História Mon Petit Cherie - 2 Temporada - Chapter 7

POV CHERIE

Fecho o pequeno cofre  que fica dentro do meu closet e ativo a senha. Todas as joias que ganhei de presente estão guardadas ali. Não sei ao certo a quantia que valem, mas sei que é muito. Meus clientes são os melhores e eu recebo os melhores presentes, assim como os melhores cachês.

Por um momento, enquanto observava as joias reluzentes em minhas mãos, eu imaginei como seria uma vida com Tuki, mas logo afastei os pensamentos tentadores. Eu já havia feito isso uma vez. Imaginei uma vida completa com Niall e essa vida não vivida ainda me assombra. Eu não cometeria o mesmo erro.

Ainda amo o Niall. e sinto que isso nunca vai mudar dentro de mim, mas nesse momento ele está na sua lua de mel, com sua esposa e em breve terão filhos lindos. E eu tenho Tuki, que é muito mais do que eu mereço, então por que não posso tentar ser feliz por um tempinho?

O fato é que eu tenho medo de ser feliz. Tenho medo de mergulhar de cabeça e estragar tudo de novo, como eu sempre faço. Não posso correr o risco de quebrar o coração de Tuki. Não posso carregar mais essa culpa em mim. A culpa que sinto por ter se relacionado com meu irmão ainda é pesada demais, e não sei por quanto tempo tenho que ficar aqui no Moulin para pagar minha divida interna.

Tudo é incerto. A não ser o fato de eu amar Niall com todas as minhas forças e sentir algo indescritível por Tuki.

POV NIALL

-Niall, não é justo! – Diana reclama e minha cabeça lateja.

-A vida não é justa Diana! – eu digo.

-Mas você prometeu uma semana e só faz três dias desde que chegamos.

-Diana, por favor, eu não aguento o clima dessa cidade. Quero voltar para Mullingar.

Diana me olha e vejo a acusação em seus olhos.

-Você quer voltar por causa dela, não é?

-De quem? – me faço de desentendido.

-Não me faça de idiota Niall!

Ela diz se aproximando e dando um soco no meu peito. Não doeu, mas me irritou, porém permaneci quieto.

-Você prefere ficar enfurnado naquela cidadezinha para talvez encontrar com ela em uma esquina qualquer, do que viver uma vida perfeita comigo! – ela dá mais um soco no meu peito e eu cerro os dentes.

-Diana, para. – peço tentando ser o mais calmo possível.

-Não! Não paro! Você é terrível! Você não é o homem que eu conheci.. ela te destruiu. – Diana me empurra, e eu seguro seus punhos.

-Calada! Você já conseguiu o que queria! Você já tem meu sobrenome, tem o dinheiro e o status que sempre sonhou... você não é tão diferente de mim Diana! Você também é terrível!

Ela se solta de meu aperto e me olha com uma raiva que nunca vi antes nela.

-Antes interesseira do que ser corna como você. Antes ser interesseira do que ser uma puta como aquela vagabunda que você ama!

Não sei o que passou por minha cabeça, só as palavras de Diana ecoando dentro de mim e então, sem pensar, minha mão estapeou o rosto de Diana, que caiu no chão com a força do golpe.

Diana chora com a mão no rosto e não me encara. Instantaneamente me sinto arrependido. Eu nunca faria isso. Nunca. O que eu estou me tornando?

-Diana... – eu tento falar, mas não sai nada.

Ela ergue a cabeça e a grande marca vermelha na bochecha clara dela me agride e envergonha. Diana da um risinho, jogando a cabeça para trás.

-Será uma grande noticia quando a imprensa descobrir que o herdeiro da família Horan bate na mulher.

A gargalhada seguida gela meu sangue e pela primeira vez vejo que Diana é capaz de qualquer coisa na vida. Pela primeira vez eu me dou conta de que não foi só ela que se casou com uma pessoa totalmente diferente do que imaginava. Eu também havia cometido esse erro.

(...)

Não aguentei ouvir as risadas loucas e histéricas de Diana e saí do quarto. O hotel luxuoso que estamos hospedados é enorme, gigantes, mas ainda assim me dava uma enorme sensação de claustrofobia. Saio correndo do hotel, mas o céu nublado de Londres não ajuda na crise de ansiedade e pânico que estou tendo.

Mais uma vez estou andando por ruas aleatórias, tentando clarear as ideias, mas sem sucesso algum.

Sinto falta dela. Sinto uma enorme falta de Cherie. É como um buraco no meu peito que não se fecha, pelo contrario só vai me rasgando ainda mais e corroendo-me por dentro.

Como fui tão cruel em propor que Cherie fosse minha amante? Diana é claramente louca e apesar de tudo o que Cherie fez, depois de ter sumido diversas vezes, ela sempre voltava para mim. Porra, ela estava em meus braços e eu estraguei tudo.  Eu tenho que conserta todas as besteiras que eu fiz, tenho que ter Cherie para mim de novo.

Eu jogaria tudo para o alto, me divorciaria sem pensar duas vezes, sairia desse país com Cherie, não me importaria quem ela virou ou o que nosso DNA compartilha. Iria para longe com ela, para um lugar ensolarado e bonito. Seríamos tão felizes.

Voltei todo o caminho percorrido até o hotel. Entro no quarto e Diana está pintando as unhas, ela olha para mim e sorri, como se nada tivesse acontecido.

-Diana, eu não vou te pedir desculpa, por que eu não mereço ser desculpado. Mas eu realmente sinto muito por ter te batido. É vergonhoso e nenhum homem...

Diana coloca o potinho de vidro do esmalte de lado e se levanta, vem até a minha e repousa sua mão pequena em meu peito.

-Paixão, não foi nada. – diz e me da um beijo no rosto. – Você estava nervoso. – ela diz como se isso justificasse tudo.

-Não, eu...

-Quieto paixão. Esquece isso. Vamos jantar.

Eu vou até o armário e tiro a mala de lá de dentro.

-O que está fazendo? – ela pergunta.

-Já tinha te avisado. Nós voltamos pra Mullingar ainda hoje.

Esperei que as reclamações recomeçassem, mas para a minha surpresa ela sorriu mais uma vez e assentiu.

-Temos quanto tempo antes do voo?

-Eu não sei. Vou ligar pra agencia, mas pode ir fazendo suas malas. – digo cauteloso e ela concorda com a cabeça.

Diana começa a arrumas as malas quieta, mas com um sorriso no rosto. Não quero abusar da sorte, mas quero aproveitar seu estado de espirito.

-Quando pousarmos eu vou me divorciar de você.

Ela me olha sem hesitar e sorri.

-Ah paixão, você não vai não.

Continua...