Não se pode esconder algo por muito tempo, acredito que seja raro manter um segredo por muito tempo, não que seja impossível, mas a verdade sempre vem à tona e com diversas maneiras.
DENISE - Agora descubro o que esta tolinha está aprontando! - Escondeu-se atrás de uma árvore e espiou os dois. Albert acompanhou Elizabeth por trás do casarão abandonado e ficaram olhando um para o outro, cada vez mais próximo.
ALBERT - Eu não paro de pensar em você. A cada dia o que eu sinto se torna mais forte.
ELIZABETH - Eu acredito que é a mesma coisa comigo!
Ela sorriu diante da beleza do rapaz e ele retribuiu com outro sorriso.
DENISE - Esses dois? Juntos? Não!
Sua tia ficou surpresa ao saber da aproximação entre o novo morador e sua sobrinha.
ALBERT - Eu estou-te... Amando!
ELIZABETH - Albert! Talvez seja um pouco um cedo, eu perdi minha mãe há pouco tempo e eu nem sei o que será de mim daqui para frente.
Ele pegou na mão da amada e beijou levemente.
ALBERT - Você tem a mim!
ELIZABETH - Eu preciso de um tempo, eu preciso saber qual é o verdadeiro sentimento que tenho por você!
As palavras de Elizabeth fizeram a expressão de Albert mudar. Ele deu as costas e ficou pensativo. Ela pôs sua delicada mão em seu ombro.
- Por favor, não tenha raiva de mim... Eu só preciso de um tempo! Eu preciso digerir tudo isso, a minha vinda para cá, a morte dos meus pais, eu estou muito confusa! - Disse Elizabeth.
ALBERT - Eu espero o tempo que for. Eu sinto que você me ama, eu vou lhe dar o espaço necessário.
O homem misterioso seguiu em frente sem olhar para trás. Elizabeth enxugou suas lágrimas e retornou a sua casa.
Eu sei que cheguei há pouco tempo nesta cidade. As coisas aconteceram tão rápido. Primeiro foi o meu pai, depois a minha mãe. Restou minha tia, mas eu me sinto em um lugar desconhecido, ela recebeu-me bem, mas confesso não me sentir a vontade no lugar que não é meu. Eu deixei o Charles para trás, eu nem sei ao menos se chegou a ler meu bilhete, mas meu sentimento por ele está bem claro que é uma pura amizade, não o amo e é o Albert que sinto uma atração inexplicável, mas eu preciso ficar afastada, eu quero me encontrar. - Pensou Elizabeth.
A estação de trem estava lotada, desceu inúmeras pessoas naquela plataforma suja. Loren Doviver colocou seus belos saltos no chão e sorriu por trás de seu discreto óculo escuro.
LOREN - Estou de volta! O prefeito que me aguarde!
Ela entregou sua mala e saiu em direção a uma pensão.
Celso chegou à casa do prefeito, foi recebido por uma criada e logo Geraldo o recebeu.
GERALDO - Nada ainda de notícias da Julieta!
CELSO - Eu sinto muito, mas ele deve estar bem, pelo que conheço a sua filha, Julieta sempre foi corajosa!
O prefeito deu pequenas batidas no ombro do noivo de sua filha e sorriu quase que forçado.
GERALDO - Agora é só esperar, meu caro! Estou quase pensando em fazer uma burrada!
CELSO - O que está pensando em fazer?
GERALDO - Procurar a Denise!
Maria Regina ouviu toda a conversa e voltou para o seu quarto.
MARIA REGINA - Só pode ser tudo culpa dessa mulher, mas ela há de pagar um dia!
Joana entrou no quarto de sua mãe e a viu de joelhos rezado, então lhe fez companhia.
Denise retorna para sua casa, ela abre a porta do sótão e desce as escadas, a cada passo é possível ouvir o rangido da madeira velha. Ela se dirige para uma de suas prateleiras e pega um pote de vidro com a cabeça de sua irmã.
DENISE - MATILDE! MUITO EM BREVE VOCÊ ME DARÁ O QUE TANDO DESEJO, A ETERNIDADE! HAHHAHAHAHHAHAHAHAHHA
(SUSPENSE)
Ela acende a pequena lareira e começa a dançar envolta do vão apertado.
Celso saiu da casa do prefeito para tomar um ar, estava acompanhando sua noiva Joana.
JOANA - Eu espero que minha irmã seja encontrada o quanto antes!
CELSO - Tenho certeza que sim, os homens que seu pai contratou são bem eficientes e conhecem a região.
JOANA - Ela queria ser jornalista, sempre foi seu grande sonho e tudo que eu mais desejo é que ela consiga realiza-lo. Não sei se me arrependo, não poderia ter deixado a ir!
CELSO - Você não tem culpa meu amor!
Ele então pegou a mão da moça e a beijou delicadamente. Júlia observa o casal da janela de seu quarto com um sorrido malévolo.
JÚLIA - Podem aproveitar pombinhos! A felicidade de vocês está com os dias contados!
O dia estava quase indo embora, o sol se pondo, a cada segundo escurecia mais um pouco. Toni recebia em sua cabana a visita de Sarah.
TONI - Raquel, eu não esperava por sua visita!
SARAH - Desculpa, a cidade toda está à procura da filha do prefeito e eu nem posso ao menos escrever uma matéria!
TONI - Como não? Você é uma jornalista de nome conhecido. Tem que publicar os acontecimentos.
SARAH - Não como Raquel!
TONI - Como? Mas você se chama Raquel ou não?
Sarah fechou a porta, encarou os olhos do carpinteiro e ele fez gestos para que ela se sentasse.
SARAH - Eu vou contar toda a verdade, eu sei que é muito perigoso, mas eu preciso me abrir! Eu confio em você!
Continua...
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