História Morning, Laylor - Eu só digo a verdade

LAURA POV

A escuridão evitava meu corpo de reagir á sua ação inesperada, o coração parecia bater tão rápido quanto os pingos que molhavam todo o para-brisa, o silêncio fazia meu estômago revirar. Estranhava o cenário enquanto o portão da garagem se abria, assustada, olhava para trás na esperança de visualizar o caminho de volta, em vão.

Como você pega uma estranha qualquer na rua e trás até sua casa?! -perguntei estérica-

É só esperar a chuva cair e sair com um carro?! -respondeu ironicamente-

Tá legal! Já chega! O que você quer de mim? 

Que mundo é esse onde não se pode fazer uma boa ação sem ter que responder um questionário?! -perguntava enquanto estacionava-

Não me entenda mal, mas você é uma completa anônima na qual deu a entender que me levaria até em casa e em vez disso me traz aqui sem ao menos dizer seu nome!

Me chame de Tay -puxou o freio de mão- 

Não mudou muita coisa! 

Não sou mais uma completa anônima, apenas uma mulher dando a entender que te levaria até em casa.

Eu preciso trabalhar amanhã de manhã... por favor...

Ela me interrompe.

Por que não fica por aqui? Você não acha que eu sou uma ameaça, né? -saiu do veículo, arrodeou e abriu a porta do passageiro-

Você é inacreditável

A garagem era clássica, grande, vazia, cercada de pequenas luzes que iluminavam o local inteiro, ainda parada, esperando minha saída a loira esbanjava um sorriso encantador, o lugar era tão calmo e sereno quanto seus olhos azuis esverdeados. Me levantei levando meu rosto perto ao dela no intuito falho de afasta-la, passava as mãos no comprimento dos braços na esperança de esquentar-me enquanto a moça puxava algo do bando traseiro.

Você vai adoecer -disse colocando um pullover em meus ombros-

Sem esbanjar uma única palavra eu sorri friamente, dando a entender que tudo dependia do meu esforço. Não admirar o local era quase impossível, a intensidade das cores ajudavam a destacar a classe, os vastos corredores repleto de quadros davam-me a sensação de paz, as extensas escadas me deixavam ansiosa, luzes que nos acompanhavam pelo amplo saguão eram tão receptivas quanto á própria dona, a loira me guiava até um barzinho próximo a sala.

Aceita algo? -perguntava-me puxando um banco-

Você é gentil assim com todo mundo? 

Só com morenas molhadas -riu-

Você é terrível!

Mas e então, você não se apresentou ainda -serviu-nos-

Podemos deixar isso pra outro dia?

Não costumo deixar pessoas estranhas dormirem no meu lar, mocinha!

Devia ter pensado nisso antes de me trazer até aqui -tomei a bebida em um só gole-

Outra rodada?

Pretende me embebedar?

Me daria um beijo sóbria?

Posso tomar um banho? -levantei-

No fim do corredor á direita, toalhas no armário... -respondeu mostrando aversão-

Obrigada -sorri aliviada-

Levantei e caminhei na certeza de estar sendo observada, lutava contra a vontade de olhar para trás e ficava cada vez mais difícil ao avançar do corredor.

Cacete -sussurrei-

Você disse algo? -chamou minha atenção enquanto caminhava em minha direção-