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História Mostarda e Mel - Um pouco sobre os Swapbros - Papyrus


Escrita por: CatyBolton

Notas do Autor


Esse titulo tá uma meeerda, mas simplesmente combina com esse e + um capítulo futuro que eu pretendo escrever.
Ok, eu sei que demorei um bocado, mas saibam que sempre vou voltar. Por mais que 80% da minha atenção esteja nas fics de south park, essa estoria e honeymustard sempre vão ter um cantinho reservado no meu coração <3 so quis deixar claro que não, não pretendo abandonar isso... só dei um tempinho.

De qualquer jeito... Aproveitem a leitura e perdão por qualquer erro~

Capítulo 6 - Um pouco sobre os Swapbros - Papyrus


Depois que Red quebrou a televisão, por causa de um pesadelo que mais pareceu um ataque de pânico, também como a primeira vez que usou magia de alguma forma desde que colocou os pés ali, simplesmente não tinha outra coisa para ocupar o tempo em casa sem o seu irmão. Continuar suas pesquisas havia se tornado impossível com outra pessoa ocupando o escritório improvisado, não se incomodava em trabalhar naquilo na companhia de alguém, mas o outro esqueleto simplesmente não gostava muito da sua presença e, por mais que se esforçasse, nunca conseguiu sequer disfarçar o incômodo. Até mesmo Sans havia notado.

Havia um par de coisas que Papyrus não conseguia tirar da cabeça. Aquele reset estranho e forçado, de repente ter descoberto que as teorias do seu pai estavam corretas e a prova viva habitando a sua casa a mais de uma semana. Ele podia imaginar vários cenários para outras dimensões, as possibilidades eram infinitas, mas nunca sequer cogitou a ideia de que, em algum lugar, o seu irmão pudesse lhe temer tanto quanto Red temia. E o problema não estava nele, longe disso, mas sim em Papyrus. Especificamente, no Papyrus que era irmão do outro esqueleto, vivendo em alguma outra dimensão que lhe era completamente desconhecida. Não precisava ser um tipo gênio para saber que quando ele falava "chefe" se referia ao irmão, e de que tinha algo de muito errado nisso. Não era normal um irmão chamar o outro de "chefe" – ao menos, não daquela forma, não com aquele tom. – não era natural que um temesse o outro tão profundamente, aquele medo no geral era bem questionável. Como era a relação deles? Tinha vontade de perguntar, mas sabia que Red também não responderia a essa pergunta.

Preguiçosamente sentado no sofá a vários minutos, encarando a televisão trincada na horizontal, pensava se realmente valia o esforço levar o aparelho até o laboratório em Waterfall para Undyne consertar. Sem sombra de dúvidas seria mais barato do que comprar uma nova – não que realmente precisasse. – e a última coisa que deveria agora era gastar mais dinheiro, provavelmente pelo resto de sua vida, ou enquanto o pirralho humano continuasse com os resets, dava no mesmo de qualquer forma.

Papyrus, finalmente convencido do que devia fazer, levantou-se do sofá e caminhou, pouco mais de um metro, até a TV em poucos passos. Ela era relativamente grande e pesada, mas nada que lhe impedisse de apenas colocá-la debaixo do braço e ir por um de seus atalhos até o laboratório. Nunca iria a pé, era um caminho longo demais.

Em um instante a paisagem de dentro da sua casa, mais especificamente a sala, tornou-se um borrão irreconhecível e pareceu que chão sob seus pés tinha sumido. No momento seguinte, rápido demais para se acompanhar com a visão, os borrões mudaram de cor para formar a parte da caverna com muita umidade, onde o novo laboratório se erguia dentro de um beco sem saída. Quando tudo ficou nítido foi como se o chão tivesse voltado, na realidade ele havia sentido aquela sensação desconfortável que lembrava cair, porém, acostumado a pegar aqueles pequenos atalhos, sua postura sequer alterou-se. Ao se aproximar a porta branca de plástico abriu automaticamente e o esqueleto não hesitou antes de entrar.

— Papyrus? – Undyne, como o esperado, veio lhe receber. Assim que colocou a televisão no chão ela lançou um olhar torto para o aparelho eletrônico quebrado. – O que aconteceu?

Undyne era quem havia projetado e construído aquele aparelho, assim como todos os outros eletrodomésticos usados por cada monstro no subsolo. Diferente de Papyrus, que tinha algum conhecimento tecnológico antigo baseado nas criações e estudos de Gaster – como o próprio Core. – a monstro peixe conhecia tudo de mais moderno, pois era tudo ela quem criava. Em contrapartida sabia apenas o suficiente, o que era muito pouco, sobre o funcionamento do Core e algumas outras máquinas.

Pôde-se dizer que eles tinham uma relação de benefício mútuo; enquanto o Sans pudesse ter a garantia daqueles caros privilégios no subsolo, Undyne sempre teria a sua ajuda se algo desse errado. Desde o começo não foi preciso de palavras para formar aquele acordo, já estava muito bem subentendido por ambos.

— Foi o Red. – Falado de outra forma, aquela frase poderia soar bem acusatória. Mas esse não era o caso. – Ele destruiu sem perceber, com magia. Acho que estava tendo um pesadelo.

— Ele usa magia enquanto dorme? Isso não é normal. – Ela tentou, sozinha, levar a TV para a sua mesa, mas não obteve sucesso. Notando a dificuldade, Papyrus ajudou.

— Claro que não é normal.

— Não é normal e não é saudável. – A monstro retrucou, enquanto procurava algumas ferramentas na bagunça em cima da mesa. – É um sinal de que ele está constantemente alerta, se sentindo em perigo. Mesmo dormindo, sofrendo de um pesadelo, o esperado é que o corpo perceba que aquele não é um perigo real, por causa disso que não é normal.

Certo, aquilo poderia explicar algumas coisas que vinham acontecendo com o esqueleto a poucos resets atrás. Mas estava ali para falar de outra pessoa, deveria manter o foco.

A mulher, depois de alguns segundos, achou as ferramentas e, enquanto desparafusava a parte de trás do eletrônico, continuou:

— Para chegar ao ponto de usar magia inconscientemente, enquanto dorme, o monstro precisa ter algo muito forte marcando na alma. – Com um click o painel atrás da TV se soltou, então ela colocou o objeto de lado. – Algo traumático para o psicológico. Uma paranoia, um medo, uma perda, uma lembrança ou vivência muito ruim de modo geral... Eh, a-acho que isso vai demorar um pouco...

— Tudo bem. – Poderia esperar, não era como se tivesse mais alguma coisa para fazer. – Mas como você sabe de tudo isso?
Não recebeu uma resposta imediata por Undyne parecia chocada com alguma coisa no aparelho eletrônico. Seja lá como a magia de Red tivesse afetado a televisão, não era pouca coisa para a outra encarar o estrago tão intrigada. Ela estava começando a desmontar um componente quando lhe respondeu:

— Era só uma teoria, m-mas... – Houve um momento de hesitação. – Eu sei que parece besteira, coisa da minha cabeça, m-mas eu sonhei que alguém matava a Alphys. – Ela não tirou os olhos do que aparentemente desmontava, nem por um segundo, mas aparentava estar profundamente afetada. – Foi tão re-real, sabe? Como se ela realmente estivesse morrendo, bem diante dos meus olhos... – Suas palavras aos poucos adquiriam um tom incerto, como se ela estivesse duvidando e, ao mesmo tempo, tentando se convencer de algo. – É apenas paranoia minha.

E, pela primeira vez em muito tempo, Papyrus pensou em falar para alguém sobre os resets. Falar a Undyne que Alphys realmente havia morrido, morrido um par de vezes, talvez mais do que era capaz de lembrar. Estava cansado de carregar aquele fardo sozinho, mas falar não adiantaria de nada, não mudaria nada. Seria melhor que ela vivesse na ignorância. Era reconfortante que ao menos alguém permanecesse com as esperanças que a muito tempo perdeu.

Tirou um cigarro do maço guardado em seu bolso e acendeu, dando uma longa tragada e soltando a fumaça lentamente. A monstro peixe nunca mostrou nenhum incômodo nas vezes que fumava ali, então não se conteve.

— Enfim – Ela finalizou a linha de raciocínio. – provavelmente é isso que aconteceu com o Red.

— Provavelmente.

— Mas você sabe o porque?

— Não...

E sabia que ficaria sem a resposta dessa pergunta por bastante tempo… Bem, não era como se não tivesse uma ideia, apenas precisava de uma confirmação.

[...]

Depois de uma hora e meia no laboratório, tempo que Undyne precisou para trocar várias peças do televisor, Papyrus, após deixar o aparelho em casa, usou novamente um atalho até as grandes portas de coloração arroxeada no final da floresta, onde era a entrada das Ruínas.

“Toc toc”.

Não recebeu uma resposta imediata do senhor no outro lado da porta e por isso temeu que o humano já tivesse passado por ali que, no tempo que ficou sem aparecer, o pior já tivesse acontecido. Que, novamente, o pirralho-

— Quem é? – A voz grossa e abafada por trás da porta perguntou, lhe dando uma onda de alívio.

— Noé. – Respondeu enquanto se sentava, apoiando as costas na grande porta e tirando um cigarro do bolso.

— Noé quem?

— Não é da sua conta.

O monstro riu, mas não tanto quanto normalmente riria, e mais uma vez Papyrus soube qual seria o final daquela conversa. O alívio de antes sumiu, como se nunca houvesse existido.

O tempo voou enquanto eles trocavam piadas, e naqueles minutos foi como se todos os seus problemas, preocupações e temores sumissem. Por um breve momento sentiu-se como um monstro simples e sem grandes problemas, apenas apreciando a companhia de um amigo enquanto fazia uma das coisas que mais gostava, contar e escutar piadas de qualidade duvidosa. Até que o senhor mudou o assunto da conversa.

— Você demorou dessa vez.

— Aconteceram alguns problemas esses dias. – Deu uma pequena pausa para tragar a fumaça do cigarro. – Eu não tive tempo.

— Problemas? – Lá estava a preocupação. – Alguma coisa aconteceu com Sans?

Em algumas conversas ele já lhe conhecia bem o suficiente para saber que a pessoa que mais se importava no subsolo inteiro, talvez a única, era o irmão. O senhor atrás da porta, mesmo que nunca tivesse lhe visto pessoalmente, sabia ler as suas reações, pelo tom da voz, muito bem. De qualquer forma, Sans estava muito bem. Porém Red, que de certo modo também era Sans, longe disso

— Nada, eu não quero te incomodar com isso.

— Não vai. – Disse com um tom tranquilizante. – Você não precisa me falar nada, no entanto eu gostaria de ajudar, mesmo como um confidente.

O esqueleto permaneceu em silêncio por um momento… Não faria mal falar ao menos sobre Red.

— Nós temos um “convidado” em casa, o nome dele é Red. Não o conhecíamos antes e ele veio de um lugar distante, apareceu de repente precisando de ajuda, machucado. Muito machucado. – Papyrus começou, tentando contar o que acontecia da melhor forma possível. – Sans e eu estamos tentando ajudá-lo, mas ele é tão fechado… Não o culpo de qualquer jeito. Ele está traumatizado.

— É tão ruim assim?

— Pior. A pouco tempo ele teve um tipo de pesadelo e foi assustador, porque Red estava mesmo com medo. – Lembrou-se do olhar que o esqueleto menor lhe deu, da sua súplica, de como ele se afastou do seu toque tremendo de pavor, como se Papyrus realmente tivesse alguma intenção de o machucar. – Quando eu tentei ajudar ele, acorda-lo, ele se afastou em pânico, quase pior do que quando estava dormindo… Por que eu pareço com o agressor dele.

— E isso te incomoda?

— Não- quer dizer, um pouco. – Deu um suspiro silencioso, apagando a bituca na neve. – Quero ajudar, sabe? Mas ele sempre fica tenso, em pânico, quando estou por perto, apenas tento evitar isso. Red não sai de casa, ele não parece querer sair, então eu saio.

— Você é compreensivo. – O senhor atrás da porta comentou com gentileza. Aparentemente ele tinha entendido as suposições do esqueleto sobre Red. – Tente dar a Red mais tempo, você sabe que ele não tem como melhorar da noite para o dia. Não é uma ferida que, com o tratamento certo, pode fechar.

— Eu sei disso, apenas…

Ele, de certo modo, é o meu irmão, completou em pensamentos, me sinto horrível por Sans ter tanto medo de mim, quero apenas poder fazer algo por ele, mas me sinto-

— Você se sente impotente?

— Também. – Admitiu.

— O que ele tem é uma daquelas feridas que o tempo ajuda a curar.

Realmente não existia muita coisa que Papyrus pudesse fazer para ajudar Red, manter-se longe foi a única coisa que conseguiu pensar, e também era o mais óbvio. Depois de um tempo em completo silêncio, o senhor se manifestou novamente, falando, com algumas mudanças, o que sempre escutava a cada reset:

— Eu sei que você está com esse problema, mas… – Ele deu uma breve pausa. – Se uma criança humana um dia passar por está porta você poderia por favor, por favor me prometer algo. A acompanhe, e proteja, pode fazer isso por mim?

Detestava fazer promessas, especialmente aquelas que sabia que não iria cumprir e, mesmo depois de todos conversas em todas as vezes que a linha do tempo resetava, sequer havia descoberto o nome daquele homem, mas… Alguém que gosta tão sinceramente de piadas ruins tem uma integridade a qual não conseguia dizer “não”.

Mesmo sabendo o desfecho daquela estória, apesar de já ter passado por aquilo inúmeras vezes, deu a mesma resposta que dava em todo reset:

— Eu prometo.


Notas Finais


Olha, eu sei que demoro um bocado pra responder os comentários... mas sempre que eu responder é pq tem capítulo novo encaminhado ou tá muito perto de eu postar um novo~ so queria avisar mesmo

Enfim... Mereço feedback?


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