História Morning, Laylor - Peso da consciência

Você não pode iludir as pessoas assim -disse sem que ao menos tocasse nas flores-

Aceite, por favor -estendeu-

Eu não posso fazer isso, vai contra minha ética!

As coisas entre eu e a Carrie não estão sendo como antes!

NÃO IMPORTA! Isso não te dá o direito de deixá-la feito uma palhaça em casa enquanto você se encontra com amantes que são trouxas o suficiente para acharem que terão algo contigo....

Logo que terminei a frase dei de conta a merda que tinha dito.

Você quer ter algo comigo?

Eu... eu definitivamente não quis dizer isso...

E então?

Olha, quer saber?! Se você não der meia volta em 5 segundos com essas flores eu juro que faço um inferno na sua vida.

Mas Laura...

Eu a interrompo

Eu não vou ser uma amante! Eu procuro ser amada.

Como você ter certeza que não é?

A certeza está no seu dedo anelar.

Eu devia ter te contado antes...

Você nem devia ter começado essa putaria.

O celular de Taylor começa tocar insistentemente.

Atende, covarde. Diga a verdade -disse enquanto meu coração palpitava-

Taylor permaneceu em silêncio durantes alguns segundos enquanto o aparelho insistia.

Ela atende

...

Amor, você está ai? -diz Carrie-

Precisamos conversar....

Aconteceu alguma coisa? Onde você está? -se preocupou-

O silêncio prevalece

Taylor? Me responde!

Eu não sou quem pensa que sou.

Eu não tô entendendo... o que está querendo dizer?

Eu te trai.

O som da cidade nunca pareceu tão alto, lágrimas rolavam pelos olhos da loira enquanto ao telefone era ouvido apenas a respiração alterada de sua noiva.

Eu sou um lixo! Eu sou um lixo! Eu sou um lixo! Eu sou um lixo! -sussurava Taylor-

Estou saindo da sua casa, passarei amanhã para pegar o resto das roupas. Muito obrigada por esse tempo gasto em ilusões. -chorava a noiva traída do outro lado da linha-

Me perdoa...

Não consigo morrer com ódio no coração, então sim, eu te perdoo. Só não quero que cruze meu caminho nunca mais... você se tornou um lixo diante meus olhos sem que eu percebesse.

Só não posso dizer que me arrependo...

Que ótimo que está ciente de seus atos -soluçava-

Nao fica assim, por favor...

Eu me entreguei a você, Taylor, passei por cima da autoridade da minha família correndo atrás do sonho de ter uma vida com você! Nos mudamos, noivamos, estávamos planejando expandir a família com aquela merda de fertilização que fiz a 2 semanas e você pede pra não ficar assim?! Talvez a errada seja eu por ultrapassar o limite da realidade... Você foi a pior coisa que aconteceu pra mim!

Nós vamos resolver isso...

Eu não quero resolver nada com você. Felicidades.

E assim a chamada se finalizou, deixando a maquiagem da loira completamente borrada e um silêncio ensurdecedor num ambiente tão movimentado... o buquê foi abaixado, acompanhado das mãos de Taylor que foram puxadas para o chão... sussurros não identificados foram ouvidos e ali percebi o quão importante era o sigilo para que ela seguisse.

Não tive reação alguma, observei calada e absorvi seu sofrimento. Depois disso o local perdeu as cores.

Ela permanecia ali, as mãos tapavam seu rosto já inchado  e as lágrimas insistentes continuavam a cair.

Entra no carro! -disse-

A loira permaneceu imóvel

Taylor, qualé, entra no carro...

Você... estragou.... minha vida! -levantou rapidamente- VOCÊ ESTRAGOU QUALQUER CHANCE QUE EU TINHA DE TER UMA FAMÍLIA PERFEITA E ESPERO QUE SE SINTA BEM CARREGANDO ESSE PESO NAS COSTAS.

Tay...

Ela me interrompe

Obrigada! -jogou as flores no chão enquanto se afastava do local-

Meus olhos queriam acompanhar seu corpo seguir caminho mas foram impedidos por lágrimas que dificultaram totalmente minha vista, e dali pude ouvir o som da roda de seu carro cantando.

Minha'alma transbordava em meus olhos, minhas mãos trêmulas faziam-me parecer uma criança diante ao volante, patinava, furava sinais  e assim dirigi até meu apartamento.

A todo instante desbloqueei o celular na esperança de ver uma mensagem da loira, nem que fosse um simples palavrão, eu queria um sinal de vida.

A gravidade puxava então minha consciência, e pesava tanto quanto meu próprio corpo... Eu insistia em permanecer forte, mas me entreguei completamente a culpa.

Horas se passaram e a visualização da loira continuava ali, intacta, parecia que congelou. Me preocupei e abri o telefone, procurei por seu nome nos meus contatos e observei até criar coragem...

Eu não vou correr atras, eu não vou correr atras, eu não vou correr atras -repetia comigo mesma-

Minha preocupação arruinou a muralha que havia construído em relação a Taylor e assim liguei.

*O número que você ligou encontra-se desligado*

Porra, Taylor, atende.

*O número que você ligou encontra-se fora da área de serviço*

Eu preciso de uma resposta, Taylor....

*O número que você ligou encontra-se desligado*

Engoli seco e ja me tremendo resolvi me medicar para que pudesse ter uma noite de sono.

Após 40 minutos os comprimidos haviam dado efeito, estava desmaiando de sono, mas como um choque meu celular toca.

Taylor? Taylor é você?

Sra Prepon? Aqui é da ambulância...