História MITW genetica - Mais um longo dia

P.O.V Matheus

Depois de todo o ocorrido na frente da escola, Erik e eu entramos na escola e fomos para a nossa sala de aula. Sentei em minha cadeira e peguei o livro de história no meu armário - Os armários ficavam na sala mesmo -, que seria a primeira aula do dia. Assim que sentei em minha cadeira, o professor entrou na sala e, magicamente, todos ficaram em silêncio.

Professor - Bom dia, alunos. Abram seus livros na página 198 para continuarmos o conteúdo da semana passada. Façam uma leitura silenciosa que logo irei explicar. - O professor falou e se sentou.

Obedeci, abrindo o livro em tal página e começando a ler. Seria uma looonga aula...

( Quebra de tempo - Intervalo )

Assim que o sinal para o intervalo tocou, todos se levantaram de suas cadeiras e saíram da sala. Enquanto eu andava no corredor principal, indo para a cantina, vi a Isa na entrada da escola. Estranhei, pois não era para ela estar aqui.

Matheus - Isa? - Fui até ela e a mesma se virou para mim, sorrindo.

Isa - Matheus, vamos embora... Já falei com a diretora e ela te liberou das outras aulas por hoje - Sorriu.

Matheus - Ok... - Estranhei, mas segui Isa até o carro, onde eu entrei no banco de trás e ela no banco do motorista, dirigindo por ruas familiares para mim. Quando paramos, percebo que estávamos na frente do hospital, não sei porque.

Quando saímos, sentamos em duas das cadeiras da recepção. Depois de algum tempo, o médico veio até a recepção.

Médico - Matheus...?

Isa - Estamos aqui - Isa se levantou e eu repeti seu gesto.

Médico - Me sigam... - O médico falou e o seguimos até o consultório.

Quando chegamos, o médico se sentou em sua cadeira/poltrona e Isa e eu nos sentamos nas nossas.

Médico - O que houve com o Matheus? - Olhou para nós, com um pequeno sorriso no rosto.

Isa - O Matheus foi diagnosticado com esquizofrenia a algumas semanas atrás, mas nenhum remédio foi passado pra controlá-lo.

Levantei da cadeira bruscamente, chocado.

Matheus - Eu tenho o que?! - Quase gritei dentro do consultório.

Médico - Matheus, nós descobrimos que você tem alguns disturbios mentais durante o tempo que você passou aqui no hospital...

Fiquei com raiva. Porque diabos eu tinha isso?!

O sentimento de raiva sobe minha cabeça e vou na direção do médico, começando a bater nele com violência. Assustado, o mesmo tentava bloquear os meus tapas. Isa me puxou de repente e tentou me prender, enquanto o médico chamava alguns  enfermeiros, que me seguraram. Eu apenas me debatia, os membros do meu corpo começavam a ficar doloridos por causa do esforço. Assim que um dos enfermeiros injetou um líquido tranquilizante em mim, senti meus olhos se fechando e uma vontade enorme de me desligar um pouco do que estava ao meu redor.
Em poucos segundos, eu havia adormecido.

P.O.V Isa

Depois do surto do Matheus, os enfermeiros o amarraram em uma cama e o deixaram lá, dormindo.
Me dá pena ver essa situação tão ruim, mas é o jeito...

P.O.V Luan

Luan - E foi isso o que aconteceu, mãe... - Suspirei, terminando de limpar minhas lágrimas.

Ketty - Entendi... Mas Luan, você não sabe que ele está doente? - Me olhou, preocupada.

Luan - Mas ele me prometeu que ficaria comigo, mãe! - Fiquei com raiva. Sério que minha mãe iria defender ele?!

Ketty - Luan, você sabe muito bem que o Luan está alterado! Eu sei que é difícil, mas entenda ele--

Luan - Chega, mãe. Não quero ouvir mais nada - Me levantei de minha poltrona e fui até o meu quarto, fechando a porta e deitando na cama, respirando fundo.

Pac - Luan... - Pac apareceu ao meu lado, o que me deu um susto.

Luan - Ah, é você... - Me sentei na cama.

Pac - Você deveria escutar a sua mãe, Luan... - Suspirou.

Luan - Ah não, até você, Pac?! - Bufei.

Pac - Ela está coberta de razão, Luan. Você deve entender que o Matheus está fora de si... Não é a mesma pessoa... - Se sentou do meu lado - Luan, se você o ama, o que você deve fazer agora é apenas tentar ajudar essa fase difícil do Matheus...

Luan - Eu não consigo esquecer o que ele falou, Pac - O encarei - Aquilo doeu muito em mim...

Pac - Preciso ir agora... É melhor você ir descansar, hoje foi um dia longo pra você... - Falou e, num piscar de olhos, sumiu.

Troquei de roupa, vestindo uma camisa listrada verde com branco e uma bermuda jeans azul-ciano, junto com meus tênis. Limpei as lentes dos meus óculos e o coloquei no rosto, indo até a sala e pegando a chave da porta.

Eu precisava de um tempo pra mim para tentar esquecer um pouco essa dor.

Saí de casa e fechei a porta, caminhando pela calçada até um bar que havia perto dalí. Assim que entrei, fui direto para o balcão.

Luan - O que você tem de mais forte aí? - Perguntei ao barman, que sorriu para mim.

Barman - Olha, eu tenho Whisky, Vodka, Tequila...

Luan - Me veja uma garrafa de whisky, por favor - Pedi. Eu não tava com a mínima paciência para ouvir nada.

Barman - Tudo bem... - Ele se virou e logo pôs uma garrafa de whisky e um copinho para mim, abrindo a rolha da garrafa e indo atender outro cliente.

Peguei a garrafa de Whisky e enchi o copinho, tomando em um só gole. Repeti várias e várias vezes o gesto. A bebida causava a sensação de que minha garganta estava sendo rasgada, mas não me importei, pois a dor em meu peito era maior ainda.

( Quebra de tempo )

Depois de esvaziar uma garrafa de whisky e outra de tequila, saí do bar já  bêbado. Estava de noite, a mamãe devia estar preocupada com meu sumiço, então achei melhor voltar para casa.

Assim que cheguei em um cruzamento, vi que o sinal estava verde, mas nenhum carro estava passando. Então, resolvi atravessar.

Tudo o que eu vi depois foram dois faróis vindo em alta velocidade em minha direção e um grito.

E tudo escureceu...

~//~

Acordei em uma cama de hospital. Minha cabeça estava dolorida e eu sentia uma dor infernal em meu corpo. Quando olhei para o lado, vi que havia mais uma cama no quarto. Sorri, afinal eu teria uma companhia.

A porta se abre, e um dos médicos entra.

Mas o que me chama a atenção é a sua companhia

A última pessoa que eu queria ver hoje...

Luan - Matheus...