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História Mon Petit Soleil (Larry Stylinson) - Capítulo 3


Escrita por: hesjagger

Capítulo 4 - Capítulo 3


Fanfic / Fanfiction Mon Petit Soleil (Larry Stylinson) - Capítulo 3

" Anjos caídos na noite, e todo mundo é expulso do paraíso. " Julien - Placebo

Louis

Encaro meu reflexo no grande espelho do meu quarto, coisa que suspeito estar fazendo a vários minutos, tentando enxergar algo além do meu rosto fino com traços delicados, com meus cabelos coloridos de azul e roxo, franja quase caindo nos meus intensos olhos azuis, corpo curvilíneo que me destaca desde cedo, e me possibilita ficar com qualquer pessoa que eu queira, já perdi as coisas de quantas vezes fui chamado de lindo ou gostoso, vindo de garotas e garotos, mas é só uma imagem, e eu só eu noto isso.

Aparentemente não tenho motivos pra reclamar da vida, minha família é muito bem de vida obrigado, e unida apesar de grande, e ficara ainda maior, minha mãe está grávida, desta vez de um casal de gêmeos, e eu fui o último a saber, por ter faltado no natal, porque estava muito ocupado me entupindo de cocaína, isso quando não estava transando loucamente com um cara que eu nem lembro o nome.

Foi a primeira vez, em 21 anos que não passava o natal e meu aniversário com meus pais e minhas irmãs, e bem nesse natal vem a notícia da gravidez da minha mãe, que eu não saberia senão tivesse sido convocado por meu pai, a voltar de Oxford onde faço artes cênicas, para passar o final de semana em casa, depois de sabe lá quanto tempo.

Me sinto vazio, nulo como sempre ou quero pensar que sim, minhas irmãs mal olharam na minha cara, Lottie quando o fez foi pra demonstrar seu desprezo, e eu a considero minha única amiga, além de Zayn que se acha no direito de dizer o que devo ou não fazer, mas eu não preciso dele, eu não preciso de ninguém.

Talvez eu só preciso mesmo fuder, e de um bom pino, não de pessoas só que só me dizem como devo ser, ou por causa do dinheiro do meu pai, nem do meu corpo.

Mas a questão é, eu sou mais do que essa imagem refletida no espelho? Acredito que não, mas não importa, pelo menos não agora.

Balanço a cabeça para afastar esse pensamento, nunca me leva a nenhuma resposta mesmo.

Hoje esta uma noite até que agradável em Londres, o tempo esta bom nessa sexta-feira, ao contrário do clima de casa, meus pais parecem que observam cada passo que eu dou, como se tivessem observando um animal selvagem acuado, enquanto cada uma das minhas irmãs cuidavam de suas próprias existências fúteis e sem preocupações.

Como se eu fosse diferente, na verdade me sinto diferente da minha própria família, não que eles fossem perfeitos e eu não, mas eu não me identifico com eles e nem com ninguém, não me encaixo, não me enquadro, sou como uma peça avulsa onde quer que eu vá.

Não que eu compartilhe esses tais sentimentos pra alguém, isso é coisa minha e não diz respeito a ninguém, como se alguém se importasse também.

Me sinto interpretando diferentes papéis 24 horas por dia, para cada pessoa é um papel e ninguém percebeu isso, compram minhas mentiras e sorrisos falsos, acho que a única coisa que não finjo, um único momento, é quando estou gozando, até porque não tem como, não é a toa que faço artes cênicas.

Não é como se minha família fosse superficial, que justifique eu ser como sou, pelo contrário, tenho pais amorosos e presentes, flexíveis e que nos estimulam a fazer o que queremos, não me oprimem, se preocupam muito mas não sufocam, nunca tive brigas sérias com minhas irmãs, por mais numerosas que elas sejam, e estamos como estamos justamente por algo que me faz sentir mal na minha própria pele, não que elas saibam, não posso mostrar esse lado a minhas irmãzinhas.

Os adolescentes ou jovens em geral, já que essa fase é esteriotipada onde acontecem as paixões são arrebatadoras e todos se tornam estúpidos, normalmente esses adolescentes ou jovens se prendiam a pessoas, eu me prendi primeiro nas bebidas alcoólicas, e depois na cocaína, e ela foi minha primeira paixão arrebatadora, não diria bem paixão mas sim necessidade, uma forma de aguentar o que eu sentia, melhor dizendo o que eu não sentia, o vazio que eu nem sei como começou, só estava ali, algo berrava dentro da minha cabeça, o tempo todo, ela é minha única saída.

Desde que lembro de mim mesmo, não tenho realmente o que se podia definir de amigos,são pessoas encantadas pelo meu dinheiro, pelo meu status, pelo meu corpo e somente isso, como se eu não fosse nada além disso e eu realmente acho que não há nada além.

Quando me mudei de Doncaster para Londres com 14 anos, fui para uma escola que adotava a forma de ensino alternativo, construtivista, e lá conheci Zayn Malik, meu único e melhor amigo, isso até ontem a noite, que foi meu companheiro de loucuras, de muita maconha mas que me deixou justamente por eu estar muito viciado em pó como ele gritou ontem.

Engraçado que ele fuma maconha de forma frequente a poucos anos, mas mesmo assim anos, e veio falar da cocaína que eu uso a meses? Não importa o quanto eu use, ele usa a maconha da mesma forma que eu uso a cocaína, pro mesmo propósito, fugir de si mesmo, ele não tem direito de me julgar, de falar nada, eu pelo menos não fico pulando de relacionamento em relacionamento para achar um amor, que não tem em mim mesmo, disse isso aos berros e assim ele se foi, não preciso de ninguém me julgando.

Pensando nisso saio de frente ao espelho, viro até a porta do quarto para verificar se esta mesmo trancada, e estava, mas mesmo assim olho para os lados, para verificar se tinha alguém olhando, o que é ridículo, e de forma insegura pego um pequeno pino que deixei guardado no vans que eu estava quando cheguei em casa, tinha o comprado na estação de trem mesmo, e escolhi o menor pino do cara, só pra não enlouquecer de vez nessa final de semana em casa. E na estação de trem, me senti de certa forma observado, mas essa sensação se tornou até normal desde que comecei a cheirar quase todos os dias, então tentei não ligar muito.

Eu não quero fazer isso em casa, mas não é como se tivesse alguma opção, preparo e uso rapidamente, pego minha carteira e minhas chaves, e saio do quarto, só com o pino pra descartar em qualquer outro lugar, quando estou no começo da escada que leva até a sala de estar, no andar de baixo, escuto uma conversa e barulhos de choro, fico totalmente em alerta.

" - Eu nunca pensei que isso fosse acontecer com a gente, o que vamos fazer, Mark?. – a voz da minha mãe soa embargada.

-Se acalme querida, eu já sei o que fazer, por isso ele esta aqui, tudo vai se ajeitar, você vai ver. – a voz do meu pai surge firme."

Paraliso no topo da escada, eles estão falando de mim, eu sei, desde que meu pai me ligou hoje de manhã, pra me convocar pra voltar pra casa, passar o final de semana com eles, tudo esta estranho, e ainda essa conversa, o que ele pretende fazer? Será que ele sabe da cocaína? Não, impossível, ele não pode saber, ninguém pode saber.

Escuto uma movimentação no andar de baixo, e essa é minha chance de sair de casa logo, desço as escadas e atravesso a sala rapidamente, quando fecho a porta e me viro em direção aos portões, avisto Lottie na varanda e vindo até mim, ela parece bem abatida, e seu olhar cabisbaixo, uma raridade vindo dela, que tem a mesma postura arrogante que eu.

- Lou, quer ir comigo no show do Kings Of Leon amanhã? Não quero ir sozinha. – ela diz fazendo um biquinho.

Com a gente não são necessárias palavras, nossas brigas e olhares feios nunca duram muito tempo, e até que não é uma má ideia, gosto da banda e é um bom momento de compensar minha irmãzinha, quem vê pensa que ela é uma criança, mas ela já tem 18 anos, mas sempre será minha menininha.

- Claro Lotts, por que não? Podemos tentar invadir o backstage, com o poder do Tommo "The Teaser" - digo fazendo uma dancinha levemente sensual.

Ela bate no meu braço rindo, e me abraça apertado, mas não diz nada, e ficamos assim por uns poucos minutos até ela se afastar e jogar o cabelo platinado para o lado.

Vamos ver Tommo "The Teaser", que vença o melhor Tomlinson, que felizmente é o que tem cabelos platinados.

E saiu rebolando pra dentro de casa, me deixando rindo sozinho, e sigo meu caminho até um pub que não vou a tempos, não tao longe indo de metrô.

**********************

Se tinha uma coisa que eu tinha saudades, é da noite londrina, dos guetos gays, das pessoas mais diversificadas que você encontra nas ruas todos os dias, isso é algo que sempre me fascinou.

Sempre gostei de observar as pessoas, mas são poucas as que realmente me interessam, raras, até porque elas vem a mim com um propósito, seja transar, ou querendo o meu dinheiro, me fazer de troféu, por isso nunca namorei e não sei se um dia vou namorar, eu não consigo ver sinceridade e nem sentimentos das pessoas por mim.

Me sento no bar fumando um cigarro, observando as pessoas ao redor, não sinto vontade de beber nenhuma bebida agora, e seria bom evitar mesmo já que estou na minha casa, pioraria ainda mais o clima com meus pais, até que de uma mesa que está na rua, duas pessoas me chamam a atenção, duas garotas de uma turma de umas 6 pessoas na mesma mesa, até que me lembro de uma delas.

Eleanor, ela era uma líder de torcida da minha antiga escola de Doncaster, o tempo a melhorou um pouco e hmm, agora pelo visto ela trocou de time, me lembro muito bem dela, afinal não foram poucas vezes que ela chupou, não só a mim, como outros jogadores de futebol no vestiário, eu só pensava com a cabeça de baixo, mais um adolescente estúpido dentre vários outros.

Sempre soube que sou gay, mas eu estava pegando fogo, qualquer atividade sexual já tava bom, nunca a beijei e nem nenhuma outra garota, líderes de torcidas fazerem coisas sexuais com jogadores de futebol não é nenhuma surpresa, é extremamente clichê, como a própria adolescência, nunca passei disso com garotas, elas fazerem sexo oral em mim, e sinceramente analisando de agora, nossa não é nada se comparado com que caras podem fazer em uma mesma ação.

Minha família acho que sempre soube que sou gay, então não tive problemas quando me assumi, a única preocupação deles era com o que eu poderia sofrer de pessoas ignorantes e cheias de ódio dentro de si, porque porra estamos em uma época em que gravidez masculina não é mais um enorme tabu, e ainda tem pessoas que insistem em ser atrasadas e afogadas em sua própria burrice, e eu sempre soube me cuidar, não levo desaforo pra casa, mas também tenho uma certa noção que tem pessoas que nem brigar vale a pena, estão fadadas a morrer sendo a mesma merda.

Argh, heterossexuais e suas tolices, não sei porque tanto se defendem e se sentem tão ameaçados, idiotas.

E ao lado de Eleanor esta uma garota extremamente bonita de cabelo azul, tenho a impressão que a conheço de algum lugar mas não lembro de onde, e as duas parecem bem íntimas, hmm velcro.

Um copo com algo parecido com vodka e energético é colocado na minha frente no balcão, tirando minha atenção de Eleanor e sua namoradinha, o cara do bar faz um aceno com a cabeça apontando para uma mesa, do meu lado direito um pouco ao fundo, e lá estava um cara razoavelmente alto com um topete castanho bem alinhado, com roupas casuais e um sorrisinho sacana em minha direção, bonito até, mas logo hoje? não to com clima nem pra beber, imagina fuder.

Que situação mais clichê, será que o clichê sempre definirá a minha vida?

Com um sorriso de canto, volto a posição que estava anteriormente e acho como se nada tivesse acontecido, dou uma olhada pro copo à minha frente, intocado e vai continuar assim, começo a puxar conversa com o cara do bar, compartilhando histórias zuadas que já me aconteceram, em uma situação parecida com essa, depois de uns quinze minutos de boas risadas, o cara é até legal, e atrai gente maluca, vou até o banheiro e em seguida saio do pub, por uma outra entrada, com um cigarro nos lábios e chutando pequenas pedrinhas no caminho até a estação vou me perguntando até quando vou vivendo assim, no meu vazio e no meu limite, estou machucando mesmo sem querer as pessoas que mais me importa, minha família, isso porque eles não sabem da missa a metade, será que a minha vida sempre vai ser desse jeito?


Notas Finais


Alguns esclarecimentos, caso de uns "Oi?" na leitura:

· Sim, o Louis conhece a Gemma, mas isso vai ficar mais claro enquanto a história se desenvolve.

· Não sei como é feita a distribuição da cocaína em UK, se é em saquinho ou pino.

· Caso alguém não sabe o que é pino, sabe tampa de caneta BIC? Então, só que são transparentes e com uma tampinha, e dentro colocam o pó, já tinha visto delas na rua, quando me falaram pra que servia, eu fiquei "quê¿", só pra vcs imaginarem senão viram.

· O cara no bar pagando a bebida pro Louis, não é o Nick, ok?

· Aqui não teremos ninguém tentando separar os Larry, só que vão acontecer umas coisas que...!?

E eu não faço qualquer apologia a nenhuma das drogas citadas, nem to estereotipando ninguém, muito menos estou julgando, não é porque uma pessoa tem uma angústia que não sabe definir, um vazio, que vai pra esse caminho, não nop non,e isso ta enorme, não vou demorar pra att desse jeito de novo, juro de dedinho, esse capítulo que foi puxado mesmo,

Até o próximo

P.S. : Falando em Kings of Leon o novo CD deles ta lindo d+, e não sei mas Over me lembra o Louis mas ok, e por favor vamos esquecer o close errado do Nathan, todos sabemos quem completa o coração do Harold.


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