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História As flores de um Jardim de Sangue (Hiatus) - A Dama do Inverno - Parte 1


Escrita por: Camprella8

Notas do Autor


Ando bem inspirada ultimamente, mas mesmo assim demoro um pouco para ter uma ideia concreta, então desculpe a demora, e boa leitura!

Capítulo 6 - A Dama do Inverno - Parte 1


Fanfic / Fanfiction As flores de um Jardim de Sangue (Hiatus) - A Dama do Inverno - Parte 1

O mundo é cheio de diferenças e nenhuma é dispensável.

 Vivemos em um mundo onde as diferenças raciais em uma sociedade são grandes e, em meio às raças, mais apropriadamente chamadas de etnias, estão pessoas que sofrem com mutações genéticas, assim como Marylin e seus belos cabelos de fogo.

 Meu dilema nesse assunto é de não se importar exatamente com a etnia das pessoas, às vezes o coração fala mais que o reflexo no espelho, posso usar a mim mesmo como exemplo, e por mais que eu possa parecer racista na escolha das minhas vitimas e no meu próprio fetiche, devo afirmar que tanto posso estar fazendo um favor para essas mulheres, como também posso escolhe-las para um futuro plano, já que se o sangue contrasta com o branco, ele também contrastará com o negro.

 Porém, não será sobre isso que irei tratar hoje, mas sim sobre outra mutação genética, uma das mais belas, todavia sofridas, existentes. O peculiar e encantador albinismo.

 Essa é uma história que ocorreu quando estava a beira dos 25 anos, era um inverno tenebroso e nevava muito, eu, sendo um ser imbecil, passava frio enquanto estava sentado em um dos bancos da praça que já citei anteriormente, infelizmente não previ que estaria tão frio assim e acabei não me agasalhando devidamente, minhas mãos já quase necrosavam, apesar da tentativa de esquentá-las nos bolsos do meu sobretudo, e sempre que as retirava gostava de observar a palidez das mesmas. A realidade, entretanto, é que gosto de sentir o frio, mesmo sendo um pouco doloroso.

 Ao observar a movimentação quase nula da praça, avistei três mulheres de aparência chique e rica, duas delas conversando como se não houvesse amanhã, e a do meio, quieta, branca como a neve que caia, o cabelo médio da mesma cor, olhos azuis com pequenas manchas lilases e vestindo um casaco longo de pelos de urso polar artificiais, um vestido que ia bem abaixo do joelho, meias calças e uma bota de cano baixo, tudo se limitando a cor predominante do inverno, o branco.

 Suas companheiras, ao contrário dela, tentavam parecer o mais colorido que podiam, sendo elas loiras de olhos azuis, e cujas roupas possuíam combinações boas e pouco exageradas até.

Ao que olhava para a do meio, percebia a delicadeza em tudo que fazia, do jeito em que segurava sua sombrinha para que a neve não caísse sobre ela, à maneira que sua expressão seguia todo o ambiente congelado, minha atenção estava presa àquela dama da neve, nem me importava com as suas companheiras, que praticamente gritavam para serem notadas, ainda mais por suas escolha de roupas serem do tipo que valorizam as curvas e volumes de seus corpos.

 Era uma verdadeira divergência entre o “puro” e o “luxuoso”.

 Nesse tempo em que analisava tudo que podia sobre as três, um homem de idade senta ao meu lado, e diz ”Você está olhando para elas faz um tempo já, quer alguma pra você”?

 Virei para ele com uma expressão um pouco enojada e perguntei: “Elas são prostitutas por acaso, para tratá-las assim”?

“Não, mas cuido dessas mulheres desde quando eram meninas, tenho direito de oferecê-las a quem estiver interessado”. O orgulho na voz desse homem me deu vontade de desferir um soco bem no meio da sua cara, mas, tinha que controlar os meus impulsos.

 “Eu irei falar com elas quando eu quiser e se eu quiser, pare de coisificar elas”. Aumentei o tom por um segundo, o que fez o senhor se assustar um pouco. As duas “coloridas” percebem um possível conflito entre nós dois e se aproximam, perguntando quase ao mesmo tempo: “Ele está fazendo alguma coisa com você, titio”?

“Não meus bebês, ele só me assustou um pouco, mas não foi nada demais”.

 Elas olharam para mim de cima para baixo, fazendo uma expressão nojenta de interesse, não sei se foi pela maneira que estava vestido ou por qualquer outro motivo, e sua “recém-descoberta” irmã apenas observava a situação de longe e parecia estar pensando “O que eles estão fazendo dessa vez”? Era isso que deduzia pelos curtos passos que dava para o lado, provavelmente tentando enxergar através das irmãs, que tampavam completamente a visão.

“Esse homem passou um bom tempo encarando-as, talvez ele seja um pouco tímido para puxar assunto, então por que vocês não fazem isso por ele”? O senhor disse, se retirando para que as mulheres se sentassem uma de cada lado. A falta do meu revolver se fazia importuna, novamente, e eu já até me arrependia de tê-las defendido antes.

“Então você está interessando em nós duas, é”?

“Do que você mais gostou”?

“De quem você mais gostou”?

 Nesse momento eu me perguntei “Preciso mesmo responder”, mas tudo bem.

 Olhei para frente e a minha musa continuava ali, agora cabisbaixa e de melancolia aparente, o único pensamento que poderia ter se formado em sua cabeça era de que gostei mais de suas irmãs do que dela, o que supostamente poderia ter acontecido diversas vezes em sua vida e possivelmente devido a sua aparência um tanto quanto jovial demais. E as suas irmãs, enquanto isso, continuavam brigando por futilidades como “Ah, ele obviamente gosta mais de mim” ou “Ai, eu sou mais bonita”, esqueci de mencionar que elas são gêmeas idênticas.

“Posso perguntar uma coisa”?

“Pode amorzinho”!

“Vá em frente”!

“Qual o nome da de branco”?

 Elas olham para mim com uma cara feia, bem semelhante às famosas carinhas de birra das crianças.

“Você não precisa se preocupar com ela”! Uma delas dizia, se apoiando em mim. “Ela é o patinho feio da família, ninguém se importa com ela”.

“Pois eu me importo, com licença”. Eu saio do meio das duas me dirigindo até a minha dama, parando a sua frente. Ela leva um susto ao perceber a minha presença, olhando direto nos meus olhos.

“Olá”, eu disse, ela continuava parada como uma estatua a minha frente. “Perguntei seu nome a suas irmãs, mas elas não colaboraram comigo, então decidi perguntar a dona dele”.

“Ah... Meu nome é Lilian, Lilian Emily Sanders”. Ela diz, sua voz tão doce e suave combinava perfeitamente com o seu ser. “E o seu”?

“Leonard Blanch. É um prazer te conhecer Lilian. Seu nome é muito lindo, combina perfeitamente com você”.

 Seu rosto estava completamente vermelho, mais do que já estava devido ao frio e a brancura de sua pele, e ela agradecia timidamente ao meu elogio.

“Estive observando-as a um tempo e você me chamou muito a atenção, então gostaria de saber mais sobre você, o que sei até agora é que vocês três são irmãs e aquele senhor é seu tio”.

“Certo, mas eu não tenho nada de realmente impressionante ou até mesmo útil para compartilhar sobre mim, sou apenas a irmã mais nova e nada mais”.

“Quem te fez pensar isso? Todos nós temos algo que interessa aos outros, e não podemos nos auto proclamar desinteressantes”.

“Ah, as minhas irmãs vivem falando que não sou tão bonita e tão talentosa quanto elas, mas não é nada demais, eu já me acostumei com isso”.

“Compreendo a sua angústia, não passei exatamente por isso, mas nunca fui considerado alguém importante ou até mesmo normal, mas e o resto de sua família”?

 Ela abaixou sua cabeça novamente e começou a brincar com os dedos, algum tempo em silencio e ela voltou a falar.

“É só isso mesmo, meus pais morreram ainda quando éramos pequenas, por motivos desconhecidos, então ficamos com nosso tio, meus avós já não estavam mais conosco também nessa época”.

“Meus pêsames, sinto muito por ter tocado no assunto”.

“Não, está tudo bem, nem havia convivido o bastante para até mesmo nutrir algum afeto”.

 Lilian parecia normal enquanto conversava comigo, mas frequentemente a via olhando para os lados, desviando o olhar para pontos completamente aleatórios, e sempre observando as irmãs, que por sinal nos encaravam com mau gosto. Havia algo que ela provavelmente deveria esconder, não fiz questão de querer saber logo de cara, mas penso que por ela estar assim, a verdade pode ser tão incomoda para mim que não conseguia nem mesmo prever minha própria reação.

 Passamos um tempo quietos, eu analisando todas as ações que minha musa executava e ela completamente aflita, olhando aos redores. Até que ela respirou fundo e disse:

“Leonard, não procure saber mais sobre mim, tudo bem”? Seus olhos ainda visavam o ambiente.

“Mas por quê? Há algo que não posso saber”?

 Seus olhos azuis e lilases me encontraram com certo desespero e ela se afastava de mim como se fosse correr:

“Não, é melhor não falarmos sobre isso”.

 Lilian já estava pronta para correr, mas a peguei em suas costas a trazendo para mim, quase num abraço.

“O que foi? Qual é o problema em me falar”?

“Não vai ser bom para você, àqueles que procuram me ajudar sempre pagam por mim”.

“Não se preocupe, nada de mal acontecerá a mim”. Afinal, eu sou o próprio mal. “Me encontre aqui amanhã, e ouvirei o que tem a dizer”.

“Por favor, me esqueça, eles não me deixam sair sozinha, e se souberem que contei algo para uma pessoa sequer, não será apenas eu que irei me machucar”.

“Então eu lhe busco, não se preocupe, estou certo de que quero lhe ajudar, independente do que esteja passando”.

“Lili! Você e o moço não estão falando sobre nada malicioso, não é”?

“Faça jus a sua aparência, fofa! Você não pode ficar agarrada a alguém assim, se não a gente vai chamar o titio”!

 Soltei Lilian ao ouvir os berros de suas irmãs, e seu rosto estava tão tristonho que ela parecia quase chorar, isso que elas faziam se encaixava completamente no quesito de tortura psicológica.

 O senhor, também ouvindo a gritaria, vem direto em nossa direção, a tirando do meu lado, e diz: “Ela não”! As irmãs de Lilian chegam logo depois, mandando beijos e pegando uma em cada braço do tio, andando como se estivessem em uma passarela.

 Irritei-me muito com a situação, o fato de estarem a forçando a permanecer quieta sobre algo provavelmente grave, pela tristeza que Lilian mostrava em seu olhar e o quão aflita ela esteve durante toda a nossa conversa.

 Então, decidi descobrir onde moravam e cumprir com minha promessa.


Notas Finais


De novo um com mais de uma parte. hehe


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