História Moonlight - Taylor

No dia seguinte ao primeiro salto e ao maravilhoso show do Rammstein, tivemos como destino Newschwanstein Castle. Aproveitei para manter o elo com meus fãs e postei a foto de onde eu estava, fazendo o que (em partes, claro), mas não com quem. Não havia necessidade de saberem com quem eu estava ou deixava de estar. Isso só importava a mim e ao Ben.

Eu tinha apenas mais aquele dia. Tobias nos convidou para um casamento de um amigo próximo dele. Eu sequer sabia o sobrenome do noivo, mas Ben insistiu para que fossemos e aproveitarmos como se não houvesse amanhã. Acabei cedendo. E bebendo. Muito. Bebemos tanto que me assustei quando acordei nua, coberta apenas por um lençol e vi roupas masculinas estranhas jogadas pelo quarto.

Vesti um roupão e segui a voz masculina e conhecida ao andar debaixo. Tive a certeza que alguém estava tomando banho quando escutei o barulho do chuveiro.

— Ben?! – gritei das escadas.

— Estou aqui embaixo, querida! – ele me respondeu com uma voz satisfeita. — Vamos tomar café juntos. Pedi para servirem aqui no quarto.

Pisei no chão frio do andar debaixo e vi Ben com um sorriso no rosto arrumando a mesa para tomarmos nosso café da manhã. O chuveiro continuava ligado e a mesa estava posta para três.

— Você... eu... ele...? – perguntei, com medo da resposta.

— Você está falando do Tobias?

— O Tobias está ai???!!

— Claro, meu amor! E quem mais seria? – respondeu-me ironicamente. — Mas não se preocupe. Você apenas bebeu demais e quando chegamos, dei-lhe um banho, te coloquei na cama e...

Interrompi meu amigo com um beijinho no rosto.

— E o clima entre Tobias e eu esquentou lá em cima, então descemos para continuar com a diversão aqui. – continuou.

— Eu sabia que aqueles sorrisinhos dele eram para você, Ben! Pelo menos um de nós marcou ponto. Mas agora vamos comer que estou faminta e temos uma longa viagem de volta para casa.

O avião que já estava em solo americano, mas a minha cabeça ainda estava nas nuvens. Talvez fosse o vestígio da noite anterior. Eu tinha a certeza de que Alex Vause seria minha. Daria a Jenji uma lésbica que faz parte de um cartel internacional de drogas, ex namorada de Piper Chapman algo mais interessante que uma loirinha de olhos claros.

E assim coloquei meu plano em prática.

Pontualmente às 9h eu estava na locação para o teste. De costas, Jenji dava algumas orientações finais.

Respirei fundo e decidi anunciar minha chegada:

— Olá!

Quando Jenji virou-se para me cumprimentar, percebi que meu plano havia dado certo. Seu rosto surpreso, abriu-me um sorriso. Mais próxima, ela me abraçou:

— Você está com um ar meio rockeira, Laura! Vejo que realmente se inspirou para Alex. – disse-me Jenji em suas primeiras palavras.

— Eu senti a inspiração e o desejo de encontrar uma nova personagem. – respondi ainda nervosa.

Eu não queria que a ausência fizesse de mim uma coleção de esquecimentos sucessivos.

— Sabe, eu preciso retomar a popularidade que perdi quando Donna Pinchiotti deu adeus às telas. E por falar em popularidade, quem será a Piper?

— Taylor Schilling. Ela é visualmente perfeita. E eu acho que esta é uma personagem de destino para ela. Ela é tão complicada e fascinante que só tem a somar neste papel.

— Nunca ouvi falar em seu nome...

— Quem se importa se ela é um nome? Ela vai ser um nome. Eu quero a Taylor, não o nome dela.

Jenji sabia dizer verdades com uma naturalidade que me assustava.

— Como você a descobriu?

— Sou muito amiga de Liz Heldens e seu marido. Eles foram os produtores executivos de Mercy, um seriado cancelado da NBC.

— E a Schilling trabalhou nesse seriado? Que por sinal também não conheço...

— Onde você estava em 2010? – dessa vez Jenji perguntou-me aos risos.

— Não queira saber, Jenji... muitas coisas aconteceram na minha vida...

— Que seja! Eles me disseram que ficaram impressionados com a performance da Schilling. E que comigo não seria diferente. Confio em Liz.

Agitada, Jenji me deu algumas instruções:

— Improvisamos um camarim para você se trocar. Enquanto isso vou ver se Taylor já está pronta. Daqui a pouco você a conhecerá! – finalizou, deixando-me sozinha.

Eu já estava pronta. Mais calma percebi que no set havia uma cama e uma cômoda. Apenas isso. Mas foi o suficiente para perceber a cena que iriamos fazer e ter a certeza da astúcia de Jenji. Ela queria nos testar de uma maneira breve e direta ao ponto.

Tentei me concentrar no que teria que fazer logo mais, mas as risadas de Jenji não permitiam. Decidi seguir o som das gargalhadas e tentar descobrir o motivo de tanta risada.

A porta estava entreaberta e escutei somente “Michele e eu tínhamos...” quando bati na porta e o silêncio foi um convite para eu entrar.

Meu olhar trilhou direto para o brilho azul vibrante de seus olhos e para o ouro brilhante de seus cabelos caídos ordenadamente sobre seus ombros nus. Ela era jovem, mas não do tipo que parecia inexperiente, mas ao mesmo tempo havia uma sugestão de inocência sobre ela.

Um sorriso iluminou o rosto de Schilling, fazendo o silêncio ser quebrado primeiro e, com uma confiança atraente, me surpreendeu:

— Eu sou a Taylor!

Sua voz era suave e elegante.