História Moonlight shadow II Beta Alfa Ômega - Capítulo XVIII - Lição de Casa.

Bonnie estava na sala dos professores corrigindo algumas avaliações, ao mesmo tempo que estava concentrada com seus deveres pensava nos fatos recentes, e nos problemas que vinha enfrentando, estar em um novo mundo e com pessoas que eram totalmente desconhecidas sabendo dos perigos que viria a enfrentar a deixava não só preocupada, mas também aflita.

Ela sabia das responsabilidades que havia assumido em sua missão e dos riscos que corria, ao mesmo tempo tinha que lhe dar com as responsabilidades que tinha neste mundo uma vez que ela estava no lugar de outra pessoa, ela pensava nos jovens pelos quais ela era responsável, especialmente em Lugh, que tinha um duplo papel nesta história toda, ela sabia dos riscos aos quais aquele garoto estava exposto sem nem mesmo ter consciência disso, sem saber no que estava envolvido.

Bonnie sempre fora uma mulher honesta e saber que tinha que esconder a verdade de todos e pior que as vezes teria que mentir só fazia a garota sentir ainda mais culpa. Fora o fato dela sentir uma imensa saudade de seu mundo e de seus amigos, e ver pessoas tão parecidas com seus amigos só fazia com que a sua saudade aumentasse. Bonnie viajava em seus pensamentos quando leva um susto ao notar a presença de seu colega na sala.

Stefan – Desculpe te assustei?

Bonnie – Não, tudo bem só estava um pouco distraída.

Stefan – Pensando nos amigos?

Bonnie – Nisso também.

Stefan – Você parece preocupada tem algo te incomodando quer conversar a respeito, dizem que sou um ótimo ouvinte.

Bonnie – Não quero te encher com meus problemas.

Stefan – Por favor, sou todo ouvidos, gostaria de não apenas parecer um amigo seu, mas ser um.

Bonnie – É que estou me adaptando a uma nova rotina, a um novo lugar, nova vida e responsabilidades, e isso meio que me assusta e me preocupa.

Stefan – Isso é normal, a maioria das pessoas temem o desconhecido.

Bonnie – Sei disso, mas o que me preocupa é que não sei se posso dar conta de tudo isso.

Stefan – Ao menos você está tentando e isso já é valido.

Bonnie – Você não entende, não se trata só de mim, pessoas dependem de mim, por isso não posso falhar.

Stefan – Seu sobrinho e os amigos dele não é mesmo?

Bonnie – Como você sabe?

Stefan – Cidade pequena, as pessoas costumam se conhecer, sei que sua irmã e o marido dela faleceram em um acidente e você ficou responsável por eles.

Bonnie – Isso também, não quero que me entenda mal, eu gosto dos garotos, mas tenho medo de falhar com eles, de não poder protege-los e guia-los.

Stefan – Pelo que vejo você se preocupa com eles, acredito que você fara o que for melhor pelo bem deles, então isso já mostra que você não poupara esforços, por isso acredito que não exista alguém melhor para cumprir da tarefa a qual você foi designada. É normal temer o desconhecido, mas continue se esforçando como você está fazendo e tenho certeza de que tudo dará certo.

Bonnie – Se fosse tudo tão simples, mas mesmo assim obrigado por me ouvir e  se importar.

Stefan – Bem sou novo na cidade também estou me adaptando e seria bom fazer novas amizades, e já que você simpatizou comigo logo de cara.

Bonnie – Conte comigo então, acho que temos que ir cumprir o horário de HTPI agora.

Stefan – Nem me fale, e eu que antigamente pensava que a rotina de um professor terminava no fim da aula.

Bonnie – Também tinha essa ilusão.

Andy Pedro e Lugh logo chegam em casa depois de mais um dia de aula, acompanhados por Lori Hayden e Mason, os garotos haviam combinado de continuar a elaborar o projeto depois do horário de aula, mas nem todos do grupo puderam ir. Andy estava visivelmente frustrada pois Liam não pode vir e ainda teria que suportar a presença de Rayden.

Lugh – Entrem por favor.

Hayden – A sua tia não está?

Lugh – Não ela tem que cumprir horário de HTPI hoje, ela só vem mais tarde.

Mason – Poxa legal sua casa.

Lori – É ela é bem grande.

Lugh – Obrigado, na verdade estou me acostumando com o lugar ainda, passei boa parte da minha infância longe daqui. Venham vamos para a biblioteca, acho que é o melhor lugar para nossas pesquisas e estudos, só vou deixar a mochila lá no quarto e pegar meu notebook.

Os garotos seguem Lugh até o quarto.

Lugh – Entrem, este é meu quarto e de Pedro, não reparem a bagunça.

Os gatos pulam das camas se espreguiçando e vão na direção de seus donos.

Mason – Poxa você tem bastantes gatos.

Lugh – Uma era de minha mãe, essa  se chama Bastet a gata preta é minha se chama lua.

Andya – E esse é o Bichento, o meu menino.

          Lori – Seu quarto até que está arrumado para um quarto de garotos.

Hayden – Verdade, nossa quantos livros.

Diz Hayden pegando um livro em uma estante que ficava ao lado da mesa do computador.

Pedro – É que você não viu a biblioteca ainda, esse é o acervo particular de Lugh.

Lori – Gosto muito de ler também, posso dar uma olhada?

Lugh – Claro se quiser pode pegar algum emprestado.

Lori – Poxa legal você tem Eragon.

Lugh – Sim a saga completa.

Lori – Rei Arthur, As brumas de Avalon, Harry Potter, Romeu e Julieta, Hamilet, O sonho de uma Noite de verão gosto desse muito legal.

Lugh – Sim já fiz uma versão da peça de teatro em meu país, fiz o papel de Puck o elfo leal ao rei Oberon. 

Andy – E eu fiz o papel de Titania rainha das fadas.

Pedro – E eu fiz Oberon rei dos elfos.

Lori – Tormenta... esse livro é da saga Fallen de Lauran Kate não é mesmo?

Lugh – Sim é o segundo da série, o terceiro é Paixão.

Lori – O romance de um anjo com uma mortal, adorei a história.

Lugh – Poxa legal, também tenho a serie Crepúsculo. Gosto muito do gênero ficção e fantasia.

Pedro – É lembro bem que você passou a gostar mais de lobisomens depois que viu o filme.

Andy – Fala a verdade quem não gostaria de um lobisomem daquele.

Hayden – Ainda bem que é tudo ficção não é mesmo?

Lugh – Não sei, tenho la minhas dúvidas.

Mason – Como assim? O que você que dizer com isso?

Lugh – Li muito sobre esses assuntos, sobre criaturas sobrenaturais e conheço até algumas lendas, Beacon Hills mesmo tem em seu folclore local muitas lendas e relatos sobre lobisomens e criaturas sobrenaturais. Minha mãe costumava passar horas pesquisando sobre esses assuntos, acho que herdei esse gosto dela.

Mason Hayden e Lori ficam visivelmente nervosos.

Andy – Espero que sejam só lendas mesmo, afinal a lua cheia está chegando.

Pedro – Nunca se sabe.

Hayden – E esse livro, Wicca do que ele fala?

Lugh – Bem, estes livro fala sobre a Wicca que seria para uns uma religião e para outros uma filosofia de vida que se baseia nas antigas práticas e cultos pagãos, nos princípios da magia e das forças da natureza.

Hayden – Você tem bastantes livros desses.

Lugh – Bem, eu colecionava essa série de livros é de uma autora brasileira, gostava muito do tema, não cheguei a ser um praticante mas gostava muito do assunto, quase me tornei um wiccano.

Lori – Você acredita em magia?

Lugh – Sim, talvez não da forma como a gente costuma ver na ficção como em filmes e livros, mas de certa forma sim.

Andy – Você lembra quando a gente costumava praticar aqueles rituais com velas?

Mason – Rituais com velas? Como é isso?

Lugh – Nada de mais, eram alguns “exercícios”, mas nunca tivemos sucesso mesmo.

Andy – Que nada a gente conseguia fazer algumas coisas sim.

Lori – Poxa que lega, vocês poderiam me mostrar um dia desses.

Lugh – É quem sabe um dia desses, bem acho melhor a gente ir para a biblioteca começar a elaborar o projeto.

Hayden – Verdade.

Lugh pega seu notebook e alguns livros e junto dos garotos vão para a biblioteca, Lori fica fascinada com o local que embora não fosse muito grande possuía uma enorme variedade de livros.

Lori – Poxa legal quantos livros, essa biblioteca é bem grande.

Lugh – Bem com dois pais professores acho normal, embora esse seja o maior cômodo da casa não acho essa biblioteca tão grande assim.

Todos observavam o ambiente a sua volta, no local haviam várias estantes cheias de livros, três mesas redondas com cadeiras haviam mapas uma luneta um microscópio um telescópio  um globo terrestre e alguns quadros na parede, um quadro entre muitos chamou a atenção de Hayden ao mesmo tempo que levantou suspeitas da garota.

Hayden – Que quadro interessante esse.

Lugh – Ah sim esse era um dos preferidos de minha mãe, é um quadro que retrata uma lenda grega eu acho.

Hayden – E que lenda?

Lugh – Não me lembro bem, acho que a lenda de um rei que foi amaldiçoado por Zeus e virou lobo acho que era Licão, Licaão, algo assim.

Hayden Mason e Lori trocam olhares desconfiados entre si, Pedro e Andy observam a estranha reação deles sem entender o motivo.

Lugh – Sei que ela comprou esse quadro em um leilão, como ela sempre gostou de ledas e coisas desse tipo, se bem que ela costuma me dizer que existiam verdades por trás dessa lenda ilustrada neste quadro.

Lori olha para um canto onde vê um velho candelabro com três velas e logo tem uma ideia para fugir do assunto.

Lori – Olha só porque vocês não mostram aquele truque com as velas de que falaram.

Lugh – Deixa pra lá a gente nunca conseguiu nada mesmo.

Lori – Só para me mostrar.

Andy – Ah vai Lugh, costumava ser divertido.

Pedro – Eu vou pegar um isqueiro.

Antes que Lugh pudesse dizer qualquer coisa mais Pedro sai correndo da biblioteca e logo volta com o isqueiro, eles desocupam uma das mesas e colocam o candelabro no centro dela Pedro acende as três velas do candelabro, todos observam ansiosos, Lori mais ainda.

Lori – Como funciona.

Lugh – Bem são três velas acessas todos devem se concentrar em apenas uma delas tentando “controlar” a intensidade da chama. Se a vela que for o alvo mostrar variação na chama significa que está tendo alguma manifestação e o exercício está funcionando.

Lori – Vamos lá então, em qual delas nos concentramos?

Lugh – Pode ser a do meio.

Lori – Vamos lá.

Os garotos observam a vela que se localizava no centro do candelabro seguindo as instruções de Lugh, eles a observam atentamente, principalmente Lori que a estava empolgada com a ideia, Hayden apenas tentava disfarçar seu real motivo de estar ali e Mason apenas demonstrava curiosidade, Lugh Pedro e Andy faziam a brincadeira como muitas vezes esperando que alguma coisa fora do comum acontecesse.

Embora a chama da vela trepidasse por algumas vezes nada de especial acontecia para frustração dos jovens principalmente de Lori que esperava ver algo magico, depois de cerca de dez minutos de tentativas frustradas os jovens desistem do exercício apagam as velas e decidem começar a trabalhar no projeto da escola. Lugh vai até a cozinha  pegar uma jarra de suco e alguns biscoitos e leva para a biblioteca para todos fazerem um lanche, enquanto discutiam sobre o projeto.

Lugh – Como o projeto é interdisciplinar  poderíamos pegar seus principais aspectos, em filosofia poderíamos tratar das diferentes teorias dos pensadores sobre a origem do universo, em história poderíamos ver a evolução dessas ideias, em física e química a formação do átomo e moléculas assim por diante.

Andy – Sim a gente tava combinando antes de fazer uma animação e alguns slides  e maquetes depois poderíamos dividir os principais tópicos e cada um falaria sobre o tema por partes.

Pedro – Eu já tenho algumas ideias para as animações poderíamos começar com o Big bang, mostrar a formação dos primeiros átomos moléculas depois das estrelas e galáxias e por vai.

O grupo discutia animado sobre o trabalho até que Lori olha espantada na direção da outra mesa onde estava o candelabro, notando que uma das velas exatamente a do centro estava novamente acesa.

Lori – Gente olha aquilo.

Todos se aproximam da mesa e observam a vela que antes estava apagada mas que agora novamente estava acesa.

Lugh – Foi você não foi Pedro.

Pedro – Eu o que?

Lugh – Quem acendeu a vela enquanto eu fui a cozinha não foi?

Pedro – Mas é claro que não.

Andy – Lugh é verdade ele esteve com a gente o tempo todo, junto a mesa, não pode ter sido ele.

Lugh – Vocês estão tirando uma com a minha cara não é mesmo.

Diz Lugh assoprando a vela e a apagando, mas no momento seguinte a chama da vela novamente se acende para espanto de todos, que não entende o que estava acontecendo e se afastam com receio, Pedro se aproxima e assopra a chama que se apaga, mas se acende novamente junto com as outras duas velas que estavam ao lado dela.

Hayden – Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui?

Lugh – Eu não sei.

Lugh Andy e Pedro estendem suas mãos na direção do candelabro e neste exato momento a chamas das três velas se elevam em fortes e intensas labaredas. Todos se afastam assustados e as chamas se apagam definitivamente.

Bonnie – Crianças o que está havendo aqui? O que significa isso?

Todos ficam surpresos com a presença de Bonnie no local sem reação e sem saber o que dizer.

Andy – É que estávamos fazendo uma experiência e...

Bonnie – Uma experiência com fogo dentro de uma biblioteca cercados de livros?

Lugh – Desculpa Bonnie é que as coisas saíram do controle.

Bonnie – Acho que pude notar isso, vocês tem noção do perigo que corriam?

Lugh – Desculpe tia isso não vai se repetir.

Bonnie – Espero que não, acho melhor vocês se despedirem de seus amigos e deixarem os estudos para outro dia, quero ter uma conversinha com vocês três, espero vocês no quarto de Lugh

Lugh – Tudo bem.

Atendendo as ordens de Bonnie Lugh Pedro e Andy acompanham os amigos até a porta e se despedem deles, em seguida vão na direção do quarto

Lugh – Estamos encrencados.

Andy – Eu não quero nem ver.

Os garotos batem na porta do quarto com receio, Bonnie ordena que eles entrem ela estava sentada na cama de Lugh com os braços cruzados e um dos livros de Lugh em uma das mãos.

Bonnie – Eu sei o que vocês estavam tentando fazer, conheço estes livros.

Lugh – Bonnie me desculpe eu posso explicar, tudo não passou de uma brincadeira...

Bonnie – Brincadeira? Isto aqui não é brincadeira Lugh, isso aqui é mais sério do que vocês imaginam.

Lugh – Como assim Bonnie?

Bonnie – Magia Lugh ela existe, e eu sei disso porque sou uma bruxa.

Os garotos se olham intrigados e confusos, sem saber o que dizer.

Lugh – Isso é algum tipo de piada antes de nos dar um castigo?

Bonnie – Prestem atenção no que irei fazer.

Pede Bonnie aos garotos em seguida ela pega o travesseiro de Lugh o tira de sua fronha e o rasga espalhando as penas por todos os lados, os garotos observam a atitude de Bonnie sem entender nada, mas sem coragem de perguntar o que aquilo significava imaginando que aquilo talvez fosse uma forma dela extravasar sua raiva.

Em seguida ela estende uma de suas mãos sobre o punhado de penas sobre a cama do garoto e a ergue lentamente, uma das penas se ergue, os garotos observam aquilo confusos, logo todas as penas que estavam sobre a cama levitam pelo ar rodeando a todos

Andy – Meu Deus como você fez isso?

Bonnie – Já disse eu sou uma bruxa.

Lugh – Isso não pode ser verdade.

Pedro – Eu só posso estar sonhando.

Bonnie – Quando contei isso a minha melhor amiga ela também não acreditou, então mostrei a ela como estou mostrando a vocês.

Lugh – Incrível.

Pedro – Isso é demais.

Andy – Então você realmente é uma bruxa?

Bonnie – Sim, e eu não sou a única, vocês também são, e chegou a hora de vocês aprenderem a usarem seus poderes antes que eles fujam de controle, como aconteceu hoje. Eu gostaria de ensiná-los se vocês quiserem e me permitirem é claro. 

Continua...