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História Moments - Capítulo 2- I início das trevas pt I


Escrita por: Beah_a_bear

Capítulo 2 - Capítulo 2- I início das trevas pt I


  30/12/2002

Eu me vi tomando café com minha mãe. Eu estava alegre, meio que pulando sentado na cadeira. Agora me lembro porque: é meu aniversário hoje. Me direciono ao meu eu do passado, ultrapasso a mesa e fico frente a frente com meu eu do passado. O analiso bem, até que meu pai entra na cozinha, beija minha mãe no rosto, diz umas coisas que eu não consegui entender completamente, e se senta ao meu lado, acariciando meus cabelos.

Se aquela moça do hospital estiver certa, ele vai matar minha mãe. Mas por que?

- As panquecas estão prontas já, desculpa fazer poucas, mas é que o dinheiro não deu pra comprar muita coisa- minha mãe do passado diz com uma feição triste, e me recordo de que ela tinha uns bicos como arrumadeira e faxineira, por isso não tinha tanto dinheiro.- mas comam logo antes que esfrie, senão vão se atrasar.

Meu pai a olhou com carinho, parece que ele já sabia o que viria, e com alguns segundos de vantagem abraçou minha mãe que começou a chorar copiosamente, se lamentando de não poder me dar tudo o que eu queria, meu eu do passado já tinha acabado de comer e se levanta, vai até sua mãe, e a abraça com vontade.

- Mãe, você sabe que tudo que eu quero é você e o papai bem, não preciso daquela moto elétrica que eu pedi, eu quero ver vocês dois sorrindo, tá? – ele a olhou com um brilho nos olhos, a mulher olhou para ele e sorriu, eu sabia o quanto o sorriso dela era lindo, ainda mais depois de um choro.- Mas se for pra querer um presente mesmo, eu queria um irmãozinho ou irmãzinha... – e fez aquela cara pidona, aquela que eu fazia quando queria muito uma coisa, e, na maioria das vezes, eu conseguia.

- Meu deus, menino! Você tem cada ideia..

- Mas até que o garoto está certo querido, ele é tão sozinho... – era verdade, eu não conseguia fazer amigos porque eu sempre fui muito elétrico, então meus amigos se assustavam e saiam de perto de mim.

- Vamos combinar uma coisa: eu e sua mãe vamos tentar, mas você vai ter que ser um bom menino e nos ajudar com a criança, feito?

- Feito appa.

- Ótimo, agora vamos logo que o senhor está atrasado, e não é porquê é seu aniversário que você pode se atrasar.

- Okaay, tchau omma – ele foi correndo até a porta, sendo seguido pelo seu pai.

Eu tinha me esquecido de que eu pedi pra ter irmãos. A mulher foi até a janela e viu eles partindo, e então se apressou e saiu de casa. A segui e vi que foi ao mercado da rua detrás da nossa. Mas ela tinha dito que não tinha dinheiro...

A vejo pegar alguns ingredientes, e pelo que vi ela faria um bolo. Ela nunca deixou nenhum aniversário meu em branco, mesmo que ela não tivesse condições, ela fazia alguma coisa. Aquele ano não seria diferente.

Sigo ela no caminho de volta, mas antes de ir pra casa, ela bate na porta vizinha. Pelo que eu me lembre, a casa estava vazia até a semana passada, quando uma família se mudou pra ela. Eram, pelo que eu vi, os pais, um adolescente meio obscuro, mas não devia ter mais que 15 anos, e uma menina da minha idade na época. Eu havia feito amizade com ela e, apesar do meu jeito estranho, ela ainda falava comigo e era até um pouco como eu.

- Olá senhora Nam, como vai? Eu queria saber se a Haru podia ir lá em casa hoje, o meu filho faz aniversário hoje, e eu vi que eles se tornaram amigos, tudo bem por você? – bem direta, ela sempre foi assim...

- Olá senhora Kim, mas é claro! Que horas ela pode ir?

- Às 6, quando ele chegar das atividades complementares da escola.

- OK, annyeong!

- Annyeong!

Depois disso, a segui até em casa, mas quando passei pela porta, eu me vi na minha escola da época. Como assim?

Eu estava num canto, sozinho como sempre, era recreio e todos estavam brincando. Meu eu do passado olhava eles a brincar, e tinha uma cara triste, e logo uma pequena e solitária lágrima rolou de seu olho direito. Até que uma menininha foi falar comigo, era minha vizinha. Chego mais perto pra ouvir a conversa.

- De novo chorando por não ter amigos Taetae? Não fica assim não, eu sou sua amiga!

- Eu sei Haru, mas eu queria brincar também! – ele abaixa cabeça, triste, mas a tal Haru a levanta

- Então brinque comigo! Do que quer brincar, amigo?

- Pode ser de adivinhação? É a única coisa que sei... – disse secando a lágrima com sua mãozinha

- Já sei, e que tal jogarmos baralho? Minha mãe sempre diz que é coisa de adultos, mas eu aprendi e posso te ensinar.- essa última parte ela disse bem baixinho no ouvido de minha versão, e ele pareceu se animar

- Um jogo proibido para nós? Gostei dessa, vamos.- e na hora notei aquele olhar, sabe, aquele de quando vemos a pessoa escolhida na nossa frente, aquele olhar apaixonado. E eu acabei de descobrir que me apaixonei pela minha vizinha aos 8 anos. Eu me apaixonei pela menina das fotos nessa idade. Isso significa que eu consegui ficar com ela, mas eu não lembro como, que droga!

********

Harumi’s POV

Present

Eu só sabia chorar! Ver meu Taehyung naquele estado, era demais para mim, eu não tinha forças pra dizer a Taegeuk o que aconteceu ao pai dela, nem pra sair de perto dele. Eu ouvia os bips das máquinas que o mantinham vivo e estável. Mesmo depois de tudo que passamos, de tudo que tivemos que superar, o perder assim tão jovem seria terrível demais!

Jungkook já veio aqui 3 vezes saber como eu estava, se eu me alimentava. Os meninos estavam cuidando de Taegeuk, eu sabia que Jin faria seu melhor pra cuidar tanto dela quanto dos meninos do grupo. A mídia sabia que Tae estava hospitalizado, mas a Big hit não deixou vazar mais nenhuma informação. As armys estão desoladas, a cada segundo meu celular treme, provavelmente com menções a Tae no Twitter. Ele estava logado no meu porque ele tinha perdido o celular em casa ontem, mas hoje de manhã havia achado, porém devo ter esquecido de deslogar a conta dele. Eram tantas mensagens de apoio, algumas me citando.

Fazia mais ou menos 2 anos que mostramos as armys que estávamos juntos. Elas já me conheciam como a melhor amiga de Tae, e quando eu achava q ia ser xingada aos montes, muitas me acolheram e me adoravam também. Algumas ainda me xingavam, mas a maioria absoluta me aceitou. 2 meses depois, casamos e 1 semana depois do casamento soubemos de Taegeuk. Foi uma loucura, mas nós fomos apoiados. Eu as amo como minhas irmãs, e elas me adoram, ainda mais porque eu tirava várias fotos do Tae em momentos constrangedores e engraçados. Sorri com a memória desses momentos...

Apertei forte a mão do homem que estava na maca, mas não houve nenhuma reação. Vamos Tae, reaja! Você tem 3 dias apenas para reagir!

Ainda me recordo do que o médico me disse...

“ - Nós daremos a ele 3 dias, se houver alguma reação, por menor que seja, nós o operaremos e lutaremos por ele, caso contrário, nós teremos que desligar os aparelhos”

Vamos Tae, essa é a hora de reagir, não desista!

*********

Taehyung’s POV

Eu vi meu pai chegar, vi minha mãe aprontar tudo, minha vizinha chegar com alguns cupcakes, vi a festa ser montada. Vi meu pai ir me buscar na escola junto com a tal Haru, me vi chegando e me surpreendendo. Isso nuva velocidade absurda.

A hora dos parabéns, a hora que aquela foto foi tirada, a foto que vi na minha cama. Meu pai não estava tão sóbrio, acho que ele tomou soju demais, e vi minha mãe leva lo ao quarto. Vi ela se despedindo de uns 2 tios meus que foram lá, vi a senhora Nam levar a Haru, e me vi abrindo meus presentes. Tinha uma caixa enorme, e tinha os nomes dos meus pais e dos tios que vieram. Eu deixei pra abrir por último, e abri as outras. Tinha um presente que a Haru me deu, era um colar que tinha um coração partido, e tinha um bilhete: para meu amigo, um colar escrito amigos para sempre. O seu completa o meu, e eu só sou completa contigo. De sua amiga, Nam Harumi.

Então esse era o nome dela, Harumi... Minha versão olhava o colar com carinho, e o colocou no pescoço. Abriu os outros presentes, algumas blusas e uma bola. Então partiu direto pra caixa maior, e sem paciência alguma rasgou o papel de presente e abriu a caixa, e então viu a moto elétrica que eu tanto queria naquela idade. Eu fiquei tão feliz...

Mas eu ouvi algo se quebrando lá em cima. Ouvi também a voz do meu pai, e ele gritava. Meu eu do passado correu pra cima e bateu na porta do quarto incessantemente. Minha mãe abriu, e ela tinha o rosto com lágrimas, além de um corte em cima da sobrancelha que sangrava. Ela o pegou, levou ao meu quarto e o pôs na cama. Não disse nada, apenas o beijou, saiu e fechou a porta.

Eu ainda ouvia os gritos, eram mais abafados mas ainda os ouvia. Me encaminhei até o quarto deles. A cena era desoladora...

Vi meu pai com o caco de vidro de uma garrafa na mão, e minha mãe em cima da cama, ele gritava e xingava a minha mãe, e ele a ameaçava aos gritos enquanto encostava a garrafa quebrada no rosto dela.

- DA ONDE VOCÊ TIROU DINHEIRO PRA ESTA PORRA TODA? – ele falava meio embaralhado, ele já estava muito bêbado- VOCÊ SABE MUITO BEM QUE EU NÃO ESTOU COM CONDIÇÕES PRA NADA, SUA VADIA! VOCÊ ROUBOU AQUELA MOTO, FOI ISSO? ME CASEI COM UMA LADRA?

-F-foi-i os ti-tios de-le que compra-ram, e-eles só co-colocaram o nosso no-nome... – ela chorava copiosamente, e eu entrei na frente dela e tentava enxugar suas lágrimas, mas eu simplesmente não conseguia- E-euguar-d-dei o dinhei-ro que vo-você me da-dava todo mês p-pra com-prar meus anticon-cepcionais-is, eu comprei só u-um.

- VOCÊ É UMA VADIIIIIIIAAAA! – ele ia jogar a garrafa quebrada nela, eu fiquei na sua frente, mesmo assim eu não pude evitar, eu parecia ser e estar invisível, sem poder agir! Mas ele parou no meio do caminho. – Não vou te machucar na cara mais ainda senão não vou conseguir olhar pra você quando eu for te foder.- ele andou pelo quarto, rindo, até que caiu em si na última fala da mulher, a olhando com fúria, pegando-a pelos ombros e sacudindo ela, berrando na sua cara- VOCÊ NÃO COMPROU A PORRA DOS REMÉDIOS? JURO QUE SE VOCÊ ENGRAVIDAR EU TE BATO ATEEEEEÉ VOCÊ PERDER A CRIANÇA! EU NÃO QUERO FILHOOOOS! NUNCA QUIS! EU SÓ CASEI COM VOCÊ PORQUE VOCÊ DISSE QUE TINHA ENGRAVIDADO DAQUELE PUTO DO KIM NWOHYUNG, - o-o quê? Mas ele não é meu pai? – E PORQUE VOCÊ ERA MUITO GOSTOSA, VOCÊ ME IMPLOROU DE JOELHOS PRA NÃO TER QUE SER EXPULSA DA SOCIEDADE E MORAR NA RUA. VOCÊ PROMETEU SER SÓ MINHAAA. PORQUE AQUELE PUTO ESTAVA AQUI HOJE? – meu pai de verdade estava aqui?

-E-ele que-queria ver o-o fi-filho... -minha mãe já estava desfalecendo, ela estava muito fraca. O filho da puta que sempre chamei de pai pegou um dos cacos da garrafa que ele deixou cair e quebrou maia ainda, jogou minha mãe na cama e catou os caquinhos, depois jogou na barriga dela e apertou, tirando sangue de ambos. Ela gritava de dor, até que parou e desmaiou. Ele, não satisfeito, rasgou suas roupas, a colocou na cama e começou a se relacionar com ela mesmo inconsciente.

Eu já estava encolhido num canto chorando, era muita informação! Saí do quarto deles e fui até meu quarto olhar meu eu do passado. Ele estava no banheiro com o chuveiro e o radinho que ganhou no ovo de Páscoa dos seus tios ligados, e as mãos no ouvido. Provavelmente não havia escutado nada daquilo. Estava em cima do sanitário chorando muito, aquela era a segunda vez que aquilo acontecia na semana, já estava ficando comum desde que ele fora rebaixado de cargo porque foi pego bebendo. Desde então, se enchia de bebida. As memórias de tudo até aquele dia que eu vi vieram ao mesmo tempo, e aquela dor e tontura vieram de novo....

25/06/2017- 02:45 am

Me vejo novamente na maca. Estou todo entubado e as máquinas que ainda me mantinham vivos apitavam absurdamente. Meu peito doía com as memórias que recebi, vejo aquela moça do corredor se assustar com o barulho. Meu peito começa a subir e descer na maca, e eu começo a sentir uma dor lancinante, caio no chão e vejo vários enfermeiros e médicos entrando no quarto, eles levam a moça pra fora do quarto e tentam me reanimar. Minha visão turvejou no momento, eu apenas via vultos exaltados e gritando coisas como “ não deixem ele perder o pulso” e “ rápido, tragam o desfibrilador”. A máquina que verificava minha pulsação apitava sem parar, eu já estava sem sentir partes do meu corpo. Acreditei que aquele seria o meu fim...


Notas Finais


Achei o capítulo pequeno, então coloquei mais algumas coisinhas. Até a próxima, bjinhooos de luuuz ❤


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