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História Monster - Monster


Escrita por: sanshine_2608

Notas do Autor


Bem, esta é uma one que escrevi faz um tempo, ela pode parecer meio confusa, mas é assim mesmo que é para ser, nada nela é totalmente normal, espero que gostem...
Beijinhos de ChocoMenta... <3

Capítulo 1 - Monster


 Era apenas mais uma noite normal para mim, estava andando pelas ruas em busca de minha vítima, e a encontrei, uma linda menina de cabelos loiros e olhos azuis, clichê não é? Não me importo com isso, a única coisa que passa pela minha cabeça neste momento são seus gritos de horror e suas lágrimas rolando em seu belo rosto.

 Para se tornar ainda mais clichê, nossa doce donzela se dirigiu para uma parte mal iluminada da rua, próxima de um beco escuro e vazio, me desculpem senhoritas, mas não consigo negar a um pedido tão suplicante desses. Apresso meus passos e a alcanço em segundos, quando a mesma tenta gritar, tampo sua boca e a arrasto para o beco.

 Não fiquem achando que sou mentiroso, aprecio um bom grito, mas agora não é o local apropriado para isso. Continuo puxando a mesma em direção ao beco, ao chegar ao final do mesmo a colo em meu corpo, e com a voz mais rouca possível sussurro em seu ouvido.

 - Aceito o convite para esta bela dança, senhorita.

 Afastados do mundo, escondidos em nosso universo, começamos a dançar, eu a puxo para mim e ela tenta correr, eu sorrio e lhe acaricio o rosto com minha bela faca, ela grita e acerta seus pequenos pulsos em meu peito. Mas infelizmente, ela não é a melhor dançarina de todas e nossa dança acaba rápido de mais, em alguns minutos eu saio do beco, minha roupa elegante continua arrumada e minha bela faca escondida pelas dobras do casaco, antes que perguntem sobre a bela senhorita, ela cansou e seu corpo agora repousa no chão no beco, seu sangue lhe servindo de lençol.

 Minha vida sempre foi assim, longas caminhadas à noite em busca da vítima perfeita, mas às vezes, eu me lembro de tardes ensolaradas em que alguém acariciava meus cabelos, mas logo essas lembranças são manchadas de sangue. Neste momento estou saindo do banho, por mais que eu aprecie minhas danças noturnas, não gosto de seus vestígios em meu corpo, apenas minhas queridas senhoritas devem ficar com marcas de nossa noite.

 Deitado em minha cama começo a lembrar de todas as senhoritas com quem já dancei, foram várias, dezenas se não me engano, mas nunca esquecerei nenhuma delas, não só pelo fato de ter uma ótima memória, mas também porque sempre trago algo comigo, da senhorita desta noite, foi seu brinco da orelha esquerda, seu melhor lado e também, este brinco não estava sujo de seu sangue.

 Após alguns minutos mergulhados em minhas lembranças, levanto meu corpo e caminho pela casa, vou em direção ao meu quarto preferido, o local onde guardo meus maiores tesouros, ao adentrar o mesmo, vejo as várias caixas de vidro que ali se encontram as guardiãs de meus preciosos itens. Tiro o brinco do bolso e o coloco em uma das muitas caixas vazias que ali se encontram após fechar a caixa a aliso com carinho, saio do quarto e o tranco com a chave que fica em um cordão em meu pescoço, ninguém nunca irá ver ou tocar minhas delicadas relíquias.

 Durante o dia levo uma vida normal, trabalho e tenho amigos, uma família que finge me amar. Arrumo-me e desço para tomar café, está na hora de começar a encenação de filho perfeito. Ao chegar à sala de jantar cumprimento os ali presentes com um singelo mexer de cabeça, eles não merecem nada mais que isso. Sentado a mesa tomando meu café, observo meu pai falar com meu irmão, seu filho preferido, seu orgulho, não pensem que sinto ciúmes, pois esse sentimento não existe em mim, sinto alívio, pois diferente de meu irmão, nunca serei a marionete de um homem covarde e inútil.

 Levanto e me encaminho para a porta, sem nem ao menos dirigir uma só palavra a minha "querida" família. Quando saio a luz do Sol queima meus olhos, eu o odeio assim como o mesmo me odeia, pois um dia, roubei a Lua de seus braços. Coloco meus óculos escuros e vou até meu carro, o único que me faz sentir livre durante o dia, dirijo até a empresa da família e caminho a passos lentos até o elevador, nunca olhando para os lados, sempre para frente, ninguém aqui merece sequer meu olhar, ao chegar a meu andar vou direto para minha sala.

 Após uma tarde atarefada e cansativa, retorno para casa, para minha pequena prisão, para o lugar onde escolhi me esconder nessa vida inútil que levo. Vou direto para meu quarto, troco de roupa e pego minha bela faca. Está na hora da caçada começar, as duas caçadas. Pois todas as noites que saio para encontrar minhas vítimas, eu não sou apenas o caçador, também sou a caça, mas meus carrascos não são tão habilidosos como eu, afinal eles nunca conseguem me pegar.

 Não muito longe de casa, acho quem eu procuro, mais uma senhorita que, silenciosamente e inocentemente, me convida para dançar, a sigo por todo o caminho até sua casa, ela mora sozinha, o que é bom para ela, assim não terá que dividir a atenção com ninguém. Observo ela se enrolar com as chaves, deixá-las cair e olhar para os lados preocupada em ter alguém por perto que possa feri-la, me desculpe senhorita, mas já estou aqui.

 Quando a mesma já está dentro de casa e caminha para um banho quente e relaxante, eu entro silenciosamente em sua casa, nenhuma porta é párea para mim, nada pode me deter quando eu acho o que eu quero. Quando minha querida senhorita sai do banho, estou a esperando em seu quarto, para começarmos nossa adorável dança, ela grita ao me ver, mas não tem ninguém para ouvi-la, nossa dança acaba em poucos minutos, enquanto me arrumo para ir embora, observo seu corpo na cama, sua pele clara e seus lábios cheios, eu nunca conseguia encontrar uma que realmente me fascinasse, uma que fizesse eu querer dançar com ela pela eternidade.

 Enquanto me dirijo para fora da casa de minha pequena senhorita, brinco com o pequeno anel que jazia em seu dedo anelar, ele é delicado como ela, com uma pequena pérola branca como atrativo principal, guardo a joia em meu bolso e começo a descer a rua calmamente, até que sinto um forte vento e então sou jogado em direção a um muro. Meus caçadores nunca haviam chego tão perto assim, havia algo de errado, enquanto me ergo lentamente, olho para meu agressor e sinto minha alma se agitar dentro de meu ser, em minha frente está a criatura mais bela que já vi.

 - Como se sente agora que você é a presa? - pergunta a criatura com uma voz delicada e suave, seu timbre me enfeitiça, não consigo mover sequer um músculo de meu corpo, nem consigo respondê-la - Esqueci você não gosta de falar enquanto dança, não é mesmo?

 Em questão de segundos aquela bela criatura está voando em minha direção, em sua mão direita reside uma adaga de lâmina tão azul quanto o mar mais cristalino que existe, em seus olhos, vê a raiva e também mágoa, ergo as mãos e protejo meu rosto, não posso revidar e acabar machucando aquela linda criatura, mas ela não pensa assim, continua me atacando, de todos os lados e formas existentes.

 Após longos minutos, vejo a mesma pousar a alguns metros de mim, seu corpo já demonstrando cansaço, seus cabelos róseos voando com a brisa que passa por nossos corpos, por mais que ela esteja cansada, sei que não desistirá enquanto não terminar seu serviço, que é me matar.

 - Sempre me perguntei por que não mandavam você me caçar? Tinham medo que você não tivesse a coragem para tal ato? - perguntei em tom de provocação, um sorriso torto nascendo em meus lábios.

 - Os que eles mandavam antes não eram caçadores, eram observadores, não estavam aqui para lhe matar e sim para levar informações para mim. - Disse sorrindo, seu sorriso alargando ao notar que o meu se desfazia. - Já está na hora de isso acabar, começamos isso junto e vamos terminar assim!

 Foi a última coisa que ouvi dela, antes de se jogar em minha direção, a adaga brilhando novamente, naquele momento eu percebi que não havia outro jeito, então puxei minha adaga também, sua lâmina tão escura quanto meus cabelos, joguei-me em sua direção também e fiz algo que não fazia a séculos, voei.

 Minhas asas causaram uma grande dor em meu corpo ao se abrirem e sentia o sangue escorrer de minhas espáduas, mas junto com a dor veio o sentimento de liberdade que a muito buscava, enquanto voava em alta velocidade para cima de minha caçadora, vi suas enormes asas ficarem em sua frente, formando um escudo quase inquebrável, quase, se não fosse pela pequena pena deformada que havia na ponta de sua asa direita, e foi ali, naquele pequeno defeito que eu ataquei.

 Já senti muitas dores durante minha longa existência, mas nenhuma se comparou com a que senti quando vi seu corpo cair ao chão, suas asas se espalhando e abrigando seu corpo, diferente de como fazia com minhas senhoritas, não olhei para o sangue que agora tomava conta de todo o chão e sim para seus olhos, eles brilhavam e o único sentimento que ali reinava era o amor.

 - Está tudo bem querido, isso um dia iria acontecer, era preciso. - ela falou sorrindo, pegando minha mão e puxando-me em sua direção, só percebi que chorava quando a mesma limpou minhas lágrimas. - Eu não aceitaria morrer se não fosse pelas suas mãos, agora eu estou livre.

 Levei a mão até seu coração, o mesmo estava cada vez mais fraco, seus olhos já estavam se fechando, olhei para sua mão e notei que a adaga ainda estava ali, peguei a mão dela gentilmente e com a mesma, apunhalei meu peito, no mesmo instante vi seus olhos se arregalarem e sua outra mão voar para meu rosto, me sentia cada vez mais fraco e antes de fechar meus olhos sussurrei em seu ouvido.

 - A Escuridão não pode existir sem a sua Luz.

 Naquela noite eu dancei pela última vez, e com a senhorita mais linda de todas, e dançaria com ela pela eternidade. Vocês podem estar se perguntando, qual foi a joia que levei de minha última senhorita? Eu levei a mesma joia que ela levou, agora eu carregava comigo, seu coração.

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado, comentem e favoritem, agradeço desde já...
Bye Bye


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