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História Motel Califórnia - Convite para você.


Escrita por: soberz

Notas do Autor


Perdoem minha demora (sem esquecer das notas finais).
Boa leitura :)

Capítulo 3 - Convite para você.


Fanfic / Fanfiction Motel Califórnia - Convite para você.

Suas orbes azuladas declaram certa periculosidade a frase anteriormente enunciada. Suponho que em minha feição nada discreta, esteja estampado, metaforicamente falando, um enorme ponto de interrogação. No momento, tento reagrupar meus pensamentos para o raciocínio lógico seja executado, pois foi perdido em meio as suas palavras incompreensíveis.

Como não existe? Achei que tivesse escutado com clareza quando a garota chamou a morena das flores de “Selena”. Sua beleza exuberante e nome excêntrico não me escapariam tão fácil.

— Onde ouviu esse nome, Justin? — ela questiona assustada, inerte de quaisquer movimentos desenvolvidos entre ambos nossos corpos.

— Eu acho que me enganei. — não a olho nos olhos perante minha mentira, devido ao fato de não querer expor detalhes que usarei em meu futuro livro ou até algo mais profundo e intenso, como desvendar assassinatos brutais. — Como sabe, aquele lugar é bem sombrio e instigante, se quer cochilei durante minha estadia no mesmo.

Menti outra vez.

Para ser sincero, dormi como um anjo, por assim dizer. Acontece que, por mais estranho que aquele homem tenha me aparentado e por mais que as pessoas falem com convicção sobre boatos não confirmados, minha mente jamais conseguiria acreditar em algo além da verdade bruta, da qual pretendo extrair. Uma vez que seja simples elaborar mentiras e fofocas por motivos pessoais, comerciais ou banais, ninguém mais do que eu, que sou um escritor até então consolidado na área da ficção, sei o quão bom é fabulizar fatos inexistentes e fazer as pessoas creem. Nesse caso, até descobrir o mistério que circunda o motel, irei apostar todas as minhas fichas na confiança plena de todos os participantes da história.

Dessa forma, despeço-me de Bárbara com um leve beijo na bochecha e um “até logo”. Não ousaria perder mais tempo, não agora que há uma verdadeira possibilidade de grande história. Essa é minha chance, não pretendo desperdiçá-la.

Com toda a ligeireza, circundo por um atalho até chegar de fato em meu apartamento. O forte cheiro de mofo misturado com whisky me causa náuseas. Tenho evitado ficar neste ambiente, por acreditar que as paredes azuladas e poucos móveis tornem-me prosaico, além da sensação de solidão que inunda meu peito quando estou trancado em um espaço tão pouco familiar, o que me deixa vulnerável a bebidas.

Faço algumas malas, pegando o máximo de roupas e materiais que penso utilizar, para convencer a Ricardo que fui mesmo despachado.

— Mas e os móveis? — questiono-me. Talvez, se perguntarem, direi que a mobília vinha junto com o apartamento, para não restar dúvidas. Mas se não perguntar, nada falarei.

Aproveito para tomar um banho duradouro, aproveitando uma última vez a água quente do meu chuveiro, uma vez que a do motel é extremamente gélida (algo que talvez me incomode). E, depois de me satisfazer com um simples sanduíche como almoço, eu torno a voltar para a estrada, cheio de expectativas, dúvidas e perguntas rondando por minha mente imperativa.


Selena Gomez POV.
13h43min PM.

Sentindo-me muito tonta, paro de vagar o perímetro curto da sala, suplicando mais uma vez para que Vitória largasse o telefone em suas mãos finas. Ela ligava para papai, na intenção de entregar o meu curto diálogo com o hóspede novo, sabendo que esse ato me custaria muito. Não adiantara qualquer desculpa, clamor ou pedido de compaixão, a garota apenas mantinha seu sorriso diabólico nos lábios, aguardando ansiosamente por uma voz na outra linha, como quem aguarda o final estupendo do seu livro predileto.

— Por favor, irmã, tenha dó! — com ambas as mãos juntas, faço gestos de quem há de rezar aqui e agora. — Você vai perder sua aula, por que faz isso?

— Dane-se a aula. Acha mesmo que vou perder a oportunidade de ver a bronca que você levará? Ou uma surra, o que é bem mais provável. — sua feição perversa só me faz crer que sua alma é podre. Não sobram resquícios de empatia no ser da menina, nem um pouco. — Alô? Pai?

Estou perdida. Completamente perdida.

Enjoada, sento no sofá quando o ar me falta. Não consigo ouvir nenhuma palavra, a não ser no momento em que Vitória diz que nosso pai está a caminho. Nem isso é capaz de me fazer mover do lugar. Intacta, reluto contra meus próprios pensamentos do que aconteceria em seguida. Algo bem ruim, suponho.

Quinze minutos de agonia. Papai logo estava à beira da porta, com seu ar medonho transparecendo raiva, seguido de piscadas rápidas, das quais se concluem que o nervosismo está presente. Tento não passar uma imagem culpada (em vão), enquanto a expectativa de Vitória aumenta a cada passo dado por Ricardo, que vem até mim com firmeza, esperando que, talvez, eu fale alguma coisa.

— O que diabos está acontecendo? — ele questiona, imóvel.

 — Ela falou com um hóspede, e... — afobada, a caçula se pronuncia com gestos exagerados, prontamente para me dedurar e dramatizar toda a situação. Como sempre.

— Cale a boca! — surpreendo com tal fala vinda do meu pai. Minha irmã, idem. — Você falou com o moço de cabelos castanhos? Ele te viu?

— S-Sim, mas não foi nada demais! Eu juro. — tremendo, o que se passa na minha cabeça são recordações insistentes de todas as vezes que papai e mamãe disseram: “regra número um: não fale com ninguém”.

— Disse seu nome?

— Não, mas Vitória chegou me gritando, ele provavelmente sabe. — encaro o vaso estampado em cima do centro, forçando o cérebro para lembrar-me de todos os detalhes. De fato, não consigo conter meu encanto com o rapaz, sua beleza é deveras inegável.

De repente, a sala fica em silêncio. Queria saber o que passa nas mentes dos indivíduos. Vitória, deve estar impaciente com a demora do meu castigo, que para ela é um show da qual não pode perder, a fim de que meu sofrimento causa-lhe prazer imenso. Algo psicótico. Já meu pai... Bem, esse é dono de minha total curiosidade.

— Vitória, quero que me faça um favor. — diz, esfregando os dedos grossos na barba mal feita.

— O quê? — sua voz sai fina e aguda, semelhante a um resmungo.

— Chame o hóspede Justin Bieber para jantar conosco esta noite, diga que eu insisto. Não saia sem um “sim” como resposta, ouviu?

Tanto eu, como a garota a minha frente estamos perplexas.

— Como é? Vai chama-lo para jantar? Por quê? Como assim? — as perguntas feitas por elas são as mesmas que eu faria, caso não estivesse tão vulnerável e assustada.

Não faz sentido. E sinceramente, me assusta um pouco. Ninguém pisou aqui além da minha família. Também, o que foi conversa estranha que eu ouvi ontem à noite? Falavam sobre ele? Foi apenas um sonho? O que ele planeja, afinal?

— Sem mais perguntas! Faça o que eu digo e pronto.

— Ela vai se safar assim? Sem mais nem menos? — indignada, a adolescente se pôs a fazer birra e bater o pé, como se a maior injustiça do mundo estivesse diante dos seus olhos.

— Vitória, já não aguento mais ouvir você falar. Cale-se, antes que eu dê um castigo para você por estar faltando aula. Aliás, não precisa nem ir mais para a escola hoje, apenas espere o garoto chegar e faça o que mandei. — irritado, sua fala é determinada. — E Selena, seu castigo será preparar todo o jantar. Espero que esteja bom, pois não queremos desapontar nosso convidado. Ah, e sem pisar para fora dessa casa até lá, ouviu bem?

Balanço a cabeça depressa, aliviada e feliz ao mesmo tempo. Não teria castigos, nem físicos, nem torturas psicológicas. Sem tarefas excessivas. Apenas um jantar, que bem, me animava ainda mais.

Quer dizer que eu o veria outra vez. Nunca me senti tão feliz em toda minha medíocre vida.


Justin Bieber POV.
15h47min PM.

Exausto, finalmente consigo contemplar os letreiros — dessa vez, apagados — do Motel Califórnia. Estaciono no mesmo local da noite anterior, e, minha mente já calcula os próximos passos que darei enquanto permanecer aqui. Penso em fazer uma busca pelo local, a procura de pistas ou algo do tipo, ou então saber mais sobre Selena, a garota das flores. Creio que ela seja uma peça fundamental nesse quebra-cabeça complexo. Sinto uma conexão com a tal, seu mistério realmente me fascinou de maneira incomum.

Ao retirar a primeira bolsa da mala do carro, percebo que a moça (provavelmente Vitória Gomez), está sentada na calçada do lugar. Ela desfruta da própria imagem em pequeno espelho redondo, retocando um batom em seus lábios, uma cor bastante forte para uma menina tão jovem, em minha opinião. Dá para notar sua incrível semelhança com Selena, o que me leva diretamente a um parentesco entre as duas. Deixando tudo ainda mais estranho, pois para a sociedade, a única filha do casal Gomez é a mesma. Seria uma prima, talvez?

A menina levanta-se, com um sorriso largo na face e anda em um rebolado frenético, vindo em minha direção com um ar confiante. Retribuo o sorriso, arrebatado com o que tem a me dizer.

— Olá. — anuncia e, logo após, encosta-se no carro, cruzando os braços. — Estava louca para falar com você, de novo.

— Algo em especial? — pergunto, ainda mais estimulado por seu tom sedutor. Isso fica cada vez mais interessante.

— Na verdade, sim. Quero fazer uma pergunta e não posso ter um não como resposta. — ela observa cada movimento que eu faço retirando todas as bolsas da mala. — Uau, pretende ficar por muito tempo mesmo, hein?

— É, talvez. Não tenho uma data exata. — continuo, querendo que ela faça a pergunta que me intriga. — Então, quer me dizer o que veio questionar?

— Hmmm, certo. Mas antes, deixe-me te ajudar a levar essas milhares de coisas para seu quarto, assim não precisa voltar. — provocativa, pega sem mais nem menos meus pertences, disposta a auxiliar meu transporte de coisas.  

— Tudo bem. — digo.

Regressando ao cubículo que seria minha “casa” por um tempo, despenho rapidamente todas as malas no chão e retiro ainda mais rápido as que estavam em sua mão, consumido com a impaciência da resposta demorada. Consigo sentir que a garota gosta de joguinhos, fareja-se de longe seu ar manipulador.

— Então... — tento incentivá-la, já que seus olhos grandes e castanhos são focados em mim a todo o momento. Ela parece hipnotizada, e, eu desejo saber o que passa em sua cabeça.

— Bom, eu vim fazer um convite para você. — enrola um pedaço de cabelo nos dedos pequeninos e morde levemente o lábio, uma ação totalmente proposital. — Quero que jante conosco esta noite. A ideia foi do meu pai, mas óbvio que a mais animada sou eu.

— Eu iria adorar! — respondo firme, visto que tal proposta é de tamanha conveniência para mim. Um tanto quanto estranho e espantoso, se considerar os fatos, mas, muito conveniente, se considerar minhas intenções.

— ÓTIMO. — responde exagerada, mas logo tomando novamente a serenidade particular. — O jantar sai às sete. — com uma voz sensual, dá sua última olhada para mim, antes de deixar o espaço.


Selena Gomez POV
18h51min PM.

Eu tenho absoluta certeza que nunca ficara tão contente como hoje.

Até minhas bochechas, lisas e brancas, doem de tanto sorrir. Chega a ser cômico. Dou rodopios incansáveis, cantarolo sem motivos, sentindo-me cada vez mais ansiosa para encarar seus olhos castanhos, sentir seu cheiro deleitável e ouvir sua voz suave.

Justin, Justin Bieber. O nome do rapaz consegue ser tão bonito quanto o próprio. Gostaria tanto de saber seus interesses, passatempos, lugares do qual já visitou, do que costuma ouvir, pratos do seu agrado, coisas preferidas, tudo. Até que o mais simples dos fatos sobre o mesmo, seria de extrema importância para mim. Algo bobo, talvez até exagerado de minha parte, mas que não consigo conter, e nem quero.

— Selena! Que bagunça é essa? O que está havendo? — mamãe chega como um furacão na cozinha, com uma face abatida, correspondente a um dia cansativo no trabalho. Porém, nem seu humor grosseiro seria capaz de fazer-me sentir infelicidade. Não hoje.

— Oh céus, que horas são?

— Quase sete horas, por quê? Por que quer saber das horas? E por que você fez Emapanadas e burritos? — ela observa toda a copa, cercada de pratos empilhados na pia, manchas de comida no balcão, mais panelas do que o habitual. O que a deixa mais confusa com toda a circunstância. Não sou capaz de responde-la, por estar ocupada checando (mais uma vez) a massa da tortilla, pois tudo deve estar perfeito. — Pare já de rodar como uma barata tonta e explique-se, Selena Marie Gomez!

— O papai não te contou? — retiro o avental sujo de geleia das emapanadas, sem ofuscar tamanho sorriso do rosto. — Ele convidou o nosso hospede para jantar, não é um máximo?

— O-O que? O seu pai... Ele ficou louco? — berra, descontente com minha fala anterior. Seu semblante de pura fúria causa-me um frio no estômago. Tenho medo de ela o convencer a cancelar a refeição, o que não seria difícil, já que não se sabe o motivo especial para Ricardo ter feito tal irregularidade.

Entretanto, antes que eu pudesse acalmá-la, sua figura desaparece do meu campo de visão. Não perco mais tempo, corro para me arrumar, ou pelo menos, tomar um banho rápido e estar apresentável na hora que o rapaz surgisse.

[...]

Apenas duas borrifadas de meu perfume adocicado são o suficiente. Encaro o reflexo do espelho, penteando meus cabelos negros e longos. Uso o meu melhor vestido, um vermelho rodado de flores brancas, do qual nunca havia experimentado, para dizer a verdade. Eu esperava para uma ocasião especial, e bem, esta é uma ocasião especial.

Desço depressa, extasiada com a situação tão emocionante e diferente. Jamais pensei que isso estaria acontecendo, jamais pensei se quer que fosse conhecer outra pessoa que não morasse nesta casa. É algo único, muito mais do que um dia sonhei. 

Ao cessar minha disparada no último degrau, percebo cochichos dos meus pais, vindos da sala de estar. E, mais uma vez, pego-me tentada, ouvindo escondida:

— Onde estava com a cabeça? Chamar esse garoto para jantar conosco, na nossa casa! E Selena? O que ele irá pensar? Se fizer perguntas? — é mamãe quem diz, com uma alta tensão no timbre.

— Então nós a responderemos. Ele já a viu, Mandy. Confie em mim, esse jantar é mais que intencional. Confie em mim.

Franzo o cenho, sem ter tempo de raciocinar, porque quando menos espero, a campainha é tocada. No mesmo instante, as badaladas do meu coração se tornam audíveis, minhas pernas tremem e eu encontro-me numa sensação diferente de todas as que já senti.

É ele.


 

Estive pensando em você. Eu ainda posso ouvir sua voz.

Eu não tenho escolha, pois eu estou aqui sozinha e sei que não consigo esperar até você chegar.

— Thinking Bout You

 


Notas Finais


Oi meu povo lindo. Sentiram falta?
Eu sei, eu sei. Eu demoro demais. Mas dessa vez eu realmente pensei em desistir das minhas histórias. O QUE NÃO VAI ACONTECER. Eu percebi o quanto escrever me fazia bem, o quanto eu gosto, é algo tão particular e parte de mim. Nao quis abrir mão e nem vou, pelo menos, não agora. Vou continuar escrevendo, e o que me deixa ainda mais motivada é o comentário de vocês. Portanto, comentem o que acham, sempre.
Desculpe-me por esse capítulo paradinho, mas eu estava ansiosa pra postar logo, então o próximo eu faço maior. Ah, e a Victoria/Vitória é a que está na imagem do capítulo. Ela é muito parecida com a Selena, não? rs.
E vocês podem perceber o quanto a Selena é bobinha, muito preciosa pra esse mundo. Ingênua demais. Ela está extremamente feliz porque finalmente ela vai dialogar com alguém que nao seja da familia chatonilda dela, imagine só dialogar com um gato desses! Eu estaria pior!
Bem, é isso. Vou deixando por aqui. (e aos blue ridgefãs de plantão, eu vou atualizar sim a fanfic o mais rápido possível).


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