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História As flores de um Jardim de Sangue (Hiatus) - Dúvida


Escrita por: Camprella8

Notas do Autor


Essa é uma história que comecei a fim de ser diferente das outras, e também ser uma original que tirei de lugar algum. Porém, é uma história inspirada em algo obscuro e misterioso. hua! >3

Capítulo 1 - Dúvida


Fanfic / Fanfiction As flores de um Jardim de Sangue (Hiatus) - Dúvida

Desde o começo...

“Quando era pequeno eu me distanciava dos outros, ou os outros se distanciavam de mim”?

Essa questão me perseguiu e me aterrorizou por anos, a resposta nunca chegou, é claro, até pelo menos eu ter idade para entender.

Meus cabelos negros e olhos azuis acinzentados nunca foram muito convidativos e eu em si não tive uma face muito agradável, eu era um pouco tímido, ou melhor, muito tímido, e nunca consegui amigos por conta própria, eu sempre esperei, pra ser sincero, e esperei muito. Anos e mais anos vão passando e eu entendo a minha solidão, “eu sou esquisito”, pensava toda vez que lembrava de como agi, dos pequenos cumprimentos que ignorei por “raiva” da eventual solidão que me ocorreu. Mas essa raiva não era aquele tipo de raiva, o de odiar e desejar maldades aos outros, porém essa raiva se tornou a própria maldade, e a grave doença.

 

A calamidade de minha vida foi esse problema, apesar disso, essa poderia ser classificada como a melhor coisa que aconteceu em todos esses anos, a destruição que iria causar, a tristeza que viria em consequência, só que a tristeza não era minha, claramente.

 

A tal psicopatia...

É o que muitos da minha espécie têm, e se orgulham de ter, eu pelo menos sou assim. Cheguei aos vinte e sete anos nesse deleite sádico, que em si havia começado aos meus dezesseis anos, aquela idade em que tudo a sua volta quer te matar psicologicamente, até mesmo você se destrói com desilusões e mentiras, além de vilões criados pela sua recém matura, ou não, mentalidade, e as famosas crises estéticas, onde você se desmantela por não ser o que a mídia e as tendências populares querem.

Eu não compreendi tudo isso na época, não me achava feio nem nada do tipo, eu era neutro nesta situação, mas os outros entendiam a minha comum existência como uma doce vida de torturas, eu estive sendo condenado pela minha aparência, e não pelo meu ser, e acabei sofrendo de diversas formas, com violência verbal e algumas únicas e poucas vezes físicas. Porém, isso não foi tão danoso para minha saúde mental, ou pelo menos era o que eu achava.

Comecei a odiar tudo a minha volta a partir desses dezesseis anos, tudo, literalmente, barulho, pessoas, lugares... Era horrível, e algo crescia dentro de mim, algo sem descrição, no momento.

Entretanto, eu soube o que era.

Eu estive alimentando um amor doentio pela cor vermelha, aquele vermelho que vem de dentro de nós, e pelo branco também, a pele alva que chegava a um estado mórbido. E fui cruel com a primeira garota que me cativou e que havia sentido o mesmo por mim, seu nome era Victoria.

Ela era linda demais, pura demais...

Ela me fitava de uma forma tão precisa que era claro que aqueles olhos castanhos eram apenas meus, sua feição era viajada, estava com um olhar sonhador e de certa forma longe desse plano astral, o que me atraia muito.

Eu enxergava nela um vicio, uma coisa que não consegui explicar a mim mesmo e que se tornara tão importante que nada podia me chamar atenção nesse tempo. Contudo, cogitei em ignorar todos esses sentimentos, visto que eu realmente estava inseguro quanto a essa questão.

Mas Victoria era mais rápida que eu. Mal sabia o que fazer a respeito disso tudo quando ela deixou aquela postura viajada e veio falar comigo, que estava tentando focar em qualquer outro ser sem ser aquela maravilhosa garota. Ela se sentou ao meu lado e tentou olhar em meu rosto, e ao encontrá-lo ela se surpreendeu, deixando um curto e animado “olá”, seus olhos focados nos meus.

Eu travei, não falei nada e apenas a examinei, não sabia o que fazer. Ela então, disse “me desculpe, fui muito direta, não? Rindo logo depois. Aquele sorriso dela, aquela risada gostosa de se ouvir, poderia sequestrá-la rapidamente e fazê-la apenas minha, foi isso que veio em minha cabeça, naquele instante, mas não fiz o que meu instinto queria.

Ela continuou a falar, era uma pessoa extrovertida, se apresentou, me perguntou várias coisas, mas só depois se lembrou de perguntar meu nome. “Leonard Blanch”, eu disse a ela. Victoria disse a mim que era um nome bonito, eu agradeci friamente, é estranho admirar alguém tanto assim e tratá-la tão mal de inicio, não? Porém, o resto de nossa relação não foi assim.

Acabamos pegando contatos um do outro e se gostando mais e mais durante esse período, só que o meu gostar era diferente do dela. Passaram-se semanas desde que nos conhecemos, ela havia se apaixonado completamente por mim, e eu por ela, sendo que tudo que fizemos foi passear por aí e visitar a casa um do outro, mas então, o triste destino de Victoria estava por vir.

Era um dia ensolarado e nós estávamos sentados no sofá de sua casa, sentia o doce aroma das flores que decoravam a janela e tudo que havíamos feito até então era ouvir as músicas que tocavam no radio, sem conversas aparentes para serem trocadas. Seus pais não estavam presentes, achava impressionante o fato de estarmos juntos a tanto pouco tempo e eles já confiarem em nós a ponto de nos deixar sozinhos, dois jovens de dezenove anos, porém, não eram com aqueles tipos de intenções que eles deviam se preocupar, não seria ousado o suficiente para fazer tal vulgaridade, mas sim, algo que pode sim ser considerado pior. Já Victoria pensava diferente, por mais que fosse uma garota pura, havia algo nela que era desafiador, aventureiro e corajoso. Ela me puxou pelo braço e correu para as escadas, subindo-as como uma criança a brincar de pega-pega, eu fui junto a ela, correndo de uma maneira um pouco ameaçadora, que se assemelhava muito a um urso ou a um leopardo em duas patas, e ao avistá-la rindo em frente a porta de seu quarto, eu peguei ela pela cintura e levei-a em meu ombro até a sua cama, que era de casal, onde eu a joguei.

Victoria ria muito, seu rosto já estava vermelho em consequência e eu apenas subi em cima dela analisando-a com um pequeno sorriso no rosto. Eu passei levemente a mão nas bochechas dela, sentindo sua pele macia, ela olhava atentamente para mim, seus olhos naquela mesma emoção sonhadora, parecia tentar adivinhar o que pretendia fazer. Aproximei lentamente meu rosto ao dela e sussurrei em seu ouvido, “me desculpe”, rapidamente pegando em seu pescoço e apertando-o com a maior força que tinha, passaram-se dois minutos no máximo e sua respiração havia parado, Victoria estava morta a minha frente.

Apesar do que tinha feito, eu não me desesperei, apenas a posicionei corretamente em sua cama e a cobri, fazendo a cena de que estava dormindo, e saí, colocando um bilhete sob a mesa de jantar, “Victória quis ir para a cama mais cedo, pois estava com febre, então achei melhor ir embora”, mas levei a copia de sua chave, ela não ia precisar mais mesmo.

Depois disso ouvi dizer que descobriram que estava morta, obviamente, e até decidiram me questionar sobre algumas coisas, houve uma grande investigação sobre isso, as possíveis marcas no pescoço não ajudaram em nada, já que fiz o possível para não marcá-la em si, e não houve realmente um jeito de me culpar sobre a sua morte, afinal, eu sempre mostrei ser um bom rapaz, sempre fui uma pessoa muito simpática e gentil, nunca levantei qualquer suspeita sobre o que queria com Victoria, nem mesmo aquela curta e rápida interrogação, que fiz o possível para parecer abalado, levantou suspeitas contra mim.

O que senti quando a enforquei cruelmente? Apenas o que gosto de chamar de “êxtase”, e uma grande adrenalina. Achei lindo, quando no momento em que peguei em seu pescoço, ela começou a me empurrar de uma maneira tão dramática, como em um verdadeiro filme, seus olhos cheios de lagrimas e suas mãos me arranhando no desespero. Essa imagem ficaria eternamente em minha memória. Porém, queria mais que isso, da próxima vez tentaria algo mais marcante, algo que mostrasse mais daquela emoção que minha querida Victoria mostrou no momento de sua morte, foi isso que pensei e continuei pensando desde quando comecei a planejar a risca tudo que iria fazer durante esses anos.

E foi assim que me tornei o monstro que nunca achei que seria.


Notas Finais


De inicio não achava que isso seria parecido com alguma coisa, mas atualmente é parecida com a fanfic de uma amiga minha. Foi praticamente uma coincidência pois na hora que estava escrevendo não me veio na cabeça a história dela, e me sinto muito mal ao perceber isso. ;-----;

(Caso haja dúvidas, a história dela é essa aqui: https://spiritfanfics.com/historia/o-pianista-6370735)


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