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História Move — A Vida é Feita de Mudanças - Resgate


Escrita por: ShinEunri

Capítulo 33 - Resgate


Fanfic / Fanfiction Move — A Vida é Feita de Mudanças - Resgate

Sook acorda com o som das malditas chaves e da porta de madeira rangendo. Ela pisca algumas vezes para clarear a visão, Yuno tinha chegado mais uma vez. Ela estava cansada, com o corpo dolorido de ficar ali por sabe-se lá quanto tempo... ela não fazia ideia de quantos dias tinham se passado enquanto era torturada por Yuno, não sabia ao certo quando era dia ou noite, não dava pra ver nada fora daquele lugar que parecia um porão velho. Mas, parecia que aquilo estava durando uma eternidade. Um inferno.

— Bom dia! — Yuno diz, ao se aproximar. Ok, era dia... mas, que dia? — Está com fome? Eu trouxe um lanchinho pra você...

Sook a olha desconfiada. Ela lhe forçou comida e água umas três vezes, mas Sook tentava não comer acreditando que a comida estava envenenada.

— Não me olhe assim, eu não vou te matar envenenada — Yuno ri como se aquilo fosse uma piada. — Vamos, precisa comer... eu cuido bem das minhas visitas.

Ela dá algo na colher pra Sook que parece sopa.

— Ai! — Sook se queima com a colher forçada em sua goela abaixo.

— Desculpe, esqueci de assoprar! — Yuno se diverte e assopra a próxima colher antes de dar à Sook. Aquilo estava horrível e muito salgado.

— Viu como eu sou uma boa unnie? — Ela diz satisfeita.

— Água... por favor — Sook pede.

— Primeiro termine a comida — Yuno lhe dá mais e Sook faz careta, sentia que iria desenvolver hipertensão só de terminar de comer aquilo. Mas sabia que era pior se ela relutasse, Yuno era muito imprevisível e poderia machucá-la mais como tinha feito antes. Um arrepio lhe corre pelo corpo ao lembrar.

— Isso... só mais uma — Yuno lhe dá a última, mas Sook se engasga e tosse um pouco, se sujando com aquilo.

— Olha o que você fez! Eu vou ter que limpar tudo!

Ela dá uns tapas no braço de Sook e pega um pano. Passa o pano no rosto dela de qualquer jeito e no pescoço.

— E como se diz? — Pergunta do nada.

— O-obrigada — Sook diz entredentes. — Água, por favor...

— Espere — Yuno pega a tigela com a colher e sai.

Sook mais uma vez tenta se soltar, mas não consegue... podia sentir seus pulsos e tornozelos ardendo de tanto que tentava se soltar das cordas que a prendiam. Yuno volta com uma garrafa de água.

— Aqui está — diz abrindo a tampa. Ela coloca a garrafa na boca de Sook, derramando um pouco nela. — Aish, de novo!

Sook bebe a água e Yuno a seca com o pano.

— Obrigada — Sook diz quando Yuno lhe lança um olhar expressivo. — Eu quero ir ao banheiro também...

— Aish! Vai ter que esperar.

— Mas eu estou apertada... vou acabar fazendo aqui mesmo e você vai ter que limpar depois.

Yuno a encara pensativa.

— Você não vai tentar fugir de novo não, né? — Ela pergunta e Sook nega. — Se você tentar, você vai se arrepender mais do que da outra vez! Estou avisando.

— Ok...

Yuno desamarra os pés de Sook da cama e os mantém amarrados entre si para ela não tentar correr como antes. Solta uma das mãos de Sook da cama e a amarra na outra, passando a corda pelas costas de Sook, depois desprende essa outra mão da cama e tira uma faca de carne do bolso detrás da calça para a ameaçar.

— Levanta! — Diz e Sook se levanta devagar com dificuldade, sentindo seu corpo já fraco doer ainda mais. — Agora vire-se.

Sook obedece e Yuno segura a corda que ligava as mãos dela pelas costas e a empurra na direção do banheiro que era fora dali. Cada passo era mais doloroso que o anterior, devido às queimaduras que Yuno provocou na sola dos pés de Sook, quando ela tentou fugir da primeira vez que foi ao banheiro... uma lembrança dolorosa.

Elas sobem uma escada e entram na cozinha, Sook vê a casa melhor, era mais claro ali. O lugar era pequeno e algumas coisas estavam fora do lugar; também havia mais sujeira ali do que antes, elas passam por um pequeno corredor e chegam ao banheiro. Yuno abre a porta e empurra Sook pra dentro.

— Pronto... agora seja rápida! — Yuno mantém a porta aberta e fica de vigia. Sook se senta no vaso e fica encarando ela.

— Fica difícil ser rápida com você me olhando sempre... — Sook diz, cansada daquilo.

— Não posso fazer nada, já devia ter se acostumado — Yuno cruza os braços com a faca na mão e continua observando Sook.

Sook olha para o outro lado e tenta ignorar ela ali enquanto fazia xixi. Depois levanta a roupa debaixo, ajeita a saia e levanta.

— Agora vire-se — Yuno diz descruzando os braços.

— Espera! — Sook lava as mãos de costas na pia e seca na roupa mesmo.

— Anda logo! Eu já estou perdendo a paciência com você... — Yuno a puxa pela corda para fora do banheiro e Sook geme com a dor nos pés. Ela a empurra à sua frente pelo mesmo caminho de volta e quando elas estavam passando pelo corredor, elas ouvem um som vindo da porta e Yuno para com Sook.

— Socorro! — Sook grita como uma última tentativa de obter ajuda, mas Yuno a joga na parede com força, Sook bate com a cabeça e fica tonta por um momento.

— Cala a boca! — Ela tapa a boca de Sook e a arrasta aos tropeços para a cozinha e depois de volta para o porão.

Elas descem as escadas e Yuno empurra Sook para a cama apontando a faca para ela.

— Se você gritar de novo eu arranco suas cordas vocais com uma facada! — Yuno a ameaça, furiosa. — Agora deite aí, depressa!

Sook obedece e Yuno começa a amarrá-la de volta à cama. Ela parecia nervosa, suas mãos tremiam enquanto ela fazia os nós de qualquer jeito e Sook vê isso como uma oportunidade para escapar assim que ela estivesse longe de vista. Yuno vai para a porta do porão e sai receosa, Sook aproveita e começa a soltar a mão que parecia mais frouxa, consegue com certa facilidade e passa a soltar a outra mão.

Com rapidez, Sook solta um dos pés também e quando estava perto de terminar de desamarrar o segundo pé, ela ouve um barulho. Então, ela olha para os lados enquanto desce da cama, sabia que não havia saída além da porta, tinha tido muito tempo pra tentar traçar uma rota de escape e não tinha feito progresso... e se fosse pela porta, com certeza encontraria Yuno; ela corre para um grande armário velho do tipo escolar que tinha observado em um dos cantos. Felizmente, ele estava aberto e se ela se apertasse bem, caberia nele. Ela não pensa duas vezes e se enfia no armário, fecha a porta bem a tempo de ouvir passos e a porta do porão batendo com força.

Sook tenta observar alguma coisa através das brechas do armário, mas só consegue ver Yuno quando ela desce as escadas correndo com a faca ainda na mão.

— Não! — Ouve o grito desesperado dela. — Onde você está? Não acredito que você conseguiu escapar! Não é possível...

Sook ouve batidas na porta do porão e permanece em total silêncio.

— Lee Yuno! — Alguém grita. — Nós sabemos que está aí!

Mais batidas.

— Saia com as mãos para cima ou vamos arrombar a porta!

— Não! Eu não vou sair! — Yuno grita de volta de um dos cantos do porão, Sook conseguia vê-la se encolher no chão. — Vão embora todos vocês! Vocês não são bem-vindos, calem a boca!

Yuno parecia perturbada, Sook a vê cobrir os ouvidos e começar a se balançar, abraçando os joelhos. Ela chorava e por um instante, Sook até teve pena dela, mas então se lembra do que tinha passado...

— Yuno?! — Uma voz diferente a chama. — Yuno, minha filha, está me ouvindo?

— Appa? — Ela pergunta surpresa.

— Yuno? Filha, abre a porta! Nós só queremos conversar com você!

— Não! Sai da minha cabeça! Você não está aqui! Eu sei... você não é real, não é...

Ela começa a sussurrar pra si mesma, coisas que Sook não conseguia ouvir. E então, há um barulho maior e Sook vê alguns homens fardados descendo as escadas correndo com armas nas mãos, apenas um não estava fardado e estava desarmado. Eles se aproximam de Yuno que não olhava pra eles e continuava se balançando e sussurrando coisas pra si mesma.

— Filha... — O homem desarmado se aproxima com cuidado. — Yuno... é o seu appa. Você consegue me ouvir?

— Appa? — Ela olha para cima desorientada. — Cadê a omma? Eu quero ver a omma... onde ela está?

Yuno volta a chorar.

— Ela está morta, filha... ela morreu há um ano — o homem diz.

— Não! Você está mentindo! — Yuno se revolta e levanta, pegando a faca que estava ao seu lado novamente e apontando para eles. — Saiam daqui! Todos vocês! Seus mentirosos!

Ela avança para acertar um deles e os policiais ficam na frente do pai de Yuno, felizmente outro policial consegue desarmar e imobilizar ela antes que ela conseguisse ferir alguém.

— Me soltem! Aaaahhhh! — Ela grita e se esperneia inutilmente. — Omma! Não deixe eles me levarem! Não!

— Usem o tranquilizante! — Um dos policiais, que parecia ser o chefe deles, diz. — Os outros, terminem de vasculhar o local... pela cama com cordas há evidências de que alguém era mantido refém aqui.

Yuno recebe tranquilizante e desmaia apesar dos gritos e da relutância e os policiais começam a procurar pistas por ali de que Sook era a vítima dela. E no momento em que Sook vê um policial indo na sua direção para abrir o armário onde ela estava, ela o abre e seu corpo tomba pra frente, mas o policial a segura a tempo.

— Eu a encontrei! — Ele grita para os outros. — Chamem os paramédicos agora!

— O-obrigada... — Sook consegue dizer entre soluços devido ao choro que irrompe dela repentinamente.

O policial a pega no colo e cansada, ela acaba desmaiando, sem ver mais nada.

 

Quando Soo-Yun, Sun e os garotos que estavam esperando do lado de fora, vêem o policial sair com Sook desacordada nos braços, sua mãe e irmã se rompem em choro. Elas correm para Sook, desesperadas, perguntando se ela estava viva e se ficaria bem. Felizmente, o policial diz que ela estava viva e pede espaço para que ele pudesse levá-la até a ambulância, mas os paramédicos vão ao encontro dele e colocam Sook sobre a maca.

Namjoon, Jungkook e Hoseok consolam as duas, que estavam apreensivas. Jungkook abraça Sun e ela chora de alegria, preocupação e, principalmente, de alívio por ter encontrado a irmã depois de todos aqueles dias de puro desespero e dor.

— Sook está bem... eles conseguiram — Jungkook diz passando a mão na cabeça dela. — Ela vai ficar bem, não se preocupe mais...

Eles andam até a ambulância e Sun se separa de Jungkook para abraçar a mãe, que entra atrás da maca para acompanhar Sook.

— Vamos para o hospital também — Namjoon diz secando as lágrimas e se afastando do abraço de Hoseok, que também estava muito emocionado, para ir até o carro e os outros três o acompanham.

No carro, à caminho do hospital, Sun avisa o resto da família sobre as notícias e tio Kwan combina de os encontrar no hospital. Todos estavam tão aliviados e agradecidos de terem conseguido resgatar Sook com vida que nem sabiam como reagir. Aquele dia, onde a dor aparentemente interminável teve um fim, seria um grande motivo de comemoração mais tarde: o dia em que Sook renasceu.


Notas Finais


Oi, amorinhas!
Sook passa bem, finalmente! Ainda bem, né? Ou certas pessoas iriam me matar... 👀
Notícia: estamos quase chegando ao fim... 😢 mas amanhã tem mais!
Beijinhos 💙


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