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História As flores de um Jardim de Sangue (Hiatus) - A Senhorita Escorpião - Parte 1


Escrita por: Camprella8

Notas do Autor


Tive inspiração, agora que venha o 14°.
Esse capítulo é sobre raiva e creio que será bem diferente do habitual.
Boa leitura!

Capítulo 14 - A Senhorita Escorpião - Parte 1


Fanfic / Fanfiction As flores de um Jardim de Sangue (Hiatus) - A Senhorita Escorpião - Parte 1

Até que ponto somos capazes de esconder nossos sentimentos?

 Uma pergunta básica, porém, de natureza complicada, cada pessoa tem seu limite, levando em conta ainda as condições de sua noite de sono, do seu dia, da sua noite e até mesmo da maneira na qual acordou. Eu não sou um bom exemplo de alguém que consegue guardar alguns sentimentos por muito tempo, sou explosivo, em alguns pontos, apesar de dizer que não me expresso muito facilmente, a raiva é um sentimento que se sobressai facilmente, tanto pelo meu olhar quanto pela minha postura e outros sintomas, como tremedeira em excesso e/ou “tiques” impulsivos.

 Claro, muitas pessoas têm esse tipo de reação em relação à raiva, porém, em mim isso já foi apontado como “por pouco completamente evidente”, e, para completar o raciocínio, devo adicionar que assim como há pessoas que sofrem com a raiva, há pessoas também que vivem para causar essa emoção nos outros.

 Conheça a “Senhorita Escorpião”, Camellia Moore, uma mulher rica, sempre de vestimentas que mostram que quer seduzir a todos, de cabelos castanhos escuros e olhos âmbar.

 De inicio, achei que aquele rosto angelical misto de pureza e malicia mostrasse que aquela mulher seria mais uma das minhas princesas, julgando o livro pela capa, seu olhar sereno mostrava uma mulher responsável, porém, de certa forma ingênua, só que mal esperava eu, que em um baile de escola que fui obrigado a ir, estaria a mulher que mais me irritou em toda essa minha vida, mas cuja morte marcou até a minha alma.

 Lá estava eu sentado na mesa mais isolada daquele baile, ninguém ao meu lado, já que todos haviam saído para dançar, eu apenas alternava entre olhar os reflexos da luz nos copos de vidro e tentar observar fixamente uma única pessoa no grande salão de festas, então, em uma dessas múltiplas tentativas encontrei uma mulher de vestido colado, curto, e vermelho, seus cabelos castanhos escuros pegavam no meio das costas e o batom vermelho chamava minha atenção para seu rosto de aparência doce, apesar das pitadas de malicia que caiam sobre ele.

 Por mais que houvesse certa vulgaridade em sua vestimenta, que além de colada era um tanto aberta demais, combinava perfeitamente com ela, e como sou bem liberal quanto a essas questões, não vou julga-la como vagabunda ou qualquer expressão que seja pejorativo para lhe descrever. Esqueci-me da música alta do baile, que mais parecia uma balada, enquanto a analisava completamente, e então, quando eu menos esperava, seu olhar cai sobre mim, e com uma mudança ligeira em sua expressão, ela torna a conversar com a pessoa ao seu lado.

 Nesses momentos, acabo imaginando que nosso sexto sentido seria a habilidade de saber se alguém está nos encarando ou não, da maneira na qual ela olhou para mim, era claro que viu que estava a encarando, nos seus olhos âmbar vi uma mensagem, me senti livre para arquitetar mais um plano.

 Ás vezes, planos brotam como flores na primavera, de forma relativamente rápida, conforme os impulsos vão atacando, desabo como um veado que tem a má sorte de cair nas garras do leão, e sendo assim, vou deixar minha vida ser levada, a ponto de no final eu acabar sendo o leão da história.

 A persigo com meus olhos para onde quer que vá, não há ninguém ao meu lado para me atrapalhar, vou até o fim com isso, e mesmo que a perca, não sou tolo o suficiente para não encontrar uma mulher totalmente em vermelho.

 Enquanto continuava mantendo-a em meu campo de visão eu já até imaginava o que faria com ela, claro que devo imaginar suas possíveis reações e dependendo delas o final pode até ser alterado, porém, é sempre bom ter um objetivo certo, a história não termina se não houver um final.

 Mas ela é muito boa em me surpreender, eu me perdia nos meus pensamentos nesse momento, ela era a única coisa que ainda me prendia a realidade, seu sorriso se fez presente em uma imagem alucinante, como se apenas o vermelho de seu batom e vestido aparecessem em um mundo completamente cinza. E de forma rápida ela me manda um beijo, e volta a fitar sua acompanhante.

 Eu não me contive, já sorria de satisfação, e pretendia ser tão direto como ela estava sendo.

 Músicas passam, o baile termina e eu espero apoiado na mesa olhando para os confetes brilhantes no chão, logo vejo a ponta de seus sapatos vermelhos, rapidamente levanto a minha cabeça e dou de cara com aqueles olhos âmbar.

“Oi”. Ela diz com serenidade em sua voz.

“Olá. Gostou da festa”?

“Sim, vieram mais pessoas do que eu esperava, acho isso bom, e você”?

“Não muito, mas não que estivesse ruim, só não sou muito chegado a festas assim”.

“Entendo, mas talvez você não estivesse na companhia certa, você esteve sozinho a festa inteira praticamente”.

“É, mas mesmo assim, não gosto de festas assim”. Eu dei um sorriso leve para não parecer completamente rude.

“Você é uma pessoa mais calma então”.

“Posso afirmar que sim, barulho e som alto são meus inimigos”.

“Mas, do que gosta”?

“Silêncio”.

“Ah, ok”.

 Ficamos naquele típico silêncio constrangedor, no qual não falávamos nada apenas olhávamos para lugares aleatórios. Eu normalmente não me incomodo com isso, porém, a mulher ao meu lado parecia se irritar demais.

“Não vai dizer mais nada? Observou-me a festa interia para ficar sentado do meu lado”?

“Esperava que você puxasse assunto, já que veio conversar comigo”.

“Ah, mas sei lá, não se interessa por mim”?

“Sim, apenas não tenho costume de falar, sou mais um ouvinte”.

“Não se cansa de ouvir”?

“Claro, todos cansam um dia”.

“Então me diga mais sobre você”.

“Certo, sou o inspetor da escola que organizou e fez a festa, por isso vim, e se pudesse estava deitado em meu tapete nesse momento”.

“Nossa, que compromisso, hein”.

“Eu sei, superimportante”.

“Você é antissocial”?

“Antissociais são aqueles que insistem em descumprir regras, são contra a sociedade de forma geral”.

“Você é muito chato, deu pra entender por que é inspetor, deve adorar poder ser chato assim com os alunos”.

“Ser chato é apenas um hobby, minha querida, sou mais que irritante normalmente, pelo menos na visão do seu tipo de pessoa”.

“Hm, é autoritário”?

“Em diversos aspectos, não sei se estaria vangloriando a mim mesmo, mas quando os alunos escutam meus passos nos corredores eles já correm para seus assentos como se eu fosse matá-los”.

“Interessante, se bem que já é de se esperar julgando por essa sua cara de mau”.

“Eu sou o lobo entre os cordeiros”. Ri, ainda mantendo a postura.

“Estou até que gostando de você, desanimei um pouco ao falar que era um inspetor, já achei que era a pessoa mais desinteressante desse mundo”.

“Você é uma mulher muito desinformada quanto a essa escola, quem lhe convidou”?

“Ninguém importante, só uma “amiga” que trabalha aqui, ela acha que é minha mãe, e achou que eu me divertiria num bailezinho de escola, tá que foi bem organizado, mas não é nada comparado a outros que já fui”.

“Mas não devemos nos esquecer de que são adolescentes ainda, portanto nada de caprichos dos adultos, como bebidas alcoólicas, e etc.”.

“Por isso que é chato, alias a mulher que me convidou é a Judit, aquela velha extremamente religiosa, ela me viu e já falou ‘que vestido é esse menina? Deus está te vendo”! Ela imitou perfeitamente a Judit, ao discursar suas palavras.

“Também não gosto dela, sempre que me vê ela tem de dizer que há algo de errado comigo, que sabe dos meus pecados e tal, e vou ser bem sincero, não sou nada religioso, não preciso saber “quem” criou o Universo, não preciso saber que uma mulher saiu das costelas de um homem, posso esperar a ciência achar a origem de tudo e vou estar feliz”.

“Disse tudo, mas também não sou de ver muito sobre essas coisas da ciência, eu sou mais para: dane-se o Universo, a vida da gente é aqui na Terra”.

 Quando ela disse isso eu perdi um tanto de confiança, sua frase foi certa, de fato, nossa vida é na Terra, porém em meu ponto de vista, é um pouco ignorante não ter interesse pelo que há lá fora, já que caso ocorra um apocalipse não será exatamente a Terra que irá causa-lo. E, uma coisa quase irrelevante sobre mim, gosto da astronomia, falar sobre o Universo é interessante, apesar da explicação que dei a ela ter dito quase que o contrario.

“Entendo, o que faz da vida”?

“Não faço praticamente nada, meu pai é dono de empresa grande então nem preciso trabalhar”.

Pois bem, aqui estava uma genuína “filhinha de papai”.

“Caiu recentemente nas luxurias da vida”?

“Não, já sou antiga nesse negócio de luxuria”.

“Então você mora sozinha”?

“Sim, tenho a minha casa já”.

“Então tá, eu vou embora, por mais que seja sábado ainda, gosto de dormir, se quiser podemos nos encontrar na frente da escola qualquer dia”.

“Tem celular, tem né”?

“Infelizmente sim”.

“Nossa, que isso, não é tão ruim assim”.

“Pra mim é, toma, copia o número, odeio ditar”. Apesar de ditar a matéria para os alunos quando deixam matéria ás vezes.

“Ah, qual o seu nome”?

“Leonard Blanch, e o seu”?

“Camellia Moore”. Ela diz, ainda escrevendo no celular. “Pronto, quando eu chegar em casa te mando uma mensagem”.

“Certo”. Normalmente eu só leio as mensagens, sou terrível em escrever em celulares e não tenho paciência, só tenho um por causa das ligações do hospital.

“Tchau”! Camellia me da um beijo no rosto e vai embora, desfilando como as irmãs gêmeas da Lilian.

“Até mais”.

 Estava com um pequeno ressentimento quanto a Camellia, sua personalidade era incomoda para mim, porém, devo lembrar a mim mesmo de que ela será mais uma vítima. Infelizmente acho que haverá algum infortúnio em ter uma relação com ela, Camellia não é como Jennifer, Jennifer provoca de forma “prazerosa” Camellia fala demais e esse tipo de provocação se assemelha a de um adolescente babaca.

 Pensava tanto nisso que comecei a andar muito devagar, o caminho me pareceu mais longo e já me irritava com meu próprio pensamento, entretanto, algo me interrompeu.

 Olhei para traz e vi alguém vestido de preto, brevemente, ele ou ela se escondia entre as casas, sabia que estava sendo perseguido. Fingi que não me importava, continuei andando bem devagar, o espaço de tempo entre cada passo era maior então, poderia ouvir qualquer som fora do meu ritmo e classifica-lo como a pessoa que poderia ou não vir correndo até mim.

 Um passo em falso e viro rapidamente, a pessoa se distanciava a poucos centímetros de mim, pego em seu pescoço e seus braços livres e a pressiono contra o portão de um comércio, sussurrando ao lado de seu rosto mascarado:

“O que quer de mim”?

“Você é policial”?

“Não, sou algo bem pior do que se fosse um”.

“O que você é então, um super-herói”?

“Sou um serial killer, já conheceu um”? Largo as mãos dele e tiro meu revolver do bolso do sobretudo levantando a mascara do recém descoberto homem que tentara me assaltar.

“Não cara... Deixa quieto, não faz isso comigo não, eu não tô armado”!

“Que pena amigo, providenciasse uma antes de assaltar então, agora vire para mim! Gosto que minhas vitimas morram olhando em meus olhos, ainda mais se for gente fútil igual a você, me é prazeroso eliminar a escória quando posso ver seus olhos marejados”.

“Não... Por favor”!

“Shh, vai acordar as crianças, é um bairro cheio de famílias”. Daí vocês pensam, ‘a arma faz barulho, vai chamar atenção’.

 Eu atirei e o sangue se espirrou em meu rosto, tirei a mascara do homem e desci pela esquina próxima a mim, sabia que alguém ouviria o estrondo e sairia de casa, guardei o revolver e limpei o rosto com a mascara e a guardei também. Chegando em casa, queimei-a e fui tomar um banho para desestressar, achei que dormiria bem, mas a maldita Cemellia estava na minha cabeça, isso já estava me incomodando muito, até demais e apesar de ter matado e ter sido perfeito presenciar o desespero de um inútil assaltante, nada havia mudado.


Notas Finais


(Insira risada maligna aqui).


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