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História Mon Laurie - Comme Un Sort


Escrita por: Hayzell

Notas do Autor


— O capítulo era pra ter saído dia 31/7, porém, quando estava na metade percebi que tinha ficado horrível e decidi reescrevê-lo, dessa forma espero que gostem desse.
— Agradecimentos nas notas finais.

Capítulo 11 - Comme Un Sort


Fanfic / Fanfiction Mon Laurie - Comme Un Sort

 

Desde que era apenas uma criança meu pai dizia que durante minha vida teria que tomar decisões difíceis, mas que seriam necessárias para meu bem-estar. Fiz isso diversas vezes, eram coisas como recusar drogas e como consequência ser chamado de "bebezão" pelos garotos da faculdade, terminar um namoro por saber que o ciúme possessivo estava tornando um relacionamento bom em algo abusivo, e principalmente, dizer a Ted e Jared que são dois grandes idiotas e que não fazem nada além de me trazer lembranças de um passado ruim e fazer com que pense na possibilidade de voltar a viver como antes. Apesar da grande mágoa e remorso que senti no dia, hoje não sinto mais nada além de alívio. Posso encarar o champanhe na geladeira sem sentir a enorme vontade de me embebedar até perder a consciência. Isso obviamente após prometer a mim mesmo que usaria o fim de semana para uma espécie de purificação, não beberia nada que obtivesse álcool.

Naquela noite, fiz coisas como me barbear — o que me trouxe um corte na altura do queixo — e tomar meio litro de café na expectativa de não parecer tão bêbado no telefone ou no skype, no entanto foi um total fracasso. Felicity não notou qualquer diferença em minha voz mesmo que às vezes pedisse um minuto para ir ao banheiro vomitar, entretanto, meus pais me conhecem muito bem e perceberam claramente. Não ouvi sermões, apenas um breve conselho de "não faça nada que possa se arrepender depois", concordei, pois estava em casa, não beijei Laurie e principalmente não xinguei o porteiro ao chegar no apartamento. Havia sido a noite perfeita.

Precisei de algum tempo na manhã seguinte para me recordar do que realmente havia acontecido, foi como um filme se passando pela minha cabeça e em grande parte Laurie estava lá. Ouvi seu choro, sua risada e seu olhar de quem queria que eu ficasse mais um pouco. É incrível que mesmo se mostrando tão claramente para mim, ainda não consegui perder o encanto que ela me causa. É como se não fosse capaz de encontrar defeitos, mesmo que tenha me encarado com os olhos e nariz avermelhados, o rosto inchado e um hálito de vomito — que fiz questão de não comentar com ela —, todavia, o que poderia dizer? Estava na mesma situação. Além de que Laurie tem o direito de não se preocupar com isso, naquele momento ela não era uma modelo bem sucedida, apenas uma mulher que precisava de amparo e eu me tornara seu confidente. 

É estranho pensar que apenas naquela noite pudemos nos tornar tão próximos um do outro, contamos coisas que talvez não tenhamos dito a ninguém e principalmente achamos um conforto que só o outro oferecia. E por que exatamente? Nós dois mal havíamos trocado palavras e agora carregamos segredos que pretendemos nunca compartilhar. Porém, assim como eu, ela parece não se importar com o tempo em que nos conhecemos. A loira se sente bem comigo e eu me sinto da mesma forma, então por que isso seria errado?

Enquanto dou uma revisada nas fotos que tiramos para o segundo teste e acrescento as de Laurie ao computador, questiono-me por quais motivos a convidei para sair. Ela me deixou bem claro que estava abalada por conta de um rapaz que possivelmente estava a enganando, e mesmo diante desse fato quis tentar a sorte. Não posso rotular isso exatamente como um encontro, estamos nos conhecendo e não pretendo dar um passo maior que o pé. De qualquer forma, não nego que a dona dos olhos mais lindos que já vira me encanta, é como um feitiço jogado sobre mim, quero conhecê-la, estar perto nem que seja para jogar papo fora e principalmente desejo continuar passando a sensação de conforto que a causei naquela noite.

Frank aparece na porta da sala e sem adentrar no local, faz um sinal para que o acompanhe, dessa forma, deixo o computador de lado e o sigo.

Minha missão é acompanhar as novatas para que façam seu primeiro book, algo financiado pela agência, segundo Frank, e é sempre o primeiro passo para os primeiros trabalhos. 

— É como a propaganda dessas lindas mulheres, entende? São fotos simples, no entanto, podem despertar o interesse de donos de marcas de roupa, cosméticos, comerciais de televisão e até mesmo desfiles — completa. — Espero que não sinta como se estivéssemos abusando demais de você.

— Sem problema, adoro meu trabalho — ele sorri. 

Por ter passado mais tempo com Frank pude perceber que por trás desse homem com boa postura e expressão extremamente séria, existe um ser humano simpático, totalmente o oposto do que imaginava quando o vi pela primeira vez. Presumi que seria um velho rabugento que implica com os pequenos erros cometidos, entretanto, ele sabe me guiar e ajuda no que preciso. 

— Espero que não seja mais difícil que fotografar modelos com mais anos de experiência. — Passamos pelo longo corredor e paramos em frente ao elevador aguardando as portas serem abertas. 

— Não se preocupe, algumas podem demostrar mais timidez e outras serão mais confiantes, todavia, não é desafio maior que os que você já teve — assinto com a cabeça exibindo um sorriso ao ver as portas se abrirem e Laurie aparece saindo rapidamente do elevador, está acompanhada de um homem e duas outras modelos. Está divinamente bela com um vestido não tão justo ao seu corpo, é de um tom acinzentado e não há muita maquiagem em seu rosto, imagino que faça parte do "desfile". Quando passo ao seu lado, sinto sua mão delicada em meu braço e ouço um breve sussurro frente à minha orelha:

— A resposta é sim, eu aceito. Encontre-me no estacionamento daqui a duas horas. — Dou meia volta quando a vejo se distanciar e faço um sinal com a cabeça indicando que concordo com o termo, apesar de ter a certeza de que ela com certeza não viu. 

— Se isso fizer você se sentir melhor, Angel e Martin estarão com você para ajudar com as garotas — faço uma careta e logo após balanço a cabeça lembrando-me do que se trata.

 

Diante disso pude perceber que "simplicidade" é a palavra favorita de Frank e de qualquer outra pessoa que agencie modelos. Não vi roupas caras, cabelos extremamente arrumados com a ajuda de um secador ou tanta maquiagem que deixe as garotas irreconhecíveis. É simples, como uma camisa branca e calça jeans, obviamente que todas não estavam vestidas exatamente dessa forma, mas ainda seguindo o padrão da naturalidade.

Enquanto ouço as garotas cochicharem entre si, dou uma olhada em Angelina, ela transparece ser o tipo de mulher forte e confiante, desde que a vi pela primeira vez se veste da mesma forma e os cabelos estão sempre bem arrumados. Ainda assim, a forma como se comporta e tenta fazer parecer sua beleza ser invisível diante de seu trabalho mostra que também é a favor da modéstia. Gosto disso, nunca fui fã das mulheres que abusam de maquiagens para estarem belas e quando estão sem esses itens parecem outra pessoa. Provavelmente é por esse fato que Laurie me atrai tanto, nunca a vi de uma forma que não pareça ela mesma. Seu cabelo está quase sempre trançado, no entanto, nas poucas vezes que vi seus fios soltos reconheço que gostei mais. São longos e macios. Macios como seus lábios, imagino.

Ao meu redor os equipamentos de luz e câmeras estão posicionados em frente ao fundo branco, as modelos estão enfileiradas assistindo a uma ruiva de cabelos lisos e sardas que cobrem boa parte de seu rosto ser levemente preparada para as fotografias. Martin diz que iremos trabalhar juntos dessa vez, então após um sinal de Angel, nos posicionamos para começar.

Apresentamo-nos e acabo por receber informações simples, como seu nome é Margo, tem dezenove anos e veio do Fredericksburg, Texas. Creio que a maioria das garotas que sonham em ser modelo nascem em cidades pequenas, parece que esse fator contribui muito para que sejam destacadas pela beleza que tem, ou até mesmo pelo talento fotogênico. 

Suas mãos estão claramente transpirando e posso perceber que começa a tremer ao notar que estamos prontos para começar, então penso que distraí-la e fazê-la não pensar no ensaio fotográfico irá ajudar a conter a ansiedade.

— Fredericksburg, certo? Eu já viajei muito por esse país e no exterior, inclusive no Texas, mas nunca conheci a cidade. Conte-me um pouco sobre ela. — Seus lábios exibem um sorriso tímido e Margo logo começa a contar sobre a arquitetura germânica que faz parte da cidade, sobre os ótimos locais para fazer compras e obviamente que é um dos melhores lugares para se provar vinho.

 

Meus pais sempre disseram que tenho talento com as palavras, sei o que dizer no momento certo, provavelmente esse deve ser o motivo por me dar bem com as pessoas facilmente e de certa forma saber trazer conforto a elas. Como foi com a ruiva. Enquanto me contava sobre a cidade natal e eu fazia perguntas para alongar a conversa, fui percebendo que a tensão em seus ombros desapareceu, consequentemente ela se saiu muito bem nas fotografias, mesmo que fosse algo tão simples.

Terminei o que precisava ser feito na agência, fui parabenizado mais uma vez pelo meu trabalho e sendo assim, decidi que poderia ir ao estacionamento esperar por Laurie. 

Os dias se passaram rapidamente desde que cheguei à Miami, fiz amigos e principalmente mostrei meu talento e trabalho para os maiores responsáveis pela agência. Essas são coisas que eu de certa forma já esperava que acontecesse, entretanto, Laurie tem sido a maior surpresa. Fui fisgado pelos seus olhos desde a primeira vez em que a vira naquele vídeo e tudo pareceu se intensificar quando a vi pessoalmente. É uma sensação nova, não é paixão platônica ou admiração — quem sabe seja algo entre os dois —, todavia, é como se fosse um feitiço jogado sobre mim. Desde aquela noite tenho pensado mais nela, não de uma forma carinhosa, porém, criando questões em minha cabeça que espero que ela responda. É fato que a loira é um mistério e a ambição de desvendá-la tem me dominado. Talvez seja por isso que a chamei para sair, uma tentativa de abrir essa caixa de pandora e descobrir o que é esse sentimento que ela me causa. 

O céu começa a ganhar um tom alaranjado quando a vejo se aproximar, incrivelmente está sozinha e como de costume, está linda. Os fios de seu cabelo estão soltos, seu rosto tem um pouco mais de maquiagem do que a vi antes no elevador, o olhar bem destacado que confesso gostar, e a boca marcada por um batom vermelho, é irresistível. Desencosto-me do carro e a cumprimento.

— Você está belíssima! — Ela abaixa a cabeça como se quisesse ver qual roupa está usando. — Sinto-me desajeitado diante de você.

— Você não precisa de muita coisa para ser bonito — ouvi-la me faz sorrir quase que espontaneamente.

— É uma honra ouvir isso de uma deusa como você — reverencio-me e a vejo sorrir. — Está pronta? Podemos ir agora se quiser.

— Onde mora?

— South Beach.

— Seu apartamento é mesmo em frente à praia? — Assinto.

— Uma linda visão do mar azul.

Direciono-me ao carro e faço um sinal para que Laurie me acompanhe, abro a porta para ela que agradece de uma forma adorável e após isso, dou a volta para entrar no veículo.

— Tenho um convite para lhe fazer — diz logo que ligo o motor.

— Que tipo de convite?

— Não vamos ser apressados, temos a noite toda para isso.

 

Durante o caminho conversamos sobre os lugares do qual já viajamos a trabalho, e assim trocamos experiências. Falo sobre minha ida à Austrália, quando observei pela primeira vez um leopardo devorar outro animal, tinha sido angustiante fotografar e não poder me mover para ir ajudar a pobre zebra. Para Laurie, sua pior viagem foi ao Japão, um país repleto de comidas da qual ela não suportava, conta que foi difícil colocar cada pedaço de peixe cru goela a baixo, mas após ter voltado a experimentar recentemente confessa que gostou, não é tão ruim quanto lembrava.

Uma das viagens que fizemos em comum foi na Geórgia, onde ambos nadaram com golfinhos, obviamente em épocas diferentes. Ela ganhou essa experiência de presente de aniversário quando completou dezoito anos, já eu fui a trabalho para a cidade e não pude deixar de vivenciar isso. 

Nós dois gargalhamos e não passamos um minuto calados, sempre tinha outro assunto para ser iniciado. 

Logo que chegamos ao prédio, a dona dos olhos azuis diz que costuma vir muito a South Beach, principalmente a praia quando está de folga, pergunta se podemos caminhar em frente ao mar ao anoitecer, diz que é uma sensação maravilhosa estar em frente ao mar e observar o luar.

Assim que adentramos no apartamento, a levo até a sacada para observar a paisagem.

— Você tem uma visão maravilhosa.

— Não fechei as cortinas desde que vim para cá, gosto de ficar olhando para o mar, parece impossível de se enjoar.

— Você é um homem de sorte — ela exibe um sorriso e posso ver seus olhos brilharem.

A lua ganha destaque no céu e as estrelas começam a surgir pouco a pouco.

— Eu poderia passar horas aqui — digo.

— Bom, a companhia é boa e o lugar é lindo, então por que não?

No entanto, apesar de a vontade ser grande, acabamos ficando por quinze minutos até voltarmos para a sala de estar, onde nos servimos com sucos e conversamos sobre o trabalho. 

São poucos os momentos em que decido desviar minha atenção de seus olhos, a alma dela é transparente diante dessa imensidão azul. Posso perceber quando está animada com algo ou quando não quer tocar em algum assunto, é incrível a forma como me hipnotiza. Da mesma forma que poderia passar horas encarando o mar, faria o mesmo diante de seus olhos.

— Você tem olhos lindos — digo interrompendo um pequeno assunto sobre paqueras.

— As pessoas sempre dizem isso de olhos azuis.

— Não, não é assim. Já ouviu alguém falar que os olhos são a entrada para a alma? Pois bem, consigo perceber isso em você.

— E o que você vê? — Laurie cruza as pernas e olha atentamente para meu rosto.

— Você guarda muitos segredos e tem muita coisa para dizer. Sente como se ninguém fosse entender o que tem a compartilhar. Você é reservada, todavia gostaria de ter alguém com quem possa conversar sobre tudo, possivelmente suas amigas fazem parte dessas pessoas que não entenderiam seus pensamentos. — Sua boca fica entreaberta e mexe no cabelo como se esperasse que eu continue. — O que me deixa confuso é que sei que parte dessas coisas que você escondia acabou por me contar, não sei se precisava extravasar isso ou se sentiu que pode confiar em mim. De qualquer forma, sei que sou sortudo por ter sido o escolhido a quem você confiou essas pequenas revelações. — Aproximo meu corpo do seu acabando por encostar as laterais. — Já faz algum tempo em que percebi isso. Você não é tão óbvia, prefere guardar o melhor para si mesma ou talvez esteja esperando que alguém realmente merecedor lhe tenha cem por cento. 

— Compreendeu isso tudo apenas olhando em meus olhos?

Viro meu rosto voltando a encarar o seu, estamos a pouco centímetros de distância, muito menos do que imaginei que um dia chegaria.

— Na verdade, essa é a primeira vez em que tenho a oportunidade de estar tão próximo dessa imensidão azul — engulo a seco, é tentador sentir sua respiração bater em meus lábios, o desejo de sentir os seus é dominador. — Porém sim, constatei isso tudo a observando. 

Surpreendentemente, Laurie parece querer me beijar, assim como quero beijá-la. Ela olha atentamente meus lábios esperando que os mova. Penso que se ela gosta mesmo do tal Evan, não vai querer fazer isso ou apenas quer para esquecê-lo. É um pensamento idiota, a loira não parece ser esse tipo de mulher, e, além do mais, por que eu me importaria? É só um beijo.

Não é só um beijo. É um grande passo e não quero que ela pense que serei como ele. 

Após roçar meus lábios aos seus simplesmente pelo prazer de senti-los, afasto-me.

— Está com fome? — Percebo seu olhar de frustração e penso que para não chateá-la, é melhor justificar minha atitude. — Laurie, você merece coisa melhor que isso, não quero ser mais uma decepção. Então iremos com calma, ok?

— Quer ajuda na cozinha? — Sorrio e ofereço meu braço para que me acompanhe. 


Notas Finais


São 500 favoritos, espero que já saibam o quanto estou grata por isso e se não sabem, permitam-me fazer mais um pequeno discurso. É gratificante ver o enredo crescer tanto em tão pouco tempo, estou me dedicando ao máximo a ele e é bom demais saber que gostam e apoiam. Não consigo descrever em palavras o quanto cada comentário e incentivos significam para mim, é mais que algo motivador, é uma coisa extremamente emocionante que me faz querer ir com isso até o fim. Muito obrigada a todos que ajudam a divulgar, indicam e principalmente sempre ou vez ou outra deixam suas palavras para que a história tenha uma continuidade. Eu amo vocês demais e prometo que esse maldito beijo vai acontecer muito mais rápido do que imaginam.

Postei uma oneshot recentemente e há dois enredos ótimos que gostaria de indicar:
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https://spiritfanfics.com/fanfics/historia/fanfiction-justin-bieber-too-young-for-you-6083723
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