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História Mon Laurie - Décision


Escrita por: Hayzell

Notas do Autor


Mais um grande pedido de desculpas pela enorme demora para atualizar, mas quero focar no fato de que MON LAURIE COMPLETOU UM ANO!!!! Não sei porque, mas acho isso tão especial, pois tem gente acompanhando desde o inicio, aturando as demoras e prender um leitor por tanto tempo assim é difícil demais. Agradeço a você que está ai do outro lado lendo isso, é por sua causa que nunca pensei em desistir dessa história que tanto amo.

Sem mais delongas, espero que gostem desse capítulo.

Capítulo 18 - Décision


Fanfic / Fanfiction Mon Laurie - Décision

 

Minha mente se transformara em um ninho de confusões. Disse a mim mesma durante todo o dia que não pediria conselhos a ninguém sobre ir ou não a Paris, apenas conversaria com meu agente, mais do que isso também é meu amigo e pode ver os outros lados que me preocupam além da carreira, minha vida amorosa e familiar. 

Conversei com Jimmy duas horas após ter recebido a proposta de Morrice, pedi que viesse a minha casa para discutirmos isso pessoalmente. Ele veio. Nós comemos salgadinhos e tomamos refrigerante enquanto debatíamos sobre o assunto.

Jimmy disse que o trabalho da agência é maravilhoso, muitas modelos famosas fazem parte dela, é uma grande oportunidade para mim, mereço destaque e não vê motivos para que recuse tal proposta, esse foi o momento em que respirei fundo e falei sobre mamãe, meus irmãos, evitei falar sobre Justin, decidi que usaria seu nome apenas se necessário.

— Minha mãe está muito doente, estar longe dela já me traz uma culpa muito grande por não poder ajudá-la como meus irmãos fazem, e a distância é de cidade para cidade e se eu aceitar se tornará um distanciamento de continentes. Não posso deixá-la.

— Seus irmãos podem cuidar dela, Laurie. Além de tudo, conhecendo o que me diz de sua mãe, duvido que ela queira que você desista de um sonho da sua vida porque sente culpa. Ela quer te ver feliz, e se nunca exigiu que voltasse para Sioux Falls, algo me garante que também não irá impedi-la de ir para outro país. — Observei-o ir até a cozinha, abrir a geladeira e voltar com uma lata de Coca-Cola, sentando-se novamente em seu lugar no sofá. — Se mesmo diante disso sente dúvidas, ligue para ela e ouça o que tem a dizer.

Parei e pensei a respeito, sei que ele tem razão. Meu relacionamento com minha mãe sempre foi muito bom, podemos conversar sobre tudo, nunca tivemos brigas sérias e ela entende sobre minha profissão. É verdade que nunca pediu para que eu voltasse para minha cidade natal, nem nunca agiu de forma que fizesse parecer com que queria, ao contrário, está sempre me apoiando, foi ela quem foi comigo para meu primeiro teste, e me ver diante de tal triunfo a deixa orgulhosa. Imagino se ela souber de Paris, é um sonho que esperava conquistar logo que trabalhasse para uma marca famosa, demorou para acontecer, e sei que mereço. Provavelmente apenas a estou usando como desculpa, não quero admitir nem a mim mesma que o que dói é deixar Justin.

Desde meu primeiro namorado no colégio não cheguei a sentir algo tão intenso quanto senti no dia em que nos beijamos pela primeira vez na ilha. Foi tão natural e maravilhosamente bom. Ele me disse que agora não tem medo de se apaixonar por mim, que quer investir nisso; Deus, Justin gosta mesmo de mim! O quanto partiria seu coração se o deixasse? E mais do que isso, o quanto machucaria a mim mesma ao fazê-lo?

Hesito várias vezes em pegar o telefone, discar seu número e pedir para que venha me ver, que esqueça nosso encontro a noite e só se aninhe em meu corpo até que tudo isso passe. Sei que ele é o único capaz de fazer com que me sinta menos mal diante dessa situação. O que me impede é o fato do quanto isso é ridículo. Não posso pedir ajuda a única pessoa que saíra magoada com minha decisão. Justin irá querer saber o que está havendo, e mesmo que eu diga que não quero falar sobre o assunto, mesmo que ele apenas me abrace com força e fale que está tudo bem, continuará sendo uma coisa totalmente idiota, tudo isso se trata dele e ter seus braços ao redor do meu corpo só me trará mais indecisão.

Encaro o telefone mais uma vez, minha respiração está pesada como se estivesse fazendo algum exercício difícil, esse possivelmente é o resistir

Cherry se coloca ao meu lado no tapete felpudo da sala de visitas, seu olhar diante dos grandes pelos que tapam parte de sua visão é de quem está preocupada. Não duvido que está, acredito que animais podem ter fortes conexões com seus donos, se ela se deita ao meu lado quando estou com sono, se pega sua bola de tênis quando estou animada querendo que a jogue para que vá buscá-la, e se fica tão perto quando estou chorando, como se me oferecesse um abraço, tenho a completa certeza que pode me lançar esse olhar de quem quer saber o que está acontecendo.

Dou um sorriso meio tímido para a yorkshire, logo fazendo um carinho em seu rosto, como se dissesse a ela está tudo bem comigo, não se preocupe.

Liberando todo o ar possível de meus pulmões, resolvo deixar o telefone de lado, e nesse momento ele toca, fazendo meu coração disparar.

Se for ele irei desabar e desistirei da armadura que estava construindo para evitar envolvê-lo nisso.

Por sorte, é Amy.

 

Amy disse que está preocupada comigo já faz algum tempo, acha que posso resolver o que estiver acontecendo tomando vinho com minhas amigas, falando sobre atores maravilhosos como o Channing Tatum e esquecer que o mundo lá fora existe. Pensei em recusar, mas o lado materno de Amy é insistente, ela cuida de todas nós como se fôssemos suas filhas — mesmo que não exista tanta diferença de idade entre a gente —, e por esse motivo não desiste fácil quando sabe que estamos precisando de ajuda. Assim aceitei, com a condição de que sairia de lá ao anoitecer, pois tenho um encontro, ela não fez perguntas, apenas ouvi algo que me indicava que estava sorrindo.

Separei o vestido e sapatos escolhidos, colocando-os dentro de uma mochila com um certo cuidado. Quando Jessica chegou para me buscar, recebi uma ligação de Justin, combinamos de nos encontrar em seu apartamento, assim iriamos ao lugar onde ele faz questão de manter mistério.

— O que está acontecendo entre você e Justin? Estão saindo, namorando, apaixonados? — Jessica me pergunta em algum momento, aquele sorriso de quem sabe exatamente o que está acontecendo está estampado em seus lábios.

— Estamos saindo. Apaixonados... — faço minha melhor careta como se dissesse "não, de jeito nenhum" sem querer entregar a verdade, no entanto, ela é minha melhor amiga, consegue saber o que sinto apenas olhando em meus olhos. — é cedo demais para afirmar.

— Você está brincando comigo? — Jessica tira o olhar da estrada por um segundo. — Dá para ver nos olhos de vocês dois. Eu vi você e Justin conversando no hall de entrada da agência, Laurie, juro a você que o cara te olha como se você fosse tudo o que ele precisa nessa vida.

— Nunca percebi isso — de fato eu não havia percebido mesmo.

— E você, esses seus lindos olhos azuis brilham quando está de frente a ele. Isso é amor, minha amiga, não negue isso para si mesma.

— É complicado.

— Não existe nada complicado nisso. Há quanto tempo estão saindo?

— Há algumas semanas.

— Bom, no meu ponto de vista vocês dois já deveriam ser um casal, é tão óbvio que vocês nasceram um para o outro. — Ela segura em minha mão me lançando aquele sorriso de quem sabe de tudo mais uma vez. — Você acredita nisso, não é?

— É complicado — repito.

— Não seja teimosa, o amor sorriu pra você, sorria de volta para ele. Você está esperando por isso há muito tempo, não perca essa chance.

 

Isso me fez refletir durante todo o caminho até a casa de Amy. Jessica não tocou mais no assunto, ao invés disso colocou música alta no carro para que cantássemos juntas, fora o suficiente para me distrair por alguns minutos, antes que a dúvida voltasse a rondar em meus pensamentos.

Se Jessica soubesse da proposta de Morrice iria continuar achando que devo insistir na minha relação com Justin? Ou mudaria de ideia achando que o certo a se fazer é aceitar? Prometi a mim mesma de que não pediria a opinião de ninguém, entretanto quem pode enxergar isso melhor do que minhas amigas? Elas têm relacionamentos, Amy principalmente já desistiu de muitas coisas pelo trabalho. Provavelmente é a melhor pessoa para me guiar a uma decisão.

Jessica estaciona o carro na grande garagem na casa de Amy, podemos ouvir risadas e gritos histéricos.

— Algo me diz que Kath já chegou. — Digo a Jessica que responde rindo.

Encontramos as garotas na sala de visitas, Kath está bebendo vinho tinto e Amy está tomando um grande pote de sorvete.

— Ai estão vocês — Amy se levanta ao nos ver, cumprimenta-nos com um beijo no rosto e sorri. — Fico feliz que tenha vindo, Laurie. Você precisa das amigas.

— Não existe ouvintes melhores do que as amigas.

 

Vamos para a cozinha preparar o jantar enquanto Amy diz que seu marido não irá voltar a noite toda, pois está jogando poker com os amigos. Admiro o jeito como eles combinam tudo, parece que são capazes de resolver qualquer problema, encontrar a solução perfeita para qualquer situação, apenas com uma conversa. Pergunto-me se é por isso que eles nunca — aparentemente — enfrentaram problemas em relação a profissão de Amy, penso que todas as propostas que ela recebe é discutida com o esposo, eles pensam juntos, analisam os pontos positivos e negativos, assim podem fazer tudo dar certo.

— Amy, você já teve que tomar alguma decisão que poderia pôr seu casamento em risco? — estamos procurando por ingredientes e panelas. Amy para por um minuto e olha para mim.

— Mas é claro que sim. O tempo todo me aparece propostas, convites, viagens em datas importantes para nós dois. — Ela cruza os braços sobre o peito e aperta os lábios. — Está com problemas, querida?

— Como costuma resolver isso? 

— Não há nada que uma boa conversa não resolva. — Concordo balançando a cabeça e abro a torneira para lavar as mãos. — Laurie, sabe que pode me contar o que está acontecendo.

Olho para as meninas e respiro fundo. Sei que prometi a mim mesma que não iria pedir opiniões, todavia Amy parece entender disso muito melhor do que eu.

— Um francês de uma agência de modelos em Paris me ofereceu uma proposta para trabalhar com ele.

— Meu Deus, Laurie! Isso é maravilhoso!

— Eu sei, tenho esperado por isso há muito tempo.

— Mas...

— Mas ela está apaixonada pelo Justin e não quer deixá-lo. — Jessica responde enquanto me entrega um pano para secar as mãos. — Sabia que algo estava errado.

— Essa é a maior oportunidade da minha carreira, pelo menos até agora, porém tudo entre mim e Justin está indo tão bem. Ele está tão envolvido, parece querer que isso entre a gente dê certo, não é justo com ele.

— Você está apaixonada, não está? — desabo em lágrimas, tão rápido que apenas noto quando Amy, Jessica e Kath se aproximam para me consolar. Parece que apenas agora me dei conta do quanto essa decisão será difícil. Eu o amo e ao mesmo tempo quero tanto ir a Paris, gostaria que existisse uma forma de ter os dois, de não precisar escolher. 

 

Consegui me acalmar após Kath me trazer um chá de alecrim. Sentamo-nos no carpete da sala de visitas, sinto os olhares sobre mim e a expectativa de que eu diga algo.

— Não entendo como você pode gostar desse chá, é tão... Amargo! — dou uma risadinha abafada e Amy que está ao meu lado segura em minha mão.

— Laurie, querida, há quanto tempo você recebeu essa proposta para ir a Paris? 

— Hoje de manhã.

— Não acha que é muito cedo para pensar nisso? Eu entendo que está preocupada com sua relação com o fotógrafo...

— Justin — a corrijo.

— Ok... Com Justin. Mas você tem tempo para pensar nisso, não tem? Também acho que se vocês têm algo sólido deviam conversar, entendo que vai doer muito se sua decisão for ir embora, porém se ele te ama irá compreender.

— Você deixaria seu marido?

— Nós temos algo que construímos em anos, nossa relação passou por maus momentos, já tive que tomar decisões assim. — Coloco a xícara quase vazia na mesa de centro e olho para Amy. 

— O que você faria no meu lugar?

— Daria um tempo. Você chegou de viagem essa manhã, teve um dia longo, vá para o seu encontro, relaxe para que possa dormir bem durante a noite, e se quiser continuar discutindo sobre isso amanhã, as portas da minha casa estarão abertas para você.

— Não se precipite, é muito cedo para tomar qualquer decisão. — Jessica completa e Amy assente com um aceno de cabeça.

— Você está sofrendo antes de tomar uma decisão, isso só te fará mal. Apenas descanse e dê tempo ao tempo.

— Você está certa. Minha conversa com Jimmy me deixou muito ansiosa. Vou esperar o tempo que for necessário para tomar uma decisão.

— Nós estamos aqui para você quando precisar conversar.

Jessica me abraça e logo Amy e Kath se juntam.

Tenho muita sorte de ter amigas como elas, todas me entendem porque já passaram por situações parecidas, há sempre decisões difíceis para se tomar, é bom ter pessoas ao meu redor que sabem exatamente como me sinto.

 

A melhor parte de estar com minhas amigas é que me divirto com coisas bobas. Enquanto cozinhamos, colocamos música para tocar, e todas nós cantamos alto e sem afinação para as paredes nos ouvirem. É legal, pois distraiu minha cabeça da decisão e mal percebemos o tempo passar. Tive tempo para jantar, comi pouco, já que não tenho ideia de onde Justin pretende me levar, e recusei a sobremesa para que desse tempo de me preparar e ir para o apartamento encontrá-lo.

Obtive a ajuda das meninas com a maquiagem e cabelo, insisti em prendê-lo em um rabo-de-cavalo, no entanto Amy insistiu que ele iria gostar de me ver com os fios soltos. Isso me fez lembrar de algum momento em que Justin dissera que gostava mais de vê-los assim. Ri ao me dar conta de que isso é tão primeiro amor na adolescência, do tipo em que você esmalta as unhas da cor favorita do garoto, apenas para ouvi-lo dizer: "adorei essa cor, é a minha favorita, sabia?".

Encaro-me no grande espelho do quarto de casal de Amy. Sinto-me tão bela, isso não se deve ao maravilhoso vestido rosa, aos saltos altos ou a maquiagem, algo mais faz com que eu me sinta assim. Estou radiante, meu sorriso confirma isso. Você está apaixonada, uma voz sussurra em minha mente, é, eu estou e é muito bonito a forma como o amor muda a gente, ele nos torna a melhor versão de nós mesmos, estou amando sentir isso novamente.  


Notas Finais


Espero que esse capítulo não tenha ficado enrolado, tive essa impressão em algum momento, mas no geral acabei gostando. De qualquer forma, torço para que tenham gostado também e caso se sintam a vontade, expressem suas opiniões e pensamentos, gosto dessa interação entre leitor e autor.

Até o próximo capítulo!


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