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História Mon Laurie - Prince Charmant


Escrita por: Hayzell

Notas do Autor


— Apresento aqui um pouco da história da Laurie, mais coisas serão reveladas ao longo do enredo.
— Amy é interpretada por Candice Swanepoel e Jessica por Miranda Kerr.
— Patrick e Evan não são homossexuais, quis apenas ironizar o preconceito que ainda existe com ambas as profissões. Portanto, não existe homofobia por parte dos personagens ou da autora.
— Mais agradecimentos nas notas finais.

Capítulo 2 - Prince Charmant


Fanfic / Fanfiction Mon Laurie - Prince Charmant

 

Miami, Flórida

Quando você é apenas uma criança e sonha em ser uma supermodelo tudo parece ser só desfiles e dias no spa, e Deus, quem dera fosse só isso.

Eu tinha exatamente essa visão quando estava na faixa de meus oito anos de idade, foi quando comecei a sonhar em me tornar uma profissional, estar diante dos holofotes e ser amada por pessoas em todo o mundo. Meus pais diziam que isso era sonho de criança e quando eu me tornasse uma adolescente iria mudar meus planos, mas não foi isso o que aconteceu. Continuei alimentando esse desejo. 

Durante a fase do ensino médio me enturmava com as garotas mais populares, eram todas magras, altas e bem vestidas. Elas caminhavam pelos corredores e os garotos paravam para olhar, era como uma passarela e eles fossem os fotógrafos, paravam tudo o que faziam para nos observar, confesso que gostava.

Tive uma fase ruim de bulimia por conta disso. É muito mais fácil ser magra quando você é criança, come muito e depois sai para brincar, contudo na adolescência isso se tornou um monstro para mim. Cheguei a um estado tão crítico que era levada constantemente ao hospital e meus pais ficavam preocupados, é o dever deles fazerem isso. Entretanto, só percebi o que estava fazendo comigo mesma quando uma garotinha se aproximou de mim e disse que seus pais estavam conversando com os meus, comentaram sobre minha situação e ela disse que não entendia o motivo de me preocupar em estar sempre bem aos olhos dos outros, porque eu sou linda e não importa o que pensem, nada irá mudar isso. O que mais me emocionou é que ela era tão gordinha, e pela pouca idade já pensava assim, tive inveja.

Superei isso tudo após algumas sessões com uma psiquiatra. Em muitas vezes era doloroso quando me colocava diante de um espelho e me pedia para descrever o que eu via, fazia isso uma vez por semana durante um período de seis meses. No inicio descrevia uma jovem bonita, contudo sempre buscava por defeitos em meu corpo, agora tenho consciência do quanto era ridículo, mas era isso o que eu fazia. Durante minhas últimas semanas passei a amar mais o que via, talvez isso tenha mudado porque estava saindo com um dos alunos da aula de cálculo, era tão lindo e ao mesmo tempo tímido, não sei se foi meu primeiro amor, de qualquer forma adorava estar com ele. Meus pais ainda acham que o que causou essa mudança foi meu amadurecimento, posso dar um pouco de razão a eles.

No presente parece que meus demônios estão voltando à tona. Estamos perto de um desfile importante na França e só as melhores serão convocadas, e com melhores eles querem dizer que não é para errarmos ou sairmos da medida do peso, caso contrário ficaremos de fora. Será um total de trinta garotas, estou esperançosa, mas ao mesmo tempo tenho receio. Quero manter meu corpo em forma, todavia não quero voltar a ser como um dia já fui — obcecada e até louca por um padrão que não é meu e talvez um dia nunca existiu.

Olho para as garotas que começam a encher o enorme salão de beleza reservado para nosso compromisso de hoje, nada mais que uma festa de uma das revistas mais famosas dos Estados Unidos.

Todas tem seu jeito de ser bela, como um dos exemplos temos Charisse, uma ex gordinha que após dietas e uma cirurgia de redução de estômago está ainda mais linda e amando cada curva, o que ainda a incomoda são suas estrias no bumbum, está fazendo um tipo de tratamento para removê-las, mas não há ninguém que não admire seu corpo da forma como é. Tina tem uma enorme cicatriz abaixo dos seios, ainda assim não se incomoda, o que a deixa irritada na verdade é quando a removem no photoshop para publicar em revistas, diz que é como sua marca pessoal, as pessoas precisam ver para se lembrar dela.

Convivemos como irmãs e é normal que as mais experientes deem conselhos para as novas, como no meu caso, entrei a quase três anos e fui guiada por Amy e Jessica, estão aqui a seis anos, disseram que haveria momentos de pressão, porém não deveria me importar, estou vivendo meu sonho e a única pessoa que poderá tirar isso de mim sou eu mesma. Jessica acabou se tornando minha melhor amiga, fazemos tudo juntas e está me ajudando para seguir uma dieta sem extrapolar, gosto dela porque me sinto em casa, como nos braços de uma mãe ou de uma irmã.

— Atenção, meninas! — Patrick grita de sua forma mais fabulosa possível. — Os vestidos estão prontos no ônibus para deixá-las lindas, mas antes, separei quinze profissionais para ajudá-las com maquiagem e penteado. — Concordamos com a cabeça e ele sorri. — Aproveitem essa tarde divina!

— Tem certeza que ele não é gay? — Kath pergunta, seu tom de deboche é notável.

— Ele jura a quem quer que pergunte que é hétero — respondo.

— Sabe qual é o pior tipo de mentira? — Desvio minha atenção para os homens e mulheres que invadem o local deixando-o ainda mais cheio. — É aquela para qual você inventa para si mesmo. Sério, será que ele se esconde assim?

— Algumas pessoas tem um jeito de agir diferente. Talvez ele seja heterossexual, mas já nasceu com esse lado fabuloso. — Jessica toca em meu ombro, ri e aponta para uma cadeira, há um belo homem ao lado separando alguns utensílios para cabelo.

— Alguém aqui precisa desencalhar — declara.

— É sério mesmo? No mínimo ele é gay.

— Algumas pessoas tem trabalhos diferentes — exibe seus grandes dentes brancos em um sorriso e acena com a cabeça. Concordo, mesmo achando ridículo.

O último namorado que tive terminou comigo antes que eu pudesse receber uma proposta de uma agência, e obviamente pediu para voltarmos assim que soube que vinha para a Flórida tentar meu grande sonho, a verdade é que mandei ele se ferrar. Durante esses anos não me envolvi com mais ninguém e se acontecia não passava de alguns beijos, por esse motivo as garotas acham que está na hora de eu ter um homem, desde então me empurram para qualquer um que consideram uma "delícia".

Me aproximo do jovem e coloco a mão sobre a cadeira esperando que note minha presença, mas é um fracasso.

— Está esperando alguém? — Digo por fim e observo suas bochechas se levantarem formando um sorriso, confesso que é atraente.

— Estava esperando uma bela moça me perguntar se estou esperando alguém — sorrio e encaro seu rosto, é completamente coberto por barba e bigode, suas sobrancelhas são bem feitas e os olhos são castanhos, porém incrivelmente arrebatadores. — Sente-se — pede e faz um sinal com a mão. O obedeço e observo pelo espelho fazer um sinal para trás como se chamasse mais alguém, um pouco mais distante encontro Amy e Jessica rindo, devem estar adorando essa cena. — Louise já vem em um minuto — diz entre um sorriso. Para por trás de mim e começa a desfazer a trança em meus cabelos. — Estará acompanhada essa noite?

— Se está falando de uma presença masculina, a resposta é não. Estarei somente com minhas amigas.

— Ás vezes uma presença masculina é bom para descontrair.

— Está me chamando para um encontro? — Arqueio a sobrancelha e procuro por meu smarthphone nos bolsos da jaqueta jeans.

— Digamos assim que é uma chance para nos conhecermos.

— Muito convincente — rio e ele joga as madeixas de meus cabelos para cima de meus ombros. — Podemos sair juntos daqui.

— Será uma honra acompanhar a senhorita.

— Laurie... Meu nome é Laurie.

— Prazer, sou Evan — esperava que estendesse a mão para mim, mas sou surpreendida com um beijo no topo da cabeça, confesso que acho o ato fofo.

A então chamada Louise se aproxima com um sorriso estampado em seus lábios, ambos começam a discutir se seria mais ágil começar o cabelo ou maquiagem, debatem também sobre o que combinaria melhor com meu vestido, ás vezes mesmo distraída no celular o pego olhando para mim pelo reflexo, isso me faz concluir que Jessica tem razão, Evan não é gay.

É uma atitude precipitada e não pensada da minha parte sair com ele, mas também posso ter a certeza de que Jessica não vai desistir até que finalmente eu encontre meu "príncipe encantado", se é que isso de fato existe.

Quando se trata de amor sou muito romântica e clichê, acredito que se possa esbarrar em um cara legal no metrô quando nem queria sair de casa, e então vocês conversam sobre assuntos aleatórios, como se conhecessem a anos, após algum tempo o destino de ambos chega e é hora de dizer adeus, mas ele inventa qualquer desculpa para ter seu número de telefone. Ele te liga, diz que adoraria sair com você um dia, concorda e fica ansiosa, como uma adolescente de quinze anos. Você descobre que o rapaz tem um ótimo gosto para escolher lugares, conversam mais e rola o primeiro beijo. Minha definição de romance sempre foi assim, o destino pronto para unir dois corações.

Parece bobagem, mas acredito que isso possa acontecer, mesmo diante do mundo em que vivemos atualmente, o romance não está morto e é por isso que as rosas continuam sendo as flores mais belas.

 

O vestido foi desenhado especialmente para mim, foi um presente de Patrick. Estou amando a forma como caiu bem em meu corpo, valoriza minhas curvas, mas ao mesmo tempo não deixa vulgar, apenas sexy. É da cor de um vermelho sangue e parece combinar perfeitamente com o penteado e a maquiagem, me sinto bem e posso dizer que até atraente.

Evan tentou manter minha mania por tranças a deixando mais despojada, Louise fez um delineado com sombra rosa, o batom em meus lábios segue o mesmo tom.

— Você está sexy, mas ainda mantendo seu jeito Laurie de ser — comenta Amy me arrancando um sorriso. — E então? Onde está seu pretendente? 

— Disse que iria ao seu apartamento se vestir, mas me encontraria aqui.

— Não seria mais sensato encontrá-lo no local da festa? — Kath pergunta vasculhando sua bolsa, parece procurar as chaves de seu Porshe, do qual ela sempre se orgulha de contar que passou dois anos juntando dinheiro para comprá-lo.

— Deveria ser, mas achei que ele esperaria por mim e não eu por ele.

— Esse é o trabalho dos homens — comenta e cruza os braços mostrando sua impaciência. — Você precisa de um namorado pontual.

— Ou de um carro — Jessica ri e me puxa para um abraço.

— Seu príncipe encantado ainda irá aparecer — não estou ansiosa por isso, na verdade. O fato é que o verdadeiro amor só aparece quando você não está esperando por ele. Contudo, é óbvio que não direi isso à elas, irei parecer uma boba.

Um Zenvo ST1 se aproxima de nós iluminando a rua, penso que não pode ser Evan já que hair-stylits não ganham tanto para se dar ao luxo, porém logo confirmo que estou enganada, é ele. Olho para as garotas que estão boquiabertas, e posso afirmar que minha expressão facial é a mesma, no mínimo ele deve ter roubado isso, não é possível.

Ele se aproxima sorridente vestindo um terno com calças jeans, a barba ainda está para fazer, mas apesar de tudo está muito cheiroso. Cumprimenta-me com um beijo no rosto e faz o mesmo com as outras garotas.

— Desculpe-me pelo atraso, não sabia o que usar.

— O carro é seu? — Não posso controlar, preciso saber em que estou me metendo.

— Na verdade sim.

— Uau! — Exclamo e ele ri.

— Podemos ir? — Concordo com a cabeça e aceno para as garotas que dizem juntas "nos vemos lá", espero que nada me impeça disso.

 

Conversamos durante todo o caminho, Evan sempre sabe o que perguntar ao fim de um assunto e gosto disso, é como se nunca tivesse fim e não precisássemos enfrentar um silêncio constrangedor. No fim acho que o que mais gostei foi o fato de ele ter mantido sua atenção nas ruas, a nenhum momento o peguei olhando para minhas pernas ou seios, está passando no meu teste, talvez seja o cara.

Estacionamos um pouco longe da boate para termos mais privacidade ao descer, já esperamos pelos holofotes.

Ao nos aproximarmos somos abordados por pessoas que trabalham lá e outras que são provavelmente repórteres, eles nem devem ter a mínima noção de quem sou, mas só por ser uma supermodelo sobra motivos para bajulação.

Nos aproximamos do tapete vermelho para nos prepararmos por uma sessão branca de flashs, eu sempre odeio essa parte, porém as garotas parecem felizes, sorriem e fazem pose, estamos acostumadas, ganhamos dinheiro com isso, mas não muda o fato de que é chato e cansativo.

Evan e eu nos colocamos diante dos fotógrafos, sua mão está em minha cintura e ele sorri, da mesma forma como tem sorrido desde a primeira vez em que ouvi sua voz, o sigo e faço caras e bocas para parecer bem em todas as fotos.

Estou mais que acostumada com flashs de câmeras, entretanto quando se está em um tapete vermelho sabe que são mais de dez fotógrafos, cada um esperando tirar o melhor ângulo e essa é a parte ruim, flashs por todos os lados, não há para onde escapar. No fim sei que não posso reclamar, escolhi isso para mim.

Cinco minutos e estamos finalmente livres.

A boate por dentro é incrivelmente grande, tento imaginar a quantidade de jovens que costumam frequentá-la a noite, parece loucura. 

As garotas se apressam para ir ao bar e para não me sentir deslocada as sigo. Assim que me aproximo parece já terem feito seus pedidos e então só me olham.

— Hum... Vou querer um MC Dowell’s — o homem do outro lado do balcão concorda.

— Só isso? Conhaque puro? — Kath pergunta.

— Cada um bebe o que gosta.

Sinto uma mão parar em minha cintura e ouço a voz de Evan fazendo um pedido.

— E então — olha para mim e toca minha bochecha com o polegar —, o que acharam do lugar?

— É incrível — respondo.

— Nós normalmente frequentamos festas em casas de empresários — Jessica completa.

— Aqui é realmente incrível.

— Costuma frequentar?

— Aos fins de semana — sorri e continua a encarar meus olhos. — Vamos dançar?

— As bebidas...

— Nós guardamos para você amiga. — Está óbvio que Jessica quer me empurrar para cima dele. Concordo de qualquer forma.

A música que está tocando é I Gotta Feeling, não suporto mais ouvi-la, parecia mais legal na época em que era uma febre.

Vamos para o centro da pista e ele começa a se mexer realmente muito animado, seus passos parecem ser como sua marca, dança como um profissional.

— Onde você mora? — Grita para que eu possa ouvi-lo, mal me movi desde que viemos para cá, o motivo é que me sinto uma desengonçada perto dele.

— Aqui na cidade — respondo no mesmo tom de voz.

— Não, eu quero saber em que rua.

— E por que precisaria dessa informação?

— Poderíamos passar lá depois.

— Na minha casa?

— Sim, tem algum problema? Não me diga que ainda mora com os pais.

— Não, claro que não, só não conheço suas reais intenções.

— Só iremos conversar.

— Estamos conversando agora — ri e dá um passo a frente, seus movimentos estão mais lentos.

— Você é linda, Laurie — seus dedos deslizam pela minha bochecha fazendo-me um carinho. — Só o que eu quero é passar algum tempo com você.

— Temos a noite toda para isso.

Nossa trilha sonora agora é I Belong To You, uma letra onde Lenny Kravitz retrata um amor incondicional, exatamente o que espero para mim.

Os olhos de Evan se fecham à medida em que aproxima seus lábios dos meus, não posso resistir, me entrego ao momento, assim nos beijamos.


Notas Finais


Simplesmente não consigo deixar de agradecer por todo esse apoio, é emocionante. Estou dando tudo de mim para isso, por esse motivo é tão maravilhoso vê-los amarem. Não consigo expressar em palavras o quanto estou feliz e grata por toda a repercursão que Mon Laurie teve só com a introdução. Recebi um apoio tão grande e jamais tive isso. Alguns comentários conseguiram me emocionar e outros me fizeram chorar literalmente. Obrigada a todos pelas palavras incentivadoras e pela amizade também (por que não?). É bom saber que toda minha dedicação deu resultado e vocês também fazem parte disso, a fanfic irá crescer muito mais e isso graças a todas as ajudas que me deram. Lighten, eu disse que iria lhe agradecer e estou aqui para isso, você é maravilhosa e quero que saiba que para o que precisar estarei aqui, ok? Você conseguiu me conquistar e já está no meu coração.

Aqui indico a vocês mais dois enredos encantadores:
https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-justin-bieber-offensio-5010788
https://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-justin-bieber-ciranda-da-bailarina-4965868

Nos vemos no próximo capítulo.


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