História Motivos para não chorar - Short part I

Motivos para não chorar

“Short  part I”

“Escalaremos as montanhas, destruindo as barreiras que insistem em aparecer em nosso caminho”.

O som de galhos de árvore batendo em sua janela lhe causava arrepios como se estivesse em algum filme de terror, ela encolheu-se em meio aos cobertores em uma tentativa de acalmar seus batimentos cardíacos, seu coração pulsava como louco. Não apenas por tudo o que havia vivenciado nas ultimas horas que acabaram sendo as mais aterrorizantes de sua vida, como também pela conversa que acabou tendo com o rapaz que exalava perigo. Lucy não queria acreditar em nenhuma palavra dita por ele, ela nem o conhecia e nem desejava conhecer, tudo o que queria era uma maneira de escapar daquele lugar e voltar correndo para os braços de Dragneel.

Mas aquilo não seria uma tarefa fácil, Lucy estava presa em uma fortaleza, não tinha para onde fugir, seu corpo estava em choque e suas pernas tremiam só de pensar em correr.

Fechou os olhos com força ao escutar um trovão cortar o céu carregado de nuvens, naquele momento os céus pareciam abraçar a dor da Heartfilia. A luz do abajur há deixava um pouco mais tranquila, os cobertores eram macios e quentinhos, ela até mesmo podia se sentir segura em seu próprio casulo, mas era um sentimento momentâneo, durava muito pouco e lhe deixava uma sensação de melancolia.

O quarto, segundo Rael, fora feito sob medida para que ela se sentisse em casa. Lucy, por mais que relutante, concordava que aquelas acomodações eram muito mais confortáveis e acolhedoras do que aquela sala escura cheia de caixotes.

Segundo o próprio rapaz, ele fez todo o possível para deixar a decoração “a cara dela”, a cama era de solteiro, mas não deixava de ser espaçosa, o lustre a fazia se lembrar do salão de festas da residência dos Heartfilia’s, havia poltronas e cadeiras aparentemente muito macias, o armário estava com as portas abertas, revelando varias peças de roupa, o chão era branco e liso, as paredes eram de um rosa claro, havia também fotos de Layla e Jude espalhadas por todo o quarto, “para quando sentir saudades” fora o que ele lhe disse. Como se fosse possível se contentar com tão pouco, quando ele mesmo tirou tudo dela? Ela não precisava de uma mera fotografia, Lucy queria poder abraça-los, dizer-lhes o quanto sentia a falta das histórias contadas em frente à lareira.

Pedir desculpas por não ter lhes telefonado com frequência, por não compartilhar tudo o que tinha feito durante aqueles meses que se passaram. Falar com seu pai sobre o namoro com Natsu, conversar sobre suas novas amizades, e suas inimizades também.

_Eu preciso sair daqui. _Lucy se motivou a sair da cama, movendo-se cuidadosamente e silenciosamente para fora do quarto, ficou surpresa por não terem a trancado ali dentro, mas aquele era um detalhe quase insignificante.

Seus pés pareciam escorregar a cada passo, estava ansiosa e nervosa, tudo o que rodeava sua mente nas ultimas horas era em com sairia dali viva. Por sorte, ela já havia traçado um plano muito bem elaborado, a única coisa que lhe faltava era confiança para segui-lo até o final, Lucy não sabia se o plano daria certo, tudo o que sabia era que ele só poderia ser feito uma vez.

_Se me lembro bem... Sim, esta aqui. _Inclinou-se em direção a um estreito corredor que ela duvidava muito que daria em algum lugar. O que ela estava procurando não estava necessariamente no corredor, mas bem pertinho dele.

“Espero que saiba o que você esta fazendo” seu subconsciente a alertava.

Algo dentro de si gritava, como se a qualquer momento fosse aparecer alguém, o que de fato poderia sim, vir a acontecer.

Tateou as paredes com as pontas dos dedos cuidadosamente, não tinha nenhum tipo de iluminação naquele lugar, toda a luz vinha das janelas que davam acesso a uma visão fascinante da lua.

_Achei! _Comemorou em um sussurro, deu algumas batidinhas na porta de madeira, ela iria sem sombra de duvidas tentar escapar daquele lugar horrível, mas precisava conversar com Laki antes de pensar em tal ousadia.

                                                                           *--'*'--*

A inquietação de Dragneel a irritava de várias maneiras, principalmente sabendo que, mesmo se os ajudasse a encontrar a Heartfilia, Lisanna continuaria como vilã da história. Nada mudaria, confiança era uma coisa que custava a receber por parte deles, constatou isso ao observar a desconfiança do grupo enquanto dirigiam até o lugar indicado por ela.

Era um apartamento a poucos minutos da mansão dos Dragneel, pequeno porem confortável, o suficientemente bom para servir de lar temporário, a tinta das paredes estava começando a descascar, mas o que mais deveria preocupar os inquilinos seria o cheiro, apesar dos cômodos aparentarem estar em ótimos estados.

_Eu marque de nos encontrarmos aqui. _Explicou a Albina.

_E pra que tudo isso? _Juvia indagou sem pensar duas vezes.

_Segurança? Comida? Lençóis novos a cada ano? _Erza quis saber.

_Não, não é por nada em especial. Ele só é um pouquinho estranho mesmo...

_Gosta de viver afastado da civilização? Me faz lembrar da Levy quando a conhecemos. _Juvia sorriu desafiadora, rindo logo em seguida por conta do olhar mortal da menor.

_Pois bem, você disse que nós já o conhecíamos... _O rosado disse por fim, chamando a atenção do grupo.

_Ele não cai de amores por você, Natsu. Na verdade, acho que ele não vai gostar de eu ter-lhe trazido junto, mas como isso tem haver com a Lucy, tenho certeza que ele não vai se recusar em nos ajudar. _Lisanna falou cada palavra com ar de mistério.

_Desde quando você entra nesse “nos”? _A ruiva arqueou uma sobrancelha enquanto a Albina sorria amarelo.

_Vamos apenas continuar. _Informou ela por sua vez, guiando o grupo por um corredor.

                                                                           *--'*'--*

_Então, o que pretende fazer com isso? _Diane perguntou com uma pitada de curiosidade, os olhos fixos no pacote que trazia em mãos.

_Por que tanto interesse, logo agora? _Rael estava mexendo em alguns papeis que estavam em cima da mesa quando Diane entrou, ele não se preocupou muito em informa-la sobre o que era de fato o tal documento, nem sequer fez o esforço de olha-la nos olhos, simplesmente tomou o pacote das mãos da azulada sem dizer mais nada.

_Esta me ignorando Mr. Perfeitinho? _Rael não pareceu ter gostado da brincadeira, ele a olhou nos olhos como se estivesse escaneando a alma da mais velha.

_Não, só estou tentando controlar para não arrancar a sua cabeça depois de ter me desobedecido!

_E for aquele assunto de novo...

_Eu deixei bem claro para leva-la para o quarto de hospedes que eu escolhi para ela, mas você simplesmente trancou-a em um buraco escuro!

_O porão parecia bem aconchegante pra mim! _Defendeu-se.

_Ei. _Ela o chamou, debruçando-se sobre a mesa. _Vai mesmo deixar a porta destrancada?

Rael demorou a responder, enquanto esperar por sua resposta, Diane cantarolava músicas irritantes e comerciais que passavam na televisão.

_Sim. _Falou o obvio. _Não quero que a tratem como se ela fosse algum tipo de prisioneira.

_Queridinho, escuta bem o que eu vou te dizer. Você é burro ou o quê? Nós sequestramos essa garota e agora você vem com essa?! Faça-me o favor! _Diane resmungou alguns palavrões e mais uma enxurrada de ofensas destinadas ao rapaz, que nem sequer davam-lhe importância.

_Você ainda esta aqui? _Diane voltou a postura inicial ao ouvi-lo, ela podia sentir que ele não a queria por perto dele, xeretando seus documentos e arquivos.

_Certo, certo. Nunca estive aqui. _E saiu.

                                                                           *--'*'--*

O corredor continuava escuro, tão escuro que ela não conseguia distinguir onde estava à porta que dava acesso a seu quarto temporário. A conversa havia saído como ela esperava, anos podiam ter se passado e as duas podiam estar diferentes, mas Laki continuava sendo Laki, a garota calma e de sorriso gentil.

Lucy sorriu ao lembrar-se, enquanto seguia pelo corredor, de como ambas costumavam brincar pelo quintal, juntando pedrinhas para formar castelos, brincando de faz de conta, brinquedos espalhados pela grama e risos, muitos e muitos risos.

Estava prestes a tocar a maçaneta de seu quarto, quando ouviu uma voz conhecida.

_Então você resolveu dar uma volta...

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                                                                      Curiosidade sobre o capitulo!
                                                        Curiosidade inútil

Short será um capitulo pequeno dividido em duas partes onde a história será narrada de dois ângulos diferentes, vou fazer de modo que a primeira parte complete a segunda parte.

Então certifiquem-se de lerem tudo para entenderem o desenrolar dessa história, ok?

Há, já respondendo um comentário de muito tempo atrás, não, titia Yu não odeia a Lisanna nem nunca odiou ok?!

Agora, sobre a curiosidade (na verdade tá mais para um interrogatório).

Quem foi que a Lucy encontrou no capitulo no capitulo 14?

SEM OLHAR, HEIM?! ;v

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