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História As flores de um Jardim de Sangue (Hiatus) - O Inspetor - Parte 1


Escrita por: Camprella8

Notas do Autor


Eu queria colocar capa de capítulo mas infelizmente estou com preguiça de procurar ou desenhar alguma coisa, então né, sem capa por enquanto.
Boa leitura mesmo assim. <3

Capítulo 4 - O Inspetor - Parte 1


Fanfic / Fanfiction As flores de um Jardim de Sangue (Hiatus) - O Inspetor - Parte 1

Preconceitos podem estar certos.

 Diversas vezes fui apresentado a pessoas que não tinham a mínima noção de quem era o individuo na qual elas estavam confiando, pessoas assim tem uma tendência aumentada a serem enganadas e a sofrerem com as mais variadas formas de delitos e violência, além de mentiras, irresponsabilidade constante e ou frequentes decepções.

 No meu caso, sempre mantive uma boa aparência e conduta, e também sempre me preocupei com informações e na minha formação, me tornando alguém inteligente, sendo assim, sou uma ótima escolha no mercado de trabalho e pude me tornar qualquer coisa que quisesse, todavia, escolhi ser um escritor com apenas livros inacabados por enquanto e o inspetor de uma escola do Ensino Médio, então, para a alegria, ou não, de vocês possuo boas histórias sobre minha vida profissional.

 Era uma fria manhã de quinta-feira, estava indo a uma sala de aula do terceiro ano, já que o professor deles iria se atrasar devido a uma consulta médica. Meus passos ecoavam nos corredores grandes e fechados da escola, e provavelmente a minha classe já sabia que estava a caminho, esses meus passos lentos e pesados se tornaram inconfundíveis desde que comecei como inspetor nessa escola, tudo pelo jeito desigual e peculiar na qual eu andava e também pelo fato de usar sapatos sociais, o que aumentava o som.

 Me aproximei da porta semi aberta e já pude ver as expressões de surpresa dos alunos, acompanhado do desespero de alguns e de sussurros como “Fica quieto! É o senhor B!”, esqueci de citar que me apelido aqui na escola é Senhor B, que de acordo com os alunos é por causa do meu sobrenome.

 Entrei na sala acompanhado do silêncio absoluto dos alunos, já que a maioria me considera assustador e com “cara de assassino”, por causa de minha seriedade e quietude, me aproveito bem disso, levando em conta que não gosto nada de barulho e muito menos de conversas simultâneas, o que me faz questionar a minha escolha profissional ás vezes.

 Um dos meus hobbies nesse simples, porém por vezes complicado trabalho, é sentar na mesa do professor enquanto aguardo a chegada do mesmo, e encarar direto nos olhos dos alunos, principalmente aqueles cujas provocações e ou brincadeiras de mal gosto já foram direcionadas a mim, mesmo que não adiante nada tentar esconder algo do meu conhecimento.

 Nessa sala há uma garota cuja cor dos olhos é semelhante a do caramelo, seu cabelo, longo e de aparência sedosa, tem a cor do chocolate e a sua pele é idêntica a um marshmallow, ela em si me lembra muito um doce. Sua voz, assim como a sua aparência, era de uma doçura e suavidade magnífica, e toda sua personalidade era meiga, delicada e até mesmo ingênua. Seu nome é Janne, a única aluna daquela classe que conseguia encarar meu olhar “ameaçador” quando direcionado a ela, e isso causava certo estranhamento nos outros.

 Janne tinha um olhar penetrante, contudo seus olhos em si não manifestam nenhum outro sentimento além de curiosidade, e eu por vezes acabei sorrindo para ela tentando causar alguma reação a mais. Aquela garota pura e simples atraia o ser assustador e ameaçador que era o inspetor.

 O professor não iria mais vir, então tive que ficar em sala até o intervalo, e ao ouvir o sinal, fui até a carteira de Janne e pedi que ficasse comigo, sendo respondido com um sim curioso.

 Ficamos sozinhos na sala de aula, de inicio continuei quieto como era com os outros alunos a observando apoiado na mesa do professor, ela era uma daquelas alunas que traziam o próprio lanche para o intervalo, então não precisei me preocupar quanto o que os outros funcionários iriam falar sobre ela ficar em sala.

 Ela ficou olhando para mim por um tempo, até que perguntou “O que quer comigo inspetor?”, sua voz tinha nuances de curiosidade e medo, nunca ninguém havia sido parado pelo inspetor e justo ela que era tão invisível em sala estava ali, como numa detenção. Eu sentei a sua frente, e ela perguntou a mim novamente “Eu fiz algo de errado?”, sua voz agora mostrava um pouco de tristeza. Eu terminei de analisá-la e respondi curtamente “Não” e continuando com “Por que gosta tanto dos meus olhos?”, ela corou imediatamente, desviando o olhar logo depois.

“Não, não é exatamente isso...”, ela dizia toda atrapalhada. Eu adoro esse tipo de reação, desde sempre. “... Só acho seus olhos... Bem... Chamativos”.

 O nervosismo em sua face era evidente, e não pretendia lhe fazer sofrer mais com isso, porém quis terminar o que comecei, levantando da cadeira e sussurrando ao lado de seu rosto: “Você também é chamativa, até demais. Tente tomar cuidado com isso”. Ela se levantou de sua cadeira rapidamente, pegando suas coisas e saindo da sala, não esperando nem mesmo a minha ordem.

 Por mais que isso tenha sido completamente uma forma dela dizer que estava envergonhada, eu sabia por sua persistência em esperar o que iria falar que ela tinha algum interesse em mim, afinal, não sou o funcionário que fala ou até mesmo procura ter alguma relação com os alunos, sendo assim, ter uma conversa com ela pode ter sido a coisa mais espetacular que acontecera nessa escola em relação a mim.

 Ao sair da sala me deparei com algumas garotas, as famosas patricinhas, seus olhares estampavam a curiosidade que tinham ao me ver sair do mesmo local que uma das alunas deixou aparentemente envergonhada, tendo ela passado por uma curta conversa particular com o inspetor. Logo estavam elas a minha frente perguntando o que havia acontecido, e sabia que o que elas tinham em mente era que havia um possível caso entre nós dois, sendo esse tipo de situação um comum fetiche nessa idade.

“O que houve com ela, heim, Senhor B”? Uma garota de um cabelo loiro oxigenado chamada Juliana perguntava. “Você finalmente mostrou algo que nenhum de nós vimos antes”?

 As quatro riam irritantemente, naquele momento tive vontade de estar com o meu revolver e atirar em todas elas, não possuo paciência nenhuma para esse tipo de situação. Achava que não precisaria ouvir mais nada que fizesse com que eu me arrependesse de sair daquela sala, até uma de suas amigas fazer um simples comentário: “Isso é muito errado Senhor B, e se alguém descobrir”?

 Foi aí que decidi voltar a minha sala de vez, deixando elas sem resposta alguma e dando a desculpa de que estava ocupado e não tinha tempo pra estar lá.

 No meu “escritório” tive apenas a experiência de estar completamente no mundo da lua enquanto pensava no rosto de Janne todo corado e com aquela expressão doce, imaginar que eu estaria nutrindo uma certa admiração por aquela garota me trazia sentimentos que não deveriam existir, aquela sensação forte que por vezes me fez quebrar algo que estava próximo.

 Acabei por desenhá-la diversas vezes em um único papel e depois apreciar todas as expressões que imaginei em seu rosto, infelizmente quebrando meu lápis por conta da maldita sensação que tinha e que não me orgulho muito em ter. Pude ouvir o sinal do fim do intervalo depois de alguns minutos, conversas se esvaecendo e finalmente o silencio dos grandes corredores da escola, que era tanto que se me acomodasse demais poderia até mesmo dormir.

 A rotina foi bem intensa nesse dia por causa do professor que não pôde vir, passei praticamente quatro de seis aulas em salas de aula sem nada para passar devido à falta de conteúdo deixado pelo professor, penso que para os alunos esse era o melhor dia do ano, ainda mais para as patricinhas, que de acordo com elas minha presença era “estimulante”. Tive tempo até de montar aviões de papel ao esperar que alguém chegasse.  

 No final de toda essa espera passei mais tempo em minha sala, organizando coisas e aguardando ordens da diretoria, além de contar as horas para que pudesse ir para casa, não gosto de estar longe da minha zona de conforto, apesar de minha zona de conforto ser qualquer lugar silencioso e solitário.

 Quando finalmente o relógio bateu 12h20min, achei que apenas iria embora sem mais nem menos, até ouvir alguém batendo na porta enquanto arrumava minhas coisas.

“O senhor ainda está aí”? A pessoa perguntava, e era ela, minha doce Janne.

“Entre”.

 Ela abriu a porta devagar, adentrando lentamente a sala enquanto observava o ambiente. Fiquei ali parado ao lado da mesa, já a via com indiferença devido ao tempo que fiquei sem vê-la ou pensar nela, e isso era bom, não queria arrumar problemas. Janne deu um pequeno sorriso ao me encontrar ali na sala, porém não olhou diretamente para mim em nenhum momento, pensava eu que a situação pela qual passou mais cedo teria colocado alguma coisa em sua cabeça.

“O senhor fica muito tempo aqui nessa sala, inspetor”? Janne me questionava, arrumando sua mochila nas costas e finalmente olhando para mim.

“Sim, isso te intriga”? Eu respondi lhe lançando outra pergunta, essa era a minha forma de saber mais sobre a personalidade de alguém.

“Um pouco, parece solitário”... Sua expressão se alterou um pouco, olhando para as coisas ao seu redor. “Você não é muito de se enturmar com os outros funcionários não é”?

 Eu ri baixo quando ela comentou sobre isso, o que a fez fazer uma cara de surpresa.

“Sim, nunca fui de socializar, desde pequeno sou um tanto quanto solitário, porém, gosto dessa minha solidão”.

“Tem certeza”?

“Claro, de certa forma acabo tendo mais tempo para mim”.

 Terminei de arrumar minhas coisas e segui até a porta, chamando Janne para sair comigo, ficar na escola depois do meu horário era enjoativo. Acabamos nos despedindo nos portões e comecei a fazer o caminho para minha casa, que ficava a mais ou menos 20 minutos dali.

 Lá acabei por sentar em uma das cadeiras que ficavam no quintal da parte traseira da casa, observando o local onde ficavam os túmulos, cujas flores do jardim os escondiam completamente, li diversas vezes sobre pessoas que mesmo enterrando suas vitimas ainda eram pegas, portanto, faço o possível para não causar suspeitas, não quero ser preso por algo que gosto de fazer.

 Janne seria a garota perfeita para fazer coisas que sempre quis, possuo fotos de algumas mulheres cuja morte se tornou algo realmente bonito, com vestidos brancos e flores adornando seus cabelos e ela não precisaria morrer para que pudesse a tornar minha obra prima, pelo interesse que ela estaria demonstrando pela minha personalidade logo seria capaz de colocar esse plano em ação, alias, uma pessoa viva é muito mais fácil de se posicionar do que uma morta.

 Desenhei suas poses, e passei um bom tempo treinando para montar seu “figurino”, aquela garota doce faria com que pudesse estar livre de todas essas vontades por um bom tempo. 


Notas Finais


Passei um bom tempo escrevendo isso, e também apaguei e re-escrevi várias vezes. A dúvida é triste.


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