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História MOVA - Bloco M - Mova-se


Escrita por: FattyKetty

Notas do Autor


Bem... Vamos lá <3

Capítulo 30 - Mova-se


Fanfic / Fanfiction MOVA - Bloco M - Mova-se

MOVA-SE

Nosso primeiro desafio foi a música. Sem ela, não seriamos capazes de fazer nada, nem um passo. Mas não importa o quanto procurávamos, nem mesmo as músicas do Dean pareciam fazer jus ao conceito que criamos.  

A luz no fim do túnel foi o tal de Jaehyo que estava curiosamente namorando o senhor Jong e de repente veio com uma ideia de criarmos a nossa própria melodia, a ideia era perfeita e não demorou para que nós quatro fossemos na maior cara de pau pedir para um veterano gênio da música chamado de Zico, para compor algo pra nós. Quando falamos com ele o cara era muito legal, sério e apesar do seu namorado ser um cara bem irritado e com mais tatuagens que Lee Taeil, acabou dando certo.  

Seu namorado era na verdade um pianista clássico e se chamava Park Kyung. Com a ajuda dele e todo o talento que vimos ser real do tal Zico, em dois dias tínhamos uma melodia perfeita em mãos.  

Foi difícil começar os ensaios quando tínhamos tanto pra pensar com o final do semestre, mas a sorte é que todos os quatro estavam cada vez mais entusiasmados para fazer dar certo.  

Era o equilíbrio perfeito, eu e Liu queríamos tudo passando da perfeição, cada pequena parte da coreografia, já Kwon e Baro, apenas concordavam com tudo e davam seu melhor para decorar os passos. Foi bem difícil porque a liderança foi compartilhada por mim e Liu, afinal precisávamos tanto de movimentos com base no hip hop quanto do ballet clássico e ninguém ali seria capaz de ditar sobre os dois estilos com perfeição. Se sozinhos já éramos completamente maníacos por perfeição, juntos éramos aterrorizantes. Um dia inteiro de ensaio só nos trazia um ou dois passos definitivo de tanto que pensávamos em cada parte e mesmo quando finalmente decidíamos, um ou outro chegava no outro dia com uma ideia nova e perdíamos muito do que já tínhamos feito. 

Não fosse a incrível capacidade de percepção do loiro ou o esforço coerente do pobre esquilinho, com certeza ninguém mais aguentaria essas mudanças repentinas e corriqueiras. Era como se cada parte, cada segundo fosse imensamente importante. Acho que nunca dei tanto de mim a algo antes. De algum jeito aquela apresentação era enorme, não só pra mim, mas pros quatro.  

Baro foi forte quando o novo semestre começou e o patinho se mudou para o dormitório do bloco O e com a ajuda da Raquel, concordamos que Deulie sempre almoçaria no nosso bloco pra matar a saudade. Mas Jong continuava repetindo que não era difícil namorar alguém de outro bloco e descobrimos que o tal Jaehyo era realmente, bem apaixonado. Quem diria que o gêmeo quietinho deixaria aquele cara bonitão a seus pés? Mas bem, o importante era que o esquilo estava cada vez mais apaixonado pela dança e não tinha quem não conseguisse ver a melhora absurda dele nos poucos meses de ensaio.  

Todos nós estávamos nos esforçando. Mesmo que fosse cansativo, mesmo que o suor as vezes deixasse nossas camisas completamente molhadas e nossos cabelos pingando, mesmo que os roxos agora fossem compartilhados entre os quatro e as noites de sono fossem profundas. 

○○○ 

Já estava quase na hora das apresentações começarem e diferente do que pensei estava com o coração super calmo, e a animação exalava em cada sorriso fácil que eu deixava escapar. A música do Dean enxia o ambiente enquanto todo mundo se arrumava com calma, afinal estávamos ali desde cedo.  

-"Para de fechar o olho!"- Kwon reclamou, mas era difícil, nunca pensei que deixar que ele maquiasse significava deixar ele enfiar um maldito lápis dentro do meu olho.  

-"Você quer maquiar a parte de dentro do meu olho também?"- Impliquei risonho. 

-"Cala a boca e fica quieto! Eu to tentando te deixar bonito!"- Falou irritado terminando e finalmente passando pra outra coisa, dessa vez era uma sombra preta no cantinho do meu olho, que segundo ele ia melhorar a minha cara... Deixei ele terminar e finalmente ele seguiu até o Liu para maquiar o Chinês, se bem que acho difícil melhorar a cara de Xing Ling dele.  

-"You ain't got nobody. Ain't got nobodyyyy, nobody-body can do it liiike me"- Cantarolei animado desviando o foco dos dois e olhando o camarim. Vários veteranos se vestiam e maquiavam juntos, alguns passando os passos em algum lugar. Baro era um desses que tentava reproduzir a coreografia inteirinha num canto. Fui até ele com meu melhor sorriso. 

-"Ta nervoso esquilo? O patinho vem hoje né? Você tem que fazer bonito em!"- Brinquei com ele e o garoto bufou.  

-"Nem me fale! Quero que o Deulie me ache o cara mais lindo do mundo e isso o faça reafirmar todo o amor que ele sente por mim."- O outro reclamou ainda fazendo alguns passos.  

-"Ainda com ciúme do tal Gongchan?"- Brinquei rindo um pouco.  

-"Ele é só um cara novo demais! Não tem nem perigo dele ter nada com meu Deulie... Né?"- Perguntou um pouco amedrontado.  

-"Haha! Cara deixa de coisa! Só porque ele divide o quarto com o Deulie isso não significa que eles vão se apaixonar! Bobão! Faça ele reafirmar o seu amor de tanto carinho que você vai dar pra ele e nada mais!"- Dei lição de moral mesmo, bagunçando o cabelo dele e fazendo-o rir escandaloso.  

Paramos de brincar e conversar quando um dos professores chegou na coxia, explicando que já deveríamos nos preparar e que os jurados estavam esperando a primeira apresentação. Após anunciar quem eram os primeiros, o homem colou duas folhas de papel na parede, onde as equipes estavam numeradas. Engoli em seco, pensando se queria ou não saber qual nosso número. Era melhor ir logo ou ir depois? Um tipo de nervosismo que nunca experimentei passou pela minha barriga.  

Kwon não parecia ligar pra nada como sempre e ignorando a minha indecisão ele empurrou os alunos que se amontoaram na frente da lista e olhou com cuidado, logo sorrindo. 

-"Somos o 30!"- Ele falou e respirei aliviado, voltando a sorrir. O número trinta era bom, não era o primeiro e muito menos o ultimo. Talvez o meio termo fosse a melhor forma. 

Eu estava animado sorrindo e brincando. Geralmente não me comporto assim perto de uma apresentação, fico quieto e apreensivo. Pensando sobre o palco e sobre como vou fazer pra usar o espaço da melhor forma. Não que dessa vez o nervosismo fosse nulo, mas ele era tão menor que quase não o sentia. Dava até pra confundir com um tipo de frio na barriga gostoso. Eu estava confiante, não só em mim, mas em nós quatro. Eu não queria ganhar como sempre fazia antes, queria apenas curtir o momento junto de todo mundo. Aproveitar. Estar no pódio não era mais tão importante assim. 

O espaço de tempo até o nosso número foi tão rápido que nem acreditei quando meu gatinho segurou minha nuca me puxando pra um beijo e disse com seus lábios perto demais: "Nós vamos fazer a melhor apresentação do mundo!". Sorri de volta pra ele. Não tinha espaço pra ter medo, estava relaxado, tranquilo e queria mais que qualquer coisa, curtir o momento. De cinquenta equipes, apenas vinte teriam oportunidades no festival. Se conseguíssemos, seria apenas um adicional a incrível felicidade de dançarmos juntos.  

O palco era um pouco maior do que o que estamos acostumados e o meio do mesmo, era marcado por um xis de fita preta no chão. Nos posicionamos calmamente e sorrimos aos professores. Eles seguravam papeis entre os dedos, analisando nossos perfis. Notei como Raquel estava falando com cada um deles, talvez estivesse avisando que éramos os novatos metidos ali.  

-"5, 6, 7, 8..."- Raquel ditou, marcando o tempo pra que nos arrumássemos na posição e logo depois deu play na música que Zico tinha produzido.  

Eu estava na frente parado de forma simples. Os braços aos lados do meu corpo o rosto virado pra frente. Usava uma calça um pouco frouxa e um moletom escuro. A intensão era que eu mantesse minha expressão fechada e sem impassível, então fiquei paradinho escutando um fundo fixo e perturbador começar a soar entre nós. Solavancos foram travados, como baques fortes na música que aos poucos foram ficando melódicos. A cada uma das marcações mexíamos nossos corpo igualmente. Robôs sem sentimento ou vontade própria. 

Os garotos estavam na minha sequência. Dois passos pra trás de mim, dois para o lado, e então o próximo fazia a mesma coisa. Parecia um tipo de escada horizontal proposital. A intensão era parecer que eles me copiavam. A sequência era eu, Kwon, Liu e Baro. 

O primeiro a perder o tempo da coreografia foi o esquilo. Ele fez a sua melhor expressão de dor e pra nossa surpresa nos ensaios o menino era um bom ator. Aos poucos ele não seguia mais a coreografia até parar e apenas olhar pra nós. Logo Liu seguiu a ideia, ele atropelava os passos fazendo mais rápido e quando pulamos ele não foi tão alto, mesmo que na verdade conseguisse ir. O chinês parou como o outro e virou na nossa direção encarando-nos também parado. Com movimentos fortes começamos a movimentar mais o corpo e mexer as mãos com intensidade até Kwon também ser deixado pra trás. Ele parou e me observou, os três estavam parados. Eu apenas continuava a coreografia sem me importar.  

A música seguia-me enquanto mexia junto com ela e numa perfeita mistura, logo um piano começou a soar baixinho e aumentando ao longo do tempo. Uma melodia clássica misturando-se ao fundo forte do hip hop. Logo Liu começou a dançar com ela, mostrando seu melhor Ballet, eu apenas seguia a coreografia dura e pragmática. E com um sorriso grande, como foi instruído nos ensaios, Kwon entrou com uma mistura. Ele não dançava nada bruto como eu e o Liu. Nós dois seguíamos regras de composição. O loiro apenas misturava tanto ballet quanto hip hop, mexendo-se mais livremente e sorrindo um pouco enquanto fazia isso. Hora ele estava sincronizado comigo, hora com Liu. Transpassando de um jeito no mínimo impressionante que só ele conseguiria fazer. Mexendo-se entre os dois estilos.  

Por último veio Baro e essa era a parte cômica da apresentação. O papel do esquilo era mexer-se sem pretensão alguma e soltar risadas sinceras enquanto isso. Ele tinha que soar alto o bastante pra passar da música e mesmo que pros jurados e qualquer um que visse de fora parecessem apenas passos ao acaso por puro divertimento. Tudo foi meticulosamente decorado pelo mais novo. Para atender exatamente o que queríamos que ele passasse.  

O fundo clássico da música foi se tornando meio rápido demais e a formação mudou quando todos começamos novamente a dançar sincronizados rindo juntos. Liu e Kwon deram um salto a frente e finalizaram com giros rápidos, deixando um espaço no meio para eu e Baro entrarmos no centro e darmos um giro no ar parando um do lado do outro. Culpo esse passo por meus joelhos roxos. Tudo estava indo bem e me sentia cada vez mais animado seguindo a coreografia e segurando Kwon enquanto ele esticava a perna até a sua orelha com sua flexibilidade natural e logo como se fosse uma imitação o esquilo se apoiou em Liu e levantou a perna, não chegando nem a metade da altura do loiro. Nessa altura da apresentação já conseguíamos ouvir os risos divertidos dos professores.  

Para a próxima parte eu precisava ir pra trás junto com Baro e deixar Kwon e Liu na frente para só depois entrar novamente. Tudo daria certo se pela euforia do momento eu não tivesse virado pro lado errado e por isso tombado de frente com Kwon e eu estava indo com tanta força que cai pra trás sentado no chão.  

Tudo pareceu em câmera lenta nesse momento. Liu e Kwon fingindo ser parte da coreografia e levantando-me enquanto limpavam minha calça de um jeito engraçado e me empurravam, mas eu sabia que o tempo da música tinha diminuído pra eles. Foi incrível vê-los entrando com a metade da coreografia e achando o tempo de novo. Eu estava respirando com dificuldade agora. Apertando os olhos com força para me concentrar na dança, mas era difícil. Qual o próximo passo? Que parte eu tinha que entrar? Minha cabeça estava doendo de repente e nem a música eu conseguia ouvir mais, tudo ficou em silêncio e via Kwon dançar em câmera lenta na minha frente. Girando e girando.  

Você poderia ter se esforçado mais mimi. 

Sua voz soou fraca na minha mente e forcei minha respiração afastando a lembrança. Me sentia fraco. Logo Baro entrou sozinho percebendo que eu não ia entrar. Kwon virou de costas pro palco como se fosse ensaiado e mexeu os lábios, tentando me falar alguma coisa que não consegui prestar atenção suficiente pra entender. Eu virei pro lado errado. Eu cai no palco. Eu atrapalhei a apresentação.  

Não acredito que caiu em pleno palco! 

Eu conseguia ouvi-la reclamando e lembrar perfeitamente de quando cai no palco muitos anos atrás. Conseguia até ouvir a chuva que caia quando nosso carro bateu.  

A mão de Kwon segurou a minha, arrancando-me dos meus devaneios e quando seus lábios alcançaram os meus a música voltou a soar nos meus ouvidos.  

-"Hey... Não tem problema!"- Ele sussurrou massageando minha bochecha com uma de suas mãos e só então eu sai do transe. Meu Deus o que diabos estou fazendo aqui? Paralisado estragando a apresentação... Sorri fraco pra mostrar que estava bem e Kwon virou imediatamente colocando-se em sua formação. Era o solo de Liu. Ele mexia-se com seus movimentos fortes e sua força de expressão sempre perfeita. Tudo aprecia demorar muito, mas era apenas minutos, segundos. Um palco, uma música. Meses de ensaio e esforço, tudo por um momento.  

Suspirei respirando fundo e deixei que meu corpo tranquilizasse aos poucos. Escutei a música que estava quase no final. E fui pra formação com calma seguindo a coreografia com cuidado e rindo do olhar preocupado de Baro pra mim. A parte final da música era muito engraçada nós quatro entraríamos em sincronia gradativamente, ao contrário do começo.  

Primeiro os quatro dançariam igual a Baro, movimentos desregulados, moles e bobos. Então o garoto pararia e seguiríamos o que Kwon fez, misturando Ballet com Hip Hop. Estávamos completamente sincronizados. Quando o loiro parou e eu comecei a dançar como Liu, Ballet clássico as risadas foram altas e me fizeram sorrir. Eu não conseguia mesmo tentando muito e por isso era cômico. Quando Liu mexia as mãos com leveza eu apenas seguia-o meio duro e quando ele flexionava as pernas eu fazia isso muito mal. Finalmente o chinês parou e eu comecei a dançar sozinho como no começo da apresentação. Hip hop puro e duro, quase um house estranho. E finalmente paro como os outros e a música.  

O silêncio revelou nossas respirações pesadas pelo esforço e sentia minha pele orvalhada de suor. O som das palmas foi algo bom de ser escutado. E quando olhei a banca de jurados pensando que ia encontrar um sorriso no rosto da Raquel, sorri encontrando-a impassível como sempre. Ele nunca deixava suas emoções transparecerem antes do tempo. Sorri e sai do palco com os meninos.  

-"Meu Deus foi tão legal! Vocês viram como eles estavam rindo?"- Baro começou a pular e ficar feliz quando chegamos a coxia, enquanto o Chinês corria para recolocar o tensor sobre seu pulso com um gemido leve de dor.  

-"Sim! foi incrível!"- Falei alto. Todos os três olharam pra mim com cautela, como se estudassem minha expressão. Estavam obviamente preocupados.  

-"Você está melhor?"- Diferente do que imaginei a pergunta veio primeiro por Liu. Com seu olhar constante e sério, que ele exibia sempre que estava trabalhando, ele me pedia silenciosamente por sinceridade. Respirei fundo, vendo que os três esperavam uma resposta.  

-"Estou melhor! Obrigada por me ajudarem! Realmente achei, depois de ter caido, que me afogaria em culpa e nos primeiros segundos realmente o fiz, como puderam percerber, mas depois de notar como vocês me encobriram facilmente eu percebi algo... Não é como se a responsabilidade estivesse completamente sobre meus ombros. Eu percebi que posso cair do palco sem estragar a competição... Porque todos estavam lá para me ajudar a esconder e concertar o erro. Eu percebi num intervalo curto de segundos que... Eu posso confiar em vocês completamente... Não importa qual seja o resultado essa noite, obrigada pela melhor apresentação da minha vida. Eu amo vocês!"- Talvez pela raridade em me ver falando tão abertamente sobre meus próprios sentimentos, os três arregalaram os olhos. Kwon chorão como sempre não demorou a se derramar e correr pra me abraçar. Ainda bem que ele podia chorar por mim. Baro nos abraçou e Liu fez o mesmo. 

Não sei quanto tempo ficamos assim, abraçados. Tentando passar um pouco do carinho um pro outro.  Mas quando nos soltamos só haviam sorrisos e mãos dadas. A espera pelo resultado não foi sufocante e nem me encheu de culpa. Por que eu sabia que poderia dividir as preocupações com meus amigos. Eu sabia que aquele erro não apagaria todo o nosso esforço e muito menos nosso potencial. Mesmo que sem perceber eu puxasse a responsabilidade de tudo pra mim, dessa vez eu me permiti partilha-la entre nós igualmente. A responsabilidade era nossa. Esse tipo de compreensão me deixou tão leve que era difícil não sorrir em divertimento puro. A quanto tempo me sentia assim, tão seguro? 

-"Agora, vou dizer os vinte qualificados para o festival! Apenas citando as vinte equipes, sem revelar a posição dos outros por ética! Se não falar o número da sua equipe, apenas continue tentando. A MOVA sempre trará novas formas de mostrar seu desempenho."- Raquel ditou alto. Todos estávamos reunidos perto dela, depois de um longo tempo esperando o resultado da audição.  

Meu gatinho segurou minha mão e quando virei para encarar-lhe o rosto ele mordia o lábio de forma ansiosa encarando Raquel como se ela tivesse a resposta pra vida. Aqueles lábios me traziam várias lembranças diferentes. E era assustador perceber o quão grande me tornei após a sua chegada. Como ele pode me grandificar tanto? Era como se ele soubesse exatamente como me deixar confiante para crescer. E todos aqueles medos que eu reuni durante minha vida... Eles já não era tão assustadores assim. Porque eu tinha a certeza, que ele sempre estaria segurando minha mão.  

Quando Raquel anunciou nosso número ficamos estáticos. Não ouve grito, não ouve sorrisos. Estávamos completamente congelados diante da classificação. Mesmo errando, ainda conseguimos chegar lá. Na verdade agora parecia que sem o erro, não conseguiríamos. Como se tudo que foi, tivesse que ser. Claro que isso só durou até ela dizer o último número, já que Baro correu desesperado para comemorar com seu patinho. Pyo e Taeil pareciam em êxtase com nossa conquista, como se fossem parte direta disso e eles eram. E mesmo que Zico tenha apenas elogiado e dado parabéns a nossa equipe, Seu namorado rebelde, mais conhecido como Kyung, fez questão de dizer que só ganhamos pela ótima música que Zico tinha feito pra nós. Não discordo, cada parte disso foi essencial para o resultado revigorante e mesmo que nem estivéssemos no pódio, estávamos alto o bastante para ir ao festival. Isso era maravilhoso.  

-"Meus parabéns Lee Minhyuk! Estou orgulhosa da sua performance hoje!"- Raquel disse e não evitei sorrir grande enquanto a encarava. Todo o tempo que esperei por um elogio assim saindo da boca dele valeu a pena, porque agora eu me sentia ainda maior. Era como ter chegado a uma posição simplesmente grande demais pra ser esquecida.  

-"Ah... Foi apenas um pouco de sorte!"- Brinquei enquanto segurava sua mão, aceitando o contato. Raquel abriu um grande sorriso. 

-"Você sabe muito bem que não existe sorte Mimi!"- Ela disse alegremente e meu coração pulou uma batida. Encarei-a por alguns segundos. 

-"Do que me chamou?"- Questionei com medo, enquanto sentia sua mão soltar-se da minha. Ela tombou a cabeça pro lado parecendo confusa. 

-"Lee Minhyuk... Não é seu nome?"- Falou e eu conseguia sentir a sinceridade no que disse. Sorri de volta pra ela. Era apenas minha mente pregando uma peça em mim mais uma vez. 

Minha irmã sempre quis entrar pra MOVA e talvez por isso eu quisesse tanto a aprovação da Raquel. Agora, ela poderia facilmente representar minha irmã mais velha. Eu não tinha mais como ouvir um: "Parabéns Mimi". Mas o pequeno feito de ter Raquel orgulhosa de mim, parecia chegar perto o bastante disso. E isso era grande o bastante pra me deixar satisfeito. A sensação era parecida a de se libertar de uma prisão onde estive preso por muito tempo. Como se agora, pudesse ir muito mais longe e nenhum medo me manteria parado. 

○○○ 

-"Ei Minnie..."- Kwon chamou baixinho e abri os olhos a contragosto. Sua pele nua aconchegada a minha na cama me dava a imensa de vontade de nunca sair dali. Conforto.  

-"Que é gatinho?"- Perguntei antes de fechar os olhos de novo e senti-lo me abraçando mais. Era impossível impedi-lo de continuar com essa mania de me abraçar por trás quando dormíamos, afinal, eu gostava também. 

-"Você sabe que dia é hoje? Já passou da meia noite..."- Avisou beijando meu ombro nu de leve. Suspirei com seu carinho e depois de pensar, constatei que era muito melhor irrita-lo um pouco.  

-"Não..."- Brinquei.   

-"Aff Minhyuk você não lembra de nada! Você é muito chato!"- Reclamou com sua voz afetada e tive que rir. Virei para ficar de frente a ele e o puxar pra mais perto. O pequeno bico em seus lábios rosadinhos me fez roubar-lhe um beijo calmo. Ele sempre seria lindo aos meus olhos e nunca cansaria de ficar olhando. Admirando.  

-"Feliz um ano de namoro meu amor..."- Falei baixinho, enquanto sorria e esfregava a ponta do meu nariz contra a ponta do seu. Lentamente seu bico de raiva foi substituído por um sorriso ainda maior que o meu.  

-"Ainda não cansou de mim depois de um ano?"- Perguntou baixinho quase ronronando levemente. 

-"Eu te amo."- Falei o que ele queria ouvir, sem tentar esconder nada dessa vez e o gatinho me olhou como se fosse a pessoa mais feliz do mundo. Provavelmente eu o olhava da mesma forma. 

-"Eu te amo."- Deixou claro que correspondia, com um sorriso doce adornando seu rosto.  

○○○ 

Motivação, para continuar em busca do seu sonho. Esforçar-se e crescer. Confiando em si mesmo e nas pessoas que ama. 

Ousadia, para enfrentar o novo e estar sempre de queixo erguido diante dos desafios que a vida separa pra você. Coragem. 

Vigor, para manter-se forte e perceverar pelo que acredita e por quem acredita. Tentando quantas vezes forem necessárias.  

Audácia, para desafiar a si mesmo e ao mundo. Não se satisfazer com conquistas, sempre buscando ser maior por dentro. 

FIM 


Notas Finais


Eu não sei que palavra usar... além de OBRIGADA.
Por me deixarem estar tão satisfeita em compartilhar essa ideia com vocês.
Eu não sei me despedir...
Obrigada.


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