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História Mitw- How I Met Your Father... - Mothers Always Know...


Escrita por: C_Grimaldi31

Notas do Autor


Coé rapaziada!
São uma e quarenta da manhã no horário em que eu estou escrevendo essa joça.
Já era pra eu estar cansado de estar dormindo, mas cá estou eu para lançar outro cap após finalmente sentar a bunda em frente ao computador pra escrever.
E hoje finalmente vocês vão entender o meu personagem favorito até agora, felps...
Enjoy...

Capítulo 37 - Mothers Always Know...


Fanfic / Fanfiction Mitw- How I Met Your Father... - Mothers Always Know...

– Crianças, seu tio Felps e eu sempre fomos briguentos. Em muitos pontos, de vez em quando, nós discordávamos, mas mesmo assim sempre conseguíamos nos resolver e continuar a nossa relação, entretanto na época em que seus pais se conheceram era bem diferente. Primeiro que ainda não nos amávamos, estava mais pra um amor/ódio da minha parte e um “não ligo pra você” da parte do Felps e segundo porque sempre que nos encontrávamos havia briga por ele ser um cabeça oca, mas isso tudo ia mudar um dia. O primeiro dia em que eu vi o seu tio Felps realmente chorar...

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Passou-se algum tempo desde que houve a briga do Pac e o Mike... Felizmente tudo correu bem e os dois se perdoaram. Pac percebeu que estava sendo muito invasivo e Mike percebeu que estava sendo reservado e orgulhoso demais... Felps acabou deixando de ir com o Mike pro hospital, foi estranho pra todos já que eles haviam se aproximado muito durante aquela semana e depois, de repente, Felps mal ficava no colégio depois das aulas... Sempre que o víamos ele estava mal, cabisbaixo e triste. Até pensei em conversar com ele, mas eu não estou a fim de levar patadas hoje, obrigado...

E falando nele, ele acabou de chegar...

Eu, Thomas, Mike e Pac estávamos no refeitório comendo um lanche de tarde como fazíamos sempre que possível. O resto das pessoas estava fora do refeitório, pois os outros geralmente preferiam ir logo para os quartos pra ficarem mais a vontade, já nós gostávamos de ficar juntos e de conversar num lugar mais calmo, e como o refeitório ficava vazio a esse horário apenas juntamos o útil ao agradável...

Meus olhos correram pelo local até se encontrarem com os dele. Ao menor contato visual comigo ele desvia o olhar e vai até uma mesa mais afastada. Pac, que estava do meu lado, também nota a presença do Felps e me olha com uma cara estranha. Thomas por sua vez só o nota depois de ver nossos olhares já que ele estava do outro lado da mesa ao lado do Mike.

– Gente... O que tem havido com o Felps...? – Ele indaga iniciando um novo assunto – Tipo. Ele vem às aulas, mas mal fica após elas. Não almoça nem janta no colégio. É raro ele estar lanchando aqui... O que será que tem acontecido? – Ele pergunta e nós nos entreolhamos. Ninguém tinha uma resposta para essa pergunta...

– Não sei. – Pac diz – Mas sei que foi depois do que aconteceu conosco, Mike... – Ele diz e Mike assente dando uma mordida em seu sanduíche – Será que tem alguma ligação? – Ele pergunta e Mike nega com a cabeça.

– Creio que não, Pac – Mike diz após engolir o pedaço do sanduíche – Eu não o afastei, até achei que ele poderia ir comigo ao hospital, mas por algum motivo ele simplesmente nos deixou de lado... Fiquei até um pouco chateado com isso... Sei que você e o Cell têm desavenças com ele, mas ele nunca me fez mal, pelo contrário! Assim como você, Pac, ele salvou a minha vida... Devo muito a ele... Não queria que ele ficasse separado de mim... – Ele diz e eu engulo em seco encarando Thomas.

Eu e ele ainda não havíamos contado ao Pac sobre o beijo do Mike e do Felps. Concordamos em ficar em silêncio pro Mike, mas eu não queria que o meu irmão ficasse iludido caso o Mike gostasse do Felps...

Na verdade eu realmente não gostaria que ele gostasse do Felps... Por... Nenhum motivo em específico...

– Eu sei disso, Mike – Pac retruca –Não há nada que eu vá falar que vá diminuir a confiança que você tem nele... Já desisti disso e resolvi seguir em frente... – Ele diz simplista e encara o Felps que estava de costas pra gente – Mas o cabelo dele não está bom... Parece que ele não está nem se cuidando... – Pac diz e eu noto.

O cabelo do Felps sempre foi digno de dar inveja em muitas meninas por aí. Era sempre sedoso, brilhante e macio, mas por algum motivo nesses últimos dias ele realmente parece ter descuidado um pouco do visual... Parecia estar bem mal com alguma coisa...

A curiosidade estava me matando! Eu me sentia mal vendo que ele estava mal... Eu queria ajudar, só que não dava pra fazer isso se eu não soubesse o que há de errado...

De repente Thomas se levanta e se espreguiça.

– Bem vadias, foi muito bom conversar com vocês, mas eu tenho um trabalho de cinco páginas sobre o primeiro reinado de Dom Pedro Primeiro pra terminar, então é melhor eu ir andando... – Ele diz e Pac ri.

– Isso que dá não fazer logo... – Ele diz e Thomas dá de ombros – Bem, eu e Mike vamos pro quarto. Não dormir bem por causa do frio ontem à noite e estou caindo de sono... E você Cell? – Pac me pergunta e todos olham pra mim.

Então eu vejo Felps se levantar e ir em direção a saída. Eu tinha que tomar uma decisão!

– Eu acho que vou aproveitar que ainda podemos sair da escola e vou dar uma volta por aí... – Eu digo e Pac e Thomas assentem.

– Ok, só vê se não se perde, hein? – Pac diz e ri.

– Ah tá. Falou você. O garoto que se perdeu no mercado três vezes... – Eu digo e ele me olha com raiva.

– Ah, mas e daí Cell? – Mike pergunta – Todo mundo já se perdeu no mercado quando era criança... – Ele diz e eu rio.

– Ele tinha 16 anos... – Eu digo e todos riem.

– Ah, vão se foder... – Pac diz nos fazendo rir de novo, mas então eu vejo Felps saindo pelo portão.

– Desculpa gente. Tenho que ir... – Eu digo e vou atrás dele deixando todos pra trás com caras de idiotas...

Saindo do colégio eu vejo Felps pegando um ônibus, mas não consegui subir nele a tempo, por sorte passava naquele exato momento um táxi.

– TÁXI! – Eu chamo o táxi com um aceno de mão e ele para. Após entrar no carro eu aponto para o ônibus – Preciso que siga aquele ônibus... – Eu digo e o motorista assente.

Após meia hora no táxi vejo Felps descer em frente a uma floricultura. Eu pago rapidamente o motorista e saio do táxi indo atrás dele...

Fiquei de tocaia esperando ele sair. Não queria que ele soubesse onde eu estava então fiquei no escuro das vielas me protegendo de uma incessante gota de água que escorria do ar-condicionado...

Após alguns minutos ele sai de lá com um buquê de flores rosas. Por um segundo eu pensei que ele estivesse indo a um encontro, mas rapidamente coloquei a minha cabeça no lugar.

“Ninguém iria a um encontro no estado deplorável que o Felps está...” – Eu penso enquanto volto a seguir ele...

Felizmente o meu moletom tinha um capuz, o que facilitou o meu disfarce, mas me deixava com calor...

Após algumas quadras eu pude ver qual era o destino do Felps.

“Hospital Universitário Princeton Plainsboro...”.

“Felps está vindo visitar alguém? Quem?” – Eu penso enquanto tento bolar alguma teoria.

Chegando na recepção eu o vejo conversando com uma senhora que atendia os recém-chegados. Ela entrega um adesivo que indicava que ele era visitante e ele assente indo na direção do elevador e subindo. Eu chego perto dela e pergunto ofegante.

– Pra qual andar ele foi? – Eu pergunto e ela me encara confusa.

– Quem é você? – Ela diz e eu suspiro.

– Meu nome é Rafael. Eu sou amigo do Felipe, preciso saber pra qual andar ele foi... – Eu digo e ela me analisa de cima a baixo.

– Ok. Andar 12... – Ela diz e eu assinto já andando. –EI! ESPERA! – Ela diz e eu volto assustado – Esqueceu o adesivo de visitante... – Ela diz meio irritada, eu me desculpo e colo o adesivo indo na direção do elevador...

O problema é que só havia um elevador funcionando alí. E eu estava com muita pressa...

Eu suspiro e começo a subir os lances de escada...

Andar após andar, degrau após degrau...

No sexto andar eu já estava esbaforido e cansando. No décimo minhas pernas já ardiam de dor... Mas eu finalmente cheguei ao décimo segundo andar...

Eu andei de quarto em quarto procurando alguma silhueta do Felps pra poder identificar o quarto...

Felipe eu já disse que você deve se cuidar melhor! – A voz rouca de uma mulher sai da porta do quarto 1206.

Desculpa mãe... É que com o estado da senhora eu acabei me abalando um pouco... – A voz com certeza era do Felps... Ela estava meio triste e igualmente rouca, como a voz de quem acabara de chorar.

“MÃE?! A mãe dele está doente?!” – Eu penso enquanto as peças começam a se ligar...

Tudo bem, meu filho... Sabe que eu só falo isso pro seu bem... Sabe que eu quero que você fique bonito pra impressionar as meninas... – Ela diz e eu sinto uma pontada no peito. Será que a mãe dele sabe que o Felps é gay?

Mãããe... – Ele diz em tom de brincadeira e ela ri meio fracamente.

Eu sei, eu sei... Só esto brincando... – Ela diz e eu suspiro de alívio, parece que sabe sim...

Mãe... Está tudo bem pra senhora mesmo eu ser gay? – Ele diz e ouve um breve momento de silêncio.

Meu filho... Eu só quero que você seja feliz... Não importa com quem for... – Ela diz e eu acabo soltando uma lágrima. –Mas e então? Tem algum menino que flechou seu coração? – Ela diz e meu coração falha uma batida.

Bem... Tem um menino na minha escola que está me tirando do sério... Eu fiquei com ele uma vez e agora parece que ele me odeia... – Ele diz e dá uma risada sôfrega. – Mas eu não tenho culpa de não amá-lo, não é? – Ele diz e ela ri.

Claro que não... – Ela diz sarcástica – Mas por que você acha que não o ama também? – Ela diz e ouve outro momento de silêncio.

Ele me tira do sério! Vive brigando comigo por todo tipo de coisa... Eu achei que ele apenas ia deixar pra lá, mas ele preferiu virar as pessoas contra mim e me fazer de vilão... –Ele diz e eu admito que me senti um pouco culpado...

Mas você o acha bonito? – Ela pergunta e ele fica em silêncio.

Sim... Ele é um dos garotos mais bonitos que eu já vi na minha vida... – Ele diz e eu sinto meu coração se aquecer – Sinceramente, por mais que eu brigue com ele eu sempre espero que ele não vá embora... Eu o acho inteligente, engraçado e tem a risada mais histérica que alguém já teve... – Ele diz e nós três rimos, mas eu me contenho – Eu fico muito triste quando não o vejo por perto ou quando ele não vem me atazanar a Paciência... Na verdade até fico esperando só pra arranjar uma desculpa pra poder ficar perto dele... – Ele diz e eu involuntariamente sorrio.

É Stardust... Você com certeza não o ama... – Ela diz sarcástica de novo e ri no final.

Eu não quero amar mais ninguém, mãe... – O tom de Felps agora se voltou pra um tom mais triste e grave. – Todos que eu amo são tirado de mim... Eu sinto que se eu admitir pra mim mesmo que o amo a vida vai dar um jeito de tirá-lo de mim também... Assim como quer tirar você de mim – Ele diz e eu sinto o peso do mundo nas minhas costas...

Eu o odiava tanto por ele não me amar de volta... Mas ele era apenas um menino assustado com a mãe doente que tem medo de amar... Medo de se apaixonar...

De repente eu ouço um barulho vindo do quarto. Parecia ser do Felps chorando...

Por que está chorando, meu filho? – A mãe pergunta preocupada.

E-Eu sei que você não vai resistir p-por muito mais tempo... O-Os médicos me disseram que você talvez consiga viver até o final do mês... – Ele para pra chorar mais um pouco – M-Mas eu n-não quero que você morra, mãe... Você é a única família que me restou... É a única coisa que me restou... Sem você eu não sei onde me apoiar... E-Eu não sei o que fazer sem você sendo a minha âncora... – Ele diz e se desata em lágrimas... Meu coração pesa e tudo o que eu queria ela entrar lá, abraçá-lo e dizer que vai ficar tudo bem...

Você vai achar uma outra âncora... Você vai achar alguém em quem poderá se apoiar... Basta você permitir que essa pessoa entre em sua vida... – Ela diz e Felps começa a se recuperar – Agora... Vá pra casa, tome um banho e vá dormir... Amanhã eu quero que você vá falar com esse garoto e faça as pazes com ele... Se você estiver disposto a amá-lo, ele vai corresponder... Eu tenho certeza... – Ela diz e eu Felps suspira.

Amanhã no almoço eu volto pra te visitar, ok? – Ele diz e eu percebo que ele ia sair do quarto e me escondo atrás de um corredor.

Após alguns segundo Felps sai do quarto e vai em direção ao elevador que o esperava... Eu começo a andar na direção das escadas, mas sou interrompido.

Ei! Você... Loirinho... – A mesma voz da mãe do Felps parece me chamar – Sim, é você mesmo... Venha cá, por favor... – Ela diz e eu me aproximo devagar...

Ela era bem bonita pra alguém doente...  Tinha olhos castanhos e um sorriso aberto mesmo que estivesse mal.

– Vamos, se aproxime... Eu não mordo... – Ela diz e eu me aproximo dela – Quem é você? Eu vi você nos ouvindo a conversa inteira... – Ela diz e eu arregalo os olhos.

–E-Eu... Eu s-só... – Eu não conseguia pensar numa boa desculpa então acabei gaguejando – Como soube? – Eu pergunto e ela ri.

– As mães sempre sabem... – Ela pisca pra mim, mas dava pra ver que eu ainda estava confuso – Dava pra ver a sua sombra perto da porta... Só saiu quando o meu filho estava se despedindo de mim... –Ela diz e eu compreendo.

–Ah... Desculpe... – Eu digo e ela sorri pra mim com um sorriso doce.

– Mas quem é você? – Ela pergunta novamente e eu estendo a mão em cumprimento.

– Meu nome é Rafael... Rafael Lange... –Eu digo e ela aperta fracamente.

– Muito prazer, Rafael... Meu nome é Monique... Por que estava ouvindo a nossa conversa? – Ela pergunta e eu decido contar a verdade.

– Eu... Eu sou um amigo do seu filho... Fiquei preocupado com ele e o segui até aqui pra ver como ele estava... – Eu digo soltando tudo de uma vez – Eu não sabia da senhora e nem do seu estado... Não queria ser enxerido... Desculpe... – Eu digo e ela sorri mais uma vez.

– Ah... Agora eu compreendo... – Ela diz e eu a olho curioso.

– Compreende o quê? – Eu digo e ela ri.

– O porquê de o meu filho estar apaixonado por você... – Ela diz e eu arregalo os olhos.

– C-Como sabe que sou eu? – Eu digo ainda espantado e ela ri mais uma vez.

– As mães sempre sabem... – Ela diz e eu acabo rindo junto com ela... – Pode me responder uma pergunta, Rafael? – Ela diz assumindo um tom mais sério.

– Pode...

– Você ama o meu filho? – Ela pergunta na lata e eu sinto o meu coração palpitar...

Será?

Será que mesmo depois de tudo o que aconteceu eu ainda amo aquele idiota?

Ele praticamente admitiu que sentia alguma coisa por mim pra mãe dele... Será que eu mê sinto igual?

Eu ponderava de todos os momentos que eu e ele passamos juntos...

– Uma rosa pelos seus pensamentos... uma rosa aparece no meu campo de visão, eu recuo de surpresa e me viro vendo um garoto moreno usando... maquiagem de palhaço?

Admito que acabei rindo da maquiagem e quase me engasguei com a coxinha.

opa, acho que o meu trabalho não é bem esse... ele diz me ajudando a engolir, eu recupero o meu ar e ele aponta pra cadeira-posso me sentar?eu assinto com a cabeça e ele se senta perto de mim.

obrigado... Tava difícil respirar...eu digo e ele coça a nuca.

desculpa... Não queria acabar te fazendo engasgar...ele diz meu envergonhado, que fofinho...

sem problemas... Pelo menos me fez rir...eu digo e ele sorri, uau ele até que tem um sorriso bonitinho...

menos mal, qual o seu nome?ele pergunta e eu mordo mais um pedaço da coxinha antes de responder.

Rafael, e o seu?eu engulo a coxinha e ele se recosta na cadeira.

aqui eles nos aconselham a não usarmos os nossos nomes de verdade, assim pelo menos quando os Pacientes vão embora eles não se apegam a gente... Então pode me chamar de Felps, é como eu me apresento ele diz e eu sorrio.

Desde o dia em que nos conhecemos eu já te admirava... O trabalho que você faz pelas crianças sempre foi um motivo de orgulho... E simplesmente porque viu que eu estava mal você resolveu me chamar e me entregou uma rosa... Uma rosa que até hoje eu guardo...

 E não satisfeito de conversar comigo ainda me fez ter uma das experiências mais legais da minha vida... A chance de ser um Doutor da Alegria por um dia...

HOJE TEM MARMELADA?!Felps pergunta fazendo as crianças pararem e olharem pra ele.

TEM SIM SENHOR!eles respondem.

QUEM TÁ A FIM DE FAZER BARULHO AÊ?!ele diz e todos gritam e fazem uma algazarra.

Felps o quê...

galera, galera só um minuto, por favor...ele diz e as crianças se aquietam esse aqui é o Doutor Cellbit, ele vai brincar com a gente por hoje...ele diz e me apresenta, as crianças vieram pra perto de mim, eu estava apavorado! Não sabia o que fazer...

Felps... o que eu faço?ele sorri pra mim.

Se divirta!ele diz e as crianças começaram a me puxar pelos cantos pra brincar comigo, eu com o tempo fui me soltando e comecei a curtir ficar alí... era como se os meus problemas simplesmente sumissem enquanto eu estava alí divertindo as crianças...o sorriso delas era um raio de sol pra minha alma e a risada era uma bela melodia para os meus ouvidos...

Eu realmente adorei aquele dia... As crianças foram as melhores pra mim... Acho que no fim você estava certo em dizer “A alegria cura...”... E após esse momento foi quando você se abriu comigo e me contou o seu sonho pela primeira vez...

Finalmente após vários abraços eu sou liberto e Felps e eu saímos do quarto das crianças e saímos de novo até a recepção...

Eu ainda estava com um sorriso no rosto... aquilo havia sido uma experiência ótima...realmente adorei fazer isso...

e aí? O que achou?ele diz e eu me viro pra ele.

eu adorei... não achei que gostaria tanto...agora eu sei por que você faz isso...eu digo e ele apoia a cabeça na parede atrás de nós.

pois é... essas crianças tem pouco tempo de vida aqui...elas passam a maior parte do dia lutando contra as suas doenças e esse é o único momento de diversão que elas têm o dia todo...é o único momento em que eles podem ser crianças de verdade...é uma vida difícil, por isso eu faço de tudo pra que fique no mínimo suportável...o sorriso nos rostos delas quando nos vêem é algo que dinheiro nenhum no mundo poderia pagar...eu podia ver o brilho nos olhos dele eu simplesmente amo fazer tudo isso... mas é uma pena que não posso fazer mais...ele desmancha o sorrisoeu acho que o que eu faço é pouco... eu não posso curá-las e nem dar uma infância de verdade pra elas...por isso eu quero virar médico, quero poder salvar vidas e fazer a diferença na vida de alguém...ele diz e eu chego mais perto dele.

não diga que o que você faz é pouco... eu vi como aquelas crianças te admiram Felps...elas te adoram...ele ri com o meu comentário.

é... pode ser...valeu Cellbit...

eu que devia agradecer... eu achei que o meu dia seria uma bosta, mas até que foi bom...

que bom... pelo menos o meu trabalho foi cumprido...ele diz e se levanta.

eu vou te ver novamente?eu pergunto percebendo que aquilo era uma despedida, ele sorri.

Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá... O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar... ele diz se referindo a música que ele tinha tocado e me entrega uma rosa que estava no seu jalecoLeve essa rosa e pense nisso...ele diz piscando pra mim e indo embora...

Eu fiquei alguns minutos parado no corredor do hospital sorrinso comigo mesmo enquanto encarava aquela rosa...

“até mais Doutor Felps...”.

E eu esperei... Eu realmente esperei que nos reencontrássemos novamente... E aconteceu! E ainda melhor, saímos juntos pela primeira vez... O destino parece ter realmente conspirado pra que eu conhecesse você... Alguém que podia entender as minhas fraquezas... Alguém que me protegeu no momento e que eu me senti frágil...

– por que está rindo? – Felps pergunta curioso.

– essa não é exatamente a maneira como eu esperava terminar a minha noite com você... – eu digo olhando pra cerveja e tomo um gole.

– como assim? – ele pergunta intrigado e me olhando nos olhos.

– tipo, eu esperava estar em casa assistindo Steven Universo e me torturando pensando se eu tinha estragado tudo ou não... Se você tinha gostado de mim ou não... Mas olha só onde eu estou... Na sua casa no meio de um temporal sem ter pra onde ir... Essas coisas são curiosas... Talvez seja um sinal do universo ou sei lá... – eu digo e dou mais um gole na cerveja. Felps ficou em silêncio por um tempo... Ótimo, acabei de espantar ele... Bom trabalho Cell...

– você acredita em sinais do universo Cellbit?– ele pergunta e eu franzo o cenho olhando na direção dele.

–sim, acredito... Por quê? Acha que eu sou idiota por acreditar em uma força maior?– eu pergunto e ele negativa.

– claro que não... Só achei curioso... Não são todas as pessoas que acreditam nisso...

– hm... – eu digo indiferente.

– desculpa... – ele diz e eu fico surpreso.

–pelo que?

– é que pelo visto você nem queria estar aqui... Eu acabei dando essa ideia porque... – ele fica em silêncio.

– por quê?– eu digo e ele desvia o olhar.

– porque eu queria passar mais tempo com você... – ele diz e eu sorrio.

– eu também... – eu digo e ele sorri.

– mas você queria estar na sua casa não é? Não preferiria estar lá do que estar na casa de um completo desconhecido?– ele diz e eu nego com a cabeça.

– acho que essa chuva... Eu ter perdido a chave... Pac ter saído... Tudo pode ser um grande plano do universo pra convergir nesse momento... Talvez tudo tenha um propósito... E sinceramente por mais que eu goste de assistir Steven Universo e ficar na minha cama eu acho muito legal você ter me convidado pra sair com você hoje... Ganhou meu dia... – eu digo olhando pra cerveja.

– eu que ganhei o dia quando você aceitou, Deus eu estava tão nervoso de você dizer não! Eu fiquei suando e repensando diversas vezes sobre como eu te convenceria a dizer sim pra mim... – ele diz rindo de vergonha e eu rio dele.

– eu percebi que você ficou nervoso... Eu fiquei igual a uma garotinha procurando a roupa perfeita pra te impressionar... – eu digo e ele sorri.

– não precisa me impressionar com uma roupa... Eu gosto de você com qualquer roupa... – ele diz e eu rio.

– foi isso que o Pac me disse... – eu digo e ele ri.

– sério?– ele diz e eu assinto– Ele é esperto...

Eu olho pro lado de fora e vejo que a chuva torrencial ainda caía forte.

– será que essa chuva vai passar...?– eu pergunto retoricamente e Felps suspira.

– posso te falar algo com cem por cento de honestidade?– ele pergunta e eu franzo o cenho.

– tá... Fala...

– eu não quero que passe tão cedo... – ele diz e eu rio corando de leve e tomando mais alguns goles da minha cerveja...

E então após faltar a luz tivemos o momento que eu vou guardar pra sempre em minha memória... O momento em que eu me apaixonei por você...

– ai que merda... Merda... – eu digo me encolhendo.

Esqueci de dizer uma coisa sobre mim... Eu tenho Nictofobia... O medo irracional do escuro...

Eu tenho 18 anos e tal, mas eu não controlo... É algo horrível...

Ficar num lugar escuro não é tão ruim, mas ficar no escuro absoluto é apavorante.

– Felps, Felps? Felps você está aí?– eu pergunto e não recebo resposta.

Ai meu Deus...

Meu coração começa a bater mais rápido e coloco as mãos na frente dos olhos tentando me proteger.

E então eu sinto uma mão tirar a minha mão do meu rosto.

– AAAAAH!– eu grito de medo.

– calma Rafael! Sou eu... – Felps diz e eu estava com a respiração descompassada. Felps estava com uma vela na mão e me olhando preocupado.

– onde você foi?

– fui na cozinha ora... Fui pegar essa vela... – ele diz e eu começo a me acalmar– O que que aconteceu loirinho? Você pirou legal agora... – ele diz e eu desvio o olhar.

– é que eu tenho Nictofobia... É a...

– a fobia de escuro... – ele diz e eu fico com cara de surpreso.

– é... Como sabe?– eu pergunto e ele se senta ao meu lado deixando a vela em cima da mesa de centro.

– meu irmão mais novo tinha isso... Dormíamos no mesmo quarto e eu às vezes tinha que ajudá– lo a dormir... – ele diz e eu sorrio.

– como você fazia?– eu pergunto– Dá pra me ajudar também?– ele coça o pescoço.

– você não vai querer fazer...

– deixa que eu decido isso... – eu digo e ele suspira.

– ok... – ele se levantou e me levantou junto, ele abriu o sofá e ele virou um sofá-cama, logo nos deitamos no sofá cama.

– pra que isso?– eu pergunto e ele pede silêncio.

– eu colocava ele na minha cama que era espaçosa... E colocava a cabeça dele no meu peito... – ele diz e coloca a minha cabeça sobre o peito dele– E eu dizia... Fica calmo... Está tudo bem... Enquanto eu estiver aqui nada vai acontecer de ruim com você... – ele diz e eu realmente começo a me acalmar... O ritmo dos batimentos cardíacos de Felps me acalmavam...

– é isso funciona... – eu digo e ele ri.

– eu sei... Essa era a única maneira de ele dormir nos ataques de fobia dele... – ele diz e eu subo o meu rosto até ficar perto do dele.

– obrigado por me acalmar... –eu digo e ele se aproxima do meu rosto, eu não me movo...

Ele então sela nossos lábios de maneira lenta e prazerosa... Eu me acomodo no peito dele e continuo o beijando até o ar acabar...

– uau... – eu digo ofegante após o fim do beijo.

– é... Uau... – ele diz também ofegante.

– você beija tão bem quanto eu imaginava... – eu digo e ele faz um carinho na minha bochecha.

– você beija melhor do que eu imaginava... – ele diz e eu rio.

– você esperava por esse beijo?– eu pergunto e ele assente.

– pra ser sincero... Eu esperava muito mais coisas... – ele diz e eu fico corado, mas logo o encaro dando outro beijo e em seguida chego perto do ouvido dele.

– E por que não fazemos mais?– eu sussurro no ouvido dele com direito a uma mordidinha no lóbulo da orelha dele e sinto ele se arrepiar.

Depois foi ficando difícil ficar com você, Felps... Mas agora eu percebo que tudo aconteceu como deveria acontecer... Se eu pudesse voltar no tempo eu faria tudo de novo... Porque acho que agora eu posso dizer com todas as letras...

Sim, eu amo seu filho... – Eu digo e ela sorri pra mim.

– Eu sabia... Podia ver nos seus olhos... – Ela diz e pega um papel embaixo do travesseiro – Pode me fazer um favor? – Ela pergunta e eu assinto – Quando chegar, entregue isso a ele... – Ela diz e me entrega o papel.

– Você acha que seu filho pode ser feliz comigo...? – Eu pergunto e ela me chama como dedo, eu me aproximo e ela me dá um beijo na testa.

– Se tem alguém que pode preencher o vazio que ele tem... É você... – Ela diz e uma enfermeira aparece na porta.

– Me desculpem, mas o horário de visitas acabou... – Ela diz e eu assinto.

– Foi um grande prazer conhecê-la... – Eu digo e beijo a mão dela.

– O prazer foi todo meu, meu genro... Mas se não for pedir muito posso te pedir um último favor? – Ela pergunta e eu assinto.

– É claro! O que foi? – Ela sorri e me abraça fracamente.

– Cuide do meu Stardust... – Ela diz e me solta com lágrimas nos olhos...

Eu assinto e saio do quarto.

Eu fiquei o caminho todo pensando no Felps... Será que nos fim das contas poderíamos ficar juntos? Poderíamos nos amar...?

Eu desço do ônibus e entro novamente no colégio... Por fim, entro no quarto e me espanto com o que vejo...

Felps estava caído no chão, chorando como uma criança enquanto se recostava na parede...

– FELPS! – Eu corro pra ajudá-lo, chego perto dele e o abraço. Ele estranha, mas aceita o abraço de qualquer maneira. – O que houve, Felps? Por que está chorando...? – Eu digo e eu vejo um celular na mão dele...

Eu pego o celular me espanto com o que vejo... Era uma mensagem do hospital...

 

“Senhor Zaghetti... Lamentamos ao informar que a Senhora Monique Zaghetti faleceu às 19h05min...”.

 

 


Notas Finais


E foi isso...
Gente, o Felps é o meu personagem favorito até agora caso eu ainda não tenha dito... :3
O nome do hospital vem de uma série que eu assisto, vamos ver quem vai saber qual.

Espero que todo o ódio pelo Felps tenha passado percebendo o porquê de ele fazer tudo o que fez...
Esse cap deu muito trabalho pra fazer. Tive que reler capítulos pra poder me lembrar das partes cellps, e isso deu trabalho...
Então, por favor, recompense a minha persistência em manter os olhos abertos a essa hora e comente o que achou!
Agora com a licença de vocês eu vou dormir...


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