Eu nunca tinha sentindo nada igual a aquilo, e estava adorando, do mesmo jeito que estava odiando. Não odiava a ela - como se eu pudesse - mas sim a mim, por, de um modo ou de outro, eu estar praticamente me rastejando aos pés dela. Apesar de não parecer, já que é ela quem está se derretendo em meus braços neste exato momento. O fato é que isso não significa nada. Sou eu quem, depois, vai estar se preocupando com o que ela esteja fazendo ou não, se deveria ir vê-la ou não, se o Changkyun vai estar com ela ou não. No final, sou eu quem vai pagar o papel de bobo.
- Posso te fazer uma pergunta? - Ainda roçando nossos lábios, sussurrei com dificuldade. Ela negou, voltando a aprofundar o beijo, indicando que não estava para perguntas naquele momento.
Tudo era tão tentador que eu me perguntava se conseguiria permanecer naquilo por muito tempo. Minha sanidade parecia ir para os ares a cada toque ou beijo que sentia dela. Precisava me controlar, não sabia ao certo se ela iria adiante naquilo, ainda mais no local em que estamos.
- Chega! - A afastei, ofegante, com um lado da minha cabeça me censurando severamente por não ter deixado as coisas rolarem.
- T-tem razão, isso não era p-pra ter acontecido. - Suas bochechas estavam absurdamente vermelhas, enquanto ela estava prestes a tirar suas pernas dos meus quadris, até que eu a impedi antes que ela o fizesse.
- Não diga isso. Eu não tenho nenhum arrependimento do que aconteceu aqui. - Lhe dei um selinho demorado, demonstrando que realmente não estava arrependido. - É só que, estávamos prestes... Você sabe.
Se é que foi possível, percebi as bochechas dela ficarem ainda mais avermelhadas, já parecendo tomar conhecimento do que eu falava.
Agora, sem a minha intromissão, ela saiu de cima de mim, sentando timidamente ao meu lado. Era a primeira vez que eu a via daquele jeito vergonhoso, e estava aproveitando ao máximo, querendo gravar cada mínimo detalhe em minha cabeça.
- Err... Isso foi... - Tentou dizer alguma coisa, mas acabou sendo engraçado o seu desajuste por não ter conseguido pensar em nada.
- Intenso. - Completei, a observando consentir cuidadosamente.
- Qual o significado disso? - Perguntou de repente.
- Será que já não está claro o suficiente? - Tentei puxá-la para mim novamente, mas minha tentativa foi completamente falha quando ela se esquivou, me impedindo de tocá-la.
- Sabe, não devemos ficar nos agarrando por aí. Ainda mais agora que o Changkyun e eu resolvemos entrar em um relacionamento. Então, é melhor esclarecermos essa troca de favores, não posso...
- Espera aí... O quê? O Changkyun e você? Mas acabou de me confirmar que não estava acontecendo nada entre vocês dois.
- Eu mudei de idéia, Kihyun. O Changkyun se declarou, e eu tenho que dar uma resposta.... Eu apenas concluí que devo dizer sim.
- ... Por quê? - Minha garganta estava seca, em um tom baixo com a recente rouquidão.
- O-oras, e por que não? Eu gosto do Changkyun. Somos amigos a um bom tempo e ele me trata melhor do que ninguém. Não vejo risco algum em entrar em um relacionamento com ele.
- É claro que se tem riscos, você não gosta dele do jeito que ele gosta de você. Nenhum relacionamento em que ambas as partes não tenham um sentimento recíproco dará certo, é assim que funciona.
- E o que você sabe sobre os meus sentimentos? Como tem tanta certeza assim que eu não gosto dele? - Se levantou, andando desnorteada pelo pequeno espaço, parecendo querer fugir do assunto.
- Eu sei muito bem o que aconteceu aqui, vai me dizer que não sentiu nada? Pelo que eu percebi, você se entregou de livre e espontânea vontade, não teria feito isso se gostasse realmente do I'M. - Também me levantei, e acompanhando seus passos contrários, evitei que continuasse fugindo.
- ... Pelo menos o Changkyun não me faz chantagens e nem é grosseiro como você. - Sussurrou em um som quase inaldivel.
- O que disse? - Eu tinha entendido perfeitamente bem, e a prensando ainda mais contra a parede, puxei ambas de suas coxas, predendo suas pernas em minha cintura. - E ele também te faz sentir isso? - Sussurrei ao pé do ouvido dela, percebendo o quanto o meu ato a fez arrepiar.
- Kihyun, por favor... - Tentava me empurrar para longe, até que cessou quando rocei minha boca pela região do seu pescoço.
Kihyun off
Eles estavam prestes a se entregarem àquele sentimento novamente, e quando Kihyun fazia caminho até a boca dela, uma forte claridade pairou sobre o local.
- Tsc. - Ele bufou, sentindo ser afastado daquele corpo que tanto desejara naquele momento.
- Não diga a ninguém o que aconteceu aqui, me ouviu bem? - Ajeitando a roupa amassada, ela falava em um tom de ameaça. Ele se agachou para pegar o celular esparramado no chão, não dando atenção ao que ela falava, já que pretendia fazer completamente o contrário. - Como eu disse, pretendo dizer sim ao Changkyun. E você pode imaginar o que aconteceria se ele descobrisse sobre o que aconteceu entre nós dois. Sinto que é capaz dele me odiar.
- Errado, ele odiaria a mim, não a você.
- Ou talvez os dois.
- Você realmente não está falando sério sobre ficar com o Changkyun, está? - Quando ela pretendia consentir, ele se adiantou. - Pois se estiver, saiba que eu mesmo vou me encarregar de fazer com que ele te odeie... - E antes que ela pudesse dizer qualquer coisa a respeito, ele aproveitou quando as portas do elevador se abriram para sair de lá.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.