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História Mito - (Romance Lésbico) - Capítulo 06


Escrita por: Lyra_Ansatsu

Capítulo 6 - Capítulo 06


Fanfic / Fanfiction Mito - (Romance Lésbico) - Capítulo 06

Arquia recuo quando viu o General pular na sua frente, se afastando o máximo possível do inimigo. Os olhos dele eram cheios de malícia e crueldade.

– Então se não quiser que eu vá atrás da sua amiguinha – estreitou os olhos - é melhor me entreter!

Nefera. Esse era o único pensamento na mente de Arquia. Não deixar ele se aproximar da loira. Embora ela não estivesse tão segura de que conseguiria. Todo o seu corpo reclamava, e agora que estava parada, sentia a dor do corte na perna, o desgaste do seu corpo e sua magia quase inexistente. A morena não sabia se poderia resistir muito tempo. Mas pensar nele machucando Nefera, a fazia trincar o maxilar e se manter firme. Tinha que aguentar.

– Não vai dizer nada? Tudo bem, só o que quero escutar de você são seus gritos. Pois isso é inevitável – deu um passo adiante. Sumindo.

 Arquia olhou de um lado para o outro buscando-o com os olhos, enquanto cobria sua espada e adaga com uma fina camada de magia. Aquilo tinha que ser o suficiente para enfrenta-lo, pois era toda a magia que ela tinha no momento. Escutou um ruído atrás de si. Não hesitou. Virou-se já com a espada pronta, e atacou fazendo um semicírculo com a espada, a criatura desviou de seu golpe como um vulto.

– Você tem bons ouvidos – falou rindo. Seu corpo estava pesando com o cansaço. Isso a deixou mais lenta do que ela esperava.

O general a olhava com um sorriso cruel e desafiador, esperando que ela atacasse. Arquia já estava arfando, mesmo assim decidiu que não iria parar. Se ajeitou ficando em uma posição melhor pronta para continuar o combate. Então atacou usando a espada e a adaga. Assim como o primeiro golpe ele desviou dos outros com uma rapidez invejável. Arquia quase não conseguia o ver. Aquilo a estava cansando mais rápido que o normal. Decidiu dá um golpe de sorte. O golpeou novamente com a espada, ele desviou para o lado. Acreditando que ela não o atingiria. Então no momento que ele se aproximou de sua outra mão ela aumentou a velocidade e atacou com adaga, ela viu seus olhos se arregalar em surpresa. Sua intenção era corta a garganta dele, mas a criatura foi mais rápida e desviou se afastando, aumentando o espaço entre os dois.

– Uma pena que errou... – mas antes que pudesse terminar sua frase, uma linha vermelha se formou em uma de suas maças do rosto.

– Sim... uma pena – respirar estava se tornando difícil.

– Humana imunda! – Arquia viu a fúria distorcer o sorriso da criatura o tornando mais grotesco. Por fora ele parecia o mesmo, mas ao olhar em suas orbes negras a morena sabia que algo tinha mudado.

– Vou faze-la agonizar de dor! – vociferou as últimas ameaças, com uma voz que parecia os gracejos de corvos.

Arquia viu sombras aparecer no braço da criatura, como uma fogueira se acedendo. Colocou a espada na frente do corpo a segurando com as duas mãos descartando a adaga e se preparou para o golpe que ela tinha certeza que viria. O General estreitou os olhos e sumiu. Antes que Arquia se virasse para poder procura-lo, sentiu o cheiro de ferro passar por ela, e ao mesmo tempo sentiu uma dor que era como gelo em brasas.  E percebeu que a dor vinha de suas costas, o sague jorrou como se fosse uma fonte. Trincou o maxilar. Selou seus lábios. Se ela o abrisse poderia não segurar o grito que queria sair. Viu seu sangue se derramar no chão escorrendo pelo seu corpo. Ao se virar, viu a fera com uma espada em mãos que emanava sombras. Arquia recou se afastando. Tinha que resistir o máximo possível. Mesmo sabendo o que estava por vir, ela não fugiria. Decidiu a muito tempo que se fosse para perecer, que seria lutando. Se preparou, sua visão estava turva, semicerrou os olhos para poder focar as imagens a sua frente.

O general levantou a espada e com um sorriso de malícia cortou o ar com ela uma, duas, na terceira vez ele sumiu, aparecendo bem na sua frente, a morena o seguiu com os olhos, mas seu corpo não mais conseguia reagir a tempo. Então mais uma dor. Ele a golpeou de cima a baixo, da clavícula até o quadril, Arquia viu mais uma vez seu sague espirrar para fora de si. Trincou o maxilar com mais força enquanto o sangue jorrava de seus dois ferimentos. O gosto de sangue se fez presente dentro da sua boca. Não pensou, apenas seguiu seu instinto e tentou correr. Se afastar dele o máximo possível, tentar pensar em uma estratégia que poderia lhe ajudar em uma possível vitória. No entanto antes de se mover sentiu de novo aquela dor. A espada longa e de folha larga tinha atravessado seu abdome até a suas costas. Ele estava na sua frente segurando o cabo da espada. Arquia segurou a lamina com uma das mãos tentando inutilmente tira-la de si, mas ao fazer força sua mão começou a tremer.

– Você é bem persistente e eu gosto disso – uma sombra apareçam em seus olhos - Por isso vou tira-la para você.

Arquia viu aqueles lábios cruéis esboçar um sorriso, então ele a chutou e ao mesmo tempo retirou sua espada com brutalidade. O golpe foi tão forte que fez a morena voar por um tempo até atingir o chão rolando. Tentou se levantar mais o máximo que conseguiu foi se virar e deitar de costas no chão. Arfava dolorosamente. Enquanto respirava sentia como se tivesse vidro em seus pulmões. Sentia todo o seu corpo doendo, parecia que todos os seus ossos estavam quebrados. E a morena não duvidava que estivessem mesmo.

– Parece que acabou! – sentiu o frio cortante da ponta da espada encostar na sua garganta. Tentou reagir, mas não conseguia mexer um musculo, não tinha mais uma espada e nem sabia onde ela estava – Se eu cortasse sua garganta seu sofrimento acabaria. Não é? – A fera tirou a lamina, se agachou ao seu lado, e bruscamente enfiou a mão em seu peito. Ela trincou os dentes. A morena sentiu a mão dele em volta de seu coração. E sem um aviso ele o apertou. Arquia não conseguiu conter o grito que atravessou sua garganta e saiu de sua boca.

– Esmagar seu coração também seria uma bela forma de acabar com o seu sofrimento – ele aproximou seu rosto do ouvido dela e sussurrou – Mas não vou – e tirou bem devagar a sua mão do ferimento, e saboreou cada expressão de dor de Arquia, mesmo dessa vez ela tendo aguentando os gritos que queria sair. Se levantou sacodindo o sangue das mãos.

– Aproveite seu último momento nesse mundo humana, em uma dor agoniante e lenta – gargalhou com divertimento, se afastou e caminhou até sumir de repente.

Arquia virou o rosto, e ao ver que a direção que ele seguiu era diferente de onde Nefera estava. Sorriu aliviada. Olhou para o céu. Estava completamente estrelado, brilhando. Arquia lembrou que as vezes a loira olhava para o céu estrelado, via solidão em seus olhos, mas as vezes via um pequeno sorriso em seus lábios. Um dia a morena decidiu saber por que ela tanto olhava as estrelas.

– O que acha de tão interessante nessas estrelas? – a loira estava sentada. O lugar onde estavam era em campo aberto. Mas ao se virar demonstrou uma expressão surpresa, baixou os olhos, passando as mãos na grama no chão.

– Quando eu era criança meu pai me ensinou sobre as constelações. Onde ficavam. Todas as noites ele me contava histórias sobre cada uma. E essas lembranças vem a mim quando vejo elas. As estrelas me fazem me sentir próxima dele – a loira encarou Arquia e sorriu de leve, um sorriso de tristeza. A morena sentiu aquela pontada de novo – Ele também me contou que as estrelas estão aqui para iluminar nossos caminhos, quando estamos perdidos. Mas não podemos depender delas para sempre. – a morena levantou o cenho em entendimento e surpresa. Se virou e encarou o céu. Arquia estava perdida a muito tempo, com frequência procurava conforto nas estrelas, pois sempre caminhou no escuro.

– Me conte sobre as estrelas. As histórias que seu pai te contou. Quero saber – Arquia queria saber mais sobre a loira mesmo que fosse pouco ou quase nada.

– É claro! – a loira apontava para as constelações, dizia seus nomes e contava alegre com brilho nos olhos as histórias por trás de cada constelação. E Arquia apenas observava admirando-a, e de certa forma feliz por ver que a loira estava se divertindo.

Quem diria que seu fim seria assim. Com ela em mente. Lembrando de seus sorrisos. De seus lábios gentis. De seus breves momentos juntas. Seu peito doeu, como se a criatura ainda estivesse apertando seu coração. Suspirou, talvez pela última vez. Arquia não sabia o porquê disso, de sentir dor ao pensar que não poderá mais vela. Aos poucos seu corpo ia ficando dormente. Suas pálpebras estavam começando a pesar, era o sono da morte chamando ela, e Arquia deixou-se levar. Seus olhos já estavam se fechando quando viu um vulto se aproximar. Depois tudo escureceu.

>>><<< 

Joshua estava em sua barraca. Sentando em uma mesa escrevia em um caderno. Um diário. Ele sempre começava seus relatos com meu anjo, era o apelido carioso de sua filha. O diário foi uma forma que ele usou de tentar superar a morte dela. Quando o dia acabava ele sempre escrevia no caderno, coisas triviais. Assim que terminou, decidiu dá uma volta pelo acampamento. Saiu de sua barraca. Já do lado de fora, tinha várias barracas, mas ao olhar para cima era possível se ver seis bandeiras, uma longe da outra, cada bandeira era um acampamento diferente, cinco bandeiras eram dos reinos a sexta era a da igreja. Claro Joshua estava na parte de Cinéreo. Colocou seus pés para andar. Quando viu um de seus homens correndo em sua direção. Ele se aproximou ofegante.

– Senhor... Um dos batedores... encontramos duas pessoas, uma está quase morrendo e a outra está desmaiada!

– E? – olhou interrogativo para o seu soldado, pois sabia que ele não podia ter ido até ali apenas por isso.

– A Igreja... – engoliu a seco antes de dizer – ...quer a garota que está morrendo - O capitão franziu o cenho.

– Porque? – porque eles iriam querer um moribundo? A não ser que fosse um deles.

– Não sei senhor. Mas assim que chegamos com elas no acampamento e a colocamos em uma tenda... Um padre veio dizendo que tínhamos que dá-la a ele. Não sabemos o que fazer – Joshua suspirou

– Mostre o caminho até a tenda – tinha que ver o que estava acontecendo

Ao chegar no local, viu dois soldados na entrada da tenda e de frente para eles um padre vestindo uma batina branca com detalhes vermelhos. E atrás dele um garoto com porte de um soldado, vestindo roupas pretas com detalhes em vermelho, calças, camiseta e uma capa com capuz, seu cabelo era alaranjando. Já tinha ouvido falar desses jovens. O que significava apenas uma coisa. Assim que o padre se virou Joshua o reconheceu. Era um dos Nove Peões.

– Augustos. O que deseja? – o homem esboçou um sorriso que não chegou até Joshua.

– Vim pegar o que me pertence Comandante. Mas seus homens estão dificultando isso. E pelo o que eu escutei ela está morrendo, e vocês não tem pessoal capaz de trata-la – Joshua sabia que se era pessoal deles não podia fazer nada.

– Abram caminho – falou se dirigindo aos seus homens. O padre sorriu em agradecimento e se dirigiu até a barraca.

O capitão entrou, queria ver quem era. Dentro havia duas camas, perto da entrada tinha uma mulher de madeixas loiras, não tinha nenhum ferimento, mas tinha as vestes sujas de algo negro. O capital ponderou se poderia ser sangue de crool, no entanto deixou isso para depois por enquanto. O padre foi em direção a outra cama. Quando os olhos de Joshua bateram nela, ele ficou sem ar. Cabelos negros e curtos, suas feições era mais madura, no entanto ele nunca a esqueceria, pois mesmo que alguns dissesse que ela se parecia com ele o homem sempre viu a mãe da garota nela. Antes de perceber já estava perto da cama, segurando braço do padre.

– Não vai leva-la! – sua voz era rouca e saiu em tom de ameaça – explique-se! – sua voz estava alta, quase em um grito.

– Se me impedir de leva-la agora. Ela vai morrer – o Comandante arregalou os olhos – só eu posso salva-la – falou desafiando-a a dizer o contrário. O Comandante soltou o braço dele, seus olhos murcharam ao ver mais uma vez a morena na sua frente. Ela estava pálida e com ferimento graves.

– O que houve? – soltou o braço do Padre.

– Quem sabe? Amir, peguei-a e leve para o nosso acampamento – o garoto a pegou no colo e sumiu. Joshua sentia-se fraco por não poder fazer nada por ela e isso o deixava com raiva, mas sabia que não poderia fazer nada.

– Vou busca-la quando terminar – falou mirando-o em tom de aviso

– É claro. Se ela quiser vir com você. Se lembra do que fez não é Joshua? – o olhou com malícia – Porque eu lhe garanto que ela não se esqueceu - sumiu pela entrada e deixou Joshua sozinho perdidos em seus pensamento.

 



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