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História Mitw- How I Met Your Father... - Ashes Of A Phoenix Pt.2 -The Spiteful Tears Of A Bitter Past


Escrita por: C_Grimaldi31

Notas do Autor


E aí galera!
Mais um cap aqui pra alegria geral da nação.
Hoje veremos o final da história do Cellbit e do Phoenix. Veremos aonde deu tudo errado.
E lembrem-se do Phoenix, pois ele ainda será um personagem importante.
Boa leitura.

Capítulo 47 - Ashes Of A Phoenix Pt.2 -The Spiteful Tears Of A Bitter Past


Fanfic / Fanfiction Mitw- How I Met Your Father... - Ashes Of A Phoenix Pt.2 -The Spiteful Tears Of A Bitter Past

– Crianças, seu Tio Cellbit já sofreu muito nessa vida. Acredito que todos nós temos a nossa cota de sofrimento, mas com certeza ele teve uma cota extra... Após aquela noite em que seu tio Cellbit ficou com o Phoenix eu estava desesperado! Eu não sabia onde o Cell havia ido, ele não havia aparecido em casa naquele dia e eu tinha ficado com medo de ele ter realmente se machucado...

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#Flashback On#

É oficial. Eu vou matar o Cellbit!

Aqui estou eu às oito da manhã, após uma noite mal dormida de sono, procurando o dito cujo pelos lugares mais improváveis possíveis, já que os prováveis eu já eliminei...

“Eu juro que quando eu o encontrar eu vou...” – Eu penso enquanto vou à casa do Phoenix. Por mais que eu não estivesse a fim de falar com ele eu precisava de ajuda. Ele havia levado o Rafa na noite anterior, então só ele poderia saber onde ele estava...

Eu toco a campainha e espero por um longo minuto.

– O que fo... Pac! – Phoenix abre a porta com os cabelos desgrenhados como quem acabou de acordar, mas o rosto cansado se transfigurou numa cara de pânico ao me ver.

–Oi Phoenix, foi mal te acordar, mas é que eu preciso da sua ajuda. – Eu digo estranhando o ato dele.

–A-Ah sim... O que houve? – Ele diz enquanto me encara tapando a porta.

– Não vai me deixar entrar? – Eu pergunto o encarando com a sobrancelha levantada. Ele ri sem graça, se desculpa e abre espaço pra eu entrar.

Algumas garrafas de cerveja ainda estavam sobre a mesa de centro. As almofadas estavam jogadas no chão e duas camisas estavam junto a elas. Eu o encaro como um olhar questionador.

– Você trouxe alguém pra cá ontem à noite? – Eu pergunto e ele gela ficando mais branco que o normal.

–A-Ah... Quê? C-Claro que não... – Ele diz gaguejando. Um dos fatos que eu mais gostava sobre ele era que ele era um péssimo mentiroso...

– Ah tá... E eu sou hétero. Tá tudo bem, já me acostumei com esse seu jeito mulherengo. – Eu abro um sorriso ladíneo – Estranharia, na verdade, se você não trouxesse alguém pra cá... – Eu digo e ele sorri sem graça.

–Ok... Eu admito... Então você pode perceber que eu estou um pouco atarefado hoje, seria bom se você voltasse outra hora e...

– O Rafael sumiu ontem à noite, Phoenix. Ele estava contigo e sumiu. Não voltou pra casa ontem, não estava em casa hoje de manhã... Você foi o último a vê-lo, cara. Tem que me ajudar! – Eu digo um pouco mais esbaforido.

–E-Eu... O Cell... Eu não sei onde ele está... – Ele diz e indo pra cozinha. Ao vê-lo de costas eu pude perceber umas marcas de arranhos na sua pele desnuda. Eu reviro os olhos pensando quem se rebaixaria ao nível de ficar com o Phoenix. Eu acabei rindo internamente.

– Não sabe o meu pau de touquinha... Ele estava com você! Como você pode não saber onde ele está? – Eu digo e quando Phoenix estava prestes a me responder ele para abruptamente e olha pra trás de mim.

– Gui... Que gritaria é essa? – Advinha quem estava bem atrás de mim? Se você disse “O Cellbit” já pode jogar na loteria.

Ele estava com os mesmos cabelos desgranhados que o Phoenix. Só que, ao contrário do Guilherme, o Cell estava só de cueca enrolado num cobertor enquanto coçava os olhos com as costas da mão. Ele estava bem fofo, mas não deu tempo nem de eu falar isso, já que esse semblante sumiu mais rápido que água no deserto quando ele me viu.

– Rafael Lange, VOCÊ É UM HOMEM MORTO! – Eu digo indo pra cima dele enquanto o Phoenix me segura pelas axilas me imobilizando.

– Calma Pac! Calma! – Ele diz e eu bufo de raiva.

– SABE O QUANTO EU FIQUEI PREOCUPADO?! O QUANTO NOSSOS PAIS FICARAM PREOCUPADOS?! EU TE PROCUREI POR HORAS, SEU FILHO DA PUTA! E VOCÊ ESTÁ AQUI?! PODIA PELO MENOS TER TIDO A DECÊNCIA DE AVISAR! –Eu digo um pouco alterado. Rafael ainda tentava digerir o que havia acontecido.

–D-Desculpa... Não era o meu plano dormir aqui, mas... – Ele se trava na hora de falar e gela por um segundo.

Eu o encaro com um semblante confuso, mas aí eu percebo uma pequena coisinha...

Felizmente a pele do Cell é bem branca, então qualquer marca que ele recebe fica bem visível. E haviam marcas de mordida e chupões por todo o dorso e em parte das pernas dele. Não foi preciso muitos neurônios pra entender o que havia acontecido.

Ficou um silêncio constrangedor de alguns segundos entre nós. Como se todos na sala soubessem que havia acontecido alí.

– Vocês... Vocês transaram...? – Eu pergunto incrédulo. Rafael olhou pro chão, desviando o olhar enquanto o Phoenix afrouxou a pegada. – AI MEU DEUS VOCÊS TRANSARAM! – Eu digo e ele me encara com os olhos arregalados. – Meu Deus eu ainda não acredito... Vocês... Vocês dois juntos assim? Eu... Eu nunca... Há quanto tempo isso rola? – Eu pergunto enquanto me livro da pegada do Phoenix. Ninguém me responde.

Eu decido pegá-los e colocá-los no sofá enquanto me sento de frente pros dois. Ambos se encaravam como se tivessem cometido um crime. A minha cabeça era um turbilhão de pensamentos.

– Então. Há quanto tempo “isso”... Rola...? – Eu digo fazendo aspas com os dedos.

– Olha, isso nunca havia rolado antes, ok? Foi só ontem... – Phoenix diz nervoso enquanto o Rafa colocou as mãos entre as pernas.

– Como isso aconteceu?! Eu achei que os dois eram héteros!

– APARENTEMENTE NÃO SOMOS, NÃO É, GÊNIO? – Rafael grita me fazendo ficar em silêncio.

– Eu não sei como aconteceu... Nós só sentimos o clima, estávamos bêbados e quando eu percebi... Já estávamos sem roupa... – Phoenix diz e eu coloco a mão na frente dele.

– Ah, não... Sem oversharing, por favor... – Eu digo e bufo.

– Eu... Me desculpa, Pac... M-Me desculpa... – Ele começa a chorar na minha frente e eu vejo o Phoenix o abraçar forte enquanto acaricia os cabelos dele deixando-o chorar. Meu coração de manteiga derretida não pode se conter ao ver essa cena...

– Não precisa se desculpar... – Eu digo e suspiro – E como vamos fazer agora? – Eu pergunto e o Cellbit me olha com os olhos inchados.

– Sobre... Sobre o quê? – Ele pergunta com a voz embargada.

– Sobre “isso”... Vocês... Estão namorando ou algo assim? – Eu pergunto e eles se olham.

– Não sei... Estamos? – Rafael pergunta enquanto encara Phoenix.

– Eu quero namorar com você... Mas eu estou confuso... Não sei se podemos dar certo... – Ele diz sincero e Rafa o encara apaixonado.

– Podemos fazer dar certo... Eu sei que podemos... – Ele diz e eu encaro os dois.

– Aff... Agora vou ter que aturar vocês dois de melação do meu lado... – Eu digo brincando e ambos riem. Eles pareciam realmente formar um belo casal... Cellbit... Phoenix... Phellbit...Cell... –CELLNIX! – Eu digo e eles me encaram como se eu tivesse acabado de falar em mandarim.

– O quê? – Rafa pergunta confuso.

– Cellnix... O shipp de vocês... – Eu digo e Rafa revira os olhos enquanto ri.

– Até que é bom... Cellnix... Eu gostei... – Phoenix diz e beija o Cellbit que estremece com o beijo...

É... Acho que vou ter que me acostumar com isso...

#Flashback off#

– Mas espera aí... – Mike diz me interrompendo – Até agora parece uma história de amor excelente. Onde está a parte em que o Cell se ferra? – Mike pergunta e eu suspiro.

– O seu problema é ser apressado... A riqueza de uma história está em seus detalhes...  Enfim, Cellbit e Phoenix começaram a namorar... O problema era que o Phoenix ainda tinha resquíscios de seu passado que o impediam de assumir o Rafa como namorado. Eles, pra manter a relação, mas sem levantar suspeitas, decidiram namorar escondidos... Esconder dos amigos foi a parte fácil. Foi apenas não ter contato físico exagerado em público. Na rua eles pareciam dois amigos normais, mas entre quatro paredes eles eram bem diferentes... Agora, esconder dos nossos pais foi a parte difícil... Eu tive que cobrir o Rafa diversas vezes pra ele poder sair de casa e ir se encontrar com o Phoenix. Eu me senti na obrigação de ajudá-lo, afinal eu sou sempre a favor do amor... Mas aí começaram alguns problemas que foram jogando a relação deles por água a baixo...

#Flashback On#

Sinceramente eu ainda não perdi aquela sensação de que em algum momento isso vai dar merda... Toda vez que vejo eles se beijando ou fazendo juras de amor um pro outro, uma pequena sensação de “Isso vai dar merda” aparece no meu peito... Mas fazer o que, né? Rafa parecia muito feliz. Sinceramente não o via feliz assim há algum tempo. Parece que ele sempre sentia que algo faltava nos relacionamentos dele... E esse “algo” era o Phoenix de acordo com ele...

Só havia um problema na relação deles: O Phoenix não queria de jeito nenhum assumir o Rafa como namorado. De acordo com ele, os pais dele eram muito conservadores e de jeito nenhum aceitariam um namoro homossexual do filho deles. Além do mais “ele tinha uma reputação a zelar”. Essa frase foi proferida pelo próprio Phoenix, que acabou causando uma grande briga entre eles... Phoenix disse que todos os amigos dele acreditavam que ele era realmente hétero, e que não queria causar nenhum problema com eles... Rafa de início não aceitou. Achou um absurdo, claro, mas bastaram algumas palavras bonitas, alguns pedidos de desculpas e algumas promessas moles pra ele reatar a relação e concordar com essa loucura de um relacionamento secreto...

– Você ficou completamente pirado? – Eu pergunto após acabar de conversar sobre esse assunto com o Cellbit.

– Como assim? – Ele pergunta se ajeitando na cama onde estávamos.

Eu e Rafa temos uma relação bem amigável. Contamos de tudo um pro outro e sempre pedimos conselhos um pro outro. É como diz o velho ditado: “Quem vê de fora sempre vê melhor”.

– Você sabe que essa ideia de relacionamentos secretos não funciona, né?  Sabe que isso está fadado ao fracasso, não é? – Eu pergunto e o vejo se ressentir.

– Por que não daria certo? Phoenix e eu podemos ser bem discretos. Eu tenho certeza de que podemos fazer isso funcionar... Não era você que era a favor do amor? – Ele me pergunta e eu torço o lábio.

– A favor do amor, não da idiotice... – Ele se aborrece e cruza os braços – Olha Rafa, eu já vi isso acontecendo “N” vezes. Não adianta ter um relacionamento com o Phoenix se você não tiver, efetivamente, um relacionamento com ele! Tipo, como você vai reagir quando, e não se, mas quando, uma garota bonita quiser ficar com ele? Para todos os efeitos o Phoenix é hétero, e, cá entre nós, um cara atraente. Como você vai se comportar quando alguém quiser ficar com ele? E pior! O que você vai fazer... Caso ele aceite? – Eu digo e ele treme na base. Acho que nunca havia pensado nisso.

– E-Ele não faria isso! – Rafa diz, exacerbado – Phoenix pode ser muitas coisas, mas eu tenho certeza que ele não trairía o nosso relacionamento... – Ele diz com certeza e eu cruzo os braços.

– Que relacionamento? – Eu digo e ele olha pro chão – Olha Rafa, eu não mando em você. Se você acha que valhe a pena tentar e quebrar a cara, vá em frente. Eu te avisei diversas vezes sobre o Phoenix. Eu já disse o que eu penso. Se você ainda assim quiser tentar, vai na fé. Quando você se fuder depois não venha atrás de mim me perguntando por que eu deixei você namorar com ele... Eu te falei o que eu acho sobre isso. Se você não quiser seguir é contigo mesmo... – Eu digo e saio do quarto.

Eu, após sair, suspiro pesadamente. Aquela sensação de aperto no meu peito não saia. Algo ruim ia acontecer... Eu só não sabia o quê...

#Flashback Off#

– Você agourou... – Mike diz me interrompendo.

– O quê?

– Você agourou o relacionamento deles... – Ele repete e eu o encaro com o cenho franzido.

– Eu não agourei o relacionamento deles... – Eu me defendo.

– Desculpa Pac, mas você agourou... – Jv diz tomando o partido de Mike.

– Mas eu senti que ia dar errado! Eu tinha que avisar o que eu achava...

– Mas fazendo isso, dizendo que ia dar errado, você agourou... – Batista diz e eu bufo de raiva.

–Enfim, o fato é que eles terminaram. Ponto, fim da história... – Eu digo já puto.

–Ah, mas espera aí. Como eles terminaram? Conta isso direito, Pac. – Mike diz me sacudindo.

– Tá bom! Tá bom! Para de me sacudir! – Eu digo e vejo-o sorrir. E me fazendo suspirar.

– Enfim. Já devia fazer uns dois meses desde que essa coisa entre o Rafa e o Phoenix começou... E como eu temia...

– Agourou. – Mike diz me corrigindo.

– Vai se fuder. E, como eu disse que ia acontecer, o relacionamento deles não deu certo...

– Porque você agourou...

– CALA A BOCA, PORRA!

#Flashback On#

Antes eu tivesse jogado na loteria...

Rafa e Phoenix estavam mais uma vez discutindo sobre o relacionamento deles. Como esperado, o Rafa não aguentava a pressão de ter que confiar no Phoenix em relação à fidelidade dele. Rafa teve que aguentar diversas garotas praticamente se jogando pra cima dele, eu admito que ele durou bem mais do que eu esperava. Já Phoenix acabou se revelando muito ciumento. E a última briga fora exatamente por causa disso... Um antigo amigo do Rafa acabou nos encontrando no meio da rua e foi aquela comoção. Eles se abraçaram normalmente, como amigos, mas foi impossível para Phoenix aceitar isso...

– EU JÁ DISSE QUE ELE É SÓ UM AMIGO! – Rafa praticamente grita no meio da rua enquanto as pessoas passam. Eu, apenas pra não passar vergonha, fiquei a pelo menos uns dez passos atrás dos dois. Íamos à escola juntos aquela manhã...

– AQUELE GAROTO NÃO PODE FICAR TE ABRAÇANDO ASSIM! VOCÊ É MEU NAMORADO! SÓ MEU! – Ele diz um tanto quanto muito puto, eu apenas observava.

– EU NÃO SOU NADA SEU! VOCÊ É TÃO COVARDE QUE NEM CONSEGUE ME ASSUMIR! COMO PODE ME COBRAR ALGO? EU NUNCA TE TRAÍ! NUNCA TE DEI MOTIVO PRA PENSAR ASSIM! – Rafa também não estava atrás no nivel de putisse. Eu apenas observava.

– EU JÁ DISSE O PORQUÊ DE EU NÃO PODER TE ASSUMIR! ACHEI QUE JÁ TÍNHAMOS CONVERSADO SOBRE ISSO! – Ele continua gritando. Eu achei melhor intervir antes que os dois começassem a partir para a violência física.

–Ok, ok, já chega. Rafa você vem comigo, Phoenix você vai pra casa. Ambos precisam esfriar a cabeça e conversar como adultos. Mais tarde nos vemos no colégio...– Eu digo e puxo Rafa pelo braço. Nenhum dos dois estava apto a conversar naquele momento e se fôssemos à escola agora eles não conseguiriam estudar mesmo, então eu achei melhor esperar...Phoenix me puxa pelo braço querendo me impedir de levá-lo.

– Eu ainda não terminei de conversar com ele. Solta ele Tarik! – Ele diz e aperta o meu braço querendo me intimidar. Eu solto o Rafa, torço o braço dele e o derrubo no chão.

– Se você me encostar de novo eu quebro seu braço... – Eu digo e puxo e ele nos olha com raiva.

–Vocês vão me pagar, seus filhos da puta... Eu vou me vingar disso... – Ele diz e eu o olho com os olhos cerrados.

– Vamos... –Eu digo para Cellbit que hesita.

– M-Mas pac...

– VAMOS! – Eu digo e ele se cala, começando a me seguir...

Chegando em casa eu suspiro pesadamente.

– Olha Pac, desculpa pelo Phoenix... Eu não achei que ele fosse tentar te machucar assim. Eu não conhecia esse lado dele e...

–EXATO! – Eu o interrompo – Você não conhecia esse lado dele... Você não sabe de NADA sobre ele! Eu te avisei há muito tempo sobre esse relacionamento. Você, como sempre, se acha o dono da razão e resolve me ignorar... Eu tive que intervir antes que ele começasse a te bater! E agora ele está nos ameaçando! Você PRECISA acabar com esse relacionamento! – Eu digo e ele encara o chão.

–Mas eu o amo, Pac... E-Eu sei que ele fez tudo isso, mas... Mas eu o amo... – Ele diz e eu o puxo até o espelho do banheiro.

– Olha só pra você... Veja só o seu estado... – Eu digo e ele se olha tomando um susto consigo mesmo.

Os cabelos loiros que sempre o orgulharam estavam com uma cor mais sem vida, desbotada. Os olhos, outrora azuis, vívidos e celestes, agora estavam cinza... Tristes... A pele perfeita de bebê que ele sempre teve, agora era mais áspera, com marcas debaixo dos olhos por causa do choro e das noites mal dormidas... O corpo esbelto e bem feito, agora era magro, quase desnutrido...

O garoto que era de dar inveja nas outras pessoas agora era fruto de pena em estado pífio... Deplorável...

–O-O que aconteceu comigo...? – Rafael diz com a voz baixa, triste.

– Phoenix aconteceu com você... Esse relacionamento está te desgastando, Rafa... Pouco a pouco você está sumindo... Eu não falei nada por medo de te magoar... – Meu coração estava muito pesado... A tristeza era clara nos olhos dele... Isso apenas me deu mais vontade de chorar... – E-Eu... Eu não quero perder o meu irmãozinho... – Eu digo com os olhos marejados. O fato era que esse relacionamento já estava desgastando a todos nós... Ver o Rafa triste chorando de madrugada ou sem comer era muito difícil. Por horas eu tentava chamá-lo pra sair, pra comer... Pra vê-lo... A verdade era que de pouco em pouco eu via o meu irmão morrer... E isso acabou me matando junto...

Rafael viu que eu havia começado a chorar e me abraçou forte... Ele era um pouco mais alto que eu, o que me fez deitar a minha cabeça no ombro dele.

– Desculpa... Desculpa... – Ele repetia baixinho enquanto beijava o topo da minha cabeça. Eu sentia as lágrimas dele cairem sobre os meus ombros. – Eu juro que vou acabar com isso... Juro pra você... – Ele diz e eu assinto com a cabeça.

– Acha que está com cabeça pra ir à escola? Eu te trouxe pra cá pra você esfriar a cabeça, mas eu tenho uma aula importante pra ir hoje e não queria faltar... Mas se você não estiver bem eu fico em casa com você... A família em primeiro lugar. – Eu digo e ele nega com a cabeça.

– Não se preocupe, eu vou contigo... Preciso terminar esse relacionamento o mais rápido possível... Só me deixe tomar um banho e consertar esse rosto antes, por favor... – Ele disse e eu assenti observando-o entrar no banheiro e ir tomar um banho.

Após acabar ele saiu um novo cara. Agora sim parecia o meu irmão. Abri um sorriso assim que o vi.

– Agora está bem melhor. Ainda precisamos trabalhar na sua aparência, mas comparado ao que estava antes... – Eu digo e ele ri baixinho.

 – Vamos? – Ele pergunta e eu assinto.

Após chegarmos na escola não vemos Phoenix em lugar nenhum. Eu vim o caminho todo em silêncio ao lado do Cellbit. Eu sabia que ele precisava de tempo pra pensar no que ele iria falar. Não seria uma tarefa fácil de se fazer... Phoenix não era exatamente uma pessoa razoável. Provavelmente teria choro, briga e discussão... Mas eu tinha confiança de que o Cell resolveria...

As pessoas riam e riam nos olhando. Várias delas olhavam o celular e ficavam boquiabertas com o que viam.

–Do que todos estão rindo? – Eu pergunto e Rafa dá de ombros.

– Ele não está em lugar nenhum... – Cellbit diz percebendo que o Phoenix havia sumido.

– Calma... Ele não pode fugir dessa discussão pra sempre. Uma hora ou outra ele vai ter que conversar contigo, Rafa... – Eu digo e o afago no ombro –Tenho que ir pra aula agora, mais tarde a gente se encontra... – Eu digo e saio para a sala...

Após várias aulas eu finalmente saio da sala com a minha bolsa de couro no ombro. Já estava escurecendo por causa do crepúsculo e eu estava procurando o Cellbit.

– Até mais, amanhã eu falo contigo... – Eu digo pro meu amigo Vitor enquanto saio da sala.

Eu olho pros lados e vejo Cellbit olhando fixamente pra um telefone de um dos alunos que era nosso amigo com a boca entreaberta.

Meu coração dispara ao me aproximar e ver que as lágrimas nos olhos dele não param de cair. Mas ele não se mexia... Estava estático, imóvel... Era como se seu corpo tivesse desistido da batalha...

–Cellbit! –Eu o chamo e ele não me responde. – Rafa... RAFAEL! – Eu grito o nome dele e fico na frente dele com as mãos no ombro dele. Nada...

Eu olho pra o telefone e entendo o que aquilo significava...

“–Ah! Gui... Mais forte, Gui...” –A voz entrecortada por gemidos do Cellbit invadia os meus ouvidos enquanto o via transando com o Phoenix.

Cellbit não parecia não se mover enquanto via aquelas imagens tão intimas.

As pessoas todas riam e apontavam para Cellbit que estava estático olhando o nada.

Guilherme aparece no meu campo de visão. Ele parecia desesperado! Tentava parar o incêndio que era aquele vídeo, mas obviamente não conseguia. Nós fazemos contato visual e ele arregala os olhos enquanto uma raiva incomensurável toma conta de mim. Eu me sentia cego de ódio!

–Vocês vão me pagar, seus filhos da puta... Eu vou me vingar disso... "– As palavras dele ecoaram na minha cabeça me fazendo bufar de raiva.

Era bem óbvio o que havia acontecido. Aquele filho da puta gravou-os num momento íntimo e, como vingança, resolveu espalhar pelo colégio inteiro!

Eu deixo Cellbit de lado e vou atrás dele. Ele estava a pelo menos uns dez metros de mim, mas eu fui tão rápido que atravessei o pátio em alguns segundos. Phoenix me encarava com desespero. Ele parecia culpado no olhar e eu estava me controlando pra não bater nele.

–P-Pac...E-Eu... – Ele tentava achar justificativas, mas elas não existiam! Eu me aproximava e ele se afastava andando de costas enquanto via meus olhos em fúria.

Phoenix era mais alto, mais velho e mais forte que eu, mas nada naquele momento iria me fazer parar. Ele percebeu que não teria chance de lutar contra mim. E vê-lo tentando justificar o injustificável me enfureceu...

Bem, não resisti e soquei a cara dele com toda a força que eu tinha...

Ele caiu no chão com o impacto enquanto segurava o nariz.

– SEU FILHO DA PUTA! – Eu o chutava nas costelas com toda a força enquanto um pessoal corria pra chamar ajuda.

Eu o chutei diversas vezes, ele não tinha como se defender das minhas investidas. Eu monto em cima dele e começo a sessão de socos no rosto estragando aquele maldito rostinho perfeito que conquistava as pessoas e as enganava. Com meus punhos vermelhos de sangue, eu o arrebentei até perder as forças.

De repente eu sinto um braço me puxando fracamente. Era Cellbit que chorava baixinho... Ele parecia tentar me impedir de matá-lo... Eu sei que ele queira me impedir de fazer uma besteira ainda maior, mas eu estava possesso!

– Chega... – Ele dizia baixinho enquanto tremia devido ao choro, eu quase não o ouvi, mas o ver naquele estado me quebrou... Eu não acreditava que havia chegado naquele nível... E olhando o estado em que as coisas chegaram eu só conseguia me lembrar de uma coisa...

“Eu, após sair, suspiro pesadamente. Aquela sensação de aperto no meu peito não saia. Algo ruim ia acontecer... Eu só não sabia o quê...”.

Dito e feito... Agora eu sabia muito bem o que aconteceu...

Eu saí de cima dele e Rafa me abraçou enquanto eu via o Phoenix caído no chão... A respiração dele estava entrecortada por um barulho estranho. Como se não conseguisse respirar direito. Ele se abaixa ficando perto do rosto dele que o observava com os olhos em lágrimas. Phoenix tenta falar algo. Tenta, mas sempre que saia algum som ele parecia se afogar no próprio sangue ou era interrompido por uma tosse forte.

– Eu te odeio... Eu te odeio com todas as minhas forças... Se você um dia chegar perto dele de novo eu te mato! – Eu digo o olhando enquanto ele tentava falar algo enquanto olhava pra Rafa. Nós, aos poucos, começamos a sair e quanto mais nos afastávamos, mais esses sons saiam dele...

–C-C-CELLBIT... – Essa foi a última palavra que ouvimos dele antes de irmos embora daquele lugar...

As pessoas que antes olhavam e riam do vídeo, agora estavam assustadas. E com razão... Eu nunca havia sido tão violento antes... Todos me conheciam como um cara pacifista, que não via virtude na violência. E de repente ver esse cara quase matando um outro aluno com certeza era, no mínimo, assustador...

Nós saímos da escola e paramos no banco de praça mais próximo que havia... Eu sabia o que viria a seguir...

Cellbit sentou-se ao meu lado no banco, me abraçou e começou a chorar. Um choro forte, que o rasgava na garganta. Ele soluçava, tremia, se engasgava com o próprio choro... E eu não podia fazer nada... Não havia nada que eu pudesse fazer pra aliviar a dor dele...

Eu me culpava... Se eu tivesse insistido mais... Se eu tivesse tentado mais...

Eu acabei por chorar também... Eu chorava por não poder fazer nada... Eu me sentia impotente... Insignificante...

E sobre uma rasa chuva que caía naquele momento, eu jurei pra mim mesmo que nunca mais deixaria-o chorar daquele jeito... Porque eu sabia que se isso acontecesse de novo ele não sobreviveria...

#Flashback Off#

– E foi isso o que aconteceu... – Eu termino a história e vejo quase todos em lágrimas.

–N-Nossa... Eu nunca imaginei que isso havia acontecido com o Cell... – Mike diz enquanto limpava o rosto.

– Ninguém pensa... Agora acho que você entendeu por que ele é tão rancoroso... Foi um sistema de defesa da mente dele pra se proteger... Ele prefere atacar do que se defender... Ele nunca deixa alguém o ferir de verdade porque ele odeia a pessoa antes de ela o ferir... – Eu digo e abaixo os olhos observando os meus dedos.

– Mas e o Phoenix? O que aconteceu? – Jv pergunta retornando à história.

– Eu não tenho certeza... Alguns dizem que ele sumiu do colégio após descobrirem o que ele havia feito. Outros dizem que ele morreu... Não tenho certeza do paradeiro dele... – Eu digo e ele assente.

– Mas e você? Não foi punido por quase ter matado ele? – Batista pergunta, confuso.

– Sim, eu fui expulso da escola... Meus pais quando viram fizeram um estardalhaço... Mas assim que Rafa explicou a situação eles me perdoaram e não me puniram... Eles, assim como eu, ficaram igualmente espantados com a revelação da sexualidade de Rafa, mas também o aceitaram... Ele teve que fazer tratamentos psicológicos por vários meses. Esse trauma o deixou extremamente abalado. Por várias noites eu acordei com os gritos de pesadelos dele... Ele se mudou de escola logo depois também. – Eu digo e todos me olham com pena.

Nós nos levantamos e nos despedimos. Tínhamos uma grande noite e todos queríamos estar bem descansados.

Chegando ao quarto Mike me chama.

– Pac... – Ele diz e eu me viro.

– Sim?

– Eu só que queria que você soubesse que você estava errado numa parte da história... – Ele diz e eu o encaro confuso.

– Como assim? – Eu digo e ele me abraça.

– Você não foi um inútil, muito menos alguém insignificante... Não sabe o quão importante você foi pro Cellbit naquele momento. Simplesmente sentar e chorar é o melhor a se fazer numa situação em que não há nada a se fazer... E ter alguém para lhe abraçar e servir de um ombro amigo é algo inestimável... Você foi um anjo no meio de todo aquele inferno... – Ele diz e eu sinto os meus olhos lacrimejarem.

– Puxa... Eu nunca pensei desse jeito... Obrigado mesmo, Mike... Você sempre sabe o que dizer... – Eu digo e ele me segura pelos ombros. Estávamos perigosamente perto um do outro.

Nossas respirações se encontravam e eu podia sentir seu coração bater mais rápido com a mão no peito dele.

– Pac... – Ele diz e eu não aguento e faço o que eu achei que devia ser feito.

Eu selo os nossos lábios num beijo forte e demorado...

 

 


Notas Finais


E foi isso. Espero que tenham gostado, galera.
Agora pra quem não sabe agourar é o ato de prever [algo] (sobre alguém ou sobre si mesmo); augurar, antever, pressentir. Nesse caso estamos usando no sentido de prever algo ruim. Pac teria ativado a Lei de Murphy e agourado o relacionamento deles.
Mas e aí? O Pac agourou ou não? Comentem o que vocês acham!
E finalmente o Beijo Mitw aconteceu! O que será que acontecerá em seguida?
Lembrando que no próximo capítulo nós teremos a tão esperada festa... O que pode acontecer lá?!?!
Eu já sei, vocês não :3
Nos vemos lá abiguinhos.


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