História More Than This - A dois passos do paraíso.

Os dias se passaram. Na verdade, semanas. Harry e eu estamos cada dia mais e mais apaixonados um pelo outro. A cada noite que passamos juntos, é como se fosse a primeira vez. Seu cheiro nunca parece ser o mesmo, o calor de seu corpo que me aquece e seus beijos, oh seus beijos! Cada vez mais viciantes... E por mais que nós temos nossos defeitos, estamos aprendendo a lidar com cada lado negativo de cada um, a passar por cima de estresses matinais e temos, principalmente, respeito um ao outro. 

Estávamos deitados em sua cama, preparando para dormir. Meu corpo e mente estavam relaxados e eu permanecia com os olhos fechados. Seu braço estava por cima de minha cintura fazendo-me ficar colada ao seu corpo, nos fazendo ficar na famosa “conchinha”. Sua respiração irregular batia em meu pescoço, mostrando que ele ainda estava acordado. 

A luz do abajur fora acesa e eu abri meus olhos, os lábios de Harry tocaram minha nuca e pescoço levemente e seu braço apertou sem força nenhuma minha barriga. Um sorriso fraco escapou por meus lábios e não pude evitar um suspiro. 

  - Amor? – Harry levantou a cabeça para poder olhar melhor meu rosto enquanto me chamava. Virei-me para o seu lado, ficando de frente para ele e sorri. Estiquei o pescoço e lhe dei um selinho. - Esqueci de avisar. Comprei ontem sua passagem de manhã, vamos para à África. Preciso que você vá comigo amanha conseguir o seu visto. 

Posso dizer que realmente não esperava que Harry me levasse para a viagem, eu realmente me surpreendi quando a simples frase escapou por seus lábios. Eu o encarava sem dizer nada, sem realizar nenhum mísero movimento, o que certamente o deixou constrangido. 

  - Kath? Tem algum problema? Você... Você não quer ir? – seu semblante era de pura tristeza e decepção. – Desculpa é que eu pen... – antes que ele pudesse completar eu o beijei. Acariciei seus macios cachos e terminei o beijo com um selinho. 

  - Shiii – coloquei meu indicador sob seus lábios. – É claro que eu quero ir eu só...Fiquei surpresa. Fico feliz por me levar com você, muito feliz. Me sinto importante assim. – falei brincando enquanto ria. Harry soltou uma gargalhada e depositou em meus lábios mais um selinho. 

  - Você sabe que não é e nunca será uma viagem que vai demonstrar o quão importante você é pra mim, não é? – disse sério olhando-me nos olhos. – Você é a pessoa mais importante e especial pra mim, Kath. Se for preciso, eu sou capaz de morrer pra te manter viva. Tudo isso porque eu te amo, meu amor. 

  - Eu te amo mais. Muito mais. 

Beijamo-nos e nos deitamos novamente. Harry desejou-me uma boa noite e apagou a luz do abajur. Fechei os olhos e permiti-me entregar à escuridão. 

 Uma semana depois. 

Talvez esteja fazendo um calor de trinta e oito graus, ou mais, ou talvez dentro da van só esteja quente porque está superlotada com dezenove pessoas onde só cabem quinze, mas isso não importa.

Foi um choque imenso chegar naquela favela em gana, estamos tão acostumados com tecnologia, água encanada, saneamento básico e, de repente, chegar à um lugar que é privado disso tudo. Foi surreal.

Eles aproveitaram para gravar cenas para o clipe do cover de One Way Or Another, onde toda a verba arrecadada pela música será doada para a Comic Realif, que ajuda crianças carentes.

 Senti-me muito afetada com tudo o que presenciei, ver uma mãe segurando seu filho morto em seus braços. Aquilo me atingiu mais que qualquer outra coisa. Minhas pernas perderam as forças assim como minha visão passou a embaçar. Eu enxergava nada a mais que vultos e o impacto de meu corpo ao chão não foi tão dolorido como eu imaginei que fosse. E eu simplesmente não lembro bem o que se sucedeu àquilo. 

  - Você está bem? – alguém perguntou. A visão era inteira escura e as pessoas eram como sombras. 

  - Acho que... – tentei me levantar mas me sentia um pouco tonta e não enxergava nada. Meus olhos permaneciam abertos já que o medo de fechá-los era maior. 

  - Vou tirar ela daqui. – reconheci a voz de Harry e logo eu estava em seu colo sendo carregada como um bebê. Ele sentou-se e eu continuei em seu colo, mesmo sem saber o que estava fazendo, deitei minha cabeça em seu ombro. – Ei Kath, abre a boca um pouquinho. – fiz o que ele pediu e logo senti algo contra meus lábios, era uma garrafa com água. – Cuidado pra não engasgar, tá? – assenti e bebi mais um pouco de água.

Assim que minha visão retornou, eu encarei Harry que me olhava atentamente como se procurasse um motivo para meu desmaio. Ele beijou-me a testa e sorriu fraco. 

  - Você tá melhor? – sussurrou. 

 - Eu... Eu... – tentei dizer mas as palavras não saíam. Senti meus olhos se enxerem de lágrimas e meu coração apertar. A primeira lágrima escorreu por minha bochecha e Harry me olhou preocupado e então eu chorei. Envolvi meus braços em Harry e chorei contra seu pescoço. Eu me sentia péssima por chamar tanta atenção enquanto haviam pessoas ao meu redor morrendo de fome, passando frio ou então sofrendo de vários outros problemas. 

  - Kath... Por favor, me diz o que tá acontecendo. – a preocupação em sua voz era tão evidente quanto meus olhos vermelhos devido ao choro. Abracei-o mais forte. Eu me sentia tão pequena perto dele, e aquilo pra mim, era meu ponto de paz. Eu não sei bem o que estava acontecendo comigo, mas não me sentia muito bem.

Parei de chorar e Harry me perguntou mais uma vez se eu estava bem. Prometi a ele que depois tentaria explicar e ele concordou. Deixou-me sentada na mesma van que viemos, beijou-me rapidamente e foi se encontrar com os meninos. 

*
O tempo que passamos em Gana foi incrível, com exceção do meu desmaio no primeiro dia. Passamos a enxergar o mundo de outra forma. Ver grande parte daquelas crianças felizes somente com a nossa presença foi incrível. Mesmo que não tenham nada, eles tentam ser felizes na medida do possível e essa é a maior lição de vida que pode existir. Tanto para Harry, quanto para mim, esse será um dos nossos países preferidos. 

Fiquei com o coração na mão enquanto íamos embora e as crianças corriam atrás da van, eu gostaria de ficar ali por mais tempo.

   Quando chegamos ao Japão, estávamos totalmente perdidos e com frio. Tive que comprar alguns casacos porque cai no papo furado de Liam, que disse que o Japão é um daqueles países que sempre fazem calor. O maior problema definitivamente era a língua, é uma droga ir para algum lugar e não conseguir se comunicar.

  - Sushi? – Niall sugeriu para a janta. 

  - Sushi – Harry concordou enquanto caminhávamos, de mãos dadas, pela calçada.

 Quando entramos no restaurante e senti aquele cheiro de peixe cru foi impossível evitar o liquido quente que subiu. Pus a mão sobre a boca e disparei para o banheiro. Depois de ter expelido todo o líquido, lavei minha boca e meu rosto na pia e os sequei. Eu estava pálida. Muito pálida. Talvez seja só alguma coisa que eu comi. Ou não. 

Eles comeram a porção de frutos do mar e eu acabei pedindo um sanduíche vegetariano de uma lanchonete ao lado. Estávamos todos sentados em uma mesa do lado de fora do restaurante, comendo e bebendo suco. Eles foram pagar a conta e eu fiquei sentada, já que Harry insistiu que nessa viagem eu não pagaria absolutamente nada. 

Eu estava me sentindo cansada. Muito cansada. Minha cabeça doía, as vezes me dava uma tontura repentina e passava do mesmo modo que chegou. Avistei uma farmácia na esquina próxima a onde estávamos. Harry apareceu ao meu lado e eu me levantei. 

  - Vou na farmácia comprar algum remédio para enjoos e dor de cabeça...Quer me esperar aqui? – perguntei segurava suas duas mãos e olhava em seus olhos. 

  - Tudo bem. – sorri e dei um beijo em sua bochecha. 

 Entrei na farmácia e fui a procura das prateleiras. Eu sabia muito bem o que estava procurando. Não era remédios para minha dor constante na cabeça, para meu cansaço ou para enjoos. Peguei a caixinha e encarei o que parecia ser um teste de gravidez. Para ter a certeza, traduzi a expressão do inglês para o Japonês e tive minhas dúvidas confirmadas. 

Peguei mais uma caixinha por precaução e fui até o caixa. Rezei internamente para que eles aceitassem o Euro. A mulher sorriu e deu-me o troco. Agradeci internamente e coloquei os testes dentro da bolsa que eu usava. Sai da farmácia e caminhei até o restaurante. 

Quando parei em frente, fui presenteada com a cena de uma garota tentando beijar o Harry. Ele relutava o máximo e tentava empurrá-la sem machuca-la. Seu pescoço estava esticado ao máximo para evitar um contato com os lábios e nenhum dos garotos estavam por perto para ajuda-los. Fiquei parada. Estática. 

Assim que Harry conseguiu se soltar da fã maluca, ele olhou para mim e ao perceber minha presença arregalou os olhos. Seu rosto rapidamente ficou branco e suas mãos tremiam. 

  - Kath... Eu... Ai meu deus! Eu... N-não ia beijar ela – ele estava nervoso e gaguejava a cada palavra dita. Gesticulava com as mãos tentando explicar e piscava freneticamente. Soltei uma gargalhada alta pelo seu desespero e andei em sua direção. O abracei e ele correspondeu ainda sem entender nada. Beijei seus lábios e olhei para seus olhos. Logo me separei e o encarei. 

  - Harry Edward Styles! Você ia mesmo beijar aquela garota? – coloquei a mão no peito fingindo indignação e controlei outra gargalhada. Seu corpo voltou a ficar tenso. – Me trocando pela japinha? Tsc tsc. – balancei a cabeça negativamente e soltei outra gargalhada. 

Ele correu em minha direção como se fosse me pegar e eu saí correndo também. Não fazia a mínima ideia de onde estava indo parar, mas o mesmo cansaço de antes me afetou novamente e eu parei de correr. Harry me alcançou e me abraçou me rodando forte em seguida. Eu sabia, o Japão sabia e mais Deus e o mundo sabia que ele estava correndo mais devagar só pra me deixar ganhar. O beijei novamente e sorri contra sua boca. 

  - Eu pensei que você tivesse ficado chateada. – admitiu. Eu ainda estava mais alta do que ele já que ele tinha me tirado do chão. Encarei suas esmeraldas verdes e fiz um carinho em sua bochecha. 

  - Eu confio em você, meu amor. 

 Graças a boa memória de Harry conseguimos retornar até onde estávamos e logo a van que nos levava de um lado para o outro apareceu. Entramos na mesma e seguimos até o hotel que estávamos hospedados. Subimos o elevador e entramos no nosso quarto. 

 Joguei-me na cama e tirei os sapatos que usava. Harry foi direto para o banho já que teria uma entrevista daqui uns vinte minutos. Combinei com ele que não iria já que estava me sentindo cansada demais e com muita dor. Ele aceitou sem problemas e entendeu-me.

A porta do banheiro fora aberta e um Harry só de toalha apareceu em minha frente, o vapor do banheiro se espalhou pelo quarto, seu corpo coberto por gotículas de água e os cabelos espalhados pela testa. Apenas aquela cena foi capaz de me excitar. Oh céus! O que está acontecendo comigo? 

Enquanto ele se arrumava eu me aninhei mais na cama e fechei os olhos tentando dormir. Minha mente vagava em tudo que havia acontecido nos dias anteriores o que piorava minha dor de cabeça já que isso fazia com que ela ficasse mais cheia ainda. Um peso a mais foi depositado ao meu lado na cama e eu abri os olhos. 

  - Volto daqui mais ou menos uma hora e meia. Fica bem, tá? – assenti levemente e correspondi ao beijo que ele me deu. Voltei a fechar os olhos e adormeci. 
...

 Devo ter dormido por mais ou menos uma hora. Levantei-me da cama e decidi tomar um banho. Peguei os testes que eu havia comprado e os levei para o banheiro também, assim como meu celular. Despi-me e entrei no chuveiro. Lavei meu cabelo e corpo e fechei o registro. Enrolei-me em uma toalha branca e penteei os cabelos. Peguei os testes e os encarei. 

 Pesquisei na internet como se fazia o teste já que eu não entendia absolutamente nada do que estava escrito na bula. Fiz como ensinava. Segurei os dois testes na mão e urinei em cima dos mesmo. Esperei dar os minutos. Faltavam poucos segundos quando um barulho vindo do quarto pode ser ouvido. 

  - Kath? – era a voz de Harry e o mesmo batia na porta do banheiro. Fiquei em silêncio sem dizer nada e encarei o teste em minhas mãos.

Positivo. 

Foi o que eu pensei. 

  - Katherine? – bateu novamente e chamou meu nome. 

  - Oi! Eu... Já to saindo! – joguei os testes no lixo assim como as embalagens e lavei as mãos.

Abri a porta e encostei-me no batente, ainda enrolada na toalha. Harry estava sentado na cama, com a cabeça apoiada nas mãos. Ele me olhou dos pés a cabeça como se procurasse algo diferente. 

  - Tá tudo bem com você? – perguntou. 

  - Sim, eu... 

  - Você tem certeza? 

  - Harry... 

  - Eu ando tão preocupado Kath, desde o seu desmaio até os seus enjoos hoje e tudo o que acontece com você me afeta. Como se fosse culpa minha, eu não sei. 

  - Bom, por parte é. – ele estreitou os olhos em minha direção. – Parece que seus planos e sonhos se concretizaram, Sr. Harry. – disse exibindo um sorriso que poderia ser visto de costas. Ele se levantou ainda sem entender e se aproximou. 

  -Pequena, do que você tá falando? 

  - Parabéns amor, você vai ser papai! – Harry estava boquiaberto sem reação. Estava evidente que ele havia amado a notícia já que estava incrédulo e rindo.

 Pulei em seu colo e ele nos girou nos deixando cair na cama em seguida. Ele subiu por cima de mim e desamarrou o nó da minha toalha, me deixando nua em sua frente. Suas mãos passaram por minhas cochas e ele beijou meus seios e logo depois parou em minha barriga. Depositou um beijo bem demorado na mesma e olhou em meus olhos antes de dizer: 

  - Eu amo vocês.