estava, disse iria ligar amanhã. – Avisou-me, saindo da cozinha. Apenas assenti.

Merda! Rebecca me ligara e eu não estava em casa, estava farreando enquanto ela me telefonou. Do jeito que ela é, deveria querer saber como fora meu dia e provavelmente pediria para sairmos juntos no próximo final de semana, já que nesse final de semana não pude vê-la, pois trabalhei o sábado todo. Ela com certeza me faria leva-la ao parque e comprar muitos sorvetes para ela.
A paixão dela por sorvete é uma coisa inexplicável, acho se pudesse ela viveria apenas disso, mas é até compreensível por sua idade. Porém tia Susan já me proibiu de mima-la tanto, mas sou incapaz de dizer não àquela pequena criatura quando vejo seus olhos brilhando de felicidade e um sorriso enorme em seu rosto, que me contagia de uma gigantesca e extraordinária.

Peguei meu celular e cliquei no ícone de mensagens e digitei o número do celular de tia Susan que era o nosso meio de comunicação já que Rebecca era nova demais para ter um celular. Mandei uma mensagem a ela me desculpando por não estar em casa e não tê-la atendido, mas amanhã se ela quisesse poderia me telefonar a qualquer hora, pois eu estaria apenas a sua disposição. Também disse que se ela quisesse poderíamos ir ao novo parque que abriu perto de sua casa e por fim lhe desejei boa noite e disse que a amo.

Joguei meu celular na cama e fui em direção ao meu guarda-roupa, abrindo o mesmo e procurando alguma roupa de dormir para vestir, mesmo que as roupas estivessem bagunçadas consegui encontrar minha bermuda de dormir e uma camisa regata. Retirei a roupa que vestia e a joguei dentro do guarda-roupa, sem me preocupar em dobra-las. Vesti a bermuda e a regata. Sem querer acabei de me olhando no espelho, que já estava quebrado. Senti ódio ao ver meu reflexo... Ao ver a aberração que os Stark haviam me transformado. Acabei terminando de quebrar o restante do espelho e joguei no chão, sem me importar com os estilhaços.