Pov´ Iris
No dia seguinte
-Íris, não era preciso fazeres o café da manhã.- Diz a Bi entrando na cozinha, onde estou a fazer um banquete para comemorar o seu sucesso profissional
-Não te preocupes Bi, eu tinha de me levantar cedo. Mais uma hora menos uma hora, não fazia diferença.
-Vais ter alguma consulta hoje?
-Vou ter 14 consultas. Já estou a arrancar os cabelos.- Digo rindo me.
- Onde está a dona Lara.
-Onde é que acha que ela está? Deve estar a amochar na cama.- Respondo comendo o resto do meu pequeno-almoço e pondo a loiça para lavar
-Era só para saber se ela queria vir almoçar comigo. Como é o meu primeiro dia, gostava de ter companhia
-Bom, pelas horas em que ela chegou do jornal, acho melhor esqueceres da companhia da Lara
- Então queres vir almoçar comigo mais logo?
- É sempre bom ser a segunda opção
-Tu és de mais- diz ela rindo-se
- Tu sabes que sou. A que horas devo ir ter contigo boneca?- pergunto vestindo o casaco
-Talvez à uma da tarde
-Ok. Vou ter de sair agora, queres boleia?
-Sim é melhor aproveitar.
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Passado 6 horas
Exausta e tendo a cabeça quase a arrebentar, dirijo até á grande empresa Walker, onde uma das minhas melhores amigas está a trabalhar, estacionando no outro lado da rua em frente a esta.
Olhando o grande e imponente edifício, entro dentro deste vislumbrando o hall de entrada, onde tudo parecia caro e imaculadamente branco.
-Em que posso ajuda-la?- pergunta uma moça da minha idade, dentro de um balcão
-Eu vim em busca de uma funcionária vossa, ela se chama Bianca Silva, mas não se preocupe ela já está a descer.
-Claro, mas enquanto espera pode sempre se sentar
-Obrigada, é o que farei
Sentando-me num cadeirão situado no amplo salão, agarro no telemóvel para marcar o numero de Bianca, mas surpresa a minha que esta me estava a ligar.
Chamada ON
-Finalmente, dona Bianca Soares Silva, estava a pensar que te tinham raptado.
-Para com essas brincadeiras fiquei atrasada, tinha muitos relatórios para fazer e fichas para preencher.
-Estou à porta da empresa, e se não chegares daqui a 10 minutos. És tu que pagas o almoço.
-Estou já a sair.- diz desligando em seguida
Chamada OF
Guardando o aparelho eletrónico no mesmo sítio, agarro numa revista onde um artigo me agradou, desligando-me do mundo ao meu redor, foi quando…
-Boa tarde. O que faz uma deusa como tu nesta terra maldita?- pergunta uma voz sensual e máscula. Mas como sempre gosto de ver um ser do género masculino sofrer, não me deixo intimidar.
-O senhor tem problemas de autoconfiança?- disparo, mostrando a minha arrogância
-O quê.... quer dizer, não- diz atrapalhado
-É que utilizando este tipo de cantata é ridículo e horrendo, para uma pessoa de tal alta sociedade. – proclamo sem deixar de olhar a minha revista.
-E a menina acha que este membro da alta sociedade teria hipótese com tão bela dama?- tenta este, tocando no meu braço.
-Afaste se de mim. Por favor- tento com uma voz controlada, que até a mim me deu arrepios. E levantei-me do cadeirão tentando ter elegância.
-Vá lá pequenina. Aposto que gostavas de ser comida como nunca foste antes na vida.- diz o homem agarrando em meu antebraço fazendo-me voltar atrás no tempo
FLASH BECKH ON
-Vá lá pequenina, aposto que nunca foste fudida como foste hoje.- diz a voz de um dos meus pesadelos
-Por… favor, deixe-me…..ir- tento balbuciar
-Nem pensar, ainda falta marcar-te, João, trás o ferro quente
- Sim senhor
FLASH BECKH OF
-Deixe me. - Gritei desesperada - Se o senhor não sair do meu caminho, eu juro que o processo.- digo aos berros, atraindo os mais diversos olhares
-Então docinho. Vais dizer que não gostavas de uma noite aqui com o garanhão- Conforme este acaba de proferir aquelas palavras. Sinto que a minha mão é automática, pois a única coisa que acabo por sentir era um leve ardor na mão.
-És um homem nojento.- Eu digo com lágrimas nos olhos.
Foi aí que não tive mais controle em mim, pois a única coisa que me lembro era de ter corrido para me trancar em meu carro, de ouvir gritos de vozes desconhecidas e conhecidas, de sentir um impacto e de apagar por completo, tendo a percepção de que apenas mãos carinhosas tocavam em meu rosto.
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