Moça, larga esse canivete,.
Não suje tua pele branca como a neve com o vermelho vivo do teu sangue morto.
A hemoglobina que sairá do teu pulso delicado e sofrido não vai ser a tinta usada pra escrever tua história
Moça, abra o ralo da brilhante banheira de porcelana que está esquecida, encostada na parede velha do teu banheiro.
Deixe que a água serena e assassina desça friamente pelo encanamento da tua casa.
A água quando entrar no teu pulmão, não vai matar tua sede.
Moça, apaga esse fósforo.
Não deixe as chamas consumirem teu corpo de alma queimada.
O fogo não aí aquecer teu coração frio de batidas sucintas do inverno rigoroso do teu subconsciente e dos teus problemas. Apenas vai queimá-lo ainda mais.
Moça, sai do beiral desse prédio.
A gravidade é impiedosa, não procure jogar teu corpo para baixo só para acompanhar tua alma que faz abstinência de ascenção.
Ao chegar lá em baixo naquela avenida movimentada, você não vai estar se sentindo melhor
Moça, desamarra essa corda do teto.
Não a faça correr em volta do teu pescoço, que a esse ponto já está adornado por angústia
Os hematomas roxos de tua forca não vão desenhar a tua história
Moça, tira essas pedras do teu bolso.
O fundo do mar não é como nos desenhos.
Os peixes vão mordiscar tua pele, o sódio vai corroer teu coração
A areia vai entrar no teu sapato, a água vai afogar tua embarcação.
Não é se afundando até as zonas abissais do mar que a imensidão de peixes coloridos vai te salvar.
Protegerei-te, de todos os canivetes.
Desafogarei-te, de toda água fria.
Aquecerei-te, sem precisar queimar tua pele.
Segurarei-te, assim que tentar pular.
Salvarei-te, de todas as cordas
Afastarei-te, de todas as pedras do teu bolso.
Ajudarei-te, sempre que precisar de apoio.
Abraçarei-te sempre que se sentir sozinha.
Iluminarei-te sempre que se sentir no escuro.
Levarei-te à outras galáxias sempre que tua mente estiver te torturando.
Lembrarei-te o quão incrível e importante você é, sempre que se sentir 'pra baixo.
Enxugarei-te sempre que estiver encharcada de lágrimas de sofrimento.
Farei-te rir quando não estiver mais aguentando chorar.
Amarei-te ainda mais, sempre que se esquecer de o quanto te amo
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