O homem cambaleava pelas ruas desertas. Segurava o olho esquerdo, que sangrava. Quando chegou no lugar de objetivo, caiu de joelhos no chão, chamando a atenção dos homens que estavam por ali, estes que correram em direção do garoto, que agora com a mão livre segurava sua nuca, aranhando-a.
- Aleksander! - Um deles o chamou, viu o sangue escorrendo de seu rosto e virou-o, vendo o nível no machucado. - Chame o chefe. Diga que o Aleksander voltou e está ferido. - Disse para outro, que assentiu.
- Temo que isso não será necessário... - Aleksander intrometeu a conversa, apontando para a entrada da cabana principal.
Todos olharam para lá, vendo o homem com o rosto queimado, este que carregava um sorriso de canto, tirou uma bala de menta e um saco e a jogou em sua boca, mastigando-a.
- Aleksander! - Se aproximou, sorridente. - Voltou cedo. - Agachou-se, mantendo contato visual com o mais jovem. - E voltou com um puta machucado. - Sorriu, levantou o rosto de Aleksander, vendo o ferimento. - Ei, tragam alguém para consertar esse olho. O ruivão ainda tem trabalho pela frente. - Levantou-se.
- Skull. - Aleksander o chamou, sério. - Eu não quero mais. - Contou.
E o outro virou-se em direção ao garoto, indiferente.
- Temo que não tenha opção. - Disse. - Ei. - Chamou a atenção do homem ao seu lado. - Digam pro médico dar um jeito no... como é o nome? - Coçou o seu queixo.
- O chip? - Perguntou.
- É, isso ai mesmo. - Sorriu. - Ele tá desativando muito rápido. - Contou, indo em direção da cabana principal. - Deem um jeito nisso, rápido, a garota Clouds já deve estar chegando na casa do moleque. E ainda tem a outra do braço biônico. - Disse. - Eu odiaria ter que ir dar um jeito nisso por mim mesmo. Posso acabar tacando fogo na cidade sem querer. - Disse, por fim, entrando na cabana, deixando seus subordinados para trás.
Aleksander rangiu os dentes, rasgando a pele de sua nuca com as unhas.
- Vamos, Aleksander, você tem compromisso. - Um dos homens o levantou. - A última coisa que quero é o Skull atrás de minha cabeça. - Contou.
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- Quem diabos é Ao, menina? Tá maluca?
- Desculpe... - Kim coçou a nuca, constrangida.
Acabou que o "Ao", ninguém mais era além de Leo, que por um mal pressentimento foi atrás da amiga. Acabou vendo a situação e a salvou no mesmo momento.
Odiaria ver a cunhada machucada, ou ao menos mais machucada do que já estava.
- De todo jeito. - Começou. - Tem certeza que não quer voltar para a sede? - Perguntou, terminando de enfaixar o lado direito do rosto de Kim. - Você tá toda acabada. Como acha que vai conseguir andar com sua pernas assim? - Perguntou, sério.
- Dês que eu tire a bala daqui a 1 hora eu já vou conseguir andar. - Contou, tentando tranquilizar o amigo. - Então... você poderia por favor tirá-la dai? - Sorriu, sem jeito com a pergunta.
- Quer dizer, arrancar a bala que tá na sua perna. Claro, com licença, deixa eu só LEMBRAR DO MEU CONHECIMENTO DO CURSO DE MEDICINA! - Debochou. - Você tá maluca? Eu não consigo nem jogar Operando sem aquela droga de apito queimar de tanto apitar, imagina tirar uma bala de sua perna. - Disse.
- Bem, não valia nada perguntar. - Sorriu fraco.
Leo olhou-a preocupado e suspirou por fim. - Vem cá, sobe nas minhas costas e eu te levo para o Sr. Revis. Eu me lembro de ver um diploma de medicina na sala dele, então acho que eu consegue tratar você. - Contou.
Kim estremeceu apenas com a ideia de ver Johnah. Ele era super-protetor. Se a visse assim nunca mais a deixaria sair em outra missão. Leo notou a feição que a amiga fazia, e arqueou a sobrancelha.
- Se você não quiser que eu te leve até o Sr. Revis é só falar, sabia? - Contou. - Não devia ter medo de falar comigo Kim, eu sou seu amigo. - Disse.
- Sim, me desculpe... - Respondeu, constrangida.
- E pare de falar desculpa a cada frase, vai parecer que estou te maltratando ou algo assim. - Falou, sorridente.
- Desculpe... - E ela fez isso de novo. - Quer dizer... O.k! - Corrigiu-se.
E isso fez Leo rir. - O.k, Alice tem um conhecimento meio básico de primeiros socorros e coisas do estilo, talvez ela consiga dar um jeito em sua perna. - Disse, sorridente. - Apenas vamos torcer que Krest não esteja com ela. Se ele te vê assim acaba tendo um treco. - Comentou, brincalhão.
- O.k! - Kim riu.
A levantou-se com a ajuda de Leo, que a pôs em suas costas. Estavam prontos para procurar Alice, mas Leo se lembrou de algo, que tanto atiçou sua curiosidade.
- Ah! É mesmo! Por que você me chamou de Ao? É alguém que você conhecia? - Perguntou, curioso.
- Sim. - Kim respondeu, sorrindo fraco.
- Ele era parecido comigo ou algo assim? - Leo passou a andar, procurando Alice.
- É, pode-se dizer que sim. - Respondeu. - Ele tinha cabelo azul, como você. Mas a pele dele era branca, diferente da sua. - Contou, sorrindo de leve.
Kim estava tranquila. Nunca pensou que conseguiria falar sobre Ao tão facilmente. "Imagino que já o superei, não?", pensou, alegre. Para ela, ele era apenas uma pagina passada de sua infância, nada mais.
Ou ao menos assim era.
- Bem, quer dizer que ele é tipo o Krest?
E assim Kim arregalou os olhos. Leo havia feito uma pergunta inocente, sem notar o nível do que havia dito. Kim abaixou o olhar, notando as semelhanças que Ao e Krest compartilhavam.
- Sim... - Respondeu, com voz baixa.
Ela havia notado que tinha algo de errado.
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Angie, Pandora e Erick corriam, os passos era rápidos e mostravam o quão empenhados estavam para chegarem em seu destino o mais rápido possível. Desviavam de postes e bancos de praça que estavam pela frente.
- É ali! - Angie apontou para uma mansão mais a frente. - É bem ali!
Pandora sorriu, animada.
- É hora de conhecer o sobrinho!
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