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História Mon Laurie - Bonne Nuit


Escrita por: Hayzell

Notas do Autor


— Após esse capítulo, como eu havia avisado na introdução, os personagens tomarão somente um rumo, o que causa o fim das cenas repetidas. Decidi por manter os capítulos separados por pontos de vistas, porém pulando o que achar necessário.

Capítulo 9 - Bonne Nuit


Fanfic / Fanfiction Mon Laurie - Bonne Nuit

Durante nosso percurso na vida existem situações em que somos forçados a tomar decisões difíceis, mas que farão uma grande diferença no futuro e eu tive a minha escolha. Livrar-me de dois idiotas que simplesmente reapareceram em minha vida e não consigo de forma alguma dizer que não quero que façam parte de minha nova fase. Confesso que suas companhias me trazem o sentimento de felicidade, no entanto é sempre momentâneo, não posso e nem devo terminar o dia sem me lembrar de tudo o que passei, dos erros que cometi ao lado de velhos amigos.

Nos últimos dias sempre terminava a noite com suas companhias, fomos a bares, boates, jogamos golfe no Miami Beach Golf Club e também frequentamos festas de conhecidos da cidade. Em todas as situações tentei me manter o mais sóbrio que pudesse, entretanto isso se torna difícil conhecendo meu vício do passado e principalmente por estar sempre cercado de bebidas alcoólicas o tempo todo. É o cheiro que me traz lembranças, e todas as vezes em que virava um copo de tequila meu corpo estremecia, automaticamente um filme se passava pela minha cabeça, as festas, as noites sem dormir, as brigas que tive com meus pais, dias acordando mal humorado por conta da ressaca. Após minha reabilitação precisei de ao menos um ano para conseguir beber sem exagerar e estou me mantendo firme até hoje, só não sei se minha bravura irá durar por um longo tempo.

Tive conversas ao telefone com meus pais, e também falava com Felicity, prometi que manteria contato e não posso deixar de cumprir isso. É legal e animador contar minhas experiências no trabalho e na cidade, falar sobre as amizades que estou fazendo e ouvir de minha irmã as coisas que aprende na escola, ela está sempre animada e feliz, isso acaba por me contagiar, durmo bem por saber que eles estão ótimos apesar da saudade que sentimos. Ás vezes quando fazemos chamadas virtuais posso olhar nos olhos de meus pais e perceber que na hora de se despedir eles se limitam a chorar, costumo questionar se está tudo bem e dizem que sim, só esperam que eu possa visitá-los em breve.

Já com meus amigos isso tem sido diferente, pelo menos desde que resolvi desabafar e contar sobre Jared e Ted. Ouvi bronca e discursos sobre todo o mal que me causaram, perguntaram o porquê de eu simplesmente não ter dito que eles fazem parte de um passado que não suporto relembrar, não tive resposta e ainda não tenho, não por medo do tom furioso que Ed tinha naquele momento, mas possivelmente por estar confuso.

Por que estão exatamente em Miami? Será que dessa vez pode ser diferente? Estou mais forte agora e posso resistir ou por tudo a perder mais uma vez. Sinto-me fragilizado por não poder responder tais perguntas, eu deveria ter a solução para isso, todavia isso está se tornando cada vez mais como um labirinto, sei que devo encontrar a saída, porém não tenho certeza se quero sair.

Resolvi ir a agência hoje para ajudar com a organização do teste de segunda-feira, dessa vez as modelos enfrentarão a passarela e isso parece algo que todas dominam muito bem. Conheci Angelina, uma fotógrafa que estava de viagem e retornou para ajudar no que pudesse. Ela é engraçada, contudo é muito séria se tratando de trabalho, gosta de responsabilidade e dedicação, apesar desse fato Alex disse que não preciso ter medo, Angel pode ser até uma guia para mim.

Foi um dia divertido apesar de o local estar pouco movimentado, conversamos muito e discutimos sobre os testes, aproveitando para atualizar Angelina sobre como as modelos estão se saindo. Isso me fez lembrar de Laurie e de sua fúria. A última vez em que nos vimos não foi agradável, seu olhar calmo se transformou em chamas e sua doce voz se alterou, ela falava tão alto que parecia estar gritando. "Você é um idiota, não tinha direito algum de se meter na minha vida." — Sua voz ecoa em minha mente. Recordo-me que senti vontade de levantar e ir atrás dela, explicar que não queria fazer mal algum, mas da forma que estava, tudo o que receberia seria um tapa no rosto, então deixei passar, esperando que no dia seguinte pudéssemos conversar, no entanto ela não apareceu.

Provavelmente ainda está abalada ou tão irritada que não pode suportar ver meu rosto novamente. Ouvi suas amigas comentarem que ela não está atendendo aos telefonemas ou abrindo a porta quando a campainha toca, talvez só precise de um tempo, isso de certa forma me traz alívio, não quero fazer inimigos, ainda mais se tratando de Laurie. Ela tem algo que me faz ter o desejo de conhecê-la um pouco mais, desvendar seus mistérios e ser um bom amigo, alguém com quem ela possa contar para o que precisar, no entanto, depois desse ocorrido prometi a mim mesmo que não irei me envolver demais, darei espaço a ela. Juro que tentarei. 

Meu plano para a noite é encontrar com os garotos em um bar, mas antes resolvi entrar em contato com Ed, ao aparecer no skype ele parece já desconfiado. Pergunta sobre o trabalho, se já fui a praia ou ao menos decidi conhecer os pontos turísticos, digo que sim, hoje sai para caminhar em frente ao mar, e também conheci o Holocaust Memorial e sua história. Estava com Martin e ele contou que em 1984 um grupo de sobreviventes do Holocausto se uniram para criar esse memorial em homenagens aos 6 milhões de judeus que foram mortos durante os anos de nazismo. Foi algo realmente emocionante estar lá, o local transparece a tristeza e nos faz refletir sobre esse momento trágico na história da humanidade. 

Comentou que hoje sairá com sua esposa e filha para um jantar em família, parece animado e ao mesmo tempo temendo que tipo de piadas seu pai e sua irmã irão inventar dessa vez, isso me faz gargalhar até o momento em que pergunta o que farei. Abaixo a cabeça e encaro o chão, uma forma de evitar olhar para a tela do computador e acabar contando a verdade.

— Irei ao cinema.

— É mentira — seu tom de voz é grosso. — Não entendo qual é o seu problema. Quer por a perder tudo o que conquistou em nove anos? — Nego balançando a cabeça. — E Felicity? Já pensou nela?

— Não vou me tornar um viciado novamente.

— Você quer se convencer disso. 

— Eu não sou fraco — respondo no mesmo tom de voz e volto a olhar para o aparelho. — Estar ao lado deles não significa que me entregarei ao álcool.

— Tem certeza? Está sendo sincero consigo mesmo? — Coço a nuca e balanço a cabeça. — Espero que saiba o que está fazendo.

— Não sou mais um adolescente.

— Espero que tenha esse mesmo pensamento quando sair com os dois essa noite.

Após alguns segundos em silêncio, a esposa de Ed aparece na tela, está sorridente e com sua filha no colo, admito que está linda. Enquanto conversamos tento deixar a raiva de lado, entretanto não paro de pensar no quanto estou irritado com Edward e comigo mesmo. 

Temos uma longa história de amizade e experiências juntos, Ed é meu melhor amigo — assim como Brendan — e sempre soube que poderia contar com ambos para tudo o que precisasse, provavelmente foi por esse motivo que resolvi desabafar sobre isso, esperava que de alguma forma me incentivassem a seguir firme e mandar os dois para aquele lugar, todavia a reação não foi exatamente essa. 

Estou irado por não ter recebido o apoio que precisava, apenas insinuações de que sou fraco e desconfiança, não é assim que devia ser. Porém, no fim a culpa toda é minha, podia ter dito que não os conhecia, que estavam me confundindo com algum otário do Colorado e ir embora, teria sido melhor. Posso culpá-los por terem reaparecido na minha vida ou simplesmente assumir que tenho a culpa. Eu tive escolha e mais uma vez decidi por aquilo que é errado.

 

Em uma hora encontro Jared no estacionamento do bar, posso ouvir risadas, gritos de homens e uma voz desafinada no karaokê, que por acaso é a de Ted. 

Após cumprimentá-lo em cima do palco e claramente bêbado, procuro um lugar para sentar e assim que encontro uma mesa somos abordados por uma belíssima garçonete de cabelos negros, faço meu pedido e a observo caminhar rebolando até o balcão.

— Você precisa do telefone dela — Jared diz e eu rio da situação. — Desde que nos encontramos não te vi com uma garota.

— Estou mais a procura de alguém para viver uma vida comigo do que para me dar prazer em apenas uma noite.

— Qual é o seu problema? — Franzo a testa e desvio minha atenção para uma mesa ao lado, onde encontra-se um grupo de homens que jogam poker.

Em alguns segundos Ted me cumprimenta com um grito e levantando uma garrafa de Jack Daniels empurra seu corpo para a cadeira, fazendo com que minha atenção seja desviada aos dois. Observando-os recordo que naquela época nós três agíamos como Ted, íamos a lugares na intenção de beber e conseguir mulheres, em uma hora estávamos completamente bêbados e pagando algum mico que torcíamos para ser esquecido assim que o efeito do álcool passasse, em muitas vezes acontecia, mas não é totalmente verdade que um embriagado não se lembra do que fez. Eu lembro de agir como idiota na hora de paquerar garotas, de xingar carros da polícia e levar tombos enquanto caminhava pelas boates, para mim a melhor forma de esquecer essas situações era fingir, assim seria apagado da minha memória facilmente, e sempre funcionou, no entanto sempre há uma forma de tudo voltar e pela primeira vez pareço estar sentindo isso.

É como flashs de momentos, vejo a primeira vez em que sai em uma noite com os garotos, estava irritado com meus pais porque sentia-me uma criança diante de tantas regras, fui a uma festa, primeira vez em que ingeri álcool e no terceiro copo já estava completamente fora de mim. No fim da noite fui achado pelos meus pais jogado no gramado dormindo, não memorizei quem levou-me até lá, entretanto foi o inicio de tudo. Posso dizer que a má companhia provocou mudanças em mim, todavia seria um idiota se não assumisse que tenho culpa em tudo, fui fraco o bastante para permitir que me dominassem, porém consegui ser forte para retomar o controle da minha vida.

A garçonete aparece com nossos pedidos e sem hesitar viro o primeiro copo, peço mais duas doses e continuo a encará-los.

— Não sei por que estou aqui — digo por fim.

— Porque nós convidamos — Jared responde arqueando a sobrancelha.

— Na primeira vez em que saímos juntos eu fiquei muito bêbado. — Ted gargalha e faz um comentário idiota, resolvo por ignorá-lo balançando a cabeça. — Sei que cheguei em casa, porém não tenho ideia de quem levou-me até lá.

— Por que isso importa agora?

— Vocês me disseram que pais eram um saco, só serviam para nos dar limites e impor regras, que a família só quer nos controlar e acreditei nisso. — Assim que a morena volta viro mais um copo, o líquido faz minha garganta queimar até chegar ao estômago, fecho os olhos fazendo uma careta e volto a balançar a cabeça. — Tornei dois idiotas meu maior apoio e até cheguei a dizer uma vez a minha mãe que a única família que tinha eram vocês. — O terceiro copo em instantes está em minha boca, e cada gota que bebo parece me tornar mais corajoso. Meu subconsciente grita implorando para que eu escute Ed e diga a eles o que devo. — O engraçado é que minha família não me deu apoio quando me tornei um alcóolatra, senti raiva deles por causa disso, enquanto vocês continuavam a gostar das minhas atitudes e até me achavam um cara legal por isso. — Levanto-me indo em direção ao balcão e mostro dois dedos para a garçonete que assente entendendo o que peço. Meus olhos lacrimejam, então decido por sentar-me e abaixar a cabeça, logo ouço passos vindo em minha direção.

— É melhor você ir com calma. — Ted diz. 

— Contudo, houve um dia em que recebi a grande notícia, minha irmã nasceria com Síndrome de Down, eu mal pude dormir aquela noite. Como poderia um alcoólatra conviver com uma criança com necessidades especiais? Tinha medo de agredi-la, de ser um mal exemplo e até de que um dia ela pudesse ter medo de mim. Acho que nunca acordei tão decidido de algo na minha vida quanto foi no dia seguinte. — Os copos são colocados e repito os mesmos movimentos. — A partir dai eu mal podia olhar para o rosto de vocês dois, sentia raiva, os culpava por toda aquela merda que aconteceu, mas agora sei que fui fraco e deixei com que seus estilos de vida me influenciassem. — Cenas do passado aparecem em minha mente enquanto viro outro copo. — E agora olha só para nós, estamos novamente em um bar juntos, só posso me perguntar que merda que aprendi com aquilo tudo? — Os garotos se sentam e olham ao redor.

— Você não está bem — Jared diz pegando meu próximo copo após virá-lo, a essa altura mal consigo falar normalmente.

— O que acham que aprendi? — questiono. 

— Nós sentimos muito, ok? Mas você deu a volta por cima. — Ouvi-lo me faz gargalhar.

— Se isso fosse verdade eu teria mandado os dois se ferrarem na primeira vez em que os vi. — Faço mais um pedido a garçonete que atende sem hesitar, dessa vez peço uma cerveja. 

Tento tragá-la em silêncio. O gosto faz meu estômago revirar e as lembranças cercam meu pensamento, passo de fúria a angustia, o sentimento de sofrimento por ter fracassado e principalmente por saber que Ed tinha razão, não fui forte o bastante para resistir. 

Busco por meu celular nos bolsos e o coloco sobre o balcão, encaro a tela enquanto termino a cerveja pensando se seria adequado telefonar para alguém, e após alguns minutos decido que não. Assim após ingerir toda a bebida, pago a conta e me viro para ir embora. 

— Sinto muito por tudo o que você passou e pela sua irmã, entretanto nós somos seus amigos, ok? Estamos aqui por você. Venha e se sente conosco, assim você se acalma e nós poderemos ir para casa juntos. — O tom na voz de Jared é tão calmo que parece estar debochando de mim, então sem pensar duas vezes deposito um soco em seu rosto que logo é revidado na lateral do meu, ao me recuperar encaro seus olhos e balanço a cabeça saindo do local. Não vou permitir me meter em encrenca por causa desses dois, nunca mais.

Saio cambaleando pelas ruas, decido por não dirigir, a última coisa que gostaria seria de fazer besteira maior, sinto como se os anos sem passar de duas doses me tornassem fraco novamente, ou possivelmente bebi muito mais do que percebi.

Não tenho destino enquanto caminho, quero apenas ir sem rumo até me sentir bem o suficiente para retornar para casa e ter uma conversa saudável com minha irmã.

Os olhares das pessoas enquanto passam por mim é de nojo, e isso soa bastante familiar. Lembro-me que muitas vezes já sai de casa aos berros com meus pais por estar completamente bêbado ou chegava da mesma forma, os vizinhos me olhavam como se fosse o pior dos assassinos, mas não devo culpá-los, me viram crescer e me tornar aquilo que um dia já fui, era decepcionante e até vergonhoso. Tal lembrança me faz pensar o que meus pais diriam se me vissem dessa forma novamente, poderiam ficar só decepcionados ou dariam o mesmo discurso que Ed. Gostaria de telefonar para ele, apesar de tudo poderia ter palavras que me confortassem, no entanto, estou sendo decepcionante, ele me deu uma vida nova aqui e eu optei por viver uma antiga.

Saio das ruas movimentadas para as residenciais, tudo o que preciso é de silêncio e elas podem me proporcionar isso. Não há muito movimento de carros ou sinal de pessoas, a escuridão se torna minha melhor opção e apesar do frio penso que estar aqui fora é melhor do que dentro do apartamento, posso resolver me entregar a fraqueza e essa não é uma opção que aceito.

Um carro passa por onde estou e se pudesse ver por dentro saberia que está cheio de jovens bêbados, concluo isso por ouvir gritos e risadas altas, mais um momento que me parece bastante familiar. Logo a frente encontro uma loira que está com a cabeça enfiada em uma lata de lixo, após isso anda desajeitadamente até cair no chão, e ao vê-la levantar a cabeça sei no mesmo instante que é Laurie. Como pode estar aqui sozinha e desse jeito?

Penso que deveria deixá-la, pode ainda estar com raiva de mim e preferir espaço, entretanto não me contenho ao vê-la olhar em minha direção, ela parece triste e desorientada, dessa forma resolvo por me aproximar e tentar conversar.

Logo que digo poucas palavras, Laurie começa a chorar, tento da maneira mais delicada a colocar sentada na calçada, e a abraço sem dizer uma palavra, entendo que precisa disso, somente o silêncio e algum lugar para se sentir segura.

Ela chora em silêncio, todavia ainda sim é algo compulsivo, tenta amenizar os poucos sons que faz afogando o rosto em meu moletom, apenas a observo esperando que se acalme e quando para, procuro por algo em meus bolsos para que possa limpar o rosto.

Com sua pele clara, seu rosto ganha facilmente um tom avermelhado e seus lindos olhos azuis parecem cansados, penso que deveria levá-la para casa, porém assim como eu ela devia estar procurando algum conforto nas ruas.

Enquanto conversamos, acabo por fazer escapar um dos motivos pelo qual estou irritado e bêbado, ela parece curiosa, contudo tento entender o porquê de estar aqui e desse jeito. Laurie é tudo o que importa agora.

Em questão de poucos minutos ela me conta tudo o que está a incomodando, há desde a família, até um paquera, suas amigas e o trabalho, tudo parece fazer mal para a dona de olhos azuis penetrantes. Não entendo por qual motivo algum idiota iria querer iludi-la ou o porquê suas amigas acreditam que ela precisa de um parceiro. No entanto o que me indigna mais é por que Laurie se sente inferior as outras modelos? É tão linda e esbanja talento em seus trabalhos, é uma mulher que merece ser apreciada e aplaudida por se sair bem no que ama fazer. Provavelmente estou exagerando, entretanto é somente assim que consigo pensar diante de seu choro.

 

Quando o silêncio vem à tona e a loira parece mais calma, tento justificar minha atitude diante do último dia em que nos vimos, todavia seu olhar é inexpressivo e isso me faz pensar que está irritada, mas me surpreende pedindo para que saíssemos de lá. Concordo.

Precisamente quando viramos o quarteirão, ela volta a me questionar sobre o motivo de eu estar tão irritado anteriormente, sei que não deveria dizer nada para ela, mal nos conhecemos, porém Laurie confiou em mim e desabafou sobre tudo o que estava a deixando triste, à frente disso conto para ela sobre tudo.

A história começa no ensino médio quando era adolescente e juntei-me a Ted e Jared, como qualquer pessoa nessa idade queria ter tempo para ficar com meus amigos, porém meus pais estabeleciam limites, dias e horas para sair de casa, isso me deixava irado. Queria ser como eles, ter pais que não ligassem para o que fazia e deixassem viver minha vida da forma como queria. Meus primeiros erros foram sair de casa na madrugada para ir a festas, e obviamente meus pais descobriam, o que trazia castigo, contudo não respeitava tal decisão. Fugi dezenas de vezes, e em uma dessas decidi que era grande o suficiente para beber, após isso é a história que inicia meu vício pelo álcool.

Não conto essa parte em detalhes, não quero que veja minha alma nua tão rápido assim, então dou mais destaque à minha recuperação, quando soube de Felicity.

Seu nascimento era o que faltava para me tornar um homem feliz, ela me traz a sensação de que as decisões que fiz foram as melhores e mais do que isso, Felicity me deu uma vida nova, transformou-me em uma pessoa melhor, mostrou-me o melhor lado da vida e principalmente que a simplicidade é algo valioso. Suas risadas por ver nosso velho cachorro se jogar no gramado sempre foi algo contagioso, ela é capaz de trazer o sol em um dia chuvoso e de me fazer esquecer qualquer tristeza logo que a vejo sorrindo.

 

No momento em que caminhamos em direção a casa de Laurie, recordo-me de seu sorriso e de sua risada quando caímos no gramado do parque, era como se toda a tristeza tivesse sido tirada de seu peito, sinto-me satisfeito e feliz por ter proporcionado isso a ela. Laurie tem um riso muito gostoso de se ouvir, e eu realmente gostaria de apreciá-lo mais vezes. 

Ao pararmos em frente à sua casa recebo um convite um pouco indecente da parte dela, reconheço que penso em aceitar, contudo não sei até onde isso nos levaria ou o que Laurie poderia pensar de mim, então faço piada e vejo suas bochechas corarem, sorrio por perceber que a deixei sem graça, não é todo dia que consigo isso de uma mulher como ela. Enquanto a vejo abrir a porta penso que é minha deixa, a hora de ir embora, mas não quero e de certa forma sei que ela também não quer. 

Toda a raiva e angustia que sentia ao sair do bar desapareceram desde que pus meus olhos em Laurie. É estranho, mas reconfortante o fato de termos nos encontrado por acaso. Eu precisava da companhia de alguém como ela e Laurie precisava de alguém para confortá-la. Nos encontramos e essa foi a melhor coisa que me aconteceu hoje.

Após conhecer Cherry e tentar mais uma vez alongar a conversa, sei que é hora de ir embora, e ao me virar para fazer um telefonema à procura de um táxi, sorrio satisfeito, posso declarar essa noite como a melhor desde que cheguei em Miami.


Notas Finais


Estou tão feliz que em apenas três meses Mon Laurie tenha conquistado tantos leitores e adquirido tantas conquistas. Isso tudo é muito novo para mim, então ter esse apoio todo é emocionante. Muito obrigada por viverem isso comigo e por compartilhar seus sentimentos e opiniões através dos comentários.

Iniciei um enredo novo com meu melhor amigo e adoraria que dessem uma olhada nele:
https://spiritfanfics.com/fanfics/historia/fanfiction-justin-bieber-eternel-5854193

Digam o que acharam desse capítulo, suas opiniões são sempre muito importantes.


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