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História Mommy - Park Jimin - BTS - 23


Escrita por: Linques

Notas do Autor


Olar, tudo bem???
Tem algum vivente vagando pelo spirit que nem eu?
A verdade é que eu tô cagada de sono, mas um c e r t o alguém pediu que eu escrevesse e eu sob pressão, é tiro e queda.
Perdoa se tiver alguma coisa aí muito errada, eu escrevi com sono, revisei com sono, então...

OBS: Nas notas finais tem o link do imagine mais recente que eu fiz.
OBS2: (S/S) significa seu sobrenome.

Boa leitura pra vocês!

Capítulo 23 - 23


Fanfic / Fanfiction Mommy - Park Jimin - BTS - 23

(S/N) POVS ON

O policial Costa encaminhou Otávio até o lado de fora, Zé segurou o braço de Jimin e foi caminhando com ele também. Ver sua cara de perdido e angustiado me partiu o coração em um zilhão de pedaços, eu esperava mesmo que Jimin não tivesse que passar por nada de ruim nunca mais.

- Senhora. – O policial João chamou minha atenção pela segunda vez, visto que eu ainda estava parada. Os nervos estavam à flor da pele e o medo de que Otávio conseguisse se safar era gritante.

Não era possível aquele homem estar fechando os ouvidos à minha confissão de estupro por Otávio. Errado, (S/N). Era possível sim. Estava com medo de que eles todos trabalhassem juntos... E se até a moça com quem falei na hora de pedir uma viatura para minha casa também estivesse nessa quadrilha? Meu coração doía e eu só queria confortar Jimin ao passo que também queria ele me confortasse.

Queria ouvir alguém me dizer um “Vai ficar tudo bem”, às vezes isso é uma grande ajuda. Mesmo que não fosse ficar tudo bem, e que algo lá no meu coração martelasse nisso, ouvir tais palavras iriam me ajudar.

A única coisa que me fez querer acompanhar o senhor mais velho foi ver que Jimin estava já chegando perto da porta sendo levado pelo outro policial. Ele logo estaria dentro da viatura e mesmo que aquilo tudo estivesse errado, não poderia deixá-lo só.

Concordei sutilmente para João e guardei o celular no bolso do short. Peguei as chaves que estavam sobre o aparador ao lado da porta e assim que ele saiu, a tranquei.

 

...

 

- Eu estava esperando o momento perfeito pra mostrar a vocês que eu sabia de tudo. – Otávio riu soprado, estava falando em português e eu não poderia saber se aquilo era bom ou ruim.

Estávamos os três sentados em um banco de quatro lugares na delegacia, ela era pequena e tinha pouquíssimo movimento. Estávamos no corredor e em nossa frente havia a sala do delegado com janelas de vidros que permitiram ver tudo o que estava acontecendo lá dentro.

- Cala a boca, Otávio.

Jimin beijou o topo de minha cabeça e sussurrou:

- Ei, não fale com ele. Seja lá o que ele esteja falando, apenas ignore. – Ele, que estava com o braço por cima de mim, me apertou mais para perto de si.

- Eu vou te matar, Jimin. – Ele voltara ao coreano junto de sua seriedade que estava posta de lado, mas após poucos segundos, soltou um riso. Aquilo estava me incomodando e muito. Jimin o olhou brevemente, mas o encarei para que ele direcionasse seu olhar até mim e assim esquecesse que aquele monstro estava ali ao nosso lado. – (S/S), você acha que eu conheço João há quanto tempo? – Levou sua mão direita até o queixo e deu três toques com seu indicador, olhou para a sala do delegado e pareceu feliz ao encarar o ambiente mesmo que não estivesse sendo correspondido.

Olhei para a sala de João e este conversava junto dos dois policiais que nos acompanharam. Só em não saber sobre o que eles falavam todos os meus ossos passaram a tremer. Então, aquilo era uma confissão daquele sádico? Ele realmente tinha algo a ver com João Albuquerque.

- Eu vou destruir você. – Falei com muito, muito, muito ódio.

- Não, você não vai. Acredite em mim (S/S).

- Que tal você voltar a falar em português e aí eu poderei ouvir todas as suas implicâncias e ainda achar graça se você quiser.

O fato de Otávio mesclar sua fala ora em português, ora em coreano estava me dando nos nervos. Ele só falava o que queria em coreano para irritar Park, tenho certeza.

- Ei Jimin. – Otávio inclinou o corpo levemente para frente para encarar Jimin já que ele estava na ponta esquerda e o mais novo na ponta direita do banco, eu estava ao lado de Jimin e ao meu lado uma cadeira vazia, em seguida, sentava meu chefe. O encarei séria e ele me ignorou. – Eu acho que você não sabe, mas sua mãe e eu tivemos uma primeira vez maravilhosa. Foi um dia que você não estava em casa... Hum... Inclusive, muito obrigada por isso, ela estava bem tímida... Imagine se você estivesse em casa, ela não iria ceder de jeito nenhum. – Voltou a sentar-se ereto. – Você não tem preconceito com esse tipo de coisa, não é? Digo... Casais apaixonados se relacionando antes do casamento... Por que bem... Eu sei que o seu país tem a mente bem fechada, ele é bem atrasado e...

Jimin levantou-se depressa e foi até Otávio socando-lhe o rosto. Todo o sangue seco que estava no rosto do mais velho voltou a ficar brilhoso devido à chegada de mais algumas gotas que desciam dos cortes que Jimin já havia deixado ali. Segurei o braço de Jimin e implorei que ele parasse com aquilo. Ele tinha de parar, nós estávamos em uma delegacia e não iria cair bem para o lado dele.

Além de Otávio ter falado o que não deveria, agora tínhamos os três policiais de antes ao nosso lado. Costa segurava Jimin puxando seus braços para trás enquanto este respirava ofegante encarando Otávio com frustração.

Engoli o pouco de saliva que tinha na boca e apertei os olhos.

- Jimin, vem. – Estiquei meu braço direito, mas ele apenas soltou-se do policial e sentou-se no mesmo lugar de antes. Costa o jogou uma camiseta, ordenando-o que a vestisse.

Sentei ao lado dele novamente e passei a mão por suas costas enquanto o mais jovem encarava o chão com as mãos apoiadas no banco da cadeira.

- Isso foi rude, Jimin. – Otávio falou e eu senti toda a ironia carregada em sua voz, mas é óbvio que era eu e somente eu que percebia aquilo, já que os três policiais pareciam cegos.

- Desculpe, mas ele nos provocou. – Falei desdenhosa encarando João, que agora fui descobrir ser o delegado. Os três estavam parados diante de nós e poderiam estar junto de Otávio, o que só aumentava a minha raiva. – Quando vamos poder fazer uma ligação?

- A senhora quer ligar agora? – João me perguntou.

- Quero.

- Zé, acompanhe a senhora.

Zé me encarava sério, levantei-me da cadeira, mas antes fiz um carinho no joelho de Jimin. Ele ainda estava parado sem esboçar reação.

O homem mais velho me levou até a sala do delegado e apontou o telefone para mim. Corri para o aparelho nada moderno e disquei o número de Cristal, ela era a única capaz de me tirar daquela confusão.

Cristal concordou em me ajudar, ela mal conseguiu acreditar no que eu disse, o problema era que não haveria ninguém para ficar com Yoongi no hospital, mas dei a sugestão de que ela pedisse à minha mãe. Era a única pessoa que eu conhecia que também conhecia Yoongi, e por mais que os dois nunca tivessem tido uma grande conversa por longos minutos foi o que consegui pensar.

Com sorte, logo, nós todos – eu, Jimin e Cristal – estaríamos de volta à capital para não desgrudar os olhos de Yoongi.

Mas, com muita sortes mesmo.

...

 

- A senhora gostaria de começar a depor?

- Eu vou esperar minha advogada, ela deve estar chegando pelo meio da tarde.

- Não há ninguém lhe acusando de nada, senhora. – Zé pigarreou enquanto João falava comigo e eu o fitei atordoada. – Bem... – João olhou para Zé. – Não formalmente. – Direcionou seu olhar a Otávio. – O senhor vai prestar um boletim de ocorrência?

- Eu gostaria. E também gostaria de fazer uma ligação.

- Claro. Zé, leve o homem. Depois, será você japinha. – João olhou para Jimin, mas este ainda tinha a mesma cara de nada e continuou com ela, já que não entendeu nenhuma palavra.

Apertei a mão dele e ele finalmente me olhou.

- Não precisa ficar assim, Jimin. Nós logo vamos sair daqui, te prometo. – Deslizei os dedos por seu queixo, mas ele se mantinha quieto.

Jimin puxou o ar com calma e expirou.

- Foi o Otávio, não foi? Ele te estuprou, (S/N).

Céus. Eu não queria que ele tivesse ouvido as palavras imundas de Otávio. Mas, cedo ou tarde ele iria me perguntar sobre aquilo. Quando Otávio falou, pareceu bem óbvio, tudo o que Jimin fez foi juntar os pontos.

- O que estão falando agora? – João perguntou com as mãos na cintura, sua sobrancelha estava junta e ele nos analisava com uma cara nada amigável.

- Apenas que vai ficar tudo bem.

- A senhora fala muito isso.

- E qual o problema? – Perguntei enfurecida. Já não tinha mais dúvidas que aquele homem estava em um complô com Otávio. Jimin apertou minha mão, devido ao meu tom de voz elevado e o olhei.

Finalmente uma reação dele direcionada a mim.

- A senhora deveria começar a me respeitar.

Olhei rapidamente ao policial e voltei a encostar as costas na cadeira.

Eu não sei como ainda estava conseguindo me manter sã diante de tudo aquilo. Yoongi em coma, Otávio tentando me incriminar, Jimin querendo explicações que eu não sabia se poderia dar e tudo isso acontecendo enquanto estávamos em uma cidade de interior. Queria acordar desse grande pesadelo que começou desde o dia em que Otávio pôs os pés na empresa.

Eu só queria pelo menos um tempo a sós com Jimin sem ter nenhum policial desconfiado para nos encarar ou um Otávio para nos azucrinar com suas falácias estúpidas.

- Eu gostaria de prestar um boletim de ocorrência contra Otávio agora.

- Muito bem, venha comigo. – João falou autoritário.

- Jimin, vou denunciar Otávio agora. Me espere aqui, eu prometo que volto logo e aí poderemos conversar sobre tudo, certo? Juro que não vou te esconder nada, eu vou te contar tudo. – Sorri minimamente enquanto acariciava sua bochecha.

Ele assentiu e também sorriu, mas era tão tristonho aquele sorriso que me doeu. Queria tanto saber o que passava pela sua mente... Ainda mais agora que ele soube de uma maneira tão brusca que Otávio havia abusado de mim.

- E agora o que falou com ele?

- Que ele não precisa se preocupar sobre para quem ligar.

- O japinha não vai usar o telefonema que tem direito?

- Não.

- Tudo bem. – João suspirou pesado. – Costa, de olho nele.

Fui levada até uma das mesas que haviam ao fim do corredor, tinham apenas três funcionários trabalhando, duas mesas desocupadas e então nos sentamos em uma delas.

O policial se sentou com a maior calma do mundo, folheou alguns papéis, mexeu um pouco no computador e se pôs a me encarar.

- Posso começar? – Ele balançou a cabeça positivamente. – Bem, eu quero denunciar Otávio Albuquerque porque ele me estuprou. – Fitei meus joelhos e apertei as mãos. Aquelas lembranças nunca me deixariam em paz. – Mexeu com meu psicológico ao fazer ameaças a Jimin, fez ameaças a mim também, agiu como um perseguidor. – Pausei brevemente. – O senhor viu que ele tirou fotos íntimas minhas e de Jimin sem minha autorização. Quem sabe ele não pôs câmeras na minha casa? – Suspirei pesado. – E para finalizar, invadiu minha casa sabe-se lá como segurando uma arma. Minha casa de praia. Eu nunca disse o endereço da minha casa de praia a ele. Ele vem me observando há meses.

- Nós avaliamos a arma e não haviam mais balas. Otávio atirou?

- Ele deve ter colocado só duas balas. Não eram balas de verdade, ele disse que fez balas especiais. – Olhei para João e este parecia atento. – Otávio colocou papel dentro de dois projéteis. Mas, ele foi lá e disse que Jimin merecia morrer, me pareceu bastante sério quando disse isso.

- E para a senhora não disse nada?

- Que eu ia passar muito tempo na prisão, e ele iria demorar pra me tirar de lá.

- Por que ele disse isso?

- Otávio tem uma espécie de obsessão em mim. Não é óbvio?

A cada vez que o policial falava e me tratava com desdenho, eu tinha mais certeza de que tudo aquilo era uma farsa e logo todos eles iriam aprontar contra mim e Jimin.

- Escuta aqui. Desde que eu cheguei a sua casa, a senhora está sendo desrespeitosa. Estou fazendo apenas o meu trabalho e acho bom que colabore.

Ignorei aquilo.

- Otávio me obrigou ser sua noiva. – Olhei para o lado e fechei os olhos. – Ele estava planejando um jantar para formalizar tudo, mas eu fui adiando o tanto que pude. – Levei minhas duas mãos até a mesa do policial e as bati com força. – O senhor precisa prender aquele homem agora. Cheque os registros dele no RH, cheque o seu passado. Com certeza tem muita coisa ruim sobre ele lá.

- Eu vou acabar prendendo a senhora por desacato.

- O que? Isso é uma grande piada, não é? Qual a parte de que eu fui estuprada e ameaçada por aquele homem, o senhor não entendeu ainda? – Já estava de pé apontando com o dedo lá para fora, onde Otávio e Jimin estavam sentados. E claro, também estava gritando.

 

...

 

- O que diabos aconteceu, (S/N)?

Levantei-me num pulo, pois reconheci aquela voz. Cristal tirou os imensos óculos escuros do rosto e vi aqueles cachos se aproximando da cela onde eu estava presa por desacato à autoridade. Já devia se passar do meio dia.

- Cristal! – Estiquei os braços por entre as grades suplicando um abraço dela.

Era saudade e preocupação misturadas. Ela me retribuiu e acabamos nos abraçando de um jeito bastante doloroso.

Um guarda que estava no corredor onde as celas ficavam veio abrir o portão e quando o fez, pude finalmente abraçar Cristal dignamente.

- (S/N), o que aconteceu? Preciso saber de tudo se quer que eu te tire daqui. – Ela olhou em volta e eu também.

O lugar era ultra pequeno, com uma cama de concreto e um colchão tão fino que mais parecia um lençol. Havia uma pia, um pequenino espelho pendurado, mas estava muito sujo para que pudéssemos ver qualquer reflexo que fosse e do lado, um aparelho sanitário com um mal cheiro horroroso. Pronto. Era tudo o que tinha na cela.

Me sentei novamente na cama nada confortável e a chamei para fazer o mesmo.

- Como está Yoongi?

Ela abaixou a cabeça e negou, limpando uma lágrima fujona.

- Você sabe que ele é um idiota, não sabe? Mas, eu não esperava que ele usasse droga, (S/N).

Apertei suas duas mãos e nos abraçamos novamente. Um abraço longo e demorado. Por mais que Cristal quisesse agir como uma profissional naquele momento, era impossível. Nosso amigo estava em uma situação crítica no hospital. Confortamos-nos uma no abraço da outra por longos minutos.

- Se eu tivesse desconfiado minimamente... Ah, eu sou uma idiota. Eu trabalho com ele, era meu dever ter notado qualquer comportamento estranho.

- A culpa não é sua.

- Mas eu devia ter notado.

- Olha, (S/N). Isso não adianta mais. A sua mãe ficou com ele no hospital e eu disse que vinha pra cá passar o resto do final de semana com você, sorte a minha que ela não perguntou detalhes, eu não sabia se podia contar a ela ou não.

- Nem eu sei, Cristal. Queria um abraço da minha mãe, mas não queria que ela ficasse sabendo de tudo. – Baixei o olhar. – Jimin sabe que Otávio me estuprou.

- Eu sinto muito, (S/N). Muito mesmo. Desde que você me contou, eu sinto ódio por esse homem todos os dias.

- Vamos deixar esse assunto um pouco de lado. – Respirei fundo. – Quando você vai me tirar daqui?

- Você acusou o delegado de ser cúmplice do Otávio, (S/N). – Ela me olhou cerrando os olhos.

- Eles têm o mesmo sobrenome. – Ela continuou séria, como se aquilo não fosse nada demais e eu aumentei minha indignação. – Cristal, Otávio me perguntou quanto tempo eu achava que eles se conheciam.

- Bem, isso já muda o rumo das coisas. Mas, calma. Muita calma.

Ela me analisou por um longo tempo.

Levantou-se da cama de colchão finíssimo que havia dentro da sala e andou até as grades. Ficou por lá olhando para o corredor escuro por quase um minuto inteiro.

Estava me matando.

- Eu acho que sei o que está acontecendo aqui. Mas, antes de começar a agir, eu preciso que você me conte tudo.

- Claro. – Falei afoita sentindo um fiozinho de esperança.

- Cada detalhe, (S/N).

E assim eu fiz. Contei exatamente tudo a Cristal. Desde o dia em que Otávio apareceu na empresa, o dia em que ele apareceu em minha casa de surpresa pela noite que no caso, também foi o dia em que eu e Jimin nos envolvemos pela primeira vez, contei sobre a moça do Recursos Humanos – Carla – e sua estranha reação quando perguntei sobre o motivo da transferência de filial de Otávio, contei que ele confessou a mim que me observava por meses antes de ao menos se apresentar como novo diretor-executivo... Enfim, tudo. Inclusive, os últimos fatos. As malditas fotos que Otávio mostrou entre mim e Jimin, e que ele estava alegando que Park tinha problemas mentais.

- Tudo bem. Não está esquecendo de mais nada mesmo?

- Não. Eu juro que não.

- Eu preciso ir agora. – Ela me deu outro abraço. – Credo, (S/N), você não deveria ter sido tão desrespeitosa.

- Ele ignorou o meu estupro.

- E isso me faz querer dar uns bons tapas nele, acredite. Mas, nós estamos sob a jurisdição dele aqui nessa cidade. Tenta se controlar um pouco, por favor.

- Tudo bem. – Nos soltamos e ela saiu da minha cela. – Cristal! – Gritei antes que ela começasse a andar e fosse embora de minha visão. – Como está o Jimin?

- Sentado no corredor. Estamos esperando a tradutora.

- Você não pode traduzir o depoimento dele?

- Não, porque sou sua advogada.

- E eu?

- Claro que não, (S/N).

- Tudo bem. Por favor, volte assim que tiver novidades.

- Não se preocupe.

O barulho do salto alto de minha advogada foi se distanciando e me vi sozinha naquela cela mais uma vez.

(S/N) POVS OFF

 

...

 

CRISTAL OLIVEIRA POVS ON

- Boa noite.

O delegado, João Albuquerque, me disse quando entrei em sua sala. Otávio já havia dado seu depoimento, o único que ainda não tivera feito fora Jimin. Por incrível que pareça, o advogado de Otávio chegou também naquela tarde, um pouco depois de mim.

- Podemos conversar?

- Claro. Sente-se.

Puxei a cadeira de madeira e me sentei, mas antes de encarar aquele homem passei os olhos por sua sala. Havia um porta-retratos que pude notar ele, uma mulher e uma menininha loira muito bonita, por sinal, provavelmente sua família.

- Peço perdão pela minha cliente. Ela foi muito desrespeitosa com o senhor.

- Tudo bem, dona... É Cristal, não é? – Assenti. – Eu estou acostumado com isso, filha. Os turistas que frequentam essa cidade... Cada estrangeiro babaca que se acham donos do mundo, você não faz ideia. Fora que a situação da sua amiga é bem complicada.

- Eu sei que provavelmente o acusado vai pedir uma avaliação psicológica de Jimin, não é?

- Você é muito inteligente.

Olhei para o lado e ri, não por estar feliz, mas por saber que ele já tivera feito isso.

- Ele já pediu, não é?

- Ainda não posso falar sobre o depoimento do senhor Albuquerque.

- O senhor deve estar com muita raiva da minha cliente, eu entendo. Mas, eu tenho uma proposta. – Ele encostou as costas na cadeira e pareceu ficar atento ao que eu estava falando.

- Qual o objetivo?

- Provar a inocência da (S/N). O Jimin não é nenhum doente mental e ela não o coagiu de forma nenhuma a fazer nada que ele não quisesse. Além do mais...

- Isso eu já sei. Sei que o garoto é maior, sei que ela não o coagiu. Mas acontece que o senhor Otávio tem muitas fotos dos dois juntos e jura ter certeza que o garoto tem deficiência mental. A senhora (S/N) me disse que ela o adotou depois dele ter perdido a família. – Ele parou por um instante e ajeitou a cadeira, a levando um pouco mais para frente. – Eu não preciso ser nenhum doutor formado para saber que isso pode deixar algo na cabeça dele. Eu não sei, eu acho realmente que precisamos de um médico para avaliá-lo.

- Tudo bem. O senhor pode mandar avaliá-lo, mas eu também quero pedir que avaliem Otávio. Minha cliente deixou bem claro que ele tem obsessão por ela, estou correta? – Ele confirmou. – Então, isso será possível?

- Claro. Provavelmente, o médico e a tradutora estarão aqui pela manhã, se tudo correr bem.

- Senhor delegado, a minha proposta poderia acelerar um pouco mais as coisas.

João se levantou e começou a passear pela sala enquanto eu falava a ideia que tive enquanto (S/N) me contou tudo. Estava fielmente acreditando naquilo e tudo o que eu precisava era que o delegado concordasse.

CRISTAL OLIVEIRA POVS OFF

 

...

 

(S/N) POVS ON

- Aí moça, o delegado está te chamando. – O guarda que rondava pelos corredores veio abrir minha cela. Ele me encaminhou para a sala do delegado João.

Era mais de meia-noite, e sei disso porque vi no grande relógio dentro da sala do delegado. Jimin e Otávio estavam ainda no mesmo lugar. Quando passei por Park, sorri amigavelmente e vi o brilho em suas orbes quando me viu. Ah, Jimin! Os meus olhos também estão brilhando em te ver, e o meu coração está acelerado novamente. Olhei para o fim do corredor e vi que a delegacia estava completamente vazia. Ninguém mais trabalhava no espaço em que ficavam as mesas. As luzes até estavam apagadas, apenas um abajur estava aceso e era a da mesa mais distante de onde ficava a sala do delegado, mas tudo bem, apesar do calafrio, a luz do corredor em que Jimin e Otávio estavam estava acesa e a sala do delegado também.

- Como está? – O delegado me questionou assim que o guarda me pôs sentada na cadeira à frente do homem de cabelos grisalhos. Só neguei minha cabeça e olhei para a janela. Vi o homem que me levara até lá ir embora, mas vi que ele trancou a porta quando siau. – Desde quando está se relacionando com este rapaz?

- Pensei que a hora do meu depoimento tivesse passado.

- Eu faço as horas aqui, senhora. Além do mais, foi a senhora que acabou com o seu depoimento já que foi tão desrespeitosa. Então, o que acha de retomarmos agora?

- Eu não quero. Onde está a minha advogada? Por que eu só a vi de tarde? Onde está a tradutora de Jimin?

- Calma, senhora. Uma pergunta de cada vez. – Ele pegou um cigarro e levou até a boca. – Eu quero saber, a senhora disse que estava noiva de Otávio e me disse que ele a estuprou. Como isso é possível? Vocês estavam noivos... Se vocês tiveram algum tipo de relação sexual, isso não foi estupro.

- Eu exijo a minha advogada aqui agora. O senhor está me ofendendo e pode ter certeza que eu vou lhe processar. – As malditas lágrimas começaram a descer. Olhei para Jimin e ele estava de pé se aproximando do vidro. Ao me ver chorar, Jimin virou o corpo bruscamente para trás, socando Otávio que estava desprevenido e não tinha nenhum policial ali perto dos dois. – Faça alguma coisa. – João continuava quieto. Ele pegou um isqueiro e acendeu o cigarro. Parece que todos os policiais da delegacia haviam sumido de vez, era inacreditável. Aonde estavam Costa e Zé? Uma fúria subiu dos pés indo até a minha cabeça a fazendo latejá-la fortemente. – É isso que você quer, não é? Você é um cúmplice do Otávio e quer incriminar Jimin. – O policial permanecia sério, eu diria que frustrado. Observava a cena sem prestar atenção em mim. Eu estava com o rosto queimando de raiva, mas tudo aquilo piorou quando ouvi um estrondo forte. Era Otávio segurando Jimin pelas costas e o jogando contra o vidro da parede da janela. – Por favor. – Desabei em lágrimas.

Chorava tanto que soluçava. Fui até o vidro e toquei, querendo de alguma forma – bem estúpida – confortar Jimin. Otávio não parava de batê-lo. Ele levou Jimin ao chão e deu repetidos socos em seu rosto, Jimin mal conseguia manter os olhos abertos e estava cuspindo sangue. Corri para a porta da sala, mas estava trancada, voltei ao delegado e comecei a batê-lo – inutilmente. E, incrivelmente, ele continuava observando a cena sério.

Até que vi quando Otávio ficou de pé, rindo de canto. Ele levantou uma das pernas e estava pronta para chutar o rosto de Park. Bati no vidro, muitas vezes. Ele me olhou querendo esconder o riso – e aquela era a primeira vez que o vi querer esconder aquele riso maldito –, mas antes que ele continuasse com o ato que queria fazer – chutar o rosto de Jimin –, Otávio foi segurado por um policial, que de inicio não me importei em ver quem era. Só conseguia observar Jimin com todas aquelas feridas, deitado no chão.

A porta da sala do delegado se abriu e eu vi que Zé entrou junto de Costa e Otávio.

- Levem ele para a cela número 1, longe da cela da senhora (S/N).

- E o outro rapaz, senhor? – Zé perguntou respirando ofegante.

- Antes que o japinha seja levado pra cela também, leve-o a enfermaria.

Otávio estava calado.

O delegado fez questão de me levar até a sala que eu estava, a de número 3.

E tive certeza que aquele homem era um desgraçado, pois a sala 2 – que ficava entre a 1 e a 3 – estava vazia. Mesmo que eu estivesse na 3 e Otávio na 1, eu ainda poderia vê-lo, pois não havia paredes, eram todas feitas de grades.

- Eu quero falar com a minha advogada. – Falei autoritária à João enquanto ele trancava minha cela.

Ele não me respondeu, saindo dali e me deixando naquele corredor sozinha com Otávio.

Nem mesmo o guardinha estava por ali.

 

...

 

Talvez uns trinta minutos houvessem se passado. Eu estava sentada sobre a cama, encarando minha frente, mas podia sentir que a 15 metros de mim, Otávio me encarava enquanto segurava nas barras de ferro de sua cela.

- Eu acredito em você agora, Otávio. Você venceu.

- Já era hora do meu reconhecimento, (S/S).

- A polícia tá com você, não é?

Ele riu, mas tossiu em seguida, talvez fosse a dor recorrente dos socos que Jimin havia lhe dado.

- Você é muito fácil de manipular, (S/S). Eu não faço a mínima ideia de quem seja esses policiais babacas daqui. Só sei que são muito tapados, mas deixa eu te dizer uma coisa. Você tratou o delegado muito bem, tenho certeza que ele vai fazer de tudo pra te levar a um julgamento do qual você vai ser condenada e sabe por que isso (S/S)? Por que você não quis ser fiel a mim. Ah, claro, também graças ao sobrenome dele. – Ele riu vitorioso. – O sobrenome dele me veio como uma luva.

- Eu nunca quis nada com você. Você é um doente, Otávio. Devia se tratar.

- Eu sou doente por você, porra. – Ele tacou as mãos nas grades com força e me assustei com seu olhar sanguinário. – Ter você naquela cama, naquele dia... Foi a melhor sensação da minha vida.

- Você não me teve, Otávio. Você me estuprou.

- Não venha com essa. Você queria.

- O que? Eu estava tendo algo com Yoongi e você me obrigou a terminar com ele senão Jimin iria sofrer as consequências. Consegue se lembrar disso?

Otávio gargalhou por longos segundos ao me ouvir falar e eu sinceramente não sabia a razão. Mas, entender ele era algo que não dava, de jeito nenhum. Nenhum de seus atos, aliás.

- Você contou ao Yoongi, não foi, (S/S)? Aquele idiota teve o que merece e se eu tiver sorte a essa altura ele já deve ter passado dessa pra melhor.

- Otávio, o que você...

- Cala a boca, (S/S). Cala a boca! – Ele berrou. – Yoongi só teve o que mereceu por dar tanto em cima de você. Uma boa dose de cocaína que foi o suficiente pra matá-lo. E você nem mesmo vai ao enterro dele, porque você vai estar aqui presa. – Bufou, e afastou-se das grades. – Ah, você sabe como as coisas aqui vão demorar. Talvez o velório esteja acontecendo hoje e no mais tardar aquele corpo vai ser enterrado amanhã.

- Seu miserável... – Caí com os joelhos no chão, chorando lágrimas e mais lágrimas. Elas pareciam não ter fim e a dor no meu peito também não. Eu estava me sentindo tão injustiçada.

E pensar que eu cheguei a duvidar de Yoongi. Ele nunca usaria tal droga, nunca. Como eu duvidei dele?

- Ele estava enchendo o meu saco, (S/S). Você consegue acreditar que ele teve a audácia de me enfrentar? Justo quando eu estava vindo visitar você e o seu amantezinho.

- Cala a boca Otávio. Eu não quero ouvir mais nada. – Corri até as grades e gritei pelo guarda. Ele tinha que ter voltado, ele tinha que ter escutado tudo aquilo. Não era possível que Otávio iria se safar. Ele tinha culpa sobre tudo pelo que Yoongi estava passando também. – Socorro... Socorro! Por favor... Alguém... – Não havia ninguém no corredor. Ninguém.

- (S/S), não se preocupe. Eu já disse que vou te tirar da cadeia dentro de alguns meses.

Fiquei em silêncio tentando regular minha respiração, temia sofrer alguma coisa do jeito que meu corpo estava nervoso.

Subi o olhar ao ouvir uma voz firme, era aquela voz que eu conhecia.

- Senhor, Otávio Albuquerque. – João Albuquerque entrara afoito pelo corredor seguido de Cristal, Costa, Zé e o guardinha que tomava de conta do corredor das celas. Ele segurava uma espécie de caixinha de som e minha cabeça deu um nó impossível de desfazer dentro de poucos segundos. – O senhor está preso.

(S/N) POVS OFF


Notas Finais


Link do imagine, com Namjoon: https://spiritfanfics.com/historia/e-so-uma-carona--one-shot-kim-namjoon-rap-monster-9964374

Quero saber a opinião, hein, moças... Não me arrasem não.
Bye bye ^^


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