História Mortal loucura - Pra nós todo o amor do mundo...

 As cobertas brancas da cama estavam mais do que amassadas,chegavam a estar praticamente emboladas ao pé da cama.A janela totalmente aberta deixava entrar os raios de sol do início da manhã.

Olívia ressona tranquila,deitada de lado e de frente para a grande janela.

Aos poucos vai despertando com uma sensação curiosa nas costas nuas.Um vai e vem leve e suave que a fazia se arrepiar e posteriormente arquear ligeiramente a coluna.

Já totalmente acordada,ela permanece com os olhos semicerrados por causa das grande luminosidade em seu rosto.Assim que ela se movimenta em resposta à carícia,esta para.

Ela geme em desagrado,uma risada ecoa perto de seus ouvidos.

-Pensei que tu não ia acordar nunca mais...-ele sussurra próximo a ela.O rosto roçando em seus cabelos espalhados pelo travesseiro.

-Isso é uma calúnia,eu não dormi quase nada.-a voz dela sai rouca de sonho.

Ele ri de novo,dessa vez voltando a alisar deliberadamente as costas dela.

-CoElerteza,dormindo de oito da noite e acordando de onze da manhã.-fala.

Ela se vira para o lado oposto,ficando de frente para ele e interrompendo o carinho nas costas.

Seu cabelo negro caia um pouco no rosto ,que estava inchado de sono assim como o dela provavelmente também devia estar.Ela sorriu.

-Miguel,tu botou nessa conta aí o tempo que a gente ficou acordado de madrugada?-Ela pergunta levantando as sobrancelhas.

Ele sorri .

-Verdade, nós ficamos muito tempo acordados mesmo.-ele diz.

-Eu lhe disse-diz ela.

-Não tanto quanto na noite de núpcias,eu pensei que você não ia me dar folga,neguinha.-ele brinca e ela joga o travesseiro nele de leve,que só faz rir mais.

Logo após a noite de núpcias,os noivos partiram para uma curta viagem de lua de mel.Nem sequer havia sido planejado.Nem foram para muito longe,decidiram ficar alguns dias numa casa pertencente à Tereza,numa cidadezinha bem pequena e a beira-mar.

Na verdade a história da casa era singular.Fora um presente que ela ganhou do pai algum tempo depois de casar.E aonde sempre que podia ia passar um tempo com Miguel, ainda pequeno,bem longe da vida na cidade e bem longe de Carlos Eduardo também ,que odiava o lugar.

Embora fosse consideravelmente grande ,principalmente para somente duas pessoas residirem,ela não chegava a ser do tamanho da de Grotas,essa tinha uma arquitetura mais moderna ,mais rebuscada e um claro toque de Tereza em tudo.Que planejava deixar ela para seu filho no futuro.Mas jamais vendê-la.

Uma vez que para sua infelicidade atualmente com o trabalho e tudo mais eram poucas as vezes em que podia ir para descansar.Com o único filho morando no exterior durante aquele tempo ,contribuiu ainda mais para seu afastamento daquilo que ela chamava de"meu cantinho".

Depois de um certo tempo Miguel dirigiu-se ao banheiro e Olívia ainda se espreguiçando levantou finalmente da cama.Percebendo somente depois de o fazer que estava completamente despida,procurou rapidamente com os olhos a figura da camisola prateada com que se vestira no dia anterior.

Só depois de certo tempo foi que pôde distinguir ali perto do lado da cama onde dormiu seu marido um pequeno monte de tecido prateado.

Pegou a camisola estupefada e riu ao notar que ela estava completamente destruída agora,com as alças arrebentadas e alguns rasgões  lugares específicos nos quais ela nem precisou analisar muito.Era uma pena...Pensou no meio da risada.Miguel tinha estragado uma de suas favoritas(de muitas que Isabel insistiu em comprar pra ela..).

Colocou o resto de pano em uma pequena bola ,se tentasse utiliza-lo novamente desse jeito a única parte totalmente coberta de seu corpo seria a barriga.O resto estava rasgado como se um bicho o tivesse feito.Jogou com pena na lixeira do quarto e ficou sem roupa mesmo.

Foi para mais perto da janela,observar a vista.Que realmente era esplêndida!As ondas caiam na areia com graça ,fazendo um som quase tranquilizante .Ao longo da praia em frente não se via sequer uma pessoa,o que não era algo de outro mundo.Já que tecnicamente a casa era fora da cidade e a área que a circundava era ainda terreno desta.Ela era toda cercada por árvores,principalmente coqueiros altos e fortes.E por várias partes haviam avisos e cercas delimitando o terreno da de Sá Ribeiro.

Na parte de trás da casa,onde havia a garagem,um pequeno caminho de terra dentre as plantas, com não mais de cinco minutos levava até a estrada.Que tinha acesso à cidade.

Levemente debruçada para sentir a brisa salgada no rosto.A morena deu um pulo quando sentiu ser abraçada por trás.

-Eita,que tá no mundo da lua!-ele fala a fazendo rir.

-Tava distraída só, é muito bonito aqui.Por isso sua mãe gosta tanto.-ela diz.

-Então gostaria mesmo?-ele pergunta.

-Se eu gostei?Eu amei esse lugar,Miguel.É perfeito!-ela vira o rosto para o lado para olhá-lo e percebe que ele sorri.

-Parece que mais uma peiticazinha gostou também...-Ele fala olhando para a barriga dela.Onde tem as duas mãos repousada.

Ela coloca as suas por cima das dele.A bebê estava animada hoje.Parecia que sentia a alegria dos pais também.

-Nem acreditei quando eu saí do banheiro e lhe vi assim..-ele diz depositando um beijo no ombro dela.

-Assim como?-ela indaga.

-Sem roupa.-ele ri.

-Oxe,Miguel que besteira.Quantas vezes tu já me viu assim?-ela se vira para ele,que passa as mãos para a cintura dela.Ele não pode deixar de notar que ela ficou um pouco envergonhada.

-Nunca me canso disso,sabia?-ele fala.

-De me ver pelada?-ela pergunta franzindo as sobrancelhas para o que ele falou.

-Não,de lhe fazer ficar encabulada.Fica ainda mais linda.-diz fazendo ela ficar um pouco vermelha e rindo mais ainda depois.

-Ave Maria,que coisa Miguel!-ela cruza os braços. O que só o faz sorrir mais ainda e beijar sua testa.

-Pois eu adoro esse jeito teu.A marra e a vergonha.-ele diz.

Ela ergue o olhar para ele e da um pequeno sorriso.

São segundos de somente um encarando os olhos do outro..

-Tu é perfeita sabia,neguinha?-ele diz colocando uma mexa do cabelo dela para trás da orelha.

Ela não respondeu de, está ocupada demais ,concentrada no olhar dele.Assim como em seu peito nu ainda um pouco molhado do banho e em desamarrar a toalha que está presa a sua cintura ,com certa dificuldade devido à pressa é o fato de nem sequer estar olhando.

Assim que a mesma vai ao chão,ele a ergue no colo com cuidado,segurando de maneira aprumada sua cintura e apoiando suas costas.Enquanto a mesma tem os seios colados nele e a respiração já resfolegada enquanto se beijam intensamente e sem interrupções.Não demora muito para que devagar ele se encaminha novamente para a cama,onde a deposita com cuidado em meio aos travesseiros e aos lençóis já bagunçados da noite anterior.

É quase hora do almoço quando Miguel se veste e desce para ver se já está pronto(Joana,a senhora que trabalhava e cuidava da casa era a única pessoa fora eles naquele lugar).

Olívia finalmente dirige-se ao banheiro.Seu rosto está anormalmente corado e seu cabelo bagunçado.

Ela observa no grande espelho o quanto seu corpo mudou em tão pouco tempo.E isso tornava-se realmente notável agora..

A começar por seu busto.Que havia aumentado consideravelmente .

Sua cintura ia aos poucos ficando mais marcada,ela estava mais "acinturada" pelo que se pode dizer.Ao mesmo ritmo em que sua barriga ficava maior.Mas ela não se importava nem um pouco com isso!

Era tudo muito novo,tudo descoberta e encanto,cada mudança ,cada besteirinha ,que percebia quanto mais ficava diferente e tomava conta disso era um suspiro feliz e uma risada alegre!

Tudo aquilo significava que a peiticazinha estava crescendo cada vez mais!Na verdade seu corpo não apenas mudara,havia se reinventado para acolher uma nova vida... Não era mais somente o corpo de uma moça jovem,era agora o corpo de uma mulher,corpo de mãe.

Depois de quase hibernar no chuveiro,ela foi realmente atrás de uma roupa...Miguel iria mostrar a ela a praia mais tarde, então resolveu pôr logo seu biquíni novo.Que consistia em listras brancas e escuras.Por cima ,um vestido de tecido leve ,em forma de saída de banho e com estampas coloridas e diversas.Assim como um cordão na cintura,que no seu caso ficava acima da sua barriga.

Penteou rapidamente o cabelo , calçou sandálias e saiu já com o estômago roncando .

Desceu as escadas e logo foi para a sala pequena.Vindo lado esquerdo logo escutou barulho de pratos e um cheirinho delicioso de comida.

Acabou que eles demoraram mais do que pretendiam no almoço.Joana que não parava de tentar mimar a moça saiu um pouco antes deles,tinha ido comprar algumas coisas na cidade.

Saem pela parte da frente da casa.Que dava para a praia mesmo.Até que para aquele horário não estava tão quente assim.

Andavam de mãos dadas,cada um com seu chinelos em mãos e molhando os pés nas ondas.

-E faz tempo já que tu não vem aqui?-Ela pergunta olhando para ele.

-Um pouquinho.Eu vinha poucas vezes ver mainha.E ela deixou de vir aqui também.-ele fala.

-Então não veio aqui na adolescência não , né?-ela pergunta.

Ele  franze as sobrancelhas sem entender ,mas responde.

-Acho que a última vez eu tinha uns dezessete anos, porquê?-ele pergunta.

-Nada,eu tava pensando se não teve nenhuma paquera por aqui ou sei lá.-ela fala.O fazendo rir.

-Mas o que isso importa agora,criatura?-ele pergunta bem humorado.Olívia com ciúmes era um espetáculo engraçado e raro.

-Oxe,e eu não podia saber não,homi?- ela solta revirando os olhos,mas não aparentando estar brava.

-Então ,se a senhora faz tanto questão eu digo...Na verdade eu nunca tive nenhuma paquera aqui,simplesmente por quê eu só fazia estudar.Não era muito de namoro, não.-ele fala.

Ela ri.

-Eu não lhe imagino assim,nerd.-ela fala.

-Eu devia me ofender, né não?-ele brinca e os dois riem.

-Onde a gente tá indo exatamente?-Ela pergunta alguns minutos depois.Quando eles atravessam algumas pedras pequenas e a praia vai ficando mais cheia de mata.

Eventualmente haviam algumas raízes ou pedras que podiam ser escorregadias e ele apoiava o corpo dela para que não tropessase/escorregasse.

-É uma prainha bem pequena. Só da pra ir por aqui...Eu descobri ela quando era menino e sempre vinha por aqui.-ele diz.

-Eu posso até imaginar tu andando por aqui,teimando e fugindo de Tereza!-ela fala.

-Pois imaginou certo,mainha endoida a atrás de mim.Até hoje não sabe pra onde eu ia.-diz ele.

-Tu não presta,Miguel.-ela fala.

-Agora é tarde, minha filha.Tu veio perceber isso depois de casar...-ele tira onda com ela.

Depois de passar por pedras enormes na beira d'água.Finalmente eles chegaram no destino.

Uma pequeno trecho de terra envolto de um lado por coqueiros e do outro pelo próprio mar,dos lado rochas enormes formavam uma espécie de barreira.

A água era clara e de um azul esverdeado impressionante.Bem lá perto ,separada, havia uma espécie de piscina natural , não muito grande. E foi justamente para lá que eles foram.

Primeiro Miguel entrou,tirando apenas a camisa e deixando de lado.Ele testou o pé,na verdade era raso o suficiente para Olívia botar o pé.

Logo em seguida,ela  retirou o vestido,ficando apenas de biquíni junto dele.Que a abraçou pelas costas e "sentou"numa pedra que tinha debaixo d'água.Fazendo com que ela acabasse sentando em seu colo.

Conversaram sobre algumas adversidades ,observaram o mar é até mesmo o silêncio reinou por alguns poucos minutos.Não um silêncio melancólico,ou entediante.Muito pelo contrário.Era o silêncio mais preenchido do mundo todo.Com eles abraçados e unidos.

Miguel tinha a cabeça apoiada no ombro da esposa ,que por sua vez tinha a sua no ombro dele,de modo que por causa da cabeça erguida para o céu,seus olhos estavam fechados por causa do sol forte.

Ele passava as mãos na barriga dela,enquanto ela mesma tinha os braços caídos na água.

Quase que imperceptivelmente as mãos dele desceram devagar e logo estavam encostando no tecido da parte de baixo do biquíni.

A respiração dela já estava acelerando de novo apenas com a perspectiva dele ir até lá.

Devagar,sem nenhuma espécie de movimento brusco que pudesse quebrar o relaxamento dela.Ao mesmo tempo que punha a mão por debaixo do tecido,distribuía beijos pelo ombro dela.Que os encolhia com a sensação.

Depois de um pequeno tempo ela acaba se virando de frente para ele,com cuidado e ainda em seu colo(mas agora de olhos bem abertos).De forma que ele imediatamente interrompe o que estava fazendo.

Ela assume o controle da situação,apertando as coxas em volta do corpo dele ,as unhas indo para suas costas ,onde arranhava de leve e provocando pequenos calafrios neste.Miguel toma o rosto dela entre o seu,o beijo começa calmo e casto.Mas logo torna-se voraz e sedento por ela.

Ainda abraçados,eles se encaixam novamente,como um quebra-cabeças de apenas duas peças.Ele erguia o corpo ,ao mesmo tempo que ela punha o seu para baixo.Como se aquilo fizesse com que ele pudesse permanecer mais tempo dentro dela.

Suspiros diversos,beijos mil.A grande agitação que o movimento dos dois corpos causava na água era mínimo comparado com a paixão com que eles se amavam.

Quando o ritmo estava muito mais rápido e eles apenas se olhavam fundo nos olhos um do outro.A sensação foi de mil para um milhão ,assim depois de um movimento final,eles atingiram o ápice juntos.

Os dois respirando devagar ,os peitos colados ,de forma que o bater frenético não residia somente em um dos corações.Agora,a testa colada na outra,os rostos molhados e com sorrisos esboçados sem pudor.

Eles permaneceram assim,apenas olhando um para o outro sem nada dizer,pouco lhes importava o sol que estava quente,ou o tempo que estavam naquele lugar.Nada importava mais naquele momento do que o abraço de água salgada no qual estavam acomodados..