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História Moon Evil - O lobo


Escrita por: whoseokk

Notas do Autor


Minhas mãos estavam coçando pra escrever isso desde que a Izadora inventou de fazer essa capa, embora fosse só um teste dela. O comercial de natal da Coca-Cola também me inspirou. No fim, foi uma delicinha escrever isso.
Só queria avisar que as personalidades deles estão completamente alteradas e o Tae é uns cinco centímetros mais baixo que o Hoseok DESCULPA MAS EU AMO QUANDO TAEHYUNG É MAIS BAIXO
Ai
Espero que alguém goste
Boa leitura <3

Capítulo 1 - O lobo


Os uivos que cortavam a noite eram ouvidos mesmo do outro lado da cidade isolada por altas montanhas geladas. Embora os postes que aparentavam ter saído de um filme do século XIX dessem boa iluminação, a maioria estavam apagados, pois a época era o natal e as luzes dos pisca-piscas eram o bastante para iluminar a cidade. A neve branca que caía pela cidade vagarosamente era bela em contraste com o — predominante mas não geral — dourado das luzes que adornavam as casas.

Em meio àquilo tudo — mais conhecido como decoração de natal—, Hoseok caminhava pelas ruas com uma sacola de plástico branca em mãos. Morava sozinho; deserdado pelos pais depois de assumir-se homossexual e escolheu aquela pequena mas bela cidade para morar. Embora crescido em uma cidade demasiadamente alegre, quente e acolhedora, o Jung sempre gostou da neve. O frio podia não agradá-lo tanto assim, mas as belas paisagens pinceladas a branco e a visão dos flocos delicados caindo através da janela agradava-lhe. Mas, mais do que isso, havia outra coisa que ele havia ganhado com o frio daquela cidade, e embora ele ainda duvidasse da veracidade dos acontecimentos ao redor dos dois, as marcas em seu pescoço e os pêlos em seu moletom negro demonstravam o contrário.

Dentro da sacola, dois pacotes de macarrão instantâneo que seriam sua refeição hoje, amanhã, no natal e no dia de sua morte porque ele não tinha habilidade o suficiente para cozinhar e, em sua concepção, não precisava de tal. Macarrão instantâneo era sua vida. Olhando para o céu, percebeu que a lua, cheia, brilhava esplendorosa no fundo negro pontilhado, alta e grande meio inclinada para o oeste, e puxou o celular do bolso para verificas as horas.

23h48min.

Oh. Estava um pouco tarde e ele atrasado. Certamente, o outro já aguardava, pacientemente, no quintal de sua casa próxima à floresta. E a rotina repetiria-se novamente. Era sempre a mesma coisa. Não que ele estivesse reclamando. Pelo contrário. Não mudaria aquela rotina por nada; talvez por uma vida mais normal ao seu lado, mas estava tão perfeito daquele jeito.

Cruzou a praça, cuja água da fonte estava congelada e as árvores nuas, passou pela casa da senhora Yang, o gato preto com uma adorável mancha em forma de gravata no peito miava compulsivamente em cima do telhado, alheio à baixa temperatura. Na verdade, era uma gata. E estava no cio. Também, equilibrou-se para caminhar infantilmente sobre o meio fio da calçada, sorrindo de si mesmo ao perder o equilíbrio e a "brincadeira" ao afundar o pé direito na neve fofa, sujando seu sapato, mesmo que ela tenha derretido alguns segundos depois. As guirlandas penduradas nas portas estavam quase brancas, exceto as que tinham alguma forma de proteção sobre elas. Enfim, ao passar por várias casas — quase todas iguais —, chegou à sua, a única que não tinha decoração alguma, e destrancou a porta. Estava escuro lá dentro. A única iluminação provinha da porta de vidro da cozinha, que dava acesso ao quintal que fazia fronteira com a floresta, considerada perigosa por muitos. Mas ele, ele não tinha nada a temer. Passou até a adorar a floresta após conhecer um de seus — adoráveis, para seus padrões — habitantes.

Lembrando-se disso, largou a sacola em cima da mesa e, com as chaves ainda em mãos, dirigiu-se ao cômodo pequeno e simples. Destrancou a porta e suspirou leve antes de abri-la. Seus olhos percorreram quase nada até encontrar a silhueta sentada no meio dele. Lá estava ele. O enorme lobo de pelos acastanhados, levemente acinzentados e olhos negros estava parado, seu olhar antes fixo na porta agora estava preso em si. A neve caía sobre seus pelos, formando uma camada branca grossa e a luz prateada da lua banhava-o. Era belo em qualquer forma.

O Jung sorriu pequeno e escancarou a porta, afastando-se para o lado. Logo o lobo de 1,59 estava passando — meio espremido, diga-se de passagem — pela porta, deixando suaves pegadas de neve no chão com as quais o mais velho não se preocupou. Apenas pôs a cabeça para fora, garantindo que ninguém havia lhes visto e fechou a porta, trancando-a em seguida. Ao se virar, não havia nenhum indício de lobo ou algo do tipo. Apenas um garoto que usava um moletom acinzentado largo e uma boxer preta de sua propriedade — que sempre estavam ali para ele —, encarando-lhe com os olhinhos meio curiosos. Percebeu que seu corpo tremia um pouco; talvez a camada de pelos, mesmo que expessa, não fosse o bastante para proteger seu corpo do frio rigoroso do inverno.

— Demorou. — A voz grossa preencheu o ambiente até então silencioso, enquanto o lobo, agora humano, abraçava a si mesmo em uma tentativa de se aquecer. As luzes continuavam apagadas, deixando apenas Hoseok claramente visível. Ao menos, para os humanos, já que o mais baixo era dotado de uma ótima visão noturna que lhe acompanhava em qualquer forma. O primeiro estava um pouco frustrado. Queria ver melhor o rosto do outro. Sabia que ele estava a lhe fitar, que seu corpo tremia e que a expressão estava neutra. Mas não era o suficiente; ele queria gravar cada traço do rosto alheio, cada fio de cabelo que caía por sua testa, cada um dos dentinhos levemente tortos que apareciam quando ele dava aquele lindo sorriso retangular, tudo.

Sorrindo um pouco, aproximou-se do outro rapidamente, envolvendo seus braços ao redor do corpo magro, cujos braços prontamente foram parar ao redor de seu pescoço, assim como a cabeça, enterrada na curva do mesmo. Aspirou o cheiro amadeirado do moreno com vontade, adorava aquele cheiro. Agradecia a seu faro apurado por lhe permitir desfrutar ainda mais da essência.

— Desculpe. A atendente era novata e lenta. — Falou, lembrando-se de como a garota de cabelos pintados de rosa suave demorou para passar as compras de um outro cliente que estava à sua frente. Havia ficado levemente irritadiço com aquilo, mas a mera presença do outro ali era o bastante para fazê-lo relaxar. — Esperou muito?

— Uns quatro minutos. — O mais alto afastou-se com os olhos arregalados e as sobrancelhas franzidas, arrancando uma suave risada do outro. Seu sorriso quadrado era a coisa mais linda que o Jung já tinha visto. — Okay, talvez dois. — Fez um "V" com a mão direita, cujos dedos estavam quase inteiramente cobertos pelas mangas do moletom. O sorriso, agora fechado, continuava em sua face, fazendo seus olhos ficarem um pouco apertados. Hoseok revirou os olhos. — Ou talvez um.

— Idiota. — Sua voz saiu séria, mas um sorriso bobo brincava em seus lábios rosados que o lobo sabia serem tão macios quanto aparentavam. Com o indicador delgado, tocou a pintinha que o mais alto tinha no lábio superior, ou melhor, cutucou, pois logo seus braços estavam mais uma vez ao redor do corpo alheio, quase como se quisesse se pendurar nele.

Ficaram se encarando por um tempo, apenas curtindo o calor corporal um do outro — Hoseok sempre se esquecia de comprar um aquecedor —, até este colar as testas uma na outra, umedecendo os lábios enquanto continuava a encarar o outro, que tinha a face levemente avermelhada. Fofo, Hoseok pensou.

— Senti saudades, Taehyung. — Falou próximo a si, o toque afirmou-se um pouco mais na cintura fina, a respiração quente chocava-se com os lábios entreabertos do outro. — De você, do seu cheiro, dos seus lábios... — Ameaçou beijá-lo, mas apenas ficou a uma distância curta. Tão curta que deixava Taehyung louco. Mas não precisava de joguinhos. Ele sabia que Hoseok estava tão faminto quanto ele.

— E o que está esperando para matá-la? — Murmurou, a voz rouca escorregou pelo ouvido do moreno carregada de desejo. Aquele abraço já não era o suficiente para satisfazer a ambos. Os dentes pequenos mordiscaram o lábio inferior e a língua passeou vagarosamente pela carne macia. — Não precisa se controlar. Você sabe que eu gosto de coisas selvagens.


Notas Finais


Eu retiro o que estava escrito aqui


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