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História Mistakes Of Love - Capítulo 01


Escrita por: Elsa04

Notas do Autor


Quero agradecer a maravilhosa @chimminiez pela capa incrível e a @Yimy-He pela capa que eu estou amando com os banners, amo cada um de jeito diferente. <3

•|Estou colocando todas as capas que tenho da estória nos banners dos capítulos.| 💕

Sem mais delongas, vamos ao capítulo que eu estava devendo, não é mesmo?

Capítulo 2 - Capítulo 01


Fanfic / Fanfiction Mistakes Of Love - Capítulo 01

Alexia

Abro os olhos e dou de cara com um teto amplo de tom branco, com luminárias modernas alinhadas sobre a cama. Estranho de imediato o ambiente, erguendo meu corpo rapidamente, mas uma dor lancinante atravessa minha cabeça, fazendo-me cair sobre o travesseiro, gemendo.

— Vai com calma ou vai piorar. - Uma voz rouca chama minha atenção. Volto meu olhar em sua direção, dando de cara com tatuagens. Muitas tatuagens.

— Quem é você? - Sinto um gosto amargo na boca, conforme meus sentidos começam a despertar. 

— O cara que você atropelou com seu carro. - Resmunga, deixando-me confusa. Ao ver minha expressão, seu rosto se torna apreensivo. — Olha, você bateu no meu carro em um cruzamento.

— Onde estou? - Olho ao redor, mas só vejo mobília cara e requintada, nada que me lembre um hospital. O cheiro é salgado, como o mar e a brisa balança as cortinas que emoldura uma porta dupla, onde imagino ser a varanda. — Que lugar é esse? - Faço força para tentar levantar, mas a dor só piora. Tento me apoiar nos braços, mas uma pontada chama minha atenção para o acesso em minha veia. 

— Você precisa se acalmar ou as coisas podem ficar pior… - Ele fala e sinto o estômago embrulhar. 

— Quem é você? - Meu tom é desesperado, sinto a bile na garganta.

— Calma, Alexia… - Se aproxima com cautela. 

— Como sabe meu nome? - Meu tom é de desespero, tento puxar o acesso de minha veia, sem saber o que está colocando em meu corpo, não consigo levantar e ele me impede de fazer qualquer movimento brusco. 

— Você precisa ficar quieta. - Seu tom é rude, mas seu toque não machuca, apenas me mantêm na cama. Tento puxar o acesso novamente, mas ele segura minha mão. 

— Me solta! Eu vou gritar! - Tento me debater, mas ele segura firme. 

— Se eu fosse você, não faria isso. - Alerta, mas ignoro-o completamente. 

— Socorro! Socorro! - Grito o mais alto que posso e ele apenas revira os olhos. 

— Caitlin! - Ele grita mais alto que eu, assustando-me. Tento me soltar, mas ele aperta ainda mais, minha cabeça lateja. 

— Me solta! - Sinto as lágrimas pontilharem meus olhos. — Por favor, me solta! 

— Que merda você está fazendo, Justin? - Ouço a voz antes de uma ruiva aparecer em minha visão. —  Por que deixou ela acordar? Não ouviu os agentes?! - Briga e aproveitou a distração para tentar me soltar. A pequena liberdade que sinto quando seus dedos me soltam é momentânea, me jogo com tudo para fora da cama e sinto a dor cortar meu braço no local onde a agulha estava. 

— Caralho! - Tento me erguer enquanto ouço-o xingar, mas sou erguida por mãos macias e unhas afiadas contras meus braços. 

— Você só está piorando as coisas pra você. - Seu tom é irritado. 

— Me solta… - Peço, fraca. Minha cabeça dói tanto quanto meu braço, sinto algo escorrer pela minha pele, então uma picada me deixa sonolenta. — O que vocês querem…? - Minha voz parece ficar cada vez mais distante, a última coisa que sinto é o colchão macio nas costas antes de apagar novamente. 

***

Sinto a cabeça pesada, minha boca possui um gosto amargo e metálico, como se tivesse cortado a língua enquanto mastigava a comida. Forço meu cérebro a abrir os olhos, mas dou de cara com o mesmo teto creme de antes. 

— Ela está acordando, devo colocá-la para dormir de novo? - Ouço uma voz estranha, um sotaque distinto na voz. 

— Não, preciso falar com ela. - Outra voz masculina destoa no ambiente, dessa vez, mais familiar. 

— Você não tem muito tempo, o Howl vai chegar logo. - Tento me mover, mas meu corpo dói do dedo do pé até a cabeça. A sensação ruim irradia pelo meu corpo e solto um gemido de dor. 

— Que merda aquele velho quer com ela? Quem ela é, afinal? - Tento mover a cabeça para ver quem está falando. 

— Tudo que sabemos é que o Howl mandou trazer essa mulher pra cá, Justin. Ela entrou no meio daquela bagunça com os carros. Achei que fosse um dano colateral. 

— Ele vai apagar ela? 

Sinto um calafrio correr pela minha coluna e luto comigo mesma para sair dessa agonia. Segurando a respiração, viro-me devagar na cama, mas sinto mãos em meu braço no segundo seguinte.

— Você não devia se mexer desse jeito. - A voz rouca me relembra a mesma que ouvi depois do acidente de carro. 

— Me deixa ir… - Consigo dizer ou acho que disse, minha língua parece ter o dobro do tamanho dentro da boca. 

— Injeta adrenalina nela. - A voz feminina chama minha atenção, mas ainda não consigo ver ninguém ao meu redor pela visão embaçada. 

— Isso pode matá-la! 

Começo a sentir o pânico nas batidas do meu coração. 

— Precisamos dela acordada, se a Caitlin não tivesse injetado tanto sedativo nela, já teríamos tido essa conversa. - A mesma voz feminina continua. 

— Que droga, Savannah, ela ia fugir ou fazer uma merda, não podia deixar ela assim. - Suspeito que a outra voz feminina seja da tal Caitlin que me dopou a ponto de não conseguir nem me mover direito. 

— Ficar discutindo não vai levar a lugar nenhum. Injeta essa merda na veia dela e vamos torcer pra ela ficar viva. 

— Seria bem melhor se ela morresse. 

As vozes começam a se misturar de novo enquanto começo a apagar dentro de minha própria mente, mas algo queima minhas veias fazendo meu coração acelerar em um nível absurdo. Sinto-me como um cavalo de corrida, dezenas de quilômetro por hora. Salto sobre a cama como se saísse de uma piscina, recobrando o fôlego. 

— Puta merda! - Ouço alguém falar. Olho ao redor atordoada, minha cabeça latejando. Levando da cama, mas caio de joelho com a potência de todas as substâncias correndo pelo meu corpo agora. 

Vou morrer? 

A sensação é como se meu coração fosse sair do peito e sair batendo por aí, sinto falta de ar e meu braço arde onde a agulha está ligada a veia ou estava, não sei ao certo. Olho para o chão e vejo pequeno filamento de sangue escorrendo por meu braço. 

— Segura ela, precisamos estancar o sangue! 

Sinto braços ao meu redor, o mundo girando a mil por hora. 

— … pro banheiro. 

Não consigo acompanhar direito o que dizem, mas meu corpo levita em braços fortes até o ambiente frio. A parede de vidro do box arde gelada contra minha testa enquanto a figura com tatuagens nos braços me coloca sob a ducha. 

O próximo impacto é o da água extremamente fria contra meu corpo. Grito como se os jatos de água fossem facadas em meu corpo por todos os lados. O sabor metálico na boca aumenta, o estômago embrulha mas a náusea dá lugar a tontura e apago contra o azulejo frio do banheiro. 

***

— Se você injetar mais alguma coisa nela, ela com certeza vai morrer, porra! - Meus sentidos recobram com as vozes. Um tom rude e masculino bradando no ambiente. 

 — Você queria que a gente fizesse o quê, Ryan? Precisamos falar com ela antes do Howl ou toda essa merda vai continuar até um de nós morrer! - Reconheço pela voz que é Caitlin.

— Isso não justifica você quase matar outra pessoa, ela é inocente, não tem nada a ver com as nossas merdas!

— Vai ficar defendendo ela ao invés de se concentrar no que importa?! - Ela grita e contraio o semblante com o tom agudo. 

— Chega dessa conversa, o que tá feito, está feito. - Ouço a familiar voz masculina. 

— Ela tá acordando. - A primeira figura que vejo é de um ruivo, com cabelo e barba perfeito, os olhos escuros contrastam com o tom claro de sua pele. — Como se sente, Alexia? 

— Como sabe meu nome? - Consigo perguntar sem o peso da língua na boca, encarando-o. 

— Vamos contar tudo a você, mas antes quero checar se está tudo bem. Você parece que foi atropelada por um caminhão. 

— A sensação é semelhante. - Respondo, arrancando um sorriso seu. 

Minha cabeça dói, tento levantar, mas ele me ajuda até estar sentada e encarar o grupo mais estranho de pessoas ao meu redor. 

— Quem são vocês? - A pergunta salta pela minha boca de imediato. — Que lugar é esse? - Olho ao redor, amedrontada. 

— Vocês tem certeza sobre isso? - O moreno com o semblante triste olha para os demais. 

— Não temos muita escolha, Ryan. - A ruiva responde, pelo tom de voz assumo ser a Caitlin, mas a semelhança tanto do cabelo quanto do rosto é inegável entre ela e o ruivo ao meu lado. 

— Eu sou Christian, aquela é a minha irmã Caitlin. - O ruivo se apresenta. 

— Ryan. - O moreno de cabelos castanhos fala. 

— Kane. - Um descendente coreano fala com o timbre de voz distinto, encarando-me com as mãos nos bolsos. 

— Savannah. - Uma loira de olhos verdes se aproxima e senta ao meu lado na cama, com um sorriso apreensivo cortando seus lábios cor de rosa. 

— E eu sou Justin. - A voz familiar finalmente ganha rosto diante de mim, o cabelo que achei ser loiro é de um tom castanho claro e olhos da mesma cor. A mão estendida para mim, denotando as tatuagens que cobrem seu braço. 

Aperto a mão dele sem ter muito o que dizer. 

— Você está num local seguro, eu garanto. - Justin continua, apreensivo. A sala se enche de tensão entre todos os presentes. 

— Ahn, isso não é muito confiável… - Consigo responder. 

— É um local guardado pelo governo, na verdade. - Savannah fala ao meu lado. 

— E isso fica melhor, como? O que estou fazendo aqui? - Tiro o braço de seu alcance, desconfiada e amedrontada. 

— Você bateu o carro no meu há dois dias. - Justin fala. 

— Dois dias?! 

Minha voz sai estridente com a surpresa, encaro os demais ao redor e nenhum ergue o olhar para me encarar. Se já se passou tanto tempo, só pode significar que estou desacordada desde aquele momento. 

— Que merda vocês fizeram comigo? O que querem? - Tento levantar, mas Christian me mantém na cama. — Eu não tenho dinheiro! 

— Não queremos seu dinheiro. - Ryan é quem se pronuncia. 

— Que porra querem então?! - Brado, nervosa. 

Olho ao redor em busca de uma rota de fuga, mas eles são muitos e poderiam me agarrar em um piscar de olhos. 

— Nem pense nisso. - Caitlin se coloca diante da porta. — Você precisa ouvir tudo, mas não vai sair daqui. 

— Que merda vocês querem?! Não podem me prender aqui! - Tento levantar, mas Christian me mantém sentada na cama com um olhar sério. 

— Apenas me ouça, ok? Não temos muito tempo. - Justin intervém, mas o apito sonoro de um aparelho soa no ambiente. 

Ryan puxa o celular do bolso e todos ficam ainda mais tensos no quarto. 

— Ele está aqui. 

— Merda, precisamos de tempo. - Kane se move para a porta. 

— Vamos atrasá-lo com os relatórios, cuida disso! - Savannah ergue-se da cama indo para a saída com Kane e Caitlin em seu encalço. 

— Quem está vindo? O que está acontecendo? O que vocês querem?! - Grito, fazendo Ryan ir até a porta. 

— Fico de guarda do lado de fora. - Fechando-a atrás de si.

Olho para Justin e tento raciocinar para sair daqui. Olho para a varanda e penso se é muito alto para pular. 

— São sete andares. - Sua voz me desperta. 

— Como…?

— Você está pensando o que qualquer pessoa sensata pensaria. - Ele dá de ombros, como se não tivesse importância. — Em fugir. Eu também pensaria o mesmo, mas vai por mim, se por um milagre, você sobreviver a queda de sete andares, tem seguranças por todos os lados. 

— Que lugar é esse? Quem são vocês? O que querem? - Aperto os lençóis entre meus dedos, o coração batendo acelerado de puro medo. 

— Todos nós trabalhamos para a Knight, é uma das agências de inteligência do governo. 

— Espera, tipo FBI? - Franzo o cenho, confusa. 

— Eles são os caras bonzinhos dos filmes e cheios de burocracia. Nós somos pessoas que o governo usa para fazer missões clandestinas. 

Respiro fundo tentando absorver o que ele está dizendo. Isso aqui só pode ser brincadeira, certo? Não pode ser verdade. 

— O que estou fazendo aqui? Não fiz nada de errado. 

— Você estava no lugar errado, na hora errada. 

— Eu não fiz nada errado! Eu só estava indo para o meu trabalho e bati em você. - Explico, desnorteada. 

— Sim, acontece que você é um dano colateral. Geralmente, Howl manda apagar qualquer rastro que deixemos para trás. - Suspira, sentando na poltrona no canto do cômodo. — Mas ele disse para trazermos você para cá. 

— Por que? 

Olho-o alarmada, tudo isso é muito surreal. 

— É o que queremos descobrir. Você não tem nada de incomum na sua ficha, exceto por ser órfã, nada chama atenção. 

— Poxa, obrigada pelo óbvio. 

Mal concluo a fala, ouço o barulho de vozes no corredor. 

— É ele. 

— Ele quem? - Volto o olhar para ele, amedrontada. 

— Howl, ele é o agente coordenador da base, nosso chefe. Ele que nos recrutou e ele que mandou te trazer pra cá. 

— Ele vai me matar? - Pergunto baixinho, o peito apertado. 

Tudo isso é muito fora da realidade, em um minuto estava no consultório do meu terapeuta e agora, estou conversando com um estranho que diz ser de uma agência de inteligência que nunca ouvi falar com um chefe mais doido ainda, pelo visto. 

— Se ele quisesse te matar, acredito que já teria feito. 

A porta se escancara e viro-me imediatamente para encarar uma mulher alta, usando scarpins vermelhos como sangue com um sobretudo branco sobre os ombros. Os cabelos loiros platinados destoam diante do tom dourado de Savannah. Seus olhos azuis tem um brilho gélido que me dá calafrios. 

— O que temos aqui? - Estala a língua. 

— Chloe? - Justin parece surpreso diante da mulher. 

— Surpresa. - Ela abre um sorriso assassino, fazendo minha apreensão piorar. 

— Mas o quê…

— Papai me designou para substituí-lo a partir de agora. - Ela nem o deixa terminar, fazendo um caos de vozes quando todos os outros entram no quarto. 

— Declan não pode simplesmente fazer isso! - Caitlin brada, raivosa. 

— Não só pode, como já fez, queridinha. - Chloe revida e volta-se para mim.

— Então você é a ponta solta?

Não consigo responder, não entendo nada, para ser exata. O pânico inunda minhas veias. 

— Ela ainda não sabe o que está acontecendo. - Savannah intervém.

— E nem precisa, matem-na. - Chloe faz um gesto de desprezo com a mão. 

— Não. - Justin fala. 

— O que foi que você disse? - Chloe olhá-lo, contrariada. 

— Não. - Repete.

— Justin, acho melhor… - Christian tenta intervir.

— Essa não é jeito… - Ryan propõe mas é interrompido pela vaca loira. 

— Por que diabos vocês não fazem o que eu mando?! 

— Porque a Alexia é minha esposa. 

Meu sangue gela nas veias e sinto que essa maldita sensação só está começando.


Notas Finais




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