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História Mito - (Romance Lésbico) - Capítulo 02


Escrita por: Lyra_Ansatsu

Capítulo 2 - Capítulo 02


Fanfic / Fanfiction Mito - (Romance Lésbico) - Capítulo 02

Já estavam a uma distância segura da floresta, mas ainda tinha que caminhar mais um pouco para chegar a aldeia. Só que Arquia não aguentaria carregar por mais tempo a mulher, seu braço estava latejando. Avistou uma colina com uma arvore no topo, decidiu que iria parar lá. Quando chegou no lugar, sentou a mulher encostada na arvore, ficou de frente para ela. Suspirou. Tinha ido ali apenas para matar uma besta, mas acabou com uma desconhecida desmaiada. Viu seu braço direito, aquela cor preta ainda não tinha sumido, só diminuído de tamanho, estava na metade do seu antebraço, a regeneração estava lenta, isso porque tinha ferimentos internos que estavam sendo curados e por isso a demora, cuidar de vários ferimentos ao mesmo tempo, depois de ter gastado uma boa quantidade de magia, a estava esgotando. Olhou para cima, a arvore era enorme, as folhas mexiam conforme o vento batia nos galhos, as folhas dançando enquanto o vento cantava. De alguma forma aquilo a acalmava, era como um pequeno espetáculo reservado apenas para ela, pelo menos era assim que gostava de pensar, ficou ali observando até que parasse, então abaixou o rosto e seus olhos encontraram com os dela.

– Oi – disse a outra. A luz do amanhecer iluminava seu rosto pálido e seus cabelos loiros quase brancos, "como tanta beleza poderia estar apenas em um ser", esse pensamento passou por sua cabeça – Meu nome é Nefera – aqueles olhos azuis a observando com um ar interrogativo, esperando algo dela.

– Me chamo Arquia – a morena lhe encarava querendo decifra-la.

– Arquia... então esse é o nome da minha salvadora... – parecia estar falando mais para si mesma – Obrigada por me libertar - ela esboçou um sorriso sereno sem dentes, e foi naquele momento que algo se acendeu no peito de Arquia, uma pequena chama quase se apagando, mas que estava ali queimado em meio a escuridão que ela guardava dentro de si.

– Tenho que ir – se levantou, se virou já indo embora, quando algo a impediu, Nefera já de pé a segurava pelo braço a impedindo de continuar, aquele contato entre as duas fez com que uma correte elétrica percorresse os seus corpos. 

 Imagens passassem por suas cabeças. Como se estivesse acontecendo naquele momento. Pessoas corriam gritando, com olhos arregalados enquanto escorria lagrimas por eles, sangue em suas vestes, de forma que era impossível ver onde estava o ferimento, ao se olhar atrás deles, se percebia o porquê de tamanho desespero, havia ali uma legião de monstros sendo liderados por um ser com a aparecia da própria morte, suas orbes eram vazias, suas vestes negras se confundiam com as trevas e criaturas que o rodeava, a enorme espada em sua mão ceifava qualquer infeliz que aparecesse em sua frente.

– O que foi isso? – Arquia perguntou assim que se livrou do contado da mão da outra. Se afastando de forma brusca.

Nefera parecia tão confusa quanto ela, mas assim que fez menção de dizer algo, uma sombra apareceu atrás de Arquia, ela viu um segundo antes das garras da fera a atingir no tórax e a jogar a um metro de distância a fazendo rolar pelo chão. Nefera não se mexeu, parecia estar em choque. A criatura tinha uns três metros, pelos negros, suas orbes eram de uma cor dourada brilhante como a de um felino, seu corpo era parecido com a um de urso. Arquia estava longe para escutar, mas ele parecia estar rosnado com sua boca aberta cheias de navalhas brancas e translucidas para a loira. Assim que viu a fera levantar as garras para atacar a loira, começou a correr, rápido, elas teriam atingindo Nefera, só que a morena surgiu na frente da criatura impedindo o golpe.

Arquia segurava firme aquele monte de pelos, no entanto a criatura já se preparava para atingi-la com o outro braço, ela rapidamente retirou uma pequena espada das costas que estava na bainha amarrada no seu quadril na horizontal, e estava prestes a golpeá-lo quando a fera abriu a boca e urrou.

– Não se intrometa humana! – aquelas palavras sendo pronunciadas por aquela criatura, surpreenderam Arquia que o olhou espantada.

 Nessa hesitação a criatura se aproveitou e golpeou Arquia mais uma vez, só que dessa vez ela colocou a espada na frente se defendendo, impedindo de ser arremessada longe, mas estava a uma boa distância de Nefera, pois a loira claramente era seu alvo, e ele tinha seguido Arquia.

– Eu quero a Nefera! Não sei como fez para tira-la da sua prisão, mas ela não vai escapar da sua morte! Por isso não pretendo demorar com você, tenho algo mais importante para fazer! – a atacou rápido e quase preciso, suas garras rasgaram a manga direita de sua blusa a deixando em farrapos, que logo se mancharam de vermelho, um pequeno sorriso grotesco se desenhou em sua boca cheia de presas brancas e letais.

– Matar pessoas indefesas? Deve ser muito importante! – a morena falou recuando mais. Os olhos da fera cintilaram em raiva.

– Veremos se poderá falar isso de novo depois que arrancar sua língua fora humana imunda! – Gritou abrindo os braços.

A fera começou a atacar sucessivamente em fúria, era claro que ele não tinha mais nenhum controle e se ela hesitasse apenas resultaria em sua morte, segurava a espada na mão dominante, mesmo ferida ainda tinha firmeza, enquanto desviava dos ataques, tentava encontrar um caminho que poderia seguir até um ponto vital da fera. A criatura avançou tão rápido que ela quase não conseguiu desviar, as garras dele rasgaram seu braço esquerdo arrancando carne e sangue, não conseguia mas mexe-lo, se afastou o máximo possível, ele veio correndo em sua direção, teria que recuar de novo, a fera percebeu seu plano e com uma rapidez sobrenatural, a surpreendeu aparecendo bem na sua frente e cravou suas garras no estomago dela, quando ele as retirou sangue jorrou pela ferida, como cálices derramando um vinho precioso, suas pernas fraquejaram e seus joelhos foram de encontro ao chão, não tinha mais forças, seu corpo pesava, a sua volta tinha um pequeno lago feito de seu sangue.

– Como eu disse, sem demora – a fera se virou e foi em direção a Nefera.

A visão de Arquia estava começando a ficar turva, ela apenas via a silhueta da loira, não conseguia ver seu rosto nitidamente. Cada vez que a fera se aproximava da outra, a morena sentia uma dor no peito, aquela chama se ascendeu, e antes que percebesse já estava de pé correndo, se movendo como se fosse um só com as chamas. Queimando de dentro para fora. A besta peluda caminhava sem nenhuma preocupação, como se já tivesse vencido, mas então ele parou e olhou por cima do ombro, seus olhos se arregalaram, Arquia poluo em cima das costas dele, perfurou uma espada que estava envolta em chamas azuis até o cabo, atravessou saindo no peitoral da fera, a morena encarou a besta, e em seus olhos viu medo.

– As chamas... você é... é o oposto... dele...  – essas foram as palavras que ele pronunciou em seu último suspiro, pois logo em seguida seu corpo caiu inerte no chão. Depois dessa explosão de energia, Arquia não conseguia se manter em pé, o mundo a sua volta começou a girar e depois tudo escureceu.

Sua cabeça estava sobre algo macio, sentia o cheiro de rosas a envolver, conforme ia abrindo seus olhos a escuridão ia sumindo e em seu lugar as feições de um anjo iam aparecendo, as sobrancelhas da loira se levantaram quando percebeu que Arquia tinha acordado. Só então a morena se deu conta que sua cabeça estava sobre as coxas de Nefera.

– Como está se sentindo – já sentada Arquia procurou seus ferimentos, mas tanto seu braço como sua barriga estavam sem machucados, era incrível pois ela levaria pelo menos uma semana para se curar completamente, mas ao passar a mão por cima dos locais sentiu magia, na verdade resquícios de magia, que fica depois de ser usada.

– Você fez isso?! - perguntou com o cenho franzindo.

– Sim, tive que fazer - a encarou seria - se não tivesse curado seus ferimentos, você teria sangrado até a morte – foi inesperado ela ter esse tipo de magia, rara e nessa intensidade. Ela era forte.

– Entendo – suspirou – obrigada – Nefera demonstrou um sorriso depois de acenar com um "de nada". Arquia olhou em volta, e concluiu que ainda estava na colina – quanto tempo fiquei desacordada?

– Umas duas horas, eu acho.

– .... – Sem saber o que dizer, a morena a olhou se perguntando várias coisas e até se perdendo em indagações, então a loira quebrou aquele silencio que era visivelmente desconfortável para duas.

– Faça sua pergunta, sei que deve ter muitas. Prometo tentar responde-las – então não é certeza. Pensou a morena consigo mesma.

– O que você e aquela criatura são? – sua expressão não mudou com tais palavras, continuou calma ao responder.

– Sou humana, como você, e ele é um crool. E já lhe respondendo outra possível pergunta, crool são criaturas feitas de trevas e desde que nascem são seres cruéis e cheio de maldade.

– E você? Quando a encontrei parecia com ele e até mais feroz – suas sobrancelhas franziram, enquanto mordia o lábio inferior.

– Aquilo não era eu, mas sim um crool dentro do cordão que você destruiu. Era possuída por ele durante a noite, e ainda me impedia de sair da floreta de dia, era como uma prisão. Ele era meu carcereiro – apontou para o corpo longe delas.

– Seu carcereiro?! Então alguém a queria presa, mas quem? – tinha hesitação em seus olhos e em sua voz, como se lembrasse de algo.

– Um ser muito poderoso. Que já destruiu nações inteiras e dizimou raças. O enfrentei muitas vezes tentando acabar com sua existência, mas ele era forte demais.

– As imagens que vi quando você me tocou, aquela presença obscura era ele?

– Sim, no entanto não sei como você entrou em minha mente e teve acesso a minhas memorias.

– Venceu? – ela virou o rosto e olhou para o horizonte, seu olhar estava baixo, só por aquela expressão já dava pra se deduzir.

– Em nossa última batalha com o sacrifício de meus companheiros consegui lançar um feitiço de selamento, mais antes de ficar completamente preso, ele forjou das próprias sombras um colar, e pôr está muito fraca de nossa batalha não consegui resistir quando o colocou em mim, enquanto ele estava terminando de ser selando o crool me possuiu e me trousse a essa floresta. E conforme ele foi aprisionado todas as criaturas que o seguia dormiram junto com ele, só agora acordei junto com o crool que estava em meu corpo, e isso significa uma única coisa, O Senhor das Trevas, está despertando.

>>><<< 

Uma caverna escondida em uma montanha em meio a tantas outras, por dentro a caverna era feita de mármore verde, no teto tinha um pequeno buraco do tamanho de um punho, que passava os raios de sol que iam de encontro aos cristais colocado em lugares estratégicos, e em uma reação em cadeia iluminava todo o local, jazia no centro um enorme caixão de mármore verde, com símbolos lapidados na tampa dele, cinco runas antigas formando um círculo magico, aquele local parecia algum tipo de mausoléu. No entanto a tapa do caixão começou a escurecer, a tampa estava trincando e logo em seguida algum tipo de lamina negra a atravessou no local de um dos símbolos, naquele instante a tampa se quebrou em vários pedaços, caindo dentro do caixão e engolidos por um liquido negro dentro dele, que logo foi tomando forma, aos poucos um homem foi surgindo, ficando em pé, ele tinha a pele branca como a de uma alma, olhos vazios e negros, cabelos pretos e repicados até os ombros, uma barba por fazer, seu casaco eram um só com a escuridão que agora tomava conta da caverna, não se sabia onde ele termina e as trevas começavam. Conforme caminhava as sombras o seguiam, transformando todo o caminho para fora da caverna em cores escuras e sem vida, quando o caminho acabou e ele estava do lado de fora, olhando para montanhas a sua frente, mais além de um vasto campo, florestas, lagos, cidades, aldeias, e depois disso ele viu os homens em conflitos, por terra, por honra, por mulheres, por interesses e riquezas, reinos entravam em guerra e o que isso trazia era morte, dor e o sofrimento.

– É inevitável, a humanidade está fadada a esse ciclo de violência – fechou os olhos, respirou fundo e então os abriu de novo, tinha um olhar decidido, cruel e voraz – Que comece então! – e com isso uma onda de choque saiu dele e se espalhou por todo o reino, sua voz era trovejante e letal.

– Despertem meus filhos que ainda estão em seu sono e me ouçam, os que já vagam por essas terras, marchem até mim, marquem o caminho pelo qual vieram, com o sangue de suas vítimas e anunciem que seu mestre voltou!

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Todos que tinham mesmo que um pouco de magia sentiu aquela onda horripilante os atravessar, mas não sabiam o que eram, os mais sábios e mestres em magia, alertavam que algo de ruim estava por vir. A hora chegara, o mundo ia sangrar de novo.

Em uma pequena aldeia, um padre que tinha magia mesmo sendo pouco, em sua pequena igreja sentiu uma onda de choque passar por ele, e um frio percorreu toda sua espinha, saiu exaltado para fora, lá percebeu que todos trabalhavam normalmente em seus afazeres, só ele tinha sentindo aquilo. Mas naquele instante um rugido foi ouvido, todos pararam o que estavam fazendo, olharam para os lados, e então mais um rugindo foi escutado, dessa vez veio acompanhado de uma criatura que pulou do céu na frente deles, quando ele rugiu e mostrou suas presas já manchadas de sangue, as pessoas começaram a correr e a gritar, tropeçando uns nos outros, a fera não hesitou, suas garras rasgaram carne, quebraram ossos, ele mordia suas vítimas e as sacudias até todo o sangue sair ou conseguir parti-las no meio. O padre vendo aquela situação, mesmo tremendo e suando frio, foi em direção a fera, cada passo que dava era como se tivesse pedras em seus pés. Ainda caminhando tirou um terço da batina, segurou com as duas mãos e a envolveu com magia, o terço brilhou, a criatura virou-se notando-o, mas já era tarde, o padre lançou o terço, ele se alargou e envolveu a fera na altura do peitoral, então o padre juntou as mãos e as fechou em um único punho, dessa forma o terço diminuiu apertando a besta e a impossibilitando de se mover.

– CORRAM O MAIS RAPIDO E LONGE QUE PUDEREM – o padre já estava ficando sem folego, enquanto a criatura se remexia, o suor descia da sua testa e escorria pelo seu rosto – não vou aguentar muito tempo – então o padre abriu as mãos e fera pensando está livre já ia se livrando do objeto – não tão rápido! – falou o padre com um meio sorriso tremendo em seus lábios, pois logo em seguida ele fechou suas mãos separadas, fazendo sair das bolas do terço adagas que se cravaram na fera, ele gritou de dor assim que umas das adagas pegou em seu coração o perfurando.

A fera caiu no chão com as orbes sem vida, o padre por sua vez se deixou cair de joelhos, suas pernas estavam tremendo, não acreditava no que tinha feito, mesmo tendo que depender de objetos mágicos para poder usar magia, foi algo incrível e ao mesmo tempo assustador, no entanto agora tinha que encontrar as pessoas, mas estava tudo tão silencioso, então ele se virou, tinha quatro deles, e ao redor deles corpos ou pedaços deles, um dos quatro chegou perto do padre, que não se mexeu nem reagiu.

– Saco de carne e ossos - a fera pegou pela cabeça e o levantou, fazendo seus pés sair do chão, então a fera apertou a cabeça dele bem devagar esmagando-a aos poucos, o único barulho ali era os gritos do homem, lagrimas desciam de seus olhos, e então o som do seu crânio se quebrando ecoou, sua bata que era marrom se encharcou de seu sangue, as mãos que antes tentavam se libertar daquele aperto, agora estavam inertes na lateral de seu corpo. O crool soltou o cadáver e virou as costas saindo correndo, sendo seguindo pelos outros indo de encontro as suas próximas vítimas.

>>><<< 

Quando Arquia chegou na aldeia, viu uma grande comoção, as pessoas corriam sem rumo, ela se aproximou do local onde as pessoas se afastavam, onde tinha uma enorme fogueira que se acendia para comemorar o fim da colheita, perto dela estavam dois crools, um de costas para outro, matando e devorando as pessoas, a caçadora não hesitou, sumiu aparecendo entre eles, ao se darem conta da presença dela, viraram-se rapidamente, levantando os braços para ataca-la com suas garras, no entanto eles pararam com o ataque e não se mexeram, ao não ser suas cabeças que deslizaram até o chão, e logo em seguida seus corpos fizeram o mesmo trajeto, as pessoas em volta arregalaram os olhos, e as poucos suas expressões foram se suavizando, uns limparam as lagrimas, outros gritavam nomes e alguns ainda estavam no chão de cabeça baixa sem se mexer em completo choque. Depois de Nefera ter curado seus ferimentos, ela se sentiu melhor e mais rápida, "como é possível, ter derrotado dois crool com apenas golpes de espada" pensou, é como se ela ainda estivesse aprendendo e descobrindo a si mesma. Suas chamas, sua magia parecia diferente.

– O que foi? – Nefera se aproximou, seguindo o seu olhar para as mãos.

– Nada – baixou as mãos e levantou a cabeça - Acha que esses crool tem a ver com a onda de choque que sentimos antes?

– Sim, infelizmente. O mais provável é que ele estava chamando suas criaturas e juntando-as para formar a sua horda.

– Então realmente acha que esse tal Senhor, está livre e formando um exército – ela acenou com a cabeça em um sim silencioso – o que pretende fazer agora? Não acho que possa lutar contra uma legião de crools.

– Ainda não me viu lutando – a morena abriu a boca pra dizer alguma coisa, mas foi impedida pela outra – Tenho um dever a cumprir, que é impedir O Senhor das Trevas e mesmo que tenham se passado séculos e o mundo tenha se modificando enquanto eu dormia, isso não mudou – seu olhos brilhavam em determinação, mesmo que ela estivesse indo para morte certa, continuaria indo em frente, pois tinha fé que estava fazendo a coisa certa, e Arquia viu tudo isso em sua orbes azuis, e percebeu que Nefera tinha algo que ela não tinha, uma coisa em que acreditar.

– Então vai precisar de ajuda – Arquia falou inclinado a cabeça para o lado, enquanto sorria de forma felina.

– Do que está falando, não posso colocar sua vida em risco! – sua voz estava um pouco exaltada e agitada, tinha preocupação nela e aquilo não deixou de mexer com Arquia, pois era raro alguém se preocupar com ela.

– E não vai, sou forte o suficiente para me cuidar e tomar minhas decisões. E não pode me impedir, porque estou decidida a fazer isso – as feições da loira se suavizaram e do nada ela deu uma gargalhada.

– Então você é teimosa – deu um sorriso genuíno, sem dor, era um sorriso para Arquia – tudo bem então, seja bem-vinda! – ela sentiu pela primeira vez que a loira estava prestando atenção nela.

>>><<< 

Sua armadura fazia um barulho de metal batendo um com outro conforme ele caminhava pelo corredor, dava passadas rápidas e pesadas, não tinha tempo a perder, já estava na frente de uma enorme porta de ouro com detalhes em prata e dois soldados a guardando com lanças.

– Comandante... – um soldado se aproximou por trás, estava ofegante, parecia ter corrido da cidade vizinha até ali – essa mensagem acabou de chegar!

– Outra?!– pegou o papel da mão do soldado, se aproximou mais da porta, os guardas já vendo quem era, prontamente saíram da frente, ele empurrou a porta, adentrando no local, do lado de dentro com as portas fechadas, olhou para frente, onde havia um trono de ouro, no qual o rei se sentava, estava na casa dos trinta, cabelos até o ombro de cor castanhos, olhos marrons e pele branca, tinha o peitoral largo, vestido em sedas com casacos que iam até seus calcanhares, naquele instante lia um dos vários papéis que estava no chão a beira de seu trono.

– Vossa alteza, me chamou? – o rei olhou por cima do papel, embaixo de seus olhos haviam olheiras, sua vista estava baixa, mesmo assim revelou um sorriso cansado.

– Já lhe disse velho amigo, para me chamar de Eneo! Qual a dificuldade?!

– Tomarei nota disso meu rei – o Comandante falou sorrindo com a mão no peito se inclinando.

– Sei que vai – o rei se levantou de seu trono e caminhou até seu subordinado mais leal e pegou o papel de sua mão – Acredita nisso Joshua, demônios do inferno trazendo o fim do mundo? De todas as tolices que já li essa é a mais absurda. Em todas essas mensagens a uma coisa incomum, monstros que atacam aldeias e matam as pessoas.

– E não é só isso, homens na fronteira alegam ter visto criaturas enormes que pareciam quimeras, sua cor eram negras e tinham garras e presas, e estavam vindo de outros reinos atravessando as fronteiras.

– O rei de Lupino me mandou uma mensagem avisando isso e perguntando se tínhamos algo a ver. E não é só ele os outros reinos também querem respostas, e estão querendo que eu as dê, já que as feras estão vindo pra cá – falou esfregado os olhos.

– Não acho que podemos responde-los agora, a única coisa que sabemos é que estão indo para leste. Nosso pessoal alega ter visto legiões deles e alguns dizem que eles falam.

– Inacreditável! Como anda nossas defesas?

– Mandei soldados, para as aldeias e cidades afim de erradicar essas criaturas, mas...

– Mas? – perguntou franzindo o cenho.

– Dez soldados treinados, com armaduras, espadas e escudos ainda tem trabalho para matar uma criatura dessas, mas um padre sozinho usando objetos mágicos são capazes de derrota-las.

– Não temos soldados praticantes de magia?

– Temos, mas a maioria está em cargos como o meu, de liderança ou ainda são aprendizes, pouco são aqueles que estão em combate. – o capitão via seu rei andar de um lado para o outro.

– Está me dizendo que a igreja tem mais poder de fogo que o nosso? 

– Mas é claro! – uma homem usando uma batina branca com detalhes verdes caminhava da porta atrás de si, até os dois homens na sua frente – todos os nossos membros são praticantes de magia.

– Bispo Augustino? – os dois o olharam como se tivessem sidos pegos fazendo algo de errado.

– Parece que está precisando de ajuda Vossa Alteza e o Papa deseja ajuda-lo, veja quanta sorte tem. – o bispo falou sorrido, cheio de cinismo.

– E o que querem com isso? – o rei agora o olhava com autoridade.

– Dessa forma nos ofende – o bispo tinha uma expressão de incredulidade.

– Desculpe não foi minha intenção – tinha realmente o tom de arrependimento na voz do rei.

– Entenda, a única coisa que queremos é proteger o reino e para isso é necessária mais autonomia e que não interfira em nossas decisões – "ai estava o que eles queria. Mais liberdade" pensou o rei – é claro se estiver de acordo, então poderemos lhe dá informações valiosíssimas – então eles têm informações

– Certo – eles só podem querer mais liberdade para uma única coisa – vocês têm permissão de mover seus "Peões" – a igreja é uma organização muito maior do que o imaginável e poderosa, liderada pelo Papa, eles pegam qualquer um que tiver magia e as instrui para usa-las em combates, e entre eles a nove pessoas capazes de mover ou destruir montanhas, cada um deles tem gente sobre o seu comando, tão sobre humanos quanto eles, e estavam sobre total controle do Papa. Até que o antigo rei descobriu, e proibiu a utilização deles pela igreja, os isolando, separados uns dos outros e longe do Papa.

– Obrigado por tamanha alegria Vossa Alteza – ele tinha um sorriso cheio de malicia nos lábios – agora que temos um acordo lhe contarei tudo que deseja saber sobre o ressurgimento do Senhor das Trevas.

 



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