História Mitw- How I Met Your Father... - "Because You Care SO MUCH, Don't You?"

– Crianças, minha história com seu tio Jv foi bem atribulada. Antes de conhecê-lo eu era alguém muito problemático. A vida muitas vezes nos machuca e nos mostra o pior de algumas pessoas, mas às vezes, só às vezes, ela nos mostra o melhor de outras... – Batista diz e Jv sorri pra ele. – Porém, diferentemente do que nós vemos nos livros, nas séries e nos filmes (N/A: E nas fanfics), se apaixonar por alguém não é tão fácil de acontecer... É preciso muito tempo pra se construir uma relação duradoura e confiável... E eu pude testar a teoria na prática... – Ele diz e todos na sala riem após se lembrar do que ele estava falando – Brincadeiras a parte, seu tio Jv estava destruído com tudo que havia acontecido. E eu fui o único em que ele confiou na hora que ele mais precisava...

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Eu estava no meu quarto descansando. Mais uma noite mal dormida por causa dos meus pesadelos... Essa vida está cada vez mais fudida pra mim e eu nem sequer tenho a coragem de acabar logo com isso...

Então eu ouço um barulho vindo da porta, Jv havia chegado de algum lugar que ele vinha vindo...

Havia se passado uma semana desde que o Mike saiu do hospital. Ele ainda estava cego, e cada vez mais desesperançoso sobre recuperar a visão... Felps e ele foram várias vezes ao hospital pra tentar tratamentos alternativos contra a cegueira... Mike estava um pouco obcecado com a falta de visão...

Felps e Cellbit continuaram na mesma. Esses dois mais se alfinetam do que conversam civilizadamente. Eu não sei o que há entre eles, mas eu sei que essa lenga-lenga já está me dando no saco. Qualquer dia desses eu mando todos eles tomarem no cu e vou embora...

Pac e Mike parecem estar em pé de guerra. De vez em quando eles se tratam como gente, mas a maioria das vezes só tem patada, e enquanto isso Thomas tenta apaziguar as brigas deles... Ele é um anjinho... Ninguém me conta nada do que está acontecendo, mas eu não me importo, então foda-se...

Mike tem dormido com o Felps que parece ter virado o melhor amigo dele do dia pra noite, em contra partida o Pac e o Cellbit também estão bem amiguinhos. Acho que ambos se juntaram pra falar mal do Mike e do Felps... Quem me dera esses fossem os meus problemas... Há coisas bem maiores pra eu me preocupar...

Mais uma vez Jv nem fala comigo. Antes do que aconteceu com o Mike, Jv sempre tentava fazer amizade comigo... Eu não dava muita bola, mas depois que ele parou eu sinto que ele estava realmente mal...

– Jv... Como você está? – Eu pergunto e eu vejo ele me encarar tristemente.

– Eu to bem... – De novo...

Sempre que eu perguntava sobre como ele estava se sentindo as respostas eram as mesmas: “Estou bem”, “não há nada de errado comigo”, “Eu estou legal, Batista”... Sempre o mesmo papo furado...

Na verdade nem sei por que estou me importando! Ele não é meu amigo. Só me arrastou pra essa confusão... Ele que fique triste e deprimido no canto dele. Eu to fora dessa confusão...

Logo Jv segue para o banheiro e toma um banho. Enquanto isso eu acabei não conseguindo mais dormir. Eu fiquei me perguntando sobre o que estava acontecendo com ele... Mas sabia que eu não conseguiria respostas ao menos que eu fosse atrás.

“Droga Jv! Eu só queria dormir e você fica nos meus pensamentos...” – Eu penso enquanto desisto de dormir...

Eu me levanto da cama e pego meu moletom, estava um pouco frio lá fora e eu resolvo colocar o meu capuz vermelho.

“O primeiro que me chamar de chapeuzinho vai levar porrada...” – Eu penso e fecho a porta.

Hora de começar a minha investigação...

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– Tio Batista por que você ficou tão intrigado com o que o tio Jv fazia? – Julie pergunta interrompendo batista.

– Bem, Julie, quando eu era mais novo eu era muito curioso. Não saber sobre uma confusão me deixava muito encucado, mas depois do que aconteceu comigo eu acabei afastando tudo que me recordava do meu eu do passado, porém, após conhecer o Jv, esse meu lado foi, aos poucos, voltando... Por isso ficar sem saber o que aconteceu com o Jv me deixou intrigado... – Batista diz explicando para Julie que assente com a cabeça.

– Mas pais, por que vocês brigaram? – Dominick pergunta pra Pac e Mike que se entreolham.

– Olha, crianças, como seu tio batista disse: se apaixonar por alguém não é tão fácil de acontecer. Seu pai e eu tivemos alguns problemas durante nosso relacionamento. O problema era que agora a visão dele, ou melhor, a falta dela, era o que nos causava alguns problemas... Seu pai sempre foi um cabeça dura, mas durante esse tempo ele também estava emocionalmente instável... Ficar cego nunca é fácil pra ninguém...

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Já faziam alguns dias desde que Mike saira do hospital. Desde a nossa briga eu tenho tentado me reaproximar dele, mas ele também não colabora...

Felps, por outro lado, parece ter se tornado o melhor amigo dele... Sempre do lado dele, ajudando, ficando perto, levando até as salas, fazendo as coisas que EU deveria fazer... Ciúmes? Eu?

Sei lá... Depois da experiência do Cellbit eu achava melhor nenhum de nós ficarmos andando com ele... Não sei o que Mike viu nele pra ficar por perto...

Desde que brigamos Mike não dorme mais no quarto... Ele fica com o Felps o tempo todo. Tenho até medo de imaginar o que se passa naquele quarto...

O problema de verdade é que o meu quarto, outrora meu e do Mike, agora está vazio... Por um lado é legal, eu juntei as camas, então tem bastante espaço, Fico no banheiro o tempo que eu quiser e posso ficar com a tv ligada até o horário que eu quiser (Mike não gostava de barulho na hora de dormir, diferente de mim que sempre dormi com a tv ligada), mas por outro lado é uma droga... A presença do Mike me faz falta... As piadas, os comentários sarcásticos, até mesmo o simples som d’ele respirando já dava uma cor diferente ao quarto... Sem ele o quarto parece mais... Cinza...

Eu suspiro e me levanto do quarto, Mike mais vez estava longe...

Eu decido ir pra biblioteca, quem sabe um pouco da calmaria daquele deserto seja o que eu preciso...

Eu abro a porta e acabo esbarrando em, advinha quem, o próprio Mike... Então ele acaba caindo no chão e me levando junto.

– Ai desculpa Mike, eu não te vi aí... – Eu digo e me levanto.

– E depois o cego sou eu... –Ele diz e eu percebo que ele estava com um óculos escuro.

– Mike, desde quando você tem esses óculos? – Eu pergunto e o ajudo a levantar.

– Felps me deu... Achou que era melhor que ver os outros me olhando com peninha... – Ele diz e eu reviro os olhos ao ouvir o nome dele.

Entramos novamente no quarto e ele se solta da minha mão.

–O que foi? – Eu pergunto e ele se vira pra mim.

– Eu consigo andar dentro do meu quarto, obrigado... – Ele diz e eu franzo o cenho.

– Como soube que já havíamos entrado?

– Eu senti a mudança de temperatura. Dentro do quarto está mais quente que lá fora. – Ele diz e tateia a escrivaninha a sua direita – Vantagens de ser cego... – Ele diz e tenta andar pelo quarto, mas acaba tropeçando e caindo.

Eu tento ajudar ele, mas o mesmo empurra a minha mão e se levanta sozinho.

– Eu consigo sozinho... – Ele diz e se levanta, mesmo comigo tentando ajudá-lo.

– Mike, pelo amor de Deus, me deixa te ajudar... Você está deficiente cara... Não pode achar que é o superhomem! – Eu digo e ele desvia o olhar.

– Eu vou recuperar a minha visão, pac... Eu não quero ajuda! – Ele diz e eleva a voz.

– Mike, isso já não é mais medicina! Já virou obsessão! Já não acha que está na hora de parar? – Eu digo e ele derruba um pote que guardava lápis no chão.

–Essa é exatamente a hora de NÃO parar! Eu não estou melhorando! – Ele diz e soca a escrivaninha – A vida sem enxergar é... – Ele pausa e suspira.

– Ainda é uma vida... Há outras coisas que podem dar sentido à sua vida – Eu digo e ele me encara.

– Tipo o quê?  Você? – Ele diz friamente e eu arregalo os olhos.

– Essa é a parte que você se arrepende... – Eu digo e ele cerra os olhos.

– Essa é a parte que eu vou embora... – Ele diz e eu sinto o meu coração apertar.

– Tudo bem... Eu não aguento ver você fazendo isso com você mesmo... – Eu digo e ele levanta uma das sobrancelhas.

– É difícil pra você?

– Isso mesmo... Quebra o meu coração ver você desse jeito...

– Não fique sentindo pena de mim...

– Eu não estou fazendo isso...

– Ah é? E o que está fazendo aqui me ajudando como se fossemos melhores amigo? Não fomos melhores amigos, Pac, mas você gosta mesmo de uma história triste, não? É isso que eu sou pra você agora? “Pobre Mikhael, um caso de caridade. Enfim precisa de mim. Outra escória da humanidade pra eu trabalhar. Conserte-o e mande-o de volta ao mundo com o coração feliz”. Porque você se importa TANTO, não é?! – Ele diz e eu negativo com a cabeça enquanto ele pega o que veio pegar no quarto e sai batendo a porta com força.

Eu, já sem forças, começo a chorar no canto do quarto até que ouço a porta se abrir.

– Pac eu tenho que te contar uma coisa... Pac?! O que houve? – Cellbit aparece e vem na minha porta e vem na minha direção me abraçando.

– Cell... Ele me odeia... – Eu digo com a voz chorosa.

– Quem? Quem te odeia?

–O M-Mike... Ele veio aqui no quarto e me disse coisas horríveis... Eu não aguento isso Cell... Eu não aguento... – Eu digo e continuo chorando no ombro dele...

– Pac...

#BUTTERFLY EFFECT#