– Crianças, uma história tem sempre mais de um lado... Vocês acabaram de ouvir apenas um lado da história toda. Agora é a hora de vocês ouvirem o outro lado... Existe uma coisa chamada de Efeito Borboleta... Esse efeito descreve que uma única minúscula alteração no passado pode causar uma cadeia de eventos que são capazes de alterar o futuro de maneira catastrófica... E depois de alguns anos eu pude perceber toda a cadeia de eventos que isso causou... Eu pude rastrear tudo até aquela semana... A semana em que eu e Pac havíamos brigado... Nessa última semana eu havia ido em todos os tipos de médicos pra tentar recuperar a minha visão... Ficar daquela maneira era um horror... E tudo começou com uma única notícia...
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– Mikhael, o seu estado de saúde continua o mesmo... De acordo com os exames a sua visão ainda não melhorou... Não detectamos nenhuma mudança no seu córtex visual primário... – O médico responsável por mim, Doutor Marcol diz me fazendo arregalar os olhos.
– Mas doutor, você havia me dito que isso poderia ser temporário! Disse que as chances de eu voltar a enxergar eram boas! Por que não estou melhorando? – Eu digo colocando as mãos em frente ao me rosto.
– Mikhael, nós fizemos os exames corretamente... Não sei por que isso está acontecendo, mas... – Ele se interrompe.
– Mas? – Eu completo.
– Olha, há a possibilidade de ser algo psicológico... – Ele diz e eu franzo o cenho.
– Psicológico? Mas como pode ser psicológico?
– Mikhael, o cérebro é uma máquina poderosa... Controla todas as funções do corpo... Se houver algo errado no seu psicológico é possível que esteja causando um atraso ou até mesmo uma interrupção na sua melhora... – O Doutor Marcol diz e eu suspiro com a mão no rosto.
– O que eu devo fazer doutor? – Eu digo e eu ouço o barulho de ele escrevendo algo.
– Você poderia tentar falar com um psicólogo... Se minha suposição estiver certa, tirar essa bagagem emocional que você tem pode ajudar... Não custa tentar... – Ele diz e coloca o papel na minha mão.
– Tudo bem... – Eu engulo em seco – Doutor? – Eu o chamo.
– Sim?
– Se não for isso... O senhor acha que eu terei chance de recuperar a visão? – Eu pergunto e ele suspira.
– Há um limite pra tudo garoto... Até mesmo para a medicina... Se não for isso... Eu não sei o que mais poderia ser... – Ele diz e sai da sala.
Eu pego as minhas coisas e saio do quarto... Felps aparece do meu lado.
– E então Mike... Como foi? – Ele diz com a voz preocupada.
Desde que briguei com Pac, Felps tem me acompanhado pra todos os exames e para as fisioterapias...
– Felps... – Eu sinto meus olhos marejarem e o ar faltar, e então eu sinto os braços de Felps ao meu redor num abraço cujo qual eu me entreguei sem pestanejar.
– Fica calmo Mike... Vai dar tudo certo... – Ele dizia e eu continuava chorando.
– Não, não vai... O médico disse que se isso não funcionasse, ele não tinha mais ideias... – Eu digo e entrego o papel para Felps.
– Doutora Harley, psicóloga... Espera, por que estão te encaminhando para uma psicóloga? – Ele pergunta e eu seco as minhas lágrimas.
– O doutor Marcol acredita que talvez haja a chance de que a causa da minha aparente falta de melhora ser psicológica... Ele me recomendou ir num psicólogo pra tentar tirar essa bagagem emocional e ver se isso ajuda na minha recuperação... – Eu digo e ele me ajuda a andar colocando a minha mão no ombro dele.
– Entendi... Vamos marcar então... – Ele diz e eu paro de andar – Qual o problema, Mike? – Ele pergunta e eu encaro o chão.
– Por que me ajuda tanto, Felps? – Eu digo e ele fica em silêncio.
– Mike, você precisa de ajuda, e eu estou te ajudando... Só isso... Você é meu amigo e eu gosto de você... – Ele diz e coloca a mão no meu ombro – Eu me importo com você, Mike... Por isso te ajudo... – Ele diz e eu desvio o olhar.
– O Pac também me ajudava... Mas agora ele não está mais aqui... – Eu digo e ele fica em silêncio.
– Se ele não está aqui agora é porque ele não se importava de verdade... – Ele diz e eu arregalo os olhos.
– M-Mas...
– Pensa só Mike. Se ele se importa tanto, onde ele está? Por que não veio te ver em nenhum dos exames e nem sequer pergunta como você está? Vocês vêm brigando por toda essa semana. Ele e Cellbit se juntaram pra falar mal de mim e agora de você também... Aquele loirinho com certeza fica fazendo a cabeça dele... – Ele diz com um tom raivoso.
– Mas Felps... A gente passou por várias coisas ruins juntos... Você acha que isso tudo foi falso? – Eu digo e ele fica em silêncio.
– Eu não sei... Não acho bom tirarmos conclusões precipitadas... Vamos apenas seguir em frente... Se ele se importasse eu não precisaria estar aqui com você, não acha? – Ele diz e eu sou obrigado a concordar... – Venha... Vamos voltar... – Ele diz e me guia até o internato...
Logo após chegarmos no internato eu já consigo ouvir os cochichos das pessoas a minha volta... Eles não disfarçam muito bem.
“Caramba, aquele alí não é o Mikhael?”
“O moreno bonitinho? Acho que sim... O que houve com ele?”
“Dizem que ele tentou se matar, mas nem isso conseguiu... E acabou ficando cego...”
“É, minha amiga disse que ele já está assim há uma semana... Nem sei como ele ainda está estudando aqui... Duvido que ainda consiga ler e escrever...”
“Acho que ele não consegue nem limpar a própria bunda se bobear...”
“Acho que ele deveria sair do colégio... Se ficarmos com alguém assim vai acabar sujando o nome do colégio...”
Eu acabo não aguentando os comentários dos outros e começo a chorar. Felps percebe e me leva rapidamente até o quarto... Entramos tão rapidamente que nos esquecemos de fechar a porta.
– Fica calmo Mike... Vai dar tudo certo... Eles não sabem do que estão falando... – Felps diz tentando me acalmar.
– AQUELES DESGRAÇADOS! EU VOU ACABAR COM A RAÇA DELES! – Eu digo cheio de fúria... Felps me abraça de lado e eu sinto um calor no meu corpo.
– Fica calmo Mike... Você não está sozinho nisso, ok? Eu estou aqui com você... – Ele diz e se levanta – Isso me lembra... Eu tenho um presente pra você... – Ele diz e eu o encaro curioso – Isso deve parar de fazer as pessoas te olharem estranho... – Ele diz e vai até o guarda-roupa dele.
Ele se senta ao meu lado da cama e retira os meus óculos, logo eu o sinto colocando-os de volta.
– Por que retirou e recolocou os meus óculos? – Eu pergunto e ele ri.
– Não são os mesmos óculos, Mike... Esses são óculos escuros... Assim as pessoas não vão ficar te olhando estranhamente... Deve ajudar com os comentários... – Ele diz e eu sinto os meus olhos marejarem.
– Você realmente gastou esse dinheiro comigo... Só pra me ajudar? – Eu digo e ele ri.
– É claro! Eu já disse Mike... Você não está sozinho nessa... – Ele diz eu sorrio pra ele.
– Muito obrigado Felps... Você é um anjo da guarda... – Eu digo e ele ri.
– Agora vamos... Temos que comer alguma coisa... – Ele diz e se levanta me ajudando a levantar em seguida.
Mas por algum motivo Felps acaba tropeçando e cai, mas como eu estava segurando nele acabei perdendo o equilíbrio e caí por cima dele...
Eu senti o meu coração bater mais rápido... Eu podia sentir a respiração de Felps bater no meu rosto... Eu só consegui sentir ele se aproximando e por fim colando os lábios dele nos meus...
Foi um beijo muito calmo... Nossas linguas e nossos lábios trabalhavam sem pressa, apenas aproveitando um ao outro...
Com o tempo, a cabeça dele acaba cansando e vai lentamente se abaixando, mas eu não deixo o nosso beijo acabar e desço junto com ele...
O ar nos faz falta e enfim nos separamos... E com isso eu percebo a burrada que fiz...
– Ai... Ai meu Deus! Ai Felps... Me... Me desculpa! Eu não posso fazer isso... – Eu digo e me levanto rapidamente. Eu tinha que sair daquele quarto.
– MIKE ESPERA! – Ele diz, mas já era tarde demais... Eu já saí correndo pra qualquer direção... Não queria me encontrar com ninguém...
Mas nada é como nós queremos...
Eu de repente sinto alguém esbarrando em mim me fazendo cair.
–Ai desculpa Mike, eu não te vi aí... – Eu ouço a voz do Pac...
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– E o resto vocês já sabem... – Mike diz e Julie levanta a mão.
– Papai, mas e o tio Cellbit? O que ele ia contar? – Julie pergunta e Cellbit se prontifica.
– Bem, eu e Thomas havíamos ficado de olho no Felps e no seu pai durante essa semana... Eu tinha certeza de que o Felps estava tentando atrair o Mike assim como ele fez comigo... E eu queria provar isso pro Pac de qualquer jeito...
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– Olha lá Thomas... Eles chegaram... – Eu digo vendo Mike Felps aparecendo pela porta do colégio...
– Estou vendo... Você não acha que está exagerando, Cell? – Thomas diz e eu abano a mão pra ele.
– Para de falar abobrinha... Estou perfeitamente são do que eu estou fazendo. Agora fica quieto enquanto eu estou espionando os dois... – Eu digo e volto a olhar pelo binóculo que comprei pela internet.
Então eu vejo Mike começar a lacrimejar e ele e Felps correm na direção do quarto deles.
– Droga! Vem Thomas, vamos perdê-los... – Eu digo e puxo Thomas pra irmos correndo.
– Ai espera aí Cellbit! – Ele diz, mas eu ignoro...
Corremos até uma parte onde a porta o quarto ficava visível... Felizmente eles acabaram se esquecendo de fechar a porta e deu pra ver tudo o que acontecia lá dentro.
–Ahá! A sorte está do nosso lado... – Eu digo e começo a vigiá-los.
– O que você está vendo Cell? – Thomas me pergunta e eu continuo a vê-los.
– Felps acabou de dar um óculos novo pro Mike... Ah ele gosta de dar presentes pros outros, né? Tô de olho Felps...
– Mas isso não é o suficiente pra provar a sua teoria Cell... – Thomas diz com ar autoritário.
Era verdade, não dava pra provar só com isso...
Mas mais uma vez a sorte estava ao meu favor...
– E que tal isso? – Eu digo e mostro o binóculo pro Thomas que começa a ver Mike e Felps se beijando.
– Puta que pariu! Você estava certo! – Ele diz e me olha enquanto eu ostentava um sorriso de orgulho.
– É claro que eu estava... Agora eu só preciso contar o que vimos pro Pac... – Eu digo e Thomas continua olhando pelo binóculo. – Thomas... Vamos... – Eu digo e ele franze o cenho.
– O Mike saiu correndo! Olha... – Ele diz e me entrega o binóculo.
Mike havia acabado de correr pelos corredores e havia esbarrado no Pac que saia do quarto naquele exato instante.
– Ai merda... Temos que ir... – Eu digo e saímos correndo de lá...
Infelizmente o sinal havia batido e as turmas saiam das salas com pressa. O fluxo de pessoas fazia com que fosse difícil atravessar os corredores.
Quando eu finalmente cheguei pude ver Pac no chão chorando.
– Pac eu tenho que te contar uma coisa... Pac?! O que houve? – Eu digo e vou na direção dele...
Pac estava acabado no chão. As lágrimas se manisfetavam de maneira contínua o impedindo de falar coisa com coisa...
Quando ele finalmente se acalmou um pouco eu pude ouvir o que ele tinha a dizer.
– Cell... Ele me odeia... – Pac diz com voz chorosa e melancólica. Meu coração dispara esperando qualquer coisa menos o nome que eu sabia que ele ia dizer...
– Quem? Quem te odeia?
–O M-Mike... Ele veio aqui no quarto e me disse coisas horríveis... Eu não aguento isso Cell... Eu não aguento... – Pac diz e volta a chorar no meu ombro com força...
– Pac... – Há poucas coisas na vida que são realmente difíceis... E uma delas é ouvir o seu irmão mais novo chorar...
Eu aperto Pac no meu abraço e aos poucos tento consolá-lo e fazê-lo contar o que havia acontecido.
– Você disse que ia me contar alguma coisa Cell? – Pac diz e me olha no fundo dos olhos.
-BUTTERFLY EFFECT-
Eu sabia que teria que contar o que vi, mas agora não era a hora... Agora eu tinha uma missão...
– Deixa Pac... Depois eu falo com você... – Eu digo e me levanto – Preciso ir, mas daqui a pouco eu volto, ok? – Eu digo e ele assente levemente– Vê se toma um banho, isso sempre ajuda... – Eu digo e saio do quarto, Thomas me esperava do outro lado do corredor, ao me ver ele vem na minha direção.
– E então? O que houve? – Ele pergunta e eu bufo de raiva.
– Aquele maldito! – Eu exclamo fazendo Thomas recuar – Ele tinha que descontar no Pac, não tinha?! – Eu falo pra mim mesmo enquanto ando pelos corredores atrás da minha próxima vítima.
– Do que você está falando Cell? – Thomas diz tentando acompanhar o meu ritmo.
– Mike descontou a frustação no Pac, Thomas... Ele aparentemente disse coisas horríveis pro Pac... Estou procurando aquele desgraçado pra tirar satisfações! – Eu digo deixando meus sentimentos a flor da pele.
– Cell você vai fazer o quê? Bater num cego? – Ele diz e eu explodo.
– PRO DIABO COM A DEFICIÊNCIA DELE! Ser cego não o impediu de machucar o meu irmão, então eu não vou tratá-lo diferente... – Eu digo e Thomas se cala – Entenda uma coisa Thomas– Eu me viro pra ele – Ninguém... Absolutamente ninguém se mete com a minha família e sai impune, entendeu? – Eu digo e ele assente.
– Cell... Eu não vou impedir nada que você for fazer, mas lembre-se: “Toda reforma imposta pela violência não corrigirá em nada o mal: o bem não necessita da violência”... – Ele diz eu bufo.
– Para de vir com esse papo de “a violência nunca é a resposta”! Às vezes um homem tem que buscar a justiça com as próprias mãos. – Eu digo e ele me encara sério.
– Justiça ou vingança? – Ele diz e eu desvio o olhar.
– Tanto faz... Chame do que quiser...
– Se for seguir um caminho de vingaça cave duas covas... Uma pro seu inimigo e outra pra você... Ódio só gera mais ódio... Você tem que quebrar esse ciclo, Cel... – Ele diz e eu bufo.
– Não venha com Confúcio pra cima de mim, Thomas... Você está comigo ou contra mim? – Eu pergunto e ele negativa com a cabeça.
– Não vou apoiar nenhuma violência desnecessária, Cell... Se quiser ir, vá em frente... Mas eu não vou apoiar a sua vingança... – Ele diz e vai embora me deixando sozinho no corredor...
– Tsc... Covarde... – Eu digo baixinho e volto a caminhar pelo corredor.
Após alguns minutos de busca eu encontro Lynniker sentado numa mureta perto da sala de música. Eu me aproximo e percebo que ele estava chorando...
Eu acabo me afastando dele com remorso... Talvez Thomas estivesse certo. Talvez fosse hora de não usar a violência...
– Mike... – Eu digo e ele se assusta dando um pulo a mureta e limpando as lágrimas.
– R-Rafael... – Ele diz surpreso – O que faz aqui? – Ele diz e se vira pra mim.
O rosto dele estava pálido, as lágrimas marcavam as bochechas e o sorriso era frágil, como se a qualquer segundo pudesse se quebrar.
– Mike... – Eu digo e sinto um peso nas minhas costas... Talvez ele tenha ficado mais machucado do que eu imaginei... – O que aconteceu...? – Eu pergunto e o sorriso frágil se desmonta e ele volta a chorar.
– Eu só faço burrada Rafael... Eu só estrago as coisas... – Ele diz e se senta na mureta... Eu me sento ao lado dele.
– Eu vi você e o Felps se beijando... – Eu digo baixinho e ele arregala os olhos.
– O QUÊ?! – Ele grita do meu lado.
– Eu... Eu acabei vendo vocês se beijando e você correndo... – Eu digo e ele abaixa a cabeça.
– Você deve me odiar, não é? – Ele diz e eu arregalo os olhos.
–N-NÃO! Não é isso... É que você descontou a sua raiva no Pac... Ele está chorando no quarto, sabia? – Eu digo e ele aperta o pulso com força.
– Eu sou um inútil... Só sei machucar aqueles que gostam de mim... – Ele diz com um sorriso amargo. – Isso é só mais um motivo pra você me odiar... – Ele diz e me fez sentir pena dele.
– Mike... Pac só está tentando te ajudar... Mas você não colabora... Fica nessa prepotência de querer ser autossuficiente e de resolver todos os problemas sozinho... Mike entenda uma coisa: você não está sozinho... – Eu digo e ele me olha e começa a chorar. Eu me aproximo e o abraço.
– Poxa... Muito obrigado Rafael... Você era a última pessoa que eu esperava que fosse me dizer isso... – Ele diz e ri – Me desculpe por fazer o Pac chorar... – Ele diz e encara o chão. – Ele deve me odiar agora...
– Na verdade ele acha que é o contrário... – Eu digo e ele me encara confuso – Ele acha que vocêo odeia... – Ele arregala os olhos.
– Ai merda... Fiz besteira de novo, não foi...? – Ele diz e eu assinto.
– Mas ainda tem salvação... Vá falar com ele e peça desculpas... – Eu digo e ele seca as lágrimas.
– Ok, você tem razão! – Ele diz e se levanta – Obrigado Cell... Obrigado mesmo... – Ele diz e sorri pra mim.
– Ah espera aí Mike... Você consegue andar sozinho? – Eu digo e ele para.
– Eu acabei memorizando o caminho, ando devagar, mas consigo chegar no quarto... – Ele diz e eu vou até ele.
– Mas não precisa ir sozinho... Deixe eu te ajudar. – Eu digo e coloco a mão dele no meu ombro. – Vamos chegar mais rápidos se formos juntos... – Eu digo e ele assente.
Após chegarmos em frente ao quarto vemos Batista saindo da porta.
– Batista? – Eu digo supreso e ele também parecia assim.
– Ah, Rafael... Ele está lá dentro. Está mais calmo, mas acho melhor vocês entrarem... – Ele diz e coloca o capuz vermelho na cabeça.
– O que estava fazendo lá dentro? – Mike pergunta e ele desvia o olhar.
– Não importa... – Ele diz e vai embora...
– Bem... A partir daqui eu vou sozinho... –Mike diz tirando a mão do meu ombro.
– Boa sorte... – Eu digo e ele assente.
– Eu não preciso de sorte... Preciso de um milagre... – Ele diz com uma risada nervosa e eu assinto.
Assim que ele entra eu suspiro e vou embora.
– Ora, ora, ora... E parece que alguém escolheu o caminho da não violência... – Eu ouço a voz de alguém atrás de mim.
– Thomas? – Eu digo e ele aparece atrás de mim.
– É, eu fiquei vendo tudo de longe... – Ele diz e eu franzo o cenho.
– Como? – Eu pergunto e ele me mostra o binóculo.
– Você deveria tomar mais cuidado com as suas coisas Cell... – Ele diz e coloca a mão no meu ombro.
– Babaca... – Eu digo e pego o binóculo da mão dele – Eu decidi acatar o que você falou... Decidi quebrar o ciclo de ódio... – Eu digo e ele assente.
– Muito bom... Você vai ver, isso vai fazer maravilhas... – Ele diz e eu supiro.
– Espero que esteja certo Thomas... –Eu me lembro do Mike – Espero que esteja certo...
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