2 dias após
Hoje eu acordei sem Stiles ao meu lado. Ele ficou comigo esse fim de semana inteiro, me ajudou bastante. Stiles foi a única pessoa que vi nesses dias, fora Isaac que só apareceu aqui pra me dizer que Malia não estava "pronta" pra me encarar agora.
Tentei me arrumar o mais rápido possível, hoje eu encontraria Malia no colégio, e nós poderíamos conversar. Nem tomo meu café da manhã, e ja saio correndo.
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- Lydia! - Escuto Scott gritar do outro lado do corredor, e vir em minha direção.
- Está tudo bem, Scott ? -
- Eu que te pergunto. Pude sentir o cheiro da sua ansiedade e nervosismo a quilômetros - Ele para um segundo, e continua - É a Malia, não é ?
- Primeiro de tudo, eu acho que você deveria parar de cheirar os sentimentos das pessoas assim - Falo sarcasticamente e ele revira os olhos - e depois, sim. Eu vou tentar conversar com ela hoje.
O sinal toca.
- Eu espero que dê tudo certo. - Ele me da um beijo na testa e sai correndo.
Entro na sala de economia. Eu, Kira e Malia temos essa aula juntas. Quando me sento, primeira coisa que percebo, é que a cadeira ao meu lado - e na frente da Kira - está vazia.
- Ela não veio hoje - Kira tira minha atenção.
- Como assim ela não veio hoje ?! Ela não está apenas matando aula ? - Pergunto confusa.
- Ela não quis vir. Passei na casa dela pra dar uma carona. - Kira se levanta, e senta na cadeira de Malia, ficando do meu lado - Ela praticamente bateu a porta na minha cara, sabe como Malia é - Ela da um sorriso fraco
O treinador começa a escrever no quadro, e Kira acompanha. - Nós temos que resolver isso. Ja está ficando ridículo essa situação - penso.
Os minutos passam e essa aula parece nunca acabar.
- Lydia, você deveria ir lá.- Kira me fala e eu faço uma cara confusa. - Você sabe todos esses assuntos decorados. Não vai fazer mal perder algumas aulas! E além do mais, eu sei o quanto você quer conversar com Malia. -
- Você tem razão - falo ja guardando meus materiais na bolsa. - Converso com você depois.
Saio correndo da sala e consigo escutar o treinador resmungando alguma coisa, mas não ligo. Vou até o estacionamento e entro no carro determinada a acabar com todas essas brigas.
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Bato pela segunda vez, ja impaciente pela demora. Finalmente escuto passos, e Malia abre a porta. Seus cabelos estão desarrumados, seus olhos parecem estar cansados de noites mal dormidas e ela usa um dos seus pijamas mais solto e confortável.
Malia não fala nada e abre espaço para que eu entre.
- Por quê você está aqui ? Eu disse que não queria conversar agora - Ela fala se sentando no sofá, e me sento ao seu lado.
- Eu vim porque precisamos parar com isso, Malia. -
Ela que estava a olhar suas mãos, resolve finalmente encarar meus olhos - Eu poderia ter te machucado sério, Lydia. - Ela mal termina a frase, e volta a olhar suas mãos.
- Mas não machucou. Olha pra mim - Seguro seu rosto, trazendo seus olhos de volta as meus - Você não machucou.
Continuamos a nos encarar por 5 longos segundos.
Finalmente, tiro minha mão de seu rosto. Malia suspira, e se levanta, começa a andar de um lado pro outro com a mão na testa.
- Você ainda ta com raiva, não é ? Mas não é por quase me machucar... - Ela para de andar, e se vira pra mim. Dessa vez eu me levanto - Sinceramente ? Eu não entendo. Malia, eu sei que foi um choque, mas não precisa todo esse drama. So para com isso. - Percebo a raiva no seu rosto agora.
- Drama ? Drama ?! - Ela vem até mim, a distância de nossos corpos é mínima - Uma vida inteira achando que eu era uma pessoa. Uma vida inteira presa na forma de coiote e sofrendo por ter matado a minha família. Mas adivinha ? Eles não eram minha família.- Seus olhos estão azuis, suas mãos fechadas, provavelmente suas garras sairam.
- Eles eram sim, Malia. Sempre foram.- Tento toca-la, mas ela empurra minhas mãos se afastando de mim. - Não se culpe tanto pela morte deles. Você não podia controlar.
- Isso está no meu sangue, Lydia - Agora ela ja estava gritando - Eu não sou uma Tate, eu nunca vou ser.- Ela vinha em minha direção novamente - Sou filha de Peter Hale e a Loba do Deserto. O que você poderia esperar de mim ? Eu sou uma assassina igual a eles.
- Você não é, Malia.- Eu a abracei, ignorando se ela queria ou não meu abraço - Eu vou te ajudar, me permita lhe ajudar.- Não a solto em nenhum momento.- Confie em mim.
- Não tem o que ajudar, essa sou eu.- Ela se solta e me encara com olhos irritados, mas dessa vez da sua cor natural. - Confiar em você ? Você sabia de tudo
- Eu tinha medo que você fosse embora.-
- Lydia, eu amo você, eu amo muito. Mas você preferiu desacreditar das inúmeras vezes que eu prometi não te abandonar. Agora você vem me dizer pra confiar em você ? -
- Malia, eu... -
- Eu não sei muito sobre relacionamentos, mas sei que há confiança neles. Algo que nós duas perdemos.- Ela estava mais calma, porém, sua vontade de chorar parecia tão grande quanto a minha.
- O que você quer dizer ?-
- Quero dizer que agora, você deveria ir pra casa - Ela fala olhando o chão.
Eu não digo nada, vou em silêncio até a porta, e Malia me acompanha. Ela abre e me da espaço para sair. Antes que ela pudesse fechar a porta. Eu tomo coragem pra soltar algumas palavras.
- Eu amo você, Malia. Não esqueça isso.-
Ela fecha a porta, e consigo escutar seu choro. Corro para meu carro, aperto o volante com toda força que tenho. Não queria chorar, eu não podia.
Mas a tentativa de controlar foi falha. Sem nem perceber, eu ja estava desabando em lágrimas.
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