Eu sabia de alguma forma que tinha me conectado com Derick, mas minha mãe dizia o contrário, logo ela que mais acreditava em magia e espiritismo...
Clarice: _ talvez seja melhor contatarmos um psicólogo, toda essa confusão somada com a sua gravidez está te deixando maluca. _ nós conversávamos no meu quarto enquanto ela passava as roupas...ela gostava do ambiente e sempre levava sua tábua de passar para cá.
Brenda: _ as melhores pessoas são loucas mãe... _ estava sentada na posição de borboleta que sempre deixava minhas pernas doloridas.
Clarice: _ coloque alguma música, o barulho do vapor do ferro não é música para os meus ouvidos. _ ela terminava de passar uma camisa que era do meu pai...evitei comentar já que nossa situação emocional estava até que bem.
Coloquei meu Mp4 no modo aleatório e ele começou a tocar Libra...cover feito pela Ana Gabriela. Quando fui mudar para evitar climão mamãe pediu para que deixasse tocar, que a letra remetia uma bela história de amor que ela teve.
Brenda: _ com quem? _ voltei a sentar na cama.
Clarice: _ Glenda Budd..._ ela suspirou.
Brenda: _ esse sobrenome é o mesmo da Letícia...quem é Glenda? _ questionei.
Clarice: _ Mãe dessa menina aí.
Eu me surpreendi tanto que engasguei e minha mãe teve que parar o serviço para bater nas minhas costas e me dar um pouco de água.... _ como assim mãe aquela mulher quase arrancou minha cabeça certo dia pensando que eu era lésbica...ela expulsou a filha de casa!
Clarice: _ eu sei querida, eu fui o motivo de ela ser tão estressada...eu a magoei muito. _ ela deu uma gargalhada _ aquele tempo...ai que saudade, até então eu nunca tinha pensado em ficar com homens...você por pouco não nasceu, mas graças a sua amiga isso aconteceu.
Brenda: _ como?
Clarice: _ Glenda me viu beijando outra garota e por impulso ela transou com um cara...o pai da Letícia Budd, já imagino que a cena apareceu na sua cabeça. Eu engravidei de você um mês depois, que foi quando conheci seu pai...
*ligação número desconhecido*
Letícia: _ precisamos muito conversar, me encontra no lugar onde eu te deixei aquele dia, agora.
Brenda: _ estou a caminho.
*Número desconhecido desliga*
Brenda: _ ela parecia estar chorando, posso ir até lá, certo? _ perguntei
Clarice: _ claro, vou terminar as roupas.
Peguei uma blusa de frio e saí correndo já que um ser das trevas levou minha beleza embora.
Chegando lá, ela estava sentada no porta malas do carro e chorando muito. Fui até ela e a abracei.
Letícia: _ ela... *sniff* me expulsou de casa definitivamente. _ ela respirou, enxugou as lágrimas de rímel _ desculpa ter te tratado mal nos últimos dias, eu não conseguia pensar direito. Para onde eu vou?
Brenda: _ vai para casa! Eu sei o nome da pessoa que vai fazer sua mãe mudar de ideia. _ fiz com que ela dirigisse até minha mãe e então a levei ao meu quarto.
Clarice: _ você parece tanto com a sua mãe...como vai mini Budd?
Ela ficou em choque e logo sorriu _ a história bem que podia ser hereditária _ ela “soltou no ar”, e eu apenas sorri porque não queria conflitos biológicos com ela, se é que me entende.
Paramos diante da porta e mamãe tocou a campainha, Glenda logo atendeu, com as mesmas lágrimas de rímel da filha. Nós duas pudemos perceber que as duas ficaram em total choque, até que elas se beijaram ali...na nossa frente.
Letícia e eu demos as mãos como um casal faz, mas não por nos amarmos e sim por sentirmos uma sensação de dever cumprido, cupido cacau e leite em pó. Saímos de carro, deixando as amantes sozinhas...elas nem notaram que nós já não estávamos ali.
Letícia: _ vamos para o lago, não vai ter ninguém lá...lugares calmos são bons para o bebê.
Brenda: _ belo clichê moça...vamos sim, pode dirigir.
Chegamos lá e tiramos nossas roupas, ficando apenas com as íntimas. Entramos no lago e ficamos flutuando lado a lado. Num momento calmo e envolvente eu me vi frente a frente com ela, aquele cabelo molhado e os olhos levemente inchados de tanto chorar. Os olhos dela brilhavam tanto que eu mal via o brilho da água cristalina tampouco o do sol. Envolvi meus braços delicadamente em sua cintura e a beijei. Ela levou as mãos no meu rosto, ombros e passou os dedos entre meu cabelo molhado.
Depois disso fomos até o carro, ela ligou uma música e nós começamos a dançar. No meio das coisas dela tinham bebidas e cigarros...éramos só nós e o lago. Deitei-a no capô do carro e a beijei novamente...peguei seu creme hidratante e fui passando nela, ela estava quase entrando em estado de eterna felicidade, eu podia sentir...com essa massagem eu pude perceber que aquilo era tudo novo...e que o novo era extremamente sensual e gostoso.
*ligação clarice*
Clarice: _ vocês poderiam dormir lá em casa hoje? Glenda está tendo problemas aqui no encanamento.
Brenda: _ mãe você não tem noção nenhuma de mecânica.
Clarice: _ não questione mini Bleu, apenas vá para casa!
*ligação terminada*
Letícia: _ hilário... _ ela riu e vestiu sua roupa _ vamos comer alguma coisa e nos considerarmos sem rumo. Seu bebê se importa?
Brenda: _ eu creio que ele ou ela não aceite bebidas alcoólicas e cigarros, fora isso acho que sem problemas.
Letícia: _ seu beijo tem gosto de morango...melhor fruta, aliás, você é a mais doce delas. _ rimos e fomos até um drive-thru. Pegamos hambúrgueres, batatas fritas e refrigerante.
Fomos de volta para casa, que estava trancada. Ouvimos uma música ao fundo e ficamos com um certo medo mas começamos a bater na porta. Uma voz gritou _ já vou! _ e quando a mesma se abre damos de cara com um rapaz super bonito.
Brenda: _ com licença, mas invasão de domicílio é crime. _ olhei-o de cima a baixo sem saber de quem se tratava.
Castiel: _ achei que demorasse mais para se esquecer de um amor, não? _ ele sorriu e pegou os lanches das minhas mãos e das da Letícia, que estava boquiaberta.
Brenda: _ CAST? OMG você está diferente, muito diferente mesmo! _ o acompanhei até a cozinha e lhe dei um grande abraço.
Voltei até a porta e o carro da loira já não estava ali mais, então fechei a porta e fui receber meu noivo. _ como deixaram você pintar o cabelo de azul? Nossa, você está mais forte _ reparei. Ficamos conversando horas e eu até chorei bastante lembrando de como eu me senti quando ele se foi... _ melhor janeiro de todos! _ comemorei e pulei em seus braços, mas eu estava tão cansada que caí no sono.
Castiel: _ eu ia perguntar da sua mãe e da Letícia que foi embora do nada, mas você tem compromisso marcado com o sono _ sorriu. _ boa noite vida <3
Eu dormia igual uma pedra enquanto provavelmente a Letícia chorava e dirigia por ai e minha mãe e Glenda se pegavam, ambas pareciam garotas Tumblr...nunca envelheciam.
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