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História Motel Califórnia - Um mundo sem cor.


Escrita por: soberz

Notas do Autor


Mil desculpas pela demora!!! Mas bem, está ai ♡
Por favor, leiam as notas finais, há informações importantes.

Capítulo 2 - Um mundo sem cor.


Fanfic / Fanfiction Motel Califórnia - Um mundo sem cor.


Selena Gomez POV.
10h00min PM.

A lua já não ornamenta o céu nebuloso e a aurora não se quede durante o final da tarde aconchegante. O clima foi saturado por uma tempestade repentina, apanhando as estrelas reluzentes. E sem deixar de sentir o odor adocicado que os pingos causam ao banharem a terra, me conforto observando a chuvarada despencar, enquanto um cobertor grosso envolve meu corpo febril.

Lembro-me de ter adormecido durante toda à tarde, uma vez que não me sinto bem. Consequentemente, acordei no horário que, ao certo, deveria estar na cama. Com certeza levarei uma repreensão futura. Mas mesmo vagarosa, não quero levantar de minha poltrona, não quando toca La vie en rose no pequeno rádio, a minha música favorita no mundo. Além do mais, minha própria companhia parece bem mais apreciativa que qualquer outro membro desta casa.

Olhando para a escuridão enfrente a janela, sonho acordada: Imagino-me andando perante as ruas gélidas de Londres, ouvindo soar o grande relógio. Em meu sonho, de alguma forma toca esta canção no fundo, e as poças de água refletem o luar. O meu coração está repleto de alegria, nada me fere, eu estou livre.

Pobre Selena, ainda não aprendeu que essas imaginações são coisas ilusionarias, criadas pela própria mente e impossíveis de realizar.

Eu nunca escaparei destes muros horrendos que tanto me prendem, isto é um fato imudável.

Apesar de me sentir melancólica, esforço-me ao máximo para livrar o “baixo astral” presente, dispondo o momento para dançar um pouco. Sempre danço quando estou sozinha. Ou seja, quase sempre. E alteando meu corpo, rodopio conforme a melodia se intensifica, cantarolando baixinho, no mesmo instante que um sorriso truão escapa dos meus lábios e o vestido rosa-claro de ceda balança com o giro realizado.

Eu amo essa sensação.

— Selena! — sou brevemente interrompida por uma voz feminina. Dando conta que minha irmã caçula, Vitória, dirigiu-se a mim, paraliso enquanto constato que minhas bochechas queimam. — Mamãe está chamando para jantar.

— Já vou. — mesmo envergonhada, tento ignorar sua índole debochada.

— Não demore, estou com fome. — responde de modo presunçoso.

Vitória têm dezesseis anos. Sempre disseram que somos semelhantes fisicamente, porém, tenho a evidência que somos o oposto uma da outra no quesito personalidade. Tal motivo resultou em nossa distância como amigas. Ou é por seu instinto me odiar. Arrisco com a afirmação de que uma garota tão mesquinha e convencida, jamais viveria em harmonia comigo.

Por alguma razão, não quero sair e desfrutar de um jantar em família hoje. Francamente, em nenhum dia. Tento abandonar a realidade que me circunda e a solidão que me ladeia. Todavia, será mesmo que eu devo combater me isolando ainda mais? Por que eu insisto em me afastar das únicas pessoas que eu possuo algum convívio? 

Encaro o reflexo no espelho e respiro o mais fundo que posso. O melhor seria encarar a veracidade dos fatos: Estou presa, impregnada, por todos os lados, por minha carne que clama, sofre e exige. Não há o que se fazer, além de parar com sonhos de garotinha boba.

Desço as escadas de modo moroso; discrepante das vezes que minha fome é imensa e eu quase tropeço nos próprios pés. Deslizo os dedos pelo corrimão recém-polido, firmando meu olhar na feição morta de Mandy, ao fim dos degraus. O silêncio é alarmante, entretanto, eu não esperava uma recepção calorosa de minha mãe. Na verdade, antes mesmo que eu questione o motivo de sua provável fúria, recordo-me que devia ter feito o jantar. Tremo dos pés a cabeça apenas em imaginar se a mesma me colocaria no buraco por isso.

— Sente-se. — de tom grosseiro, seu dedo indicador aponta para a mesa provida de pães e sopas. Seus olhos refletirem fogo é o suficiente para fazer com que eu cumpra sem pestanejar.

— Papai não jantará conosco? — interrogo por força do hábito, visto que nunca realizamos uma refeição sem o mesmo, por mero costume entre nós.

— Ele foi atender a um carro que acabara de estacionar na frente do Motel, temos clientes. — exprimindo ironia, os resíduos de bom humor desfazem-se quando tal frase é proferida. Não entendo como não se alegra com a notícia, em conclusão de não possuirmos cliente há um tempo gradativo; complicando assim em financiar despesas. De qualquer forma, não sou capaz de muita coisa, em razão de ser proibida de trabalhar.

— E por que estamos jantando tão tarde?

— Porque, como está ciente, eu chego muito tarde do trabalho. Também sabe que é tarefa sua cuidar da janta, mas assim que abri aquela porta, você ao menos nos esperava na sala. O que fez o dia todo, Selena? Quero dizer, além de dormir como uma porca preguiçosa?

Após sua fala, a colher de prata, que antes carregava o líquido quente até os meus lábios, é derrubada ao chão. Uma risada frívola e exagerada de minha irmã complementa ainda mais meu constrangimento. Embora esteja acostumada com sua ignorância, não há como me sentir bem após suas palavras arrogantes.

— E-Eu... — gaguejo com um nervosismo extremo. Detesto me sentir exposta e vulnerável, pois a expressão de ambas as mulheres me dão um desconforto anormal. — Eu li um livro, organizei meu quarto, limpei os móveis da biblioteca e treinei um pouco no piano.

Não minto; fora somente isso que consegui fazer devido a minha febre imprevista. Conquanto, outrora eu cause desrespeito, trato de imediato recompor-me limpando a garganta e sentando corretamente. Sem deixar abalar, prossigo tomando minha sopa quente, que com o frio existente, se torna a circunstância mais agradável de meu dia.

 — Tirei minha nota máxima em literatura hoje. — Vitória expõe, inflando o peito para representar total orgulho de sua conquista. Além do sorriso ofensivo, dando leves impressões de provocação. Nada obstante, fico feliz por ela em segredo. E não a culpo; conseguir uma pontuação alta em alguma matéria que nunca se foi boa, por mérito próprio, deve ser espetacular. Eu apenas nunca desfrutarei desta sensação.

— Muito bom. — mamãe, sempre curta, cessa o assunto que eu mantinha a expectativa de ser o foco. Gostaria de falar sobre qualquer coisa além de mim. — Mas não me disse Selena, por que dormiu tanto quando deveria ter feito suas tarefas?

— Não me sentia bem. Estou com febre e talvez um resfriado. — replico, desgastada com toda essa atenção excessiva aos meus atos.

— Bobagem. É apenas uma desculpa para livrar-se dos afazeres. — seu tom é elevado, recolocando um sorriso sínico no rosto de minha irmã. — Você não entende que tudo o que eu exijo é para seu bem. Você me condena por não te deixar sair...

— Não gosto de viver trancafiada, ninguém gosta! — minhas veias pulsam por debaixo da pele ardente, meu nariz arde como um indício corporal que vou desabar em choro a qualquer segundo. — Eu nunca saí daqui, durante todos os meus dezoito anos. Óbvio que quero ir lá fora, equivalente a qualquer pessoa normal. Quero ver como é o mundo, se é tudo tão maravilhoso como nos livros.

— Que otária. — Vitória solta uma gargalhada alta. Eu me sinto uma idiota.

— O mundo não é maravilhoso, Selena. — sua ágil cortada causa um ar tenso. — Exatamente por isso te quero aqui, protegida de tudo aquilo que possa te tirar de mim.

— Mas a Vitória... — antes que eu pudesse usar a caçula para minha defesa e argumentação sobre direitos iguais, mamãe finaliza qualquer frase que saia de minha garganta:

— Ela está pronta, você não. Não creio que seja responsável o suficiente para dar conta de si.

Neste instante, lágrimas inundam minhas escleróticas, tornando a visão ampla das duas mulheres a minha frente, turva.

Eu não consigo compreender. Eu respeito os meus pais, a única família que eu tenho e os únicos humanos com quem eu mantenho um contato direto. Apresar de suas grosserias e falta de empatia, continuo respeitando-os. Sou responsável com as tarefas de casa, deixo tudo impecável — menos hoje, que me senti doente —, então, por que não tenho o direito de viver minha vida? Nunca compreenderei a tamanha injustiça que há entre nós. Por que Vitória tem autoridade o suficiente para ir à escola e passear quando bem entende, apenas com dezesseis anos? Eu tenho dezoito e nunca fui permitida pisar fora do Motel Califórnia. O quão ruim isso parece? Afinal, ela também é filha deles, merece qualquer proteção que julgam me dar.

Será que há filhos que passaram o mesmo que eu? Pergunto-me isso todos os dias. Entretanto, qualquer que fosse a resposta, seria assustador.

— Se me dão licença, perdi o apetite. — com uma face mal humorada, abandono a mesa sem fazer questão de retirar meu prato ou talheres.

No fim, sei que não vale a pena desperdiçar tempo forcejando para que mamãe entenda os meus pensamentos e o meu coração. Sempre acabará com uma semana de silenciosa entre nós, um clima horrendo para mim, que convivo tão sozinha. Acabo por tolerar que não há outra saída.

Antes que mais uma palavra fosse aclamada, meu pai abre a porta depressa. Seu ar sobrecarregado e inquieto sugere que algo está muito errado. Sem que eu possa questionar, o mesmo dirige a palavra para Mandy, que compartilha de sua angústia momentânea. 

— Amor, precisamos conversar, a sós.

[...]

Estou devotada a meus joelhos feridos, enquanto choro desesperada. Tudo é escuro, se assemelhando a um borrão caliginoso. Eles disseram que eu estava no castigo. Eu ouço sirenes de polícia e vozes de várias pessoas, mas tento ignorar, porque há uma grande chance de serem ilusões da minha cabeça. Tento ao máximo não fazer barulho. Mamãe disse que se eu não gritar, me tiraria logo dali.

Sei que estou em um buraco, é tão apertado e assustador. Fica atrás do último quarto do Motel, sei disso pois brinquei diversas vezes próximo ao mesmo.

Por que papai me arrastou até aqui? O que eu fiz de errado? O motivo seria eu não ter lavado aquela louça? Será que ele descobriu que quebrei um vaso da sala?

— Mamãe? Papai? — com a voz já falha, choramingo sem forças para mexer qualquer músculo.

As vozes param.

De repente, sou retirada do pequeno buraco serrado. Os meus olhos agora ardidos, refletem a luz.

— Espero que tenha aprendido a lição. — Ricardo diz do modo mais frio que alguém expressaria uma frase.

 

Levanto depressa e coloco as mãos no coração. Tive aquele pesadelo outra vez, tão frequente como em todas as outras noites. Porém, o pior de tudo é saber que tal pesadelo é na verdade uma lembrança real de anos atrás, que desde então, me atormenta.

Não foi a única vez que eles me colocaram no buraco. Faz um tempo desde a última vez que fui para lá. Ainda tenho calafrios só de imaginar, ainda tenho aranhões causados pela estrutura áspera da lacuna e ainda consigo sentir as formigas picando meus pés. Um verdadeiro suplício para qualquer um, e mais um dos meus enigmas não decifrados. Nunca entenderei os motivos pelo qual meus pais agiram cruelmente. 

As pontas dos meus dedos tocam o piso gelado, uma vez que a noite ainda se resume em grandes trovoadas e chuva perseverante. Ando muito devagar, em busca de ir até a copa para beber um copo de água, do qual sempre me acalma dos sonhos sombrios.

Ao atravessar o corredor, consigo atentar um ruído no quarto de meus pais. Burburinhos, na verdade. Estão conversando até agora, e, por mais que eu saiba que não devo, esgueiro atrás porta.

— Não confio nele. — é papai quem diz.

— O que faremos então? O mataremos? Ricardo, não seja ridículo. — meus olhos esbugalham após ouvir essa frase com clareza. Pela primeira vez, sei que não é algo da minha mente turbulenta. 

O que Mandy quis dizer? Matar quem? Por que ela fala coisas tão medonhas?

— Deixaremos que fique, vamos tentar descobrir o que esse garoto quer.

Após um momento de silêncio, considero que alguém possa vir até aqui. Por isso, corro em direção ao meu quarto novamente.

Eu definitivamente estou com medo dos meus próprios pais.

E, em seguida a minutos agonizantes sem conseguir pregar o olho, reviro na cama com pensamentos cabulosos. Além da aversão a conversa ouvida, minha mente ocupa os mais relutantes dos pensamentos, que é a certeza de que logo minha irmã sairá de casa. O que me faz indagar: O que será de mim? Terei trinta anos, quarenta e ainda serei mantida em cativeiro, sustentada por meus pais? Que consequências isso irá me causar?

Lembro-me que certa vez mamãe alertou que se um dia eu saísse de casa sem permissão ou fugisse, nunca mais deveria voltar. Por mais frio que isso aparente ser, eu acredito em suas palavras. E ora, o que eu faria? Passaria fome? Ficaria sozinha? Não tenho a mínima noção da vida lá fora.

Tenho tantas perguntas... O que me apavora são as respostas.

Sento na penteadeira branca, um móvel clássico e antigo. Eu a adoro. Sempre passo horas me penteando, olhando o meu próprio reflexo e dizendo para mim mesma que tudo dará certo. É uma maneira perspicaz de enganar minha angústia. Com isso, eu passo os dias.

[...]

Manhã sempre fora meu horário predileto. Pode-se dizer que é o momento ao qual toda a minha família ausenta-se para seus devidos rumos e obrigações, tornando meu tempo recluso. Não é como se fosse tudo desagradável, sendo sincera, prefiro muitas vezes ficar desacompanhada. Eu tenho paz por algumas horas.

A ordem prevalente é de não sair de casa. Todavia,  não quer dizer que eu não possa explorar o jardim, até porque, bom, faz parte da minha casa, correto?

Dessa forma, calço meus chinelos azuis que uso para jardinagem. E assim que ponho meu corpo no exterior, sinto o frescor que um pouco da chuva deixou ao ar ontem à noite. Alguns pingos escorridos do telhado ainda caem conforme os segundos se formam, mas não é nada relevante.

Seguindo para detrás do grande casarão, sorrio após notar que minhas flores não foram destruídas com a tempestade. Importei-me com isso desde que acordei, e de fato, não via a hora de correr para tocar naquele mínimo pedaço de vida, com gotículas escorrendo pelas raízes das belas rosas, como faço agora. Sorrio após perceber que estão intactas.

— Graças a Deus, pensei que vocês haviam sido arruinadas com a tempestade. — falo e em seguida, dou uma gargalhada por ser boba o suficiente para conversar com plantas. 

— Ei! — pulo de susto quando ouço uma voz masculina clamar por trás de mim. Tenho receio em virar e dar de cara com um ladrão ou até um dos clientes, pois meu pai sempre deixou claro que não quer que eu fale com ninguém. Nunca. — O que está fazendo? 

Giro meus calcanhares e prendo a respiração. 

É um garoto... Jovem.

Não. Eu nunca vi nada igual. Nenhum príncipe criado por minha imaginação e nenhum modelo de revista se comparariam com a beleza deste rapaz. Parece ter sido esculpido por anjos, e não, não estou sendo exagerada. É belíssimo, que não consigo expressar em palavras.

— E-Eu... Estava... — penso em correr para me esconder. Meus pais ficariam muito furiosos se soubessem que eu estou conversando com um hóspede. Colocariam-me no buraco sem nem pensar duas vezes. — Desculpe, não posso falar com você.

— Mas já está falando. — então, ele sorri. Eu jamais pensei que um ser humano pudesse irradiar o sol com apenas um sorriso, de tão lindo. Suas mãos estão dentro do bolso da calça, e seu cabelo exala um cheiro magnífico de shampoo. Céus, ele é perfeito. — Essas flores são suas?

— São. — respondo seca, desconfiada de qualquer uma das suas intenções. Retiro cabelo do rosto, que insiste em cair ocasionalmente. 

— Como é seu nome? — eu realmente gostaria de lhe dizê-lo, mas me parece tão errado. — O meu é Justin. Você é a jardineira daqui? — jardineira? — Desculpe, espero não estar sendo inconveniente com minhas perguntas.

— Não está! — replico de maneira tão desesperada que ele arregala os olhos. — Eu sou...

— Selena! — Vitória grita de longe. As badaladas do meu coração se tornam tão frenéticas que por milésimos de segundos, parece que minhas pernas vão vacilar. Conforme seu corpo se aproxima, tenho uma clara noção que nada de bom está por vir. 

— O que faz aqui, Vitória? Não tinha ido para a escola? — nervosa, sinto minha mão suar de forma anormal enquanto o garoto assiste tudo, ainda parado no mesmo local.

— Esqueci meu trabalho de álgebra. — séria, ela direciona seu olhar para a terceira pessoa presente. — Quem é esse?

— Justin. Justin Bieber. — ele se aproxima para cumprimentar minha irmã, beijando as costas de sua mão logo em seguida. Sinto uma coisa estranha no estômago ao vê-la corar descaradamente. 

— É um prazer conhecê-lo. — seus pupilas brilham, se isso é mesmo possível. Talvez tenha percebido a beleza presente em todo o seu ser. Afinal, quem não perceberia? — Sou filha do dono, Ricardo. Deve saber quem é.

— Sim, eu sei. — seu sorriso agora é singelo, demonstrando ser um homem cauteloso. — Bom, eu tenho que ir. Estava indo pegar as minhas malas no meu condomínio.

— Malas? Pretende ficar por quanto tempo? — ela tira as palavras da minha boca, questionando-o aquilo que eu mais quero saber.

— Tempo indeterminado. — com uma segurança divina e sem tirar aquele belo sorriso da face, sua estrutura se afasta de acordo com sua saída educada. 

Tanto eu, como Vitória, estamos claramente surpresas com essa revelação.

O que o faz ficar tanto tempo aqui? O que ele quer? Espere, será que era dele que mamãe e papai falavam ontem a noite? 

— O que conversou com ele? Por que está fora de casa? Mamãe e papai ficarão sabendo! — sem esperar, sou bombardeada de perguntas da menina com a mão na cintura, tão estressada que fogo quase sai por suas narinas. 

— Eu estava cuidando de minhas flores, aquele garoto apareceu do nada, eu não tenho culpa! — tento explicar, mas que por sua feição desdenhosa, não adiantará de muita coisa. — Ora, por favor. Sabe o que eles farão comigo, eu tenho o direito de respirar um ar fresco.

— Se tem alguém aqui deve respirar algum tipo de ar fresco essa pessoa sou eu. Porque sou a filha preferida. Não importa se eles fazem parecer que você é tão preciosa aponto de ser extremamente protegida, pois sou eu quem está estudando, que vou me formar, sou eu que tenho amigos e vou aproveitar minha adolescência. Sou eu quem terá um bom emprego e viajará por todo o mundo, ao contrário de você, que viverá trancafiada aqui para sempre. E quando papai e mamãe morrerem, você será velha e sem estruturas, terá perdido toda a vida e homem nenhum irá te querer. Lide com isso. — ela passa a língua pelos lábios cobertos de batom, e passa por mim, empurrando meu ombro em seguida, em forma de provocação.

Eu não entendo como ela consegue ser tão cruel. Suas palavras são como facadas, por serem verídicas. É exatamente assim que será minha vida, um mundo sem cor.


Justin Bieber POV.
12h14min PM.

Adentro o recinto vago, agora vazio, soando nada mais que o homogêneo som da respiração da moça e o impacto que a vassoura faz ao tocar no chão encardido. Sem mais delongas, clamo atenção para minha presença limpando a garganta. A garota de olhos azuis, direciona seu olhar para mim de imediato.

— Justin, que bom que está bem. — seu sorriso é reluzente, retribuo agradecido, devido a sua preocupação extensiva.  — Ainda não abrimos.

 — Na verdade, eu vim falar de uma garota, a que mora no Motel. — sou direto, deixando claro a forma que me deixou intrigado o fato de uma quarta pessoa está presente na história. 

— Ah, Vitória Gomez. Ela é filha dos donos, uma sujeitinha bem egocêntrica pelo que ouvi dizer. 

— Não, estou falando de outra garota, acho se chama Selena. — depois que minha frase é concluída, sua mão treme e solta a vassoura. E de meio temível, ela diz:

— Não existe nenhuma Selena.

 

 

 Não tem tempo para o amor, não tem tempo para o ódio

 Não há drama, não tem tempo para jogos. Uma garota forte cuja alma dói.

 — Big Girls Cry


Notas Finais


Oi gente ♡ Antes de mais nada, quero dar uma explicação para meu sumiço.
Bom, eu usava o computador do escritório, que era ótimo, mas o meu pai retirou de lá e eu tive que esperar ganhar um notbook novo. Já estava com ele há umas duas semanas, mas quando ganhei foi exatamente na semana de testes, depois veio as provas, trabalhos, mini teste.... Ou seja, com tanto estudo acabei me enrolando. Mas tratei de escrever quando minha rotina acalmou, desculpa mesmo a demora.
Ah, Blue Ridge será atualizada, além de mais duas fanfics novas que virão por aí, hein?
E mudando de assunto, espero que tenham entendido algumas coisas sobre a Selena. Seu dia-a-dia, o modo como é tratada e feita de prisioneira, além das regras (absurdas) impostas a mesma. Mesmo assim, ela é um amor de pessoa. Sei que pode parecer confuso agora, mas tudo tem um motivo. Por enquanto, ninguém além da família sabe de sua existência.... e Justin.
Faço questão de ressaltar o fato de que Vitória será sim interessada no Bieber, mas isso deixo para vocês verem no decorrer da história. Ela só tem dezesseis anos e é uma garota bem invejosa por não receber tanta atenção que acha que está sendo transferida a Selena. Trarei depois de dar um foco especial na relação das duas. Sua personagem é interpretada pela atriz Victoria Moroles (ficarão surpresos com a semelhança dela e da Selena), mas eu deixei o nome Vitória, pois a irmã da Selena na vida real se chama assim.

Victoria Moroles (Vitória Gomez) : http://imgur.com/a/vWkjA

Prestem atenção nos detalhes. Juntem as peças. Ainda terá muita coisa para acontecer.
Por hoje é só. Fiquem com Deus, até a próxima!!


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