História MOVA - Bloco M - EXTRA - Nos teus olhos - JungLiu

O ar entrava e saia da minha boca com dificuldade. Pus a mão no meu peito, tentando normalizar a respiração acelerada. Meu coração parecia querer fugir do meu peito e minha mente estava perdida. Repassando de novo e de novo as palavras dele, a forma como olhou pra mim.  

Senti braços agarrarem meus ombros e virarem meu corpo em sua direção. Antes que eu pudesse reagir ou notar o que estava acontecendo seus lábios tomaram os meus em vários selinhos, um atrás do outro. Intercalando entre sorrisos e beijos, vi que Liu me olhava de um jeito diferente. Daquele jeito que ele fazia quando me dava carinho ou se aconchegava mais contra mim. Arrepiei e afastei-o espalmando minhas mãos contra seu peito. 

-"Não seja assim... Não fique bravo!"- Ele me puxou de volta e começo a odiar o fato de ser tão menor. Foi tão fácil me abraçar, ele era tão maior que parecia estar afundando nele. Seu corpo cobrindo-me. Deixei que meus olhos fechassem e tentei regular minha respiração. Ainda em choque pelos beijos. Liu nunca me dava tempo pra respirar. 

-"Você está entendendo tudo errado!"- Gritei contra ele! Desconcertado. Liu me apertou um pouco mais em silêncio e então me soltou um pouco mais sério. 

-"Eu sabia que você não estava pronto ainda!"- Seu jeito sério de repente e aquela pontinha de dor que eu reconhecia tão bem em sua expressão. Minhas sobrancelhas juntaram um pouco em dúvida e olhei pros meus pés pensativo. -"Por isso não queria atropelar as coisas com você... Não quero perder o que a gente tem..."- Murmurou continuando e senti meus olhos enxerem de lágrimas que lutava pra segurar.  

-"Não me trate como uma criança! Você morre de medo de chegar perto demais!"- Ditei calmamente. 

-"Morro de medo mesmo... Pra mim você é muito pequeno, muito lindo e muito bom pro mundo. Eu quero te proteger até de mim..."- Comentou abertamente e deu uma risadinha. Como se ele não sentisse vergonha em ser sincero. Em abrir o coração na minha frente. Olhei indignado pra ele e Liu sorriu ainda mais. 

-"Eu não acredito que Kwon falou isso..."- Murmurei mais pra mim mesmo do que pra ele. Liu revirou os olhos. 

-"Hora, você saiu por ai falando do seu amor por mim, uma hora ia chegar aos meus ouvidos!"- Brincou e apertei os olhos na sua direção.  

-"É eu disse mesmo! Você é cego! Seu imbecil!"- Reclamei cruzando os braços e um bico involuntario tomou meus lábios. Não perderia a chance de reclama-lo sobre isso.  

-"Eu sabia, não sou cego! Mas parecia que ultimamente a gente não pensava mais igual, você ta muito louco!"- Reclamou de volta e olhei pra ele mordendo o lábio. 

-"Eu só quero ficar diferente do meu irmão! Quero que você veja quem eu sou!"- Confessei. 

-"Mas esse não é quem você é! Claro que aprecio essas coxas livres pros meus olhos, mas me incomoda que elas estejam livres pros olhos do mundo inteiro!"- Falou e chegou perto de novo, virei um pouco pra não ficar de frente pra ele, Liu encostou seu peito no meu ombro de tão perto que chegou e me abraçou, mesmo que eu continuasse de lado.  

-"Você não é ciumento, deixe disso!"- Falei tentando segurar um meio sorriso e Liu beijou meu cabelo enquanto me apertava mais.  

-"Não era quando você era uma pessoa decente, mas ultimamente estou ficando é louco de ciúmes!"- Brincou e riu de si mesmo. Tentei empurrar seu agarrado, mas ele não permitiu minha fuga.  

-"Você gosta de mim?"- Perguntei baixinho e escutei-o rir. 

-"Eu gosto sim!"- Falou facilmente, relaxei um pouco permitindo-o virar-me de frente pra si.  

-"Só de mim?"- Foi tão baixo que quase saiu como um sussurro. Liu assentiu que sim, sem desviar o olhar do meu e sem desfazer o sorriso grande que adornava seu rosto. Ele logo ousou dar um selinho leve sobre meus lábios novamente e dessa vez eu sorri junto. -"Seu Xing Ling de meia tigela!"- Xinguei mesmo, batendo em seu peito com força. Liu riu um pouco logo aderindo aquela carinha deliciosamente séria que ele fazia ao tentar impor respeito.  

-"Meu goticozinho gostoso da porra!"- Falou naquele semblante sério, palavras que em nada condiziam com sua postura. Rolei os olhos. Idiota. 

○○○ 

-"Primeiro eu vou fazer assim... Ai depois assim! Entendeu? Vai ficar tão legal! Não conta pro Minhyuk, mas ele tem umas ideias muito legais, sério! Chega a ser injusto um gostoso daquele ser tão bom dançando, o mesmo vale pro Kwon!"- Liu tagarelava me mostrando os passos que aprendeu hoje durante o ensaio pra audição condizente ao festival de fim de ano.  

-"Ah ficou legal mesmo!"- Falei de qualquer jeito mexendo um pouco minhas mãos enquanto brincava com a etiqueta da minha camisa. Era normal vê-lo falando que tal pessoa era gostosa, principalmente se essa pessoa for ou Lee Minhyuk ou Kim YuKwon. Meu chinês tem uma tara estranha pelos dois.  

-"Ya! Você não parece animado!"- Reclamou o mais alto se aproximando de mim e deitando ao meu lado na pequena cama de solteiro. Afaguei seus cabelos macios, fazendo-o fechar os olhos puxados demais e ter no rosto aquela expressão tranquila. 

-"Estou animado é só que já te ouvi falar sobre isso tantas vezes que gastei todas as minhas expressões surpresas..."- Murmurei baixinho apertando o nariz dele e vendo seu sorriso aumentar. Sua mão subiu por minhas coxas nuas e seus dedos macios massagearam minha pele com cuidado. Não se pode dar brecha a esse chinês tarado. Botei minha mão sobre a sua e o fiz circular minhas costas, algo um pouco mais inocente.  

Ou era pra ser.  

Logo seu contato foi da base da minha coluna até minha nuca, em movimentos de vai e vem delicados ao ponto de me fazer arrepiar. Suspirei e então apertei sua bochecha com força, forçando-o a abrir os olhos, ou tentar já que eles eram tão pequenos que não havia variação de tamanho entre aberto ou fechado.  

-"O que pensa que está fazendo Xing Ling?"- Perguntei baixinho e ele sorriu mais ainda, sua mão indo um pouco além da minha coluna e pousando sobre a parte de cima da minha bunda coberta pelo short de dormir.  

-"Estava imaginando..."- Começou com seus olhos atentos sobre mim, fiz careta. Nunca era saldável ouvir que Xing Liu estava pensando.  

-"Iiih! Lá vem..."- Falei fazendo careta e ele mordeu seu lábio inferior com força baixando sua mão sobre minha bunda e apertando a carne macia com os dedos. Suspirei um pouquinho e franzi o cenho. 

-"Já que Jong está dormindo no bloco O escondido para ver Jaehyo e você me chamou para dormir aqui... Nós poderíamos aproveitar essa bela noite, não é mesmo?"- Indagou levantando suas sobrancelhas pra cima e pra baixo num movimento sugestivo.  

-"Eu te chamei pra dormir aqui? Você simplesmente soube que ele ia e trouxe um travesseiro!"- Resmunguei em protesto e Liu fez um bico nos lábios ao ouvir minhas palavras. Eu quase conseguia ouvir o barulho das suas engrenagens chinesas trabalhando em uma desculpa. 

-"Não importa quem chamou, o importante é que você e eu estamos sozinhos!"- Falou abrindo novamente aquele sorriso capaz de arrepiar até os padres. Arrepiar de medo.  

-"E dai?"- Me fiz de desentendido, desviando o olhar para o teto forrado com gesso. Sua mão chinesa e tarada como o próprio, adentrou o tecido da minha camisa, seus dedos frios entraram em contato com a pele das minhas costas. Arfei com tão pouco sentindo meus pelos ouriçarem levemente com aquilo.  

-"Poderíamos aproveitar a oportunidade para aprofundar os nossos laços!"- Sussurrou aproximando seu rosto do meu pescoço, parcialmente sobre mim. Selou os lábios na minha pele sensível  e arranhou de leve as unhas na minha coluna, fazendo-me arquear as costas. 

-"Aprofundar?"- Perguntei meio perdido entre seus beijos meigos no meu pescoço. Liu mordiscou de leve o lóbulo da minha orelha e aproximou seus lábios da mesma.  

-"É! Eu quero ir bem fundo!"- Brincou sugestivamente. Segundas intenções? Décimas intenções! 

-"Liu..."- Reclamei mexendo um pouco, sentindo-o descer seus beijos até minha clavícula e chupar com força a pele do local. Como eu explicaria tal marca? 

Se Liu já tentou algo comigo? Mesmo antes de que estivéssemos oficialmente juntos! Na verdade a primeira coisa que ele fez ao me conhecer foi tentar algo comigo, e o mais estranho foi que o bailarino alto e musculoso não tentou com meu irmão também. Não tinha como esquecer-me dele. Era interessante, porque todos demoravam um pouco para aprender a diferenciar-nos e geralmente eu e Jong não facilitávamos. Então, como aquele chinês conseguia? Como ele sempre dava bom dia dizendo o nome certo depois? Eu não conseguia entender como.  

Os olhos de Liu sempre me foram interessantes, principalmente quando ele avisava que meu joelho estava flexionado do jeito errado e por isso meus pulos eram mais baixos que os do Jong. Ele era expressivo e observador, mas mascarava isso com piadas e um comportamento engraçado. Liu conseguia criticar qualquer coisa com facilidade, porque ele sempre prestava atenção. Era engraçado o quanto ele podia ver naquela fina brecha que o puxado dos seus olhos deixava.  

Sempre me perdia nele, observando-o curioso, aos poucos se tornou uma mania. Decorei cada expressão e movimento ao ponto de entende-lo com um simples gesto ou olhar.  

Quando suas sobrancelhas juntavam-se minimamente ele estava pensando algo ruim e quando o canto de sua boca subia num sorriso sínico eu sabia que ele não concordava com alguma coisa, mas não ia expor sua opinião.  

Lembro perfeitamente do brilho escarlate e do sorriso largo ao ver Kim YuKwon dando sua primeira pirueta. Eu sabia que ninguém mais notaria e que ele nunca deixaria isso fugir dos seus lábios finos, mas ele admirava a força dele. O talento. Liu via-se na pele clara do outro. Como se sentisse prazer em guiar uma versão passada sua ao lugar certo.  

Certa vez tomei coragem e perguntei ao Liu como ele fazia para diferenciar-me do meu irmão gêmeo. Ele alargou o sorriso olhando bem dentro dos meus olhos e apenas respondeu: "Você é completamente diferente dele!". Mesmo que eu implorasse a ele que explicasse sua resposta ele apenas negou com um maneio de cabeça e acariciou meu cabelo.  

"Você é único." 

-"Posso perguntar a você antes de qualquer coisa..."- Comecei a formular minha pergunta tomando cuidado em olhar bem nos seus olhos durante isso. Liu parou de beijar minha clavícula com um estalo alto e sorriu.  

-"Sim Jung! Eu vou assumir compromisso com você! Mas primeiro eu quero ser escolhido na audição, depois disso vamos comemorar com você aceitando ficar comigo!"- Ditou calmo. Sorri um pouco tocando-lhe a bochecha meio magra. Ele conseguia ler tudo que eu sentia mesmo. Eu nem precisei perguntar e já recebi a minha resposta. A resposta que eu queria ouvir.  

Puxei seu rosto pra perto, fazendo-o subir completamente em cima de mim. Minha mão deslizou até sua nuca como se o ato pudesse trazê-lo mais perto do que a física permite. Era quentinho e gostoso. 

Liu fez questão de deixar o beijo absurdamente lento e massagear minha língua com uma intensidade lenta e agoniante. Eu confiava completamente, queria mais. Suas mãos foram pra minhas coxas, incentivando-me de forma leve a circular lhe a cintura com elas. O movimento fez uma sensação deliciosa correr por meu corpo, a sensação dos nossos corpos tocando-se. O chinês esfregava-se em mim com cuidado, subindo e descendo de forma lenta. Como se simulasse algo mais íntimo.  

Seus dedos longos e finos foram tirando peça por peça do que eu estava vestindo, assim como minhas mãos afoitas tratavam de fazer com ele. Diferente de toda a imagem de desespero que Liu passava, ele foi calmo e gentil. Como se não precisasse e não quisesse ter pressa alguma. Seus lábios tocaram-me por inteiro e quase arranquei-lhe os cabelos devido as sensações inebriantes que aquela boca causava em mim.  

Quando ele finalmente foi fundo como queria fazer, tomou o cuidado de entrelaçar nossos dedos e encostar nossas testas. Seu olhar não abandonava o meu em nenhum momento. Propositalmente dizendo-me silenciosamente um milhão de coisas. Suas expressões, gemidos e caretas, prestava atenção em tudo, como se colocasse-as juntos das várias outras que tinha decorado. Ele atingia pontos desconhecidos em mim e fazia-me deleitar com o novo. Completamente disposto a tudo que seus toques propunham a minha pele. Caricias regadas a desejo e compostas por carinhos sensuais. Coisas que eram raras de serem compartilhadas por alguém, coisas das quais eu não abriria mão nunca mais.  

Cada deslize dele sobre minha pele parecia como se ele estivesse fazendo um mapa extremamente detalhado ou escrevendo uma descrição minimalista e demorada sobre meu corpo. Ele tinha calma, mais do que eu queria que ele tivesse. E quando ele derramou-se dentro de mim, fez questão de gemer alto apertando meus dedos no processo. Eu estava suado, extasiado e meio sensível. Então, foi fácil pro chinês voltar a tomar-me o falo entre seus dedos gentis. Sem desviar o maldito olhar um segundo se quer. Não deixando-me escolha a não ser deixar claro tudo que sentia, ele queria saber.  

Gozei sobre suas mãos  fazendo-o sorrir com carinho e beijar minha testa. Os seus sussurros me fizeram sorrir. Coisas sobre o quanto ele tinha gostado e o quanto se sentia bem por me ter dentre seus braços. Seu cuidado derreteu até as mais pesadas emoções e trouxe toda a minha atenção apenas a ele e ao que ele fazia. Nossas respirações juntas, evidenciavam como tinha sido intenso, lufadas de ar que deixavam mais que obvio como foi bom.  

Mesmo que após tudo aquilo estivéssemos misteriosamente em silêncio. Só o fato de olharmos um nos olhos do outro já provava o nosso longo e complexo diálogo. Como se ainda compartilhássemos a sensação boa de chegar a um nível meio pleno do relacionamento. Como se não quiséssemos pensar em brigas ou em nada que ficasse entre nós dois.  

Liu me conhecia e eu conhecia Liu. E eu sabia que o meu chinês não era como um daqueles produtos que fazem mil promessas e atraem o seu olhar, mas no primeiro uso quebram, ele era legitimo. Ele conseguia enxergar muito dentro de mim e me instigava a fazer o mesmo por ele.  

○○○ 

-"Ah meu Deus vocês são muito fodas gente, sério! Eu sempre quis participar do festival do fim do ano, mas eu nunca consegui!"- Pyo gritou com a boca cheia, eu conseguia notar com exatidão seu X-tudo sendo triturado por seus dentes. Fiz uma careta.  

-"A gente foi incrível mesmo! Obrigada gente!"- Liu falou ao meu lado e então deu seu melhor sorriso de Xing Ling ao levantar sua coca, propondo um brinde. Todos brindamos ao som de risadas. Era realmente acolhedor vê-los tão felizes. Todos juntos.  

-"Ya! Cha Sun Woo!"- Minhyuk chamou Baro pelo nome completo, fazendo o menino largar o namorado e olhar pra ele com uma legitima expressão de dúvida.  

-"Que foi Minnie?"- Perguntou o dono das maiores bochechas do mundo. 

-"Não da pra você soltar meu patinho um segundo não? Estamos comemorando a vitória, mas você está sufocando meu pobre neném!"- O outro falou com carinho. Ri um pouco. Minhyuk parecia nutrir certo carinho exagerado por Sandeul e mesmo que de uns tempos pra cá ele estivesse transferindo esse afeto pra mim, era só ver o patinho que seu complexo voltava. 

Senti a mão de Liu pousar sobre minhas coxas e virei para encarar-lhe. Foi só encontrar meus olhos com os dele que soube das suas intenções. O chinês enfiou a outra mão no bolso retirando uma pequena caixinha.  

-"Gente! Eu tenho uma anuncio!"- Ele gritou sem desviar os olhos dos meus.  

-"Minnie eu também quero uma aliança!"- Ouvi Kwonnie dizer baixinho e tive que rir observando o par de anéis dourados.  

-"Eu disse que te faria um pedido quando passássemos na audição... Então, você quer namorar comigo?"- Indagou o chinês com seu sorriso fácil, mesmo que já soubesse a resposta de cór.  

-"Eu quero sim!"- Respondi gentilmente logo passando meus braços por seu pescoço num abraço apertado. Todo mundo bateu palminhas e Jong fez questão de implicar dizendo que Jaehyo deveria pedi-lo em namoro também, o moreno apenas disse que queria fazer uma surpresa. 

A sensação da aliança deslizando por meus dedos poderia ser comparada a uma ancora jogada em águas seguras e cristalinas. Era como ter certeza. Estar seguro.  

-"Gente... Eu estava pensando..."- Liu começou depois de passar um tempo pensativo e olhar ao redor.  

-"Lá vem besteira!"- Minnie comentou baixinho fazendo Kwonnie rir. 

-"Eu e Jung, Jong e Jaehyo, Minnie e Kwonnie, Sandeul e Baro, Pyo e Taeil... Somos um bando de gays!"- Constatou e fiz uma careta descrente.  

-"Nossa Liu você é tão inteligente! Falando o obvio assim!"- Minhyuk desdenhou recebendo um tapinha no ombro por parte do namorado. Já Sandeul, Baro, Pyo e Jaehyo nem tentaram esconder as risadas pela piada dele.  

-"A gente deveria ir pra um novo bloco da MOVA! O Bloco B!"- Averiguou o Xing Ling, ainda perdido em sua teoria torta.  

-"B de que?"- Jong perguntou confuso e sorri por já saber bem do que ele estava falando.  

-"De bicha! O bloco B, recanto de todos os homossexuais que residem na Mo..."- Começou a ditar sua piada sem graça, mas foi atingido pelo guardanapo usado de Minhyuk que o fez calar a boca.  

-"Chinês retardado!"- Murmurou voltando sua atenção a seu sanduiche novamente.  

Peguei a mão de Liu por de baixo da mesa e lancei-lhe um sorriso acolhedor. Que mais eu poderia fazer, além de rir das suas piadas? 

-"Block B, o Bloco dos bêbados!"- Pyo gritou fazendo todo mundo rir. 

-"Block B, o bloco dos bestas!"- Baro falou fazendo uma careta engraçada. 

-"Block B, o bloco dos Bocós!"- Jong entrou na brincadeira me fazendo quase cuspir a coca com sua ousadia. 

-"Block B, o bloco da bagunça!"- Taeil falou rindo em seguida da sua própria piada. 

-"Block B, o bloco dos beijos!"- Sugeriu Kwonnie fazendo bico pra lado do namorado que ignorou plenamente.  

-"Block B, o bloco dos que precisam calar a boca!"- Minnie ditou irritado.  

-"Isso não começa com B!"- O chinês reclamou e foi atingido por outro guardanapo. A risada escandalosa de Pyo Jihoon, era tudo, menos delicada.  

Talvez eu nunca fosse me acostumar ao silêncio de novo de tanto escutar o manancial de risadas que sempre nos seguia quando ficamos juntos. Talvez eu não quisesse acostumar com nada que não fosse nosso. Talvez eu devesse comer logo meu sanduiche e parar de pensar nisso.