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História Mp - Amantes IV


Escrita por: IsisChan015

Notas do Autor


Bem este e o maior capitulo que alguma vez escrevi... Espero que valha a pena e que gostem...

Capítulo 8 - Amantes IV


 

Uma semana… Ter uma semana para desvendar todo aquele mistério havia sido a sua única exigência e no entanto a cada dia, hora, minuto que passava se encontrava cada vez mais confuso… Era isso que definia aquela semana para si: pesquisa, investigação e confusão… Uma imensa trapalhada de pensamentos e ideias, de notícias e dizeres refletidos na tela do seu computador, que apesar de contrariarem o que havia tomado como certo a início, e aquilo que Sasuke lhe havia revelado sobre a sua família, à luz daquela noite, aquela maldita noite que mudou toda a sua vida, começavam a tecer uma história, que mesmo lhe parecendo ainda absurda e rebuscada, dava sentido aos acontecimentos que rondavam a família Uchiha.

Durante aquela semana, permaneceu trancado em sua casa em Konoha. Correra todas as precianas, fechara todas a as cortinas e mantinha o máximo possível as luzes apagadas, de forma a dar a ideia, a quem visse a habitação pelo lado de fora, de que de facto, tal como seria de esperar se ele tivesse partido realmente de viagem com o seu tutor, não se encontrava ninguém no seu interior. Mas ele estava ali, submerso com nos seus pensamentos e por vezes nas recordações de tudo o que havia vivido desde que virá Sasuke pela primeira vez.

Fechando os olhos para que as imagens fossem mais nítidas, as palavras mais claras e o tom nelas empregue fosse recriado na perfeição na sua mente, dava por si a reviver cada conversa, cada troca de olhares, expressão ou reação que o outro pudesse ter envergado e que talvez agora, refletindo sobre as mesmas lhe pudessem indicar algum tipo de falsidade. Talvez ele se estivesse a enganar a ele mesmo. Talvez se tivesse enganado em cada uma das suas impulsivas análises que julgava fazer tão certeiramente sobre o comportamento do moreno. Talvez o outro fosse verdadeiramente dissimulado e o tivesse conseguido enganar fazendo-o acreditar que quem o havia atacado era um outro alguém, um monstro vestindo a sua pele. E agora repassando uma e outra vez as suas recordações longe da euforia do momento talvez encontra-se, refletido nos olhos escuros, o brilho da mentira. Um trejeito, um levantar de sobrancelha ou revirar de lábios que lhe pudessem ter passados despercebidos mas que denunciassem o embuste. Uma palavra proferida num tom de malicia que apesar de ter chegado aos seus ouvidos pudesse ter sido mal interpretada ou ignorada…. Mas não… Não havia nada disso. Sasuke fora verdadeiro. Misterioso sim sem dúvida, mas ainda assim verdadeiro nas suas poucas palavras. Mesmo quando havia mentido para o tentar afastar de si a verdade nos seus olhos era gritante, tanto que ele não havia tido problema nenhum em descobri-la. Sasuke era um mau mentiroso, até mesmo Jiraya lho havia dito, e isso só tornava tudo o que havia descoberto na sua semana de pesquisa ainda mais desnorteante. Porque Sasuke havia-lhe mentido quanto a uma coisa. Disso tinha a certeza. Mas havia-o feito tão convictamente que tudo o que Naruto poderia pensar é que para o outro essa mentira era verdade. Que ele o havia enganado, porque se enganava a si próprio.

Mas já lá iremos às descobertas do nosso loiro… Antes disso há muito mais que precisa ser relatado. Trivialidades, talvez… mas a vida é feita de momentos triviais e por vezes é neles que o seu significado se oculta.

Naruto não relembrava apenas Sasuke. Assumindo para si que de duas entidades diferentes se tratavam, mesmo tentado esquecê-lo dava por si a pensar em Itachi. E como não o fazer quando a existência do mesmo havia condicionado tudo o que tomava por certo enredando-o agora naquela demanda de o conhecer? Como não pensar nele quando este o havia despedaçado ao toma-lo daquela forma, numa noite em que se julgava protegido, inocentemente aconchegado nos braços de Sasuke? Como não recordar aqueles olhos que pareciam ter adquirido um tom vermelho maldoso deliciados com o seu sofrimento enquanto ele investia sobre si? Como? Como o poderia esquecer quando a dor ainda se encontrava presente, inicialmente torturando o seu corpo e depois alojando-se na sua mente procurando destrui-lo, derruba-lo, impedi-lo de continuar…

Nesses momentos ele chorava. Chorava sem nem se dar conta abraçado às próprias pernas. Castigava o seu corpo, correndo para o chuveiro onde procurava, esfregando-se violentamente, eliminar a sujeira inexistente que imaginava se encontrar colada à própria pele, mas que nada mais era do que o reminiscente da recordação daquele toque sobre si. Daquelas mãos marcando-o, fixando-o no lugar, abrindo as suas pernas para que o outro fosse mais fundo dentro de si. Foi num destes momentos que a campainha de sua casa tocou. Ele sabia que não era Jyraya, pois este havia-lhe prometido que não voltaria até uma semana se ter passado, e mesmo que não cumprisse a sua promessa ele teria a chave o que tornava inútil a campainha. Só havia outra pessoa naquela cidade a conhecer aquele lugar e as pessoas que nele habitavam… Sasuke. E foi a realização da presença do outro tão perto de si, ainda que separados pelas paredes daquela casa, que o fez voltar a realidade. Parando de massacrar o seu corpo com a passagem repetida da esponja, e das suas unhas que por vezes se juntavam à mesma numa tentativa de a ajudar a limpar mais profundamente a sua pele, no momento em que aquele som chegou aos seus ouvidos, caiu sobre os seus joelhos percebendo que era Sasuke que o chamava e chorou… Chorou por si, por Sasuke, e até mesmo por Itachi… E quando não havia mais o que chorar… ergueu-se… Secou o seu corpo… Tratou as suas feridas… Vestiu-se… E relembrou a si mesmo do significado daquela semana… Encontrar as suas respostas… Encarou a tela ligada do computador que agora refletia inúmeras imagens das mais variadas animes e mangás por estar há tanto tempo sem ser utilizado, e sentando-se em frente à mesma iniciou seriamente a sua pesquisa.

Era então fim de tarde de segunda-feira, e se até então não havia avançado muito na sua investigação, dedicando-se essencialmente ao cuidado das suas feridas, que pareciam de repente não mais doer, devido à força da sua resolução, e por vezes deixando-se abater devido as feridas que não poderiam ser tratadas com simples unguentos, agora esta parecia progredir de uma forma surpreendente, deixando-o incrédulo com a quantidade de informação sobre a família Uchiha que povoava variadíssimas páginas da internet. Ainda tinha os seus momentos de fraqueza, mas a partir daquele dia o soar da campainha estava ali como que para o relembrar do objetivo a que se havia proposto. Ele sabia que era Sasuke que a tocava, e apesar de não lhe dar qualquer respostas, não, não era que ele não o quisesse ver, ele simplesmente ainda não podia, não estava preparado, mas a ideia de que outro se encontrava ali, esperando-o mantinha-o firme na sua decisão.

Até ali havia procurado apenas informação sobre Uchiha Sasuke, estupidez sua já que o motivo da sua procura não era o segundo filho de Mikoto e sim o seu primogénito. Mas o enevoado que lhe povoou a mente naqueles dois primeiros dias não lhe permitiu ver mais além e por isso a informação encontrada, nada de útil lhe dizia. Tendo dissipado essa nevoa ampliou a sua pesquisa para os restantes membros da família Uchiha e se até então o problema era a falta de informação, agora encontrava a dificuldade oposta. O número de notícias sobre aquela família era absurdo e remontava já a várias gerações. Descobriu que o irmão do trisavô de Sasuke havia sido um famoso escritor usando o pseudónimo de Ichimaru Gin e recriminou-se por não ter reconhecido o verdadeiro sobrenome de um dos poucos escritores que apreciava. Tirando este existiam muitas outras pessoas de sobrenome Uchiha que haviam deixado o seu marco na história. Pessoas das artes… como por exemplo uma tia em segundo grau de Mikoto que havia sido uma exímia bailarina clássica. Um cantor de ópera. E um grande cozinheiro. Pessoas do desporto… Um primo em quarto grau de Sasuke que se preparava agora para os próximos jogos olímpicos na modalidade de natação. Uma ancestral campeã em salto a cavalo. E ainda um parente distante que ficou conhecido por quebrar o recorde de maior número de quilómetros percorridos sem parar… O campeão da resistência como havia ficado conhecido. Mas acima de tudo pessoas do mundo dos negócios. Os Uchihas possuíam as mais variadas empresas e eram donos de ações numas outras tantas, nos mais variados campos empresariais, desde negócios de família centenares até ao apoio às novas tecnologias… Desde escritórios de advocacia à gerência hospitalar… Não era de admirar que Sasuke vivesse numa mansão e transparece-se um visual de arrogância do qual todos queriam tirar um pedaço quando era um dos principais descendentes desta orla de seres superiores geneticamente modificados.

Numa espécie de brincadeira e em termos de comparação decidiu pesquisar o seu próprio sobrenome, e não pode evitar ficar com um pouco de inveja ao constatar que não havia comparação possível. A única referencia aos Uzumaki, aparecia como uma curta citação numa notícia que dava a conhecer que o escritor de livros eróticos mais vendidos do mundo Jyraia-sensei havia adotado o seu sobrinho-neto após o mesmo ter ficado órfão como consequência de um acidente de viação que havia vitimado ambos os progenitores. Pormenores sobre o acidente ou sobre as vítimas, plebeus desconhecidos, eram desnecessários numa revista de fofocas como aquela ainda mais quando temas muito mais relevantes, como a aparência do pequeno bebé sorridente ou as roupinhas que Jyraya havia sido visto a comprar para o mesmo, se levantavam.

Revoltado com a falta de igualdade fase as duas famílias Naruto tomou então a decisão de que seria ele a deixar o nome Uzumaki famoso. Como? Ainda não sabia ao certo. Mas sabia que seria algo tão transcendental que falariam dos seus feitos muito depois do sobrenome Uchiha ter caído no esquecimento. A ideia de almejar algo para o seu futuro, ainda que fosse muito indefinida dava-lhe alento, e ajudava na cicatrização das feridas do passado. Deixou a sua imaginação voar e por momentos viu-se a dar autógrafos na contracapa de um livro assinado por si, mas a única conclusão que tirou de tal fantasia era de que, com certeza, não seria algo erótico como os livros do seu tutor.

Jyraia… começava agora a vê-lo como um pai e durante aquela semana tinha adquirido aquele que lhe parecia ser um hábito muito estranho, já que nunca tinha existido nada semelhante entre eles, de mandar uma mensagem ao seu tutor todos os dias com os simples dizeres: "Tá tudo bem." Não sabia bem era se o fazia para que o outro não se preocupasse ou se para reafirmar o fato a si mesmo.

Retomando à verdadeira prole de famosos, e tendo em conta a situação atual, aquele mediatismo em torno da família do moreno parecia vir mesmo a calhar já que lhe dava uma sensação de segurança de que se existisse realmente algo que lhe pudesse ser útil ela provavelmente teria sido a dado ponto estampada em alguma página de jornal. No entanto as noticias eram tantas, que mesmo sendo interessantes, acabavam por atrapalhar Naruto nas suas buscas e este viu-se obrigado, a executar a árdua tarefa de: selecionar informação. Limitando a sua busca aos familiares diretos e mais próximos de Sasuke encontrou a seguinte notícia:

"Nova exposição de Uchiha Mikoto é já um sucesso no mundo das artes

A recém-descoberta pintora Uchiha Mikoto presenteia-nos com a sua mais nova exposição, "Assas de Colibri".A abertura ao público da Galeria Norte do Museu de Arte e Cultura de Konoha deu-se à apenas uma semana mas os belíssimos quadros de Mikoto-san chamaram a atenção de vários apreciadores esgotando assim os bilhetes de entrada a cada dia. (…) Um traço moderno e um padrão de cores arrojado contrastam com as representações clássicas da pintora, que afirma que a história deve ser vista à luz dos sentimentos que transmite e não num mero filme a preto e branco (…)"

Se não fosse o tão conhecido nome da carinhosa mãe de Sasuke, que lhe havia dado a provar, a melhor comida que já experimentara, Naruto teria passado por aquela notícia sem lhe conceder um minuto da sua atenção, tal como havia feito a muitas outras que relatavam os mais variados feitos dos Uchiha.

No entanto, o reconhecimento do nome presente no seu título despertou o seu interesse e Naruto deu por si a ler aquela publicação de há cerca de onze anos atrás numa revista de artes que ele pensava até já ter sido descontinuada. Realmente ele havia reparado em algumas telas espalhadas pelos recantos da mansão Uchiha, algumas delas que lhe pareciam ainda inacabadas, mas nunca havia imaginado que Mikoto-san pudesse representar alguém de importância no mundo da pintura, tal como ficava explicito pela leitura daqueles parágrafos entre muitos outros que acabou também por ler curioso.

E foi numa edição mais recente daquela mesma revista, publicada há cerca de nove anos, que Naruto encontrou a sua primeira pista concreta. Se é que pudemos chamar de concreto a algo que só o deixou mais confuso. A notícia intitulava-se: "Uchiha Mikoto abandona o mundo das artes", uma frase simples e curta, aparentemente inocente, que despertou a sua curiosidade. E, se a princípio leu aquele artigo apenas para descobrir o porquê de Mikoto ter aparentemente abandonado uma carreira tão promissora, depressa descobriu que era esse mesmo porquê que ocultava as respostas que tanto procurava.

(…) Após o cancelamento da abertura da exposição "Céu vermelho" no Pavilhão das Artes de Paris, devido ao acidente rodoviário que vitimou o seu marido e filho mais velho, o assistente de Uchiha Mikoto confidenciou numa curta conferência de imprensa, o desejo da sua cliente de prolongar o seu afastamento, inicialmente imposto pelo luto, com vista a se dedicar aos cuidados do agora seu único filho Sasuke, de apenas sete anos. (…) Solidários com a perda da pintora, ressaltamos também a imensa perda que a sua retirada representa para a arte moderna, e o desejo de que volte a pintar um dia. (…)

Falecimento do marido e filho mais velho…. Filho mais velho… O seu agora único filho Sasuke… Sasuke e Itachi poderiam ter tido um outro irmão e ter sido esse a falecer naquele acidente, e nunca ter sido referido unicamente devido ao facto de já não se encontrar presente, mas mesmo se assim fosse Sasuke nunca seria o único filho restante do casal….

Confuso Naruto digitou rapidamente apenas duas palavras no Google: "Uchiha"; "acidente", e um conjunto de novas notícias foi-lhe sugerido:

"Tragedia abate-se sobre a família Uchiha"

"Presidente da e seu herdeiro morrem em acidente de viação"

"Acidente rodoviária vítima dois membros da família Uchiha"

Entre muitas outras… Apesar de mais tarde Naruto ter-se dedicado à leitura de cada uma daquelas notícias, decidiu-se inicialmente por abrir o link de um dos poucos jornais sérios da região que não se deixava levar pelo clamor sensacionalista e o que encontrou foi o seguinte:

Uchiha Fugako, presidente da filial de Konoha da Corporação Uchiha faleceu ontem num acidente de viação. (…) Encontrava-se a atravessar uma passagem de nível sem guarda quando os seu carro foi abalroado por um comboio rápido alfa sentido norte-sul (…) acredita-se também que circula-se em excesso de velocidade, sendo que a policia não põe de parte a hipótese de suicídio. (…) No carro encontrava-se também, o seu filho mais velho Uchiha Itachi que acabou por falecer a caminho do hospital. (…)

Uchiha Itachi acabou por falecer… morto… Itachi estava morto… estas palavras repetiam-se na sua mente e eram reafirmadas a cada novo artigo que lia. No que restava daquela semana leu e releu estas mesmas palavras impressas das mais variadas formas acompanhadas dos mais variados disseres. Itachi estava morto, Sasuke havia-lhe mentido. E ainda que tudo pudesse parecer mais estranho, que uma sensação de descrença ainda o assolasse, ele sabia que nada mais além daquilo fazia sentido. Era confuso e ainda que verdade era também mentira. O que restava compreender era como poderia Sasuke mentir-lhe ainda assim dizendo a verdade?

(…)

Aquela semana estava rapidamente a aproximar-se do seu fim e Naruto sabia que o motivo da morte e ressurreição de Itachi não estaria impresso em nenhuma página de jornal. Se assim fosse muito provavelmente já teria sido montado todo um culto religioso em seu nome. Sim porque para ele Itachi continuava vivo. Tão vivo como a lembrança daquela noite de há oito dias atrás. O corpo dele podia estar a apodrecer a sete palmos de terra ou até mesmo ter virado pó. Mas Uchiha Itachi como entidade ainda existia, e o que restava era descobrir o porquê. E no entanto, apesar de saber onde buscar as respostas não podia deixar de hesitar em as procurar. Mas ele era Uzumaki Naruto, e jamais desistiria. Muito menos quando estava tão perto de descobrir toda a verdade. O seu tutor chegaria no final do dia seguinte e ele tinha pouco mais de 24 horas para terminar de desvendar aquele mistério. E só havia uma pessoa que o poderia ajudar: Uchiha Sasuke.

Assim, e mesmo sem perceber bem o que fazia, calçou as suas sapatilhas e saiu de casa em direção a mansão Uchiha. Evitava pensar no que quer fosse… Que havia sido naquela casa que havia vivenciado o pior momento de toda a sua vida… Pois sabia que se o fizesse podia fraquejar desatando a correr no sentido inverso. Por isso apenas deixou que os seus pés o guiassem sem se preocupar no que diria, ou que explicação daria para a sua presença. Afinal ele sempre fora assim, impulsivo.

Deu por si no momento em que tocou a campainha, e apesar do som não ser o mesmo acabou por pensar que havia encontrado uma nova finalidade para aquele objeto ultimamente, chama-lo à realidade. Antes que pudesse recuar face à mesma, a porta em sua frente foi aberta revelando uma morena sorridente, ainda que surpresa por o ver.

_Naruto, querido, que estas aqui a fazer? As aulas já acabaram?

Aulas? Mas de que raio estava aquela mulher a falar? Ah… sim… se a sua vida seguisse o seu percurso normal talvez ele deve-se estar em aulas, naquela sexta à tarde. Mas naquele momento tudo estava fora da normalidade e ele teve que fazer um esforço para domar os seus pensamentos. Afinal não poderia revelar a Mikoto o que se havia passado, pelo menos não ainda. Era óbvio pela forma como o recebeu que ela não sabia de nada e ele viu-se forçado a concordar, pela primeira vez, com aquele ditado que diz: "Por vezes a ignorância é uma bênção". Pelo menos até ter as suas respostas iria deixar que ela permanecer assim, ignorante e abençoada.

Vestindo a sua melhor máscara sorridente coçou a nuca em sinal de acanhamento albergando-se na mentira inventada pelo seu tutor.

_É… É que eu esta semana não fui as aulas. O meu tutor teve uma reunião de negócios numa cidade vizinha e depois de eu lhe ter dito que havia uma senhora muito simpática disposta a lhe dar um raspanete por me deixar sozinho ele achou melhor levar-me com ele.

_Fico feliz por ter ajudado…_Mikoto riu-se da simpatia do loiro._Mas entra querido, já chega de ficarmos a conversar na soleira da porta. Daqui a pouco os vizinhos podem começar a comentar sobre o meu novo pretendente.

Mais uma vez a morena riu-se piscando-lhe o olho e Naruto não pode evitar sorrir enquanto esta lhe dava passagem para dentro de sua casa e o guiava até à cozinha após ter fechado a porta.

_Sasuke ainda não chegou?_Não pode evitar questionar. Não sabia muito bem como iria encarar o moreno e a verdade é que se não tivesse feito um trabalho tão bom em desligar a sua mente durante o percurso até aquela casa provavelmente não teria encontrado em si coragem para o fazer. Talvez conversar um pouco com Mikoto antes não fosse uma má ideia. Ainda que ele duvidasse que a matriarca pudesse ter todas as respostas talvez ainda conseguisse descobrir algumas pistas que lhe indicassem o que fazer a seguir.

_Não, ele hoje tem aulas até tarde então ainda vai demorar umas horinhas. Nem te perguntei mas se tiveres algum compromisso não te prendas por minha causa.

_Não eu é que deveria dizer isso. Não quero estar a incomodar.

_Não incomodas nada._Mikoto sorriu acariciando a sua face e em seguida indicou-lhe uma das cadeiras que rodeavam a pequena messa de apoio oval._ Seria uma honra ter a tua companhia para o lanche, enquanto esperamos por Sasuke.

_A honra será toda minha, bela dama._ Naruto gracejou pegando na mão da morena ainda de pé ao seu lado e levando-a aos lábios. Mais uma vez Mikoto riu daquele encanto de menino e voltando-se para a banca de cozinha começou a preparar o seu lanche.

_Voltando à conversa sobre as tuas aulas, e apesar de ficar feliz por Jyraia-san não te ter deixado sozinho toda a semana…_Foi exatamente isso que ele fez… pensou Naruto com um sorriso traquina nos lábios._ Ainda assim não acho certo faltares tanto as aulas. Oras, ainda agora começas-te a estudar aqui… Por isso se algo assim voltar a acontecer podes falar comigo que eu vou ter todo o gosto de te receber cá em casa. Como viste temos muitos quartos livres._É… pensou Naruto… e ele deveria ter permanecido no que lhe foi designado da última vez, em vez de ter decidido que dormir em casa de um amigo significava dormir no mesmo quarto. Talvez, apenas com isso pudesse ter evitado muita dor. Mas não ele queria a experiencia completa… conversas até altas horas e não sei mais o quê… Ora ali estava… teve uma experiencia mais completa do que alguma vez poderia ter imaginado. Dormir em casa de um amigo…

_Obrigada Mikoto-san. Mas eu hoje vinha sugerir o exato oposto. _Uma ideia estapafúrdia passou-lhe pela cabeça e por alguma razão ele achou que até poderia resultar._Já que fiquei aqui na sexta passada ia perguntar se o Sasuke não podia ficar lá em casa hoje como retribuição pela hospitalidade. _Disse com o melhor dos seus sorrisos como se tivesse ansioso por uma noite ao lado do seu amigo. E na verdade estava mas o motivo da sua ansiedade estava longe de o fazer sorrir.

_Hm não sei Naruto… O teu tutor vai estar em casa?

_Na verdade não…_Naruto baixou o rosto fingindo vergonha mas voltou-o a ergue-lo decidido a convencer a mulher à sua frente._Eu implorei-lhe para que deixa-se o Sasuke ir lá dormir a casa hoje e por isso ele acabou por me deixar em casa mas teve que sair imediatamente para outra reunião com a editora e só volta amanhã à noite. Mas ai é que está a piada Mikoto-san… assim vamos poder conversar, fazer lutas de almofadas, mesmo que o Sasuke diga que é coisa de menina, e acima de tudo jogar videogame sem fones pela noite dentro sem incomodar ninguém. Eu prometo que tranco todas as portas e amanhã assim que acordarmos mando uma mensagem a dizer que ainda estamos vivos. Só não prometo acordar muito cedo.

_Jogar videogame é?_A morena disse em tom desconfiado._ O Sauke também me disse que no último sábado tinha-se atrasado para o almoço porque tinham-se distraído a jogar videogame. _És um génio Naruto. O loiro não podia deixar de se congratular por ter usado aquelas palavras… Encaixava tudo na perfeição. Era quase como se ele e Sasuke tivessem combinado._Mas então porque é que não jogam aqui? O Sasuke também tem essas coisas de jogos no quarto.

Porque aqui Itachi pode encontrar-nos… Foi o que Naruto pensou mas optou pelas seguintes palavras;

_É eu sei mas é que o jogo que eu quero jogar só da para ps3 e o Sasuke só tem a playstation 2.

_E tem que ser esse jogo?_Questionou a morena voltando-se para o loiro após ter terminado de preparar o lanche.

_É só que foi o que jogamos da última vez e eu… bem eu perdi…_revelou fazendo bico… ele realmente não sabia como é que conseguia debitar tantas mentiras por segundo mas se funcionasse ele ficaria eternamente agradecido por o seu recentemente adquirido dom da mentira._Então tenho que ter a minha desforra. É a minha honra que está em jogo Mikoto-san. A honra de um homem é de extrema importância.

Suspirando resignada Mikoto acabou por aceitar, enquanto pousava sobre a messa um prato de sanduiches e dois copos de sumo de laranja natural. Afinal não queria atrapalhar o namoro do seu filho, pensou sorrindo internamente.

_Bem se é da honra do Naruto-kun que estamos a falar como é que eu lhe posso negar alguma coisa? Mas ó… juízo!

_Obrigado Mikoto-san. Apoiando um joelho na cadeira Naruto incluinou-se sobre a mesa indo depositar um pequeno beijo na bochecha da morena que corou vendo a euforia no pequeno anjo a sua frente. O que ela não via era que essa euforia apenas servia para esconder sentimentos que em nada condiziam com o sorriso que o loiro se obrigava a envergar.

(…)

Comeram em silêncio, enquanto o loiro se relembrava do sabor de verdadeira comida após ter passado a última semana à base de ramem instantâneo e outro tipo de produtos enlatados. Foi rodeado por aquele silêncio sereno e apaziguador, e após ter devorado já uma sanduiche e meia, enquanto a morena ainda dava as primeiras dentadas na sua, que Naruto encontrou as palavras que tanto temia pronunciar.

_Sasuke disse-me que tinha um irmão._ Acabou por dizer em voz baixa mas, em tom de descaso, como se comenta-se um segredo._Ele fala muito dele.

Mikoto por momentos pareceu espantada pelo súbito tópica de conversa e pela seriedade que repentinamente as feições daquele pequeno rapaz a sua frente transpareceram antes do mesmo retomar o seu pequeno sorriso habitual. No entanto, alheia à razão de tal assunto ter sido levantado pelo menor tomou-o como pura curiosidade infantil e deu por si a responder sem qualquer hesitação face aqueles olhos azuis inquisidores mas ainda assim compreensivos.

_Eles eram realmente muito próximos. _Suspirou lembrando-se do passado com um semblante triste e melancólico._Eu não era uma mãe muito presente na altura, mas se à algo que sempre percebi era o quanto os meus filhos gostavam um do outro.

Aquilo chocou o loiro. Ele imaginou Itachi como alguém assustador na vida de Sasuke. Talvez um irmão abusador, obsessivo e rancoroso, que o maltratasse ou renegasse. Não esperava ouvir um relato sobre um irmão carinhoso e amável… Não era assim que via Itachi. Não era alguém assim que havia conhecido. Não era alguém assim que o havia tomado. E não era alguém assim que deixaria um trauma no seu irmão mais novo suficientemente grande para que este o mantivesse vivo após a morte. Ou era?...

_Pode-me contar o que aconteceu?_Mikoto fitou-o seriamente como se decidisse se deveria ou não revelar aquela história a alguém que via como uma criança inocente, e por segundos Naruto hesitou, face a dor que viu nos olhos escuros, desculpando-se…_Se não quiser não precisa… eu… eu só…

_Naquela época eu era uma pintora famosa…_Começou a morena interrompendo o embaraço do loiro e bebericando o seu sumo de laranja._Entre exposições, entrevistas, viagens de galeria em galeria, entre conhecer pessoas da área e outras que pudessem dar visibilidade ao meu trabalho, fui-me esquecendo de conhecer a minha própria família. Raramente estava em casa e mesmo quando estava, fechava-me no meu estúdio com os meus quadros dia e noite a pintar. O meu casamento foi-se deteriorando cada vez mais. Ou não tinha nenhum contacto com o meu falecido marido por me encontrar em viagem ou reclusa no meu mundo de telas e tintas, ou discutíamos as minhas ausências. Chegou ao ponto em que não havia mais nada para discutir. Eramos dois estranhos numa casa que eu raramente frequentava. Não foi difícil decidir que o divórcio seria a melhor opção. Não foi triste como deveria, apenas a constatação de um facto, o assumir de uma realidade. _Mikoto disse tudo isto sem muita emoção, a verdade é que nunca conhecera o marido ao ponto de chorar por ele._ Mas tínhamos duas crianças. Itachi e Sasuke. Eu também não conhecia os meus filhos. Sasuke para mim era uma criança adorável e orgulhava-me de Itachi sempre tão responsável e cumpridor, tão sério para a idade. Mas acho que teve que se tornar assim para tomar conta do irmão, já que mãe eles praticamente não tinham, e a verdade é que o meu marido também trabalhava muito na sua empresa e penso que não despende-se muito tempo com brincadeiras infantis. _Um sorriso amargurado formou-se na sua face._Falo do teu tutor mas a verdade é que a minha moral é pouca ou nenhuma.

_Mikoto-san…_Naruto procurou a mão da mulher repousada sobre a mesa e apertou-a na sua passando-lhe algum conforto.

_Mas se havia algo de que nunca duvidei foi da união entre os meus filhos._Afirmou resoluta._ Era para o quarto de Itachi que Sasuke corria a meio da noite quando tinha um pesadelo. Era Itachi quem lhe lia histórias para dormir e cantava canções para adormecer. E mesmo quando ficaram um pouco mais velhos era Itachi quem ajudava Sasuke com os trabalhos de escola. Quem preparava lanches. Por vezes eu chegava de noite de viagem e encontrava-os a dormir na mesma cama, ora no quarto de um ora no quarto de outro, penso que simplesmente apagavam exaustos após um dia cheio ou ficavam na conversa até dormir. Era um com o outro que sorriam ou discutiam. Nós Uchihas temos a mania de sempre parecer muito sérios, mas aquelas duas crianças juntas eram os seres mais sorridentes que eu já vira. _Sorriu um pouco enternecida pela lembrança._Talvez por saber que Sasuke estava tão bem entregue tenha sentido liberdade para me distanciar tanto… No entanto, e apesar da decisão de me divorciar ter parecido tão fácil, tudo se tornou mais complicado quando a questão da guarda sobre Itachi e Sasuke se levantou. Fugako queria levar Itachi consigo, mas não fazia questão da presença do filho mais novo. Tudo o que ele queria era ter o seu sucessor ao seu lado. Eu não encontrei maneira de lhe negar isso. Sabia que não havia sido uma boa mãe até então e que sendo Itachi que iria herdar as empresas faria mais sentido ir viver com o pai. Mas Sasuke… Parte de mim dizia que não havia espaço na vida que eu levava até então para um filho, a minha parte racional… No entanto, e pela primeira vez, o meu lado materno insurgiu-se e eu comecei a não conseguir imaginar a minha vida sem nenhum dos meus filhos ao meu lado. No que respeitava a Sasuke nada estava decidido até ao dia anterior em que ficou acordado que Fugaku e pelo menos Itachi abandonariam esta casa. No entanto, e contrariando o que eu esperaria dele, Itachi veio falar comigo pedindo-me para que deixasse Sasuke permanecer ao meu lado. Eles seriam assim separados e apesar de achar que ambos iriam sofrer com isso acabei por concordar quando ele simplesmente me disse: "Sasuke precisa de uma mãe". Foi a melhor decisão que já tomei em toda a minha vida e recuso-me a pensar no que teria acontecido se Sasuke tivesse partido com eles naquele dia._Mikoto abanou a cabeça tentando afastar a visão de tal possibilidade e retomou o seu discurso emocionada._ Itachi pediu-me para ser ele a contar ao irmão o que havia ficado decidido e eu mais uma vez aceitei. Tinha um jantar de negócios importante para discutir a sobre a minha nova exposição, e até me senti aliviada por ter menos aquela responsabilidade. Cheguei tarde a casa encontrando já todos a dormir e só na manhã seguinte na hora da despedida é que me dei conta que algo de errado se passava. Os meus filhos pareciam ter discutido provavelmente pela decisão de Itachi de deixar Sasuke comigo, e este fechou-se no seu quarto, recusando-se a descer para se despedir do pai e do irmão. Mesmo assim, eles se foram, e horas mais tarde recebi a notícia que o carro deles havia sido abalroado por um comboio._As palavras começavam a sair tremidas embargadas pelas lagrimas que Mikoto se recusava a deixar cair._ Fugako teve morte imediata e Itachi acabou por morrer a caminho do hospital._Assim que falou na morte de seu filho as lágrimas até então aprisionadas nos olhos marejados rolaram pela face pálida._Morreu ainda antes da notícia do acidente ter tido tempo de chegar aos meus ouvidos. Sasuke ficou em choque durante semanas e quando parecia ter recuperado começou a agir como se nada se tivesse passado. Não chorou, não ficou triste, apenas aquele estado de apatia que assim que se foi pareceu ter levado também qualquer recordação do ocorrido. Tentei falar com ele mas nunca me quis ouvir, agindo como se não soubesse a que me refiro. Acho que se culpa por não se ter despedido do irmão naquela manhã. Tal como eu me culpo por nunca ter realmente conhecido o meu filho.

Naruto levantou-se e contornando a pequena mesa foi abraçar Mikoto que parecia tão frágil em seus braços. Como se as lágrimas revelassem a menina que fora um dia. Pensou em desculpar-se por a fazer falar de algo que lhe trazia tamanho sofrimento, mas a palavra "desculpa" simplesmente não saia dos seus lábios porque na verdade não estava arrependido. Ele precisava daquela conversa. Precisava de descobrir o que ela significava e outros significados para além dela. Porque culpa realmente parecia-lhe ser um sentimento suficientemente forte para fazer alguém ignorar a realidade. Mas ainda assim aquela culpa ainda lhe parecia pequena. E Naruto percebeu a verdade escondida nas entrelinhas daquelas palavras de Mikoto e que nem mesmo ela parecia conseguir alcançar. A culpa de Sasuke não advinha de não se ter despedido do seu irmão no dia da sua morte, era sim do porquê de não o ter feito. E essa era a última pergunta que precisava de resposta. Aquela que só Sasuke saberia responder.

(…)

Naruto deixou que Mikoto chorasse livremente, questionando-se se a mesma já o teria feito em algum outro momento. E quando o lamento suavizou apenas colocou um bonito sorriso no rosto e afastando-se no abraço em que a prendia para olha-la nos olhos, disse:

_Mikoto-san… Dizem que as grandes obras artísticas são aquelas que transmitem os maiores sentimentos. Ia ser uma honra tê-la como minha professora de pintura.

A bela morena acabou por sorrir enquanto enxugava o rosto com as mãos, face aquela tentativa clara e inocente de a animar. Levantando-se estendeu a mão para o pequeno anjo a sua frente e assim que este a tomou na sua começou a dirigir-se para o seu atelier. Retomou a compostura e com o ar de brincadeira habitual respondeu aquele pedido.

_Claro que seria. Mas aviso já que sou uma professora muito exigente._Abrindo a porta do seu estúdio onde mantinha a maioria dos seus quadros deixou que Naruto entra-se primeiro e ficou encantada enquanto o via passear por entre as telas, tagarelando sem parar sobre cada uma, dando a sua opinião de grande leigo entendedor, de forma a distrai-la. Um sorriso mais discreto mas também muito mais belo foi visto no rosto claro. O loiro não ouviu mas antes que Mikoto se fosse juntar a ele começando a ensinar o básico sobre a sua arte, foi- lhe sussurrado um leve:_Obrigada.

(…)

Há uma semana atrás Sasuke pensava ter conseguido afastar Naruto com palavras cruéis usadas para o humilhar publicamente. Por isso foi difícil compreender como é que aquele que pensava ter magoado e repelido da sua vida se encontrava na sua sala gracejando com a sua mãe quando entrou na sua casa. Uma semana depois do ocorrido Sasuke pensava ter perdido para sempre o seu lugar junto ao loiro pelo pesadelo que este havia vivenciado após tê-lo perdoado por tais palavras. Por isso era-lhe praticamente impossível acreditar que mais uma vez chegava a casa para a encontrar preenchida pelas gargalhadas deste com a sua mãe. Não. Sasuke não podia acreditar nos seus ouvidos. Eles com certeza estavam a querer engana-lo e deixa-lo completamente louco. Mesmo assim seguiu o som das risadas só para concluir que também os seus olhos o queriam ludibriar. Porque não, ele não podia acreditar que ali, no centro do atelier da sua mãe, debruçado sobre uma tela que pintava com as mãos e coberto de tinta da cabeça aos pés se encontra-se Naruto sorrindo para a sua mãe enquanto esta lhe explicava algo sobre diferentes técnicas de pintura.

_Sasuke, Okaeri. Que bom que chegas-te. Eu e o Naruto-kun estávamos à tua espera.

Mikoto veio até ele depositando-lhe um beijo na testa como forma de saudação. No entanto, ele não a via, as palavras de acolhimento que esta lhe dirigiu não eram mais que ruído de fundo incompreensível, e o suave toque dos seus lábios algo sem importância ou significado. Todos os seus sentidos, toda a sua atenção e o seu olhar descrente estavam fixos na figura loira no meio daquele comodo iluminada pelos esparsos raios de final de tarde que entravam pela parede de vidro que dava para as traseiras da casa. E ele viu, quando a sua mãe voltou costas para tal figura, impedida assim de também o testemunhar, o sorriso até então presente naqueles lábios rosados esmorecer, no momento em que os olhos azuis encontraram os seus. E ele soube que poderia acreditar naquela realidade. Pois ela não era feliz e repleta de sorrisos como aparentava.

Mikoto sorriu enternecida pensando que os olhares trocados e a falta de palavras que imperava naquela sala eram o símbolo da saudade entre dois recém-apaixonados que haviam passado um semana inteira longe um do outro.

_O Naruto-kun convenceu-me a te deixar ir dormir em casa dele hoje. Então acho melhor ires preparar uma mochila com o que precisares. Ele já esteve aqui a tarde toda a tua espera._Colocando as mãos nos ombros do seu filho Mikoto começou a tentar empurra-lo entusiasmada até as escadas que davam para o andar superior como tentativa de o fazer sair daquele estranho estado de transe que se havia apossado dele. Quando este finalmente deixou de encarar o loiro por sobre o ombro, pareceu retomar a capacidade de andar sozinho indo, então fazer o que lhe havia sido dito e esta voltou para junto do loiro, que retomou a sua mascara sorridente instantaneamente, assim que o olhar da morena voltou a recair sobre si._Naruto-kun e que tal jantarem cá antes de irem?

Naruto pareceu ponderar a ideia por um momento mas na verdade estava apenas a vasculhar o seu cérebro por uma mentira convincente que lhe permitisse recusar tal pedido.

_Apesar de a ideia de voltar a comer da sua maravilhosa comida ser bastante tentadora. Acho que vou precisar de um bom banho antes._ Estendeu-lhe então as suas mãos cobertas de tinta.

_Oh mas podes tomar banho aqui. O Sasuke pode te emprestar algumas peças de roupa já que acabamos por pintar as tuas.

_Hm… eu sei… é só que…_Ok não havia nada… Não havia desculpa nenhuma no mundo suficientemente plausível que lhe permitisse recusar banhar-se antes de comer as maravilhas culinárias de Mikoto em oposição a sair para a rua coberto de tinta tendo como melhor alternativa para jantar a encomenda de uma piza. Naruto não sabia o que dizer apenas sabia que tinha que recusar aquele pedido. Ele sabia que não seria capaz de manter aquela farsa "de tudo estava bem" em frente a Sasuke por muito tempo mesmo que o deve-se fazer na presença da morena. Então não ele não poderia ficar para jantar com os dois.

Vendo a forma encabulada como Naruto tentava encontrar uma desculpa, Mikoto soltou um risinho cúmplice achando piada aqueles namoricos adolescentes.

_Tudo bem, tudo bem… Já percebi. Querem ficar sozinhos.

Naruto corou com a realização das conclusões da morena face ao seu relacionamento com Sasuke, o que fez esta rir ainda mais do seu acanhamento reafirmando erradamente as suas convicções.

Sasuke voltou para junto deles, já com uma pequena mochila jogada sobre o ombro, imaginando se mais uma vez os iria encontrar a gargalhar de alguma piada interna que ele jamais iria escutar. Mas deparou-se com a sua mãe tentando abafar o riso, enquanto Naruto ainda de joelhos sentado sobre os calcanhares junto a tela que há minutos pintava, ficava cada vez mais e mais vermelho.

Este vendo-o novamente ali junto a porta levantou-se rapidamente e andou a passos largos até ele indo enlaçar os seus braços de maneira a o arrastar até a porta. Sasuke surpreendido com aquela atitude viu-se incapaz de dizer o que quer que fosse e não pode fazer mais nada além de se deixar guiar pelo outro, que se aproveitava do facto de Mikoto continuar iludida pelo seu embaraço para conseguir sair rapidamente daquela casa evitando assim um momento ainda mais constrangedor entre os três.

_Bem, nós vamos indo Mikoto-san. Até logo._ Gritou apresado antes de fechar a porta atrás de si deixando a morena ainda a sorrir da cara de espanto do seu filho no momento em que o loiro havia enlaçado os braços de ambos. Era como se a ideia de receber um murro bem no centro do seu nariz fosse algo muito mais espectável do que aquela atitude. Mas afinal era assim que Naruto era… Uma caixinha de surpresas. E Sasuke ainda iria descobrir o quanto o outro o poderia surpreender.

(…)

Sasuke havia-se deixado arrastar por aquele furacão loiro surpreso demais para dizer o que quer que fosse. Era como se o firme enlaçar dos seus braços em oposição ao impacto da surra que pensava merecer tivesse enviado uma descarga elétrica por todo o seu corpo que lhe havia paralisado não apenas os seus músculos mas também adormecido a sua capacidade de raciocínio. Foi só ao escutar o bater da porta de sua casa atrás de si que os seus neurónios tornaram a funcionar enviando os sinais necessários através de várias sinapses que lhe permitiram verbalizar o seu espanto.

_Naruto, o que…_No entanto, a sua capacidade observativa havia também retornado e a frase morreu-lhe nos lábios assim que viu a expressão no rosto do outro fechar-se numa seriedade quase apática. Até mesmo o tom rosado da vergonha que se encontrava presente há segundos atrás havia desaparecido dando lugar uma tees pálida devido ao nervosismo que apesar de sentido não transparecia nas suas feições. Nada podia ser lido nelas e isso assustou o moreno. Um medo apenas comparável aquele que sentiu quando havia encontrado o loiro inconsciente no chão frio da sua casa de banho apossou-se de si ao pensar que talvez não fosse apenas o corpo de Naruto a necessitar de cuidados. Mas ao contrário das simples feridas do corpo, estas, mais profundas e invisíveis, ele nunca tinha aprendido a tratar.

Eles haviam estancado o passo nas escadas junto a porta de entrada apenas para que Naruto retira-se vagarosamente o braço que o prendia retomando em seguida o seu caminho sem lhe dirigir qualquer palavra ou olhar. E Sasuke entendeu que o deveria seguir. Fê-lo em silêncio incapaz de encontrar as palavras certas para o quebrar. Quantas vezes havia imaginado o seu reencontro com Naruto? Quantas vezes se havia desesperado ao pensar que talvez nunca mais tivesse a oportunidade de lhe falar? De lhe pedir desculpas? E agora que essa oportunidade lhe era apresentada ele simplesmente emudecia aterrado pela visão daquele rosto sem sentimentos, lembrando-se que ainda não havia ouvido uma única palavra do menor dirigida a si desde que o havia reencontrado, apercebendo-se de que mesmo quando os seus olhares se encontraram nada podia ler nos azuis do outro.

Sem perceber quando nem como deu por si já às portas de casa do loiro e aguardou por alguma reação da parte dele quando se virão confinados naquelas quatro paredes. Talvez agora, protegidos de olhares curiosos, o outro quebrasse aquela letargia, ou pelo menos era essa a sua esperança. Esperava alguma ação mais tempestuosa que combina-se com a personalidade extravagante do menor mas tal não veio e este continuou apenas a guia-lo pelos corredores daquela pequena casa até ao seu quarto.

Sasuke não pode evitar relembrar-se mais claramente, já que na verdade estes nunca haviam parado de rondar a sua mente, dos acontecimentos vivenciados naquele mesmo quarto à apenas uma semana. Deu por si a esquadrilhar o comodo com o olhar até que a sua atenção ser clamada pelo loiro parado ao seu lado.

_Vou tomar um banho._Naruto disse simplesmente enrolando entre os dedos uma mecha de cabelo tingido por uma coloração de azul que apesar de Sasuke pensar combinar com os seus olhos não tinha lugar na bela cabeleira loira.

Sasuke assentiu como forma de resposta ainda que não lhe tivesse sido feita qualquer pergunta e sem saber muito bem o que seria esperado de si permaneceu estático vendo momentaneamente o agora não tão loiro desaparecer por entre a porta do banheiro. Assim que esta foi encerrada e perdido nos seus pensamentos, deixou a mochila cair dos seus ombros de encontro ao chão e foi-se sentar na beira da cama de Naruto tentando ganhar coragem para lhe falar um dos seus muitos pedidos de desculpas assim que ela fosse reaberta.

(…)

Vendo-se sozinho Naruto deixou os seus joelhos cederem face ao peso que de repente parecia carregar e foi-se escorando pela porta levando a mão à boca tentando conter os seus soluços. O que fizera? Ele não podia… Não conseguia… Ainda não… Ainda não estava pronto para encarar Sasuke. Talvez ele fosse embora… Ajoelhando-se espreitou pela fechadura da porta conseguindo vislumbrar, ainda que à pouca luz que iluminava o aposento, o vulto de Sasuke sentando na sua cama, esperando-o. Ele não iria embora. Não havia nada que pudesse fazer agora. Ele não iria embora! Ele sabia que o prazo que havia imposto a si mesmo estava prestes a terminar mas mesmo assim… Mesmo assim como pode ser estúpido ao ponto de achar que poderia simplesmente conversar com Sasuke com a mesma facilidade que havia feito com Mikoto? Mikoto não sabia de nada, ao passo que Sasuke era a razão de tudo. Era ele quem tinha as suas respostas. Mas ele… E pensar que ainda a momentos atrás estava tão resoluto em saber a verdade quando neste momento tudo o que queria era fugir dela a sete pés. Mas não. Ela esperava-o do outro lado daquela porta, brincando nos lábios finos de Sasuke, pronta para lhe ser revelada, e ele sabia que não podia continuar a fugir. Talvez adiar um pouco… Levantando-se... nem tinha percebido quando caiu sentado sobre aquele chão tamanho era o seu pavor… começou a tirar as roupas sujas de tinta abandonando-as enquanto caminhava em direção ao chuveiro. O seu corpo tremia, e não querendo acreditar que o fazia por medo ou nervosismo culpou aquilo ao contacto de há segundos com a tijoleira fria, e rodou a torneira de forma que água bem quente escorre-se pelo seu corpo nu. Hipnotizado permaneceu imóvel fitando o chão onde a água caia após adquirir as mais variadas cores, levando consigo as tintas que o cobriam, e misturando-as agora aos seus pés. Quando esta voltou a correr cristalina ergueu o seu olhar fitando o espelho apenas para dar por si ainda mais colorido do que a momentos atrás. A tinta que cobria os seus cabelos e partes do seu rosto bem como os seus braços e mãos havia escorrido delineando caminhos pelo seu corpo. Ele sabia… Não havia maneira de se limpar assim. Ele estava demasiado sujo para que a água leva-se toda a imundice. Num desespero improprio para a ocasião agarrou a sua esponja e despejando bastante sabão liquido sobre a mesma desatou a esfregar o seu corpo desenfreadamente. A sujeira que via refletida no espelho não era apenas a das tintas. Na verdade estas apenas tentavam ocultar aquelas que cobriram a sua pele e alma, impostas pelo toque de Itachi. Aquele sentimento de podridão que o fazia quase sufocar. Deixou as lagrimas que queriam transbordar, desde que vira a face de Sasuke novamente, finalmente rolarem pelo seu rosto. Aquela face tão igual à do outro e no entanto tão diferente nas suas feições. Quando o viu chegar ao atelier de Mikoto teve tanto medo. Medo que fosse Itachi ali e não Sasuke. Mas assim que o olhar de ambos se encontrou, ele soube que era o mais novo dos irmãos que o olhava em descrença. E ele tinha-o visto assim… Tão sujo… A força com que esfregava o seu corpo intensificava-se de cada vez que mais flashes de memória se repetiam perante as suas pálpebras fechadas pelo choro… Como pode? Como pode deixar que Sasuke o visse assim? No seu desespero esqueceu-se de chorar em silêncio e os seus soluços tornavam-se cada vez mais angustiados. Ele nunca havia chorado assim. Que vergonha… Ele era vergonhoso até no seu clamor… Que vergonha…

Um soluço ficou preso na sua garganta no momento em que sentiu um par de braços a rodearem o seu corpo sendo levado de encontro a um outro. Assustado abriu os olhos ergueu o rosto de supetão apenas para vislumbrar o semblante preocupado de Sasuke, tão perto do seu. Incapaz de sustentar aquele olhar encostou a cabeça de encontro ao peito do maior fechando as mãos no tecido molhado da camisa que o outro ainda vestia, tentando-se esconder naquele abraço.

Sasuke que havia sido alertado pelo som de soluços chorosos e desesperados, tinha entrado sem pensar naquela casa de banho e deparando-se com o loiro naquele estado, passando sem parar aquela esponja pelo seu corpo já vermelho pelos maus tratos, correu para abraçar o menor, entrando no chuveiro ainda vestido. Não sabia o que fazer mas o seu corpo agia por si ensinando-lhe como atuar. Levou uma das suas mãos que até então repousavam enlaçadas na cintura do menor até aos seus cabelos e acarinhou suavemente tentando chamar a atenção do loiro que retomava o seu pranto agora de forma mais contida de encontro ao seu peito.

_Shsss… Está tudo bem meu anjo… Eu estou aqui… Está tudo bem…_Ele sabia que era mentira… Não, não estava nada tudo bem. Mas ele esperava que Naruto acredita-se nas suas palavras apenas o suficiente para deixar de chorar. Mas não acreditou…

_Não, não está!_Naruto gritou em meio aos seus soluços, e ganhando folego continuo numa voz falha e embargada… _Não esta nada bem… Eu estou… Eu estou sujo… Não consigo… Não consigo limpar…

_Não. Não Naruto._Sasuke ergueu-lhe o rosto suave mas firmemente com as duas mãos para que o loiro o encarasse. Ele sabia do que o outro estava a falar. Também já se havia sentido assim por vezes… Mas ele não podia deixar que o outro continuasse a se ver daquela forma. _Não é verdade. Não estas sujo meu anjo._ Afagou-lhe os cabelos molhados puxando-os para trás, mas a visão do mesmo ainda era dificultada pela água que se precipitava de encontro as suas cabeças, respingando nos longos cílios dourados. _Tu és a pessoa mais pura, mais linda que eu já conheci. Não quero que digas isso. Tu és luz Naruto.

_Tu não percebes…_Naruto tentou abanar o rosto contra o agarre do moreno mas este manteve-o parado obrigando a sustentar o seu olhar._Eu não consigo… O toque dele… Faz-me esquecer Sasuke… Por favor… Faz-me esquecer._Implorou fechando os olhos tentando travar a torrente de lágrimas que insistia em cair.

_Naruto eu não…._Sasuke não percebia… Ele não podia apagar o que tinha acontecido. Ele daria a sua vida se fosse necessário em troca do poder que lhe permite-se mudar o passado, mas tal poder não existia… Não havia nada que ele pudesse fazer…

_Eu não te estou a pedir para mudares o que aconteceu…_Naruto falou como se fosse capaz de ler os seus pensamentos, voltando a reabrir os olhos quando ouviu o seu nome ser pronunciado naquele tom de voz confuso._Não te estou a pedir que me faças esquecer do que aconteceu..._Ele sabia que jamais o esqueceria…_Só te estou a pedir que me faças esquecer o seu toque… _E Naruto sabia que podia ser completamente doido por acreditar naquilo mas ele lembrava-se de como tinha sido a recordação do toque carinhoso de Sasuke a cuidar das suas feridas que o havia acalentado. E sabia que apenas o toque dele o poderia fazer esquecer daquele que ainda permanecia colado à sua pele. Percebendo que a confusão ainda imperava nos olhos escuros levou uma as suas mãos de encontro as do moreno que ainda repousavam nas suas bochechas e voltando o rosto para as mesmas depositou pequenos beijos sobre as palmas de pele clara. Encostou o seu corpo ainda mais ao do moreno e firmando pela primeira vez de forma confiante aqueles olhos escuros voltou a pedir._Por favor… Por favor Sasuke… Eu preciso do teu toque.

_Naruto…_Sasuke engoliu em seco face aquele pedido… _Tens a certeza do que me estas a pedir?

Não, ele não tinha… Ele nem sabia ao certo o que pedia. A única coisa que sabia era que fosse como fosse precisava de sentir o outro. Precisava que aquelas mãos o tocassem sobre os comandos de Sasuke. Precisava que fosse esse o toque que imperasse na sua pele. Que fosse dele que o seu corpo se lembrasse. Então mesmo sem certezas sobre o que pedia mas com todas as que precisava apenas voltou a repetir…

_Por favor…

Sasuke compadeceu-se com aquele pedido. Mas não foi pena o que transpareceu no seu olhar apaziguador, nem no ténue sorriso que se desenhou na sua face. Foi sim o desejo de o tornar realidade. O seu desejo de ser capaz de conceder algum alento aquela alma magoada. O que ele falhou em compreender foi o sentimento de felicidade que o tomou por Naruto ter formulado tal pedido.

Ainda com as suas mãos de encontro as bochechas rosadas trouxe o delicado rosto de encontro ao seu depositando um beijo casto na testa do menor, sentindo-o estremecer com o breve toque dos seus lábios sobre a pele dourada. Temeu que tal estremecimento se tivesse devido há um sentimento de medo e arrependimento por parte do loiro mas ao afastar-se para encarar os olhos azuis, com vista a tentar assim descobrir que sentimentos ocultavam, encontrou-os fechados, denunciando a entrega de Naruto que aguardava sereno pelas suas caricias. Era como se aquele simples toque tivesse sido suficiente para acalmar o seu coração, e se este agora batia descompassado não era devido ao desespero e sim a um novo sentimento que só agora começava a compreender. Os olhos azuis entreabriram-se apenas para encarar os negros a sua frente antes que se voltassem a fechar rendidos assim que Sasuke voltou a fazer os seus lábios roçarem pela pele molhada da sua fronte.

Sasuke, apesar de subjugado pelos mesmos sentimentos foi incapaz de fechar os seus olhos. Se o fizesse seria privado de contemplar aquele belo rosto. Naruto era lindo. Sasuke já sabia disso. Mas naquele momento, com os cabelos molhados emoldurando o rosto corado, os longos cílios claros onde gotas de água se prendiam parecendo brilhar, e a boca, de lábios grossos e avermelhados, entreaberta devido a respiração descompassada, Naruto mostrava-se seu, e era isso que mais encantava Sasuke.

Sentindo o corpo menor tremer de encontro ao seu Sasuke foi descendo os seus beijos até uma das bochechas rosadas, traçando lentamente o seu caminho até o lóbulo da orelha que parecia também ela corada. Assim que mordeu suavemente aquele pequeno pedaço de carne Naruto resfolegou e depositou inconscientemente os seus braços ao redor do pescoço de Sasuke, trazendo-o para mais próximo do seu pescoço, gemendo o seu nome como se pedisse por mais daquele contacto.

E Sasuke correspondeu ao pedido, beijou o pescoço que lhe era oferecido agora de forma mais intensa, apesar de ainda contida pelo receio de trazer a tona, com atos impensados, recordações indesejáveis. As suas mãos que haviam abandonado o rosto do loiro passeavam agora pelas costas do mesmo, no mesmo ritmo em que a sua língua provava aquela pele pela primeira vez numa caricia mais atrevida, mas que foi apenas correspondida com um gemido rouco de encontro ao seu próprio ouvido. Sasuke raspou suavemente os dentes sobre a pele avermelhada pela passagem anterior da esponja só para em seguida lamber o local como se concedendo conforto após uma dor que nunca chegou a existir. Porque Naruto desconfiava que mesmo que Sasuke cravasse os dentes na sua pele, sendo ele, tudo o que poderia sentir seria prazer.

Sasuke desceu com as suas caricias até encontrar um dos mamilos do menor que contornou com a língua só para então lamber e chupar diligentemente. Capturou o outro com os seus dedos e ouviu novamente o seu nome entrecortado pelos gemidos do loiro.

_Sa..Sasu… ke… ah…_O loiro enredou os cabelos negros aos dedos de uma das suas mãos ao passo que a outra procurava encontrar apoio na parede fria há qual se recostou, incapaz de sustentar sozinho o prazer que sentia.

Sasuke substituiu a sua boca pelos dedos da sua outra mão e sem parar de atiçar os mamilos do menor traçou com a língua um novo trajeto. Após lamber, beijar e dar pequenos chupões em toda a extensão de corpo que lhe era apresentada, ajoelhou-se em frente ao membro ereto de Naruto até então carente pelos seus toques. Sentiu um ligeiro puxão nos seus cabelos e ergueu o seu rosto para encarar as pequenas safiras brilhantes não em terror mas sim em supressa e um certo receio face ao ato até então desconhecido. Sustentando aquele olhar de forma a lhe passar confiança, Sasuke deixou uma das suas mãos deslizar de encontro ao pénis de Naruto circundando-o e iniciando lentos movimentos de vai e vem. Naruto levou as mãos a sua boca procurando conter um gemido mais alto, e sentiu as suas pernas cederem face a onda de prazer que o percorreu por conta daquele toque mais ousado. Mas não caiu. Em vez disso foi mantido no lugar pelo agarre do moreno nos seus quadris, tendo este aproveitado o momento em que os seus cabelos foram libertados para fazer deslizar a sua língua por toda a extensão do pénis de Naruto. Se existia qualquer dúvida esta foi totalmente esquecida pelo loiro no momento em que sentiu o seu membro ser humedecido pela saliva de Sasuke enquanto este o tomava sofregamente na sua boca quente. Não havia como formular qualquer pensamento que fosse quando a língua do moreno parecia brincar com o seu pénis e ainda menos quando este o chupava levemente apenas o suficiente para o levar a loucura sem que fosse doloroso. Apoiou uma das suas mãos num dos ombros de Sasuke enlaçando o tecido da camisa molhada e tentando encontrar ali algum apoio. A sua outra mão permanecia na sua boca e sem perceber mordeu os seus dedos numa tentativa de conter os sons embaraçosos que teimavam em se fazer ouvir. Um fio de saliva escorreu pelos seus dedos e queixo e devo dizer que Sasuke perdeu uma visão e tanto daquela face tomada pelo prazer por estar agora de olhos fechados concentrado em lho conceder.

_Sasuke… eu vou… ah…_Sem saber muito bem como encontrou forças para avisar o moreno, mas este ignorou completamente o seu aviso intensificando ainda mais os movimentos com a sua boca. Não sendo mais capaz de se conter Naruto sentiu todo o seu corpo tremer no momento em que o orgasmo o arremeteu. Sasuke abrandou os movimentos continuando a lamber dedicadamente até que a última gota de gozo lhe fosse oferecida.

Abriu novamente os seus olhos apenas para se deparar com aquele corpo tremulo e ofegante. Aquele rosto totalmente vermelho que contrastava com os olhos azuis escurecidos fixos em si, toldados por aquela sensação de acometimento indiscritível. Os lábios molhados de onde escorria um fio de saliva… tão apetecíveis. Naruto segurou-se aos seus ombros mas não teve nem mesmo tempo de cair exausto… Sasuke ergueu-se completamente hipnotizado pelos lábios que clamavam pelos seus e concedeu-lhes assim o que pensava estarem a pedir-lhe, quando na verdade era o seu próprio desejo que o comandava. Pressionou os seus lábios contra os do menor e encontrou neles o mesmo clamor, descobrindo que estes de fato o haviam chamado. Enlaçou a cintura do loiro que ainda agarrava desesperadamente a sua camisa trazendo-o para mais perto. Fez a sua língua deslizar pelos lábios carnudos, e Naruto apesar de surpreso com o seu próprio desejo deixou-se levar por ele entreabrindo os lábios e deixando assim que a língua do moreno viesse brincar com a sua.

Era tudo tão novo. Tão diferente do pesadelo vivido… esquecido naquele momento… subjugado por algo tão mais intenso e arrebatador. Sasuke dava-lhe tanto, mostrava-lhe tanto. Sasuke havia dito que ele era luz… mas era a luz do moreno que ele via e não o contrário.

Num movimento rápido Sasuke separou-se daquela boca, apenas para o levantar no ar, voltando a toma-la assim que havia acomodado o loiro no seu colo. Naruto estava tão leve. Mais leve ainda do que se lembrava… E apesar de perdido num emaranhado de sensações o moreno ainda foi capaz de fazer uma rápida nota mental, sobre discutir as futuras refeições do menor.

Naruto que havia mais uma vez enlaçado com os seus braços o pescoço do moreno perdido na sensação inebriante de o beijar deixou-se carregar até à cama onde Sasuke gentilmente o depositou, deitando-se em seguida sobre si. Sasuke não sabia se as suas ações eram corretas… Pretendia unicamente dar prazer ao menor e agora que o havia feito nina-lo até que ele adormece-se. Mas os braços que Naruto mantinha inconscientemente firmes ao redor de si não o deixaram se afastar e sem que deixa-se que muito peso recai-se sobre o menor deitou-se sobre ele encostando as suas testas, olhando-o nos olhos.

Era Naruto quem o chamava. Sempre Naruto. Mesmo sem perceber. Mesmo sem formular quaisquer palavras. Eram os seus atos e desejos inconscientes que lhe indicavam o que fazer.

Erguendo-se sobre o mesmo Sasuke sentou-se sobre os próprios joelhos entre as pernas do loiro que apesar de corado pela vergonha de se ver tão exposto não desviou o seu olhar daquele que o fitava desejoso. Mas o que Sasuke não sabia era que Naruto não corará apenas pelo embaraço da situação e sim pela visão de Sasuke ali entre as suas pernas. Com a roupa molhada colada ao corpo, a camisa que transparecia os contornos daquele corpo delicadamente escultural de pele pálida e leitosa. Os cabelos de onde pequenas gotas de água se libertavam fazendo um trajeto pecaminoso aos olhos do loiro sobre o corpo do outro, ou mesmo do seu, quando gotas escorriam pela franja de cabelos negros pingando sobre as suas coxas. Os olhos que o olhavam igualmente enternecido e os lábios finos levemente rosados pelos seus beijos.

Sem nunca quebrar o contacto com os olhos azuis, Sasuke delicadamente fez deslizar as suas mãos pelas pernas do loiro e chegando até aos seus tornozelos ergueu uma delas levando-a até aos seus lábios. Beijou os pés pequenos com extrema devoção começando a subir o roçar de lábios até ao tornozelo do loiro. Tendo a sua outra perna liberta, já que agora Sasuke segurava aquela que beijava com ambas as mãos, massageando e acariciando-a, Naruto levou-a até ao peito do maior e deslizando o seu pé por entre o tecido da camisa pediu com uma voz rouca.

_Tira…

Com aquele sorriso de lado tão característico Sasuke levou uma das suas mãos até aos botões da mesma começando a abri-los um a um de forma lenta e torturante para aquele que o observava. No entanto depositou a perna de Naruto sobre o seu ombro para assim poder continuar a distribuir beijos e lambidas pela mesma… Assim que se viu livre daquela peça de vestuário inclinou-se mais sobre o menor subido os seus beijos até à coxa torneada. Mas uma vez usando a sua outra perna Naruto prendeu os seus dedos dos pés ao redor do cós da calça preta que o outro ainda vestia.

_Também…_voltou a pedir mas desta vez não foi atendido.

Sasuke limitou-se a mais uma vez dar um dos seus sorrisos ladinos e responder:

_Depois…

O moreno colocou então ambas as pernas do loiro sobre os seus ombros erguendo-o da cama e Naruto soltou um gemido em antecipação quando viu os beijos do moreno deslizarem das suas coxas de encontro ao seu membro novamente ereto. Pensou que Sasuke iria repetir o que havia feito no chuveiro mas os beijos no seu pénis foram breves… O moreno foi mais além e separando as nádegas redondas e bem-feitas do menor com as mãos lambeu o seu ânus lentamente.

Esticando as suas mãos até então embrenhadas na colcha Naruto procurou afastar Sasuke de si.

_Não… Aí não… Não lambas aí… É sujo…_Debateu-se para afastar o outro procurando retirar as suas pernas dos seus ombros mas a agarre de Sasuke manteve-o no lugar.

Calmamente o moreno levou uma das suas mãos até aos cabelos dourados… Naruto estava-se a mostrar bastante flexível… chamando-lhe assim a atenção.

_Não é. Nada em ti é sujo Naruto. Nada._Apesar de agora o loiro parecer ter-se acalmado Sasuke ainda conseguia ver hesitação nas pequenas safiras. Suspirou triste por Naruto não acreditar no que lhe dizia e deixou as pernas douradas descerem pelas laterais do seu corpo. Voltou a inclinar-se sobre o loiro e depositando um novo beijo sobre a sua fronte foi a sua vez de fazer um pedido. _Vira-te…

Naruto hesitou… Ainda receava o que poderia vir a seguir. Mas o suspiro triste de Sasuke chegou aos seus ouvidos como desapontamento pelo que lhe havia negado e ele viu-se incapaz de o fazer mais uma vez.

Tentando controlar o ligeiro tremor que o acometeu fez o que lhe foi solicitado e voltou as costas para o moreno… Ele sabia que Sasuke não o iria tomar da mesma forma que Itachi havia feito mas o medo ainda estava ali… E a lembrança da dor parecia tão real…

No entanto surpreendeu-se quando ao contrário do que pensava as atenções de Sasuke recaíram sobre a sua nuca e não o local esperado. Sasuke começou a lamber o seu pescoço e ombros enquanto deslizava as suas mãos pelo corpo moreno que lhe era oferecido. Os seus dedos encontraram mais uma vez os mamilos do loiro e ele sentiu o corpo menor relaxar de encontro ao seu há medida que o som de gemidos se fazia novamente presente. Desceu a sua língua pela linha da coluna de Naruto sentindo-o resfolegar ao seu toque. Era como se pequenas descargas elétricas atravessassem todo seu corpo e Naruto pensava nunca ter vivido algo tão excruciantemente prazeroso. Bem talvez se não contarmos com a experiencia anterior na casa de banho…

O corpo de Naruto contorcia-se sob o seu e este empinava-se inconscientemente de encontro a si fazendo o moreno quase perder o pouco juízo que ainda lhe restava. Assim que chegou às nádegas perfeitas Sasuke não resistiu em prova-las também. Apalpando-as firmemente começou a lambe-las distribuindo suaves mordias na carne tenra, até que as voltou a afastar delicadamente alcançando mais uma vez a entrado do loiro com a língua…

Desta vez devido às ondas de prazer que propagavam pelo seu corpo ao sentir o toque forte e ainda assim carinhoso de Sasuke, e lhe toldavam o discernimento, Naruto viu-se incapaz de revidar aquele ato com recusa. Em vez disso o seu corpo agiu sozinho fazendo-o empinar-se ainda mais de encontro à boca sôfrega do moreno. Aquela língua que insistia em lambe-lo naquele local tão escondido forçando por vezes um pouco a passagem para dentro de si… Continuando com as suas lambidas Sasuke começou a contornar a pequena entrada com o seu dedo indicador deixando que a sua saliva escorre-se sobre o mesmo antes de forçar ligeiramente a passagem para o interior do loiro.

Neste momento sentiu o corpo de Naruto retesar sobre o seu e pressionar o seu dedo tentando repeli-lo…

_Sa…Sasuke…_O seu nome foi proferido como um lamento e ele afastou-se procurando acalmar o seu próprio desejo e retomar a sensatez.

_Desculpa… eu não queria assustar-te…_ Iria afastar-se ainda mais quando o sentiu o seu pulso ser agarrado pelo loiro que se voltava para si.

_Não… eu quero… É só… _o olhar foi desviado pelo embaraço mas mesmo assim o menor prosseguiu…_Eu quero ver o teu rosto… _Voltou a encarar os olhos negros para finalmente revelar determinado._Dá-me confiança…

O loiro tomou então a iniciativa e ainda puxando o moreno pelo pulso fê-lo deitar-se novamente sobre si. Corado de vergonha abriu bem as suas pernas e deslizou a sua mão para a do outro guiando-a então até o seu ânus. Sasuke beijou o seu rosto e colando então as suas testas encarou os olhos azuis brilhantes enquanto deslizava mais uma vez de forma lenta e cuidadosa um dos seus dedos para o interior do loiro. Assistiu ao pequeno trejeito de desconforto que se formou no rosto rosado e que o outro tentou esconder, mas mesmo assim não poderia deixar de continuar… Não quando o seu corpo pedia tão isultantemente e via esse mesmo pedido nos olhos cerúleos. Moveu o seu dedo com calma, naquele interior quente e apertado, apesar do clamor que o arremetia buscando não provocar dor e unicamente prazer. E esse prazer foi surgindo tímido e hesitante nos olhos do outro. Nos seus ofegos… Nos pequenos sons que não conseguia conter… No contorcer do seu corpo que comprimia aquele dedo invasor agora não para o expulsar mas em busca de mais daquele sentimento.

Sem quebrar o contacto visual, pois sabia que este ajudava o loiro a corresponder aos seus toques, assegurando-lhe que era ele quem o estava a tocar e não um outro qualquer, Sasuke moveu-se voltando a erguer o corpo do menor e sem retirar o dedo do seu interior levou a boca até um outro humedecendo-o. Forçou então a passagem deste para junto do primeiro e sentiu mais uma vez o corpo pequeno contrair-se. Levou então a sua outra mão até a ereção negligenciado de Naruto e começou lentos movimentos de vai e vem no mesmo ritmo em que arremetia com os seus dedos, com vista a faze-lo relaxar. O prazer que nunca o tinha realmente abandonado foi tomando proporções cada vez mais intensas e Naruto começou a rebolar de encontro aquelas caricias. Foi então que aqueles dedos atrevidos que se moviam dentro de si tocaram um local em particular que o fez sentir um prazer diferente de qualquer outro. E Sasuke sorriu face à descoberta e ao gemido de espanto que escapou alto e despudorado pelos lábios vermelhos. Começou então a mover os seus dedos de encontro aquele mesmo local, aumentando a rapidez dos seus movimentos, assim como fazia com a sua outra mão no pénis do loiro. Embalado pelos gemidos do menor que se tornavam cada vez mais audíveis e desconexos a medida que a intensidade aumentava introduziu um terceiro dedo vendo-o arquear as costas buscando mais contato mas quando pensava que o outro se encontrava perto do orgasmo ouviu-o pedindo entre gemidos e ofegos:

_Sas… uke…. Para… ah não… Não… quero… ah-assim…_No entanto, ele não parou. Como parar quando tinha aquele corpo dourado brilhando devido ao suor entregue sob o seu?… Tudo que queria era dar-lhe prazer e contempla-lo no momento em que este o envolvesse. _Não!_ Empurrando-o com um dos seus pés Naruto afastou-o de si sentando-se rapidamente sobre os joelhos para encarar o moreno com olhos lacrimejantes… _Não quero assim… quero te a ti…

_É a mim que tens…_Sasuke respondeu com calma buscando apaziguar o menor. Ele sabia ao que Naruto se referia, mas a verdade é que tinha medo também. Medo de magoar o menor e trazer-lhe um pesadelo semelhante ao que o seu irmão lhe havia mostrado. Por isso pensou que se desse simplesmente prazer a Naruto mesmo tendo que conter aquele desejo desenfreado que o parecia querer consumir isso seria preferível a deixa-lo extravasar sobre o corpo frágil do menor.

_Não… Não assim… Tu… Tu não queres?_O loiro olhou-o magoado pensando que talvez fosse isso. Talvez Sasuke tivesse feito tudo aquilo por pena. Talvez ele não quisesse realmente… Talvez ele não o quisesse… Afinal como poderia deseja-lo após tudo o que acontecera. Sasuke deveria ter pena… Só isso apenas pena…_Tu não me queres…

_Naruto…_Sasuke aproximou-se do menor acariciando o seu rosto com uma mão e tomando uma das suas com a outra, levou-a de encontro a sua própria ereção ainda agonizantemente constrita pelas suas vestes…_Tu não és capaz de sequer imaginar a extensão do meu desejo…_Naruto corou sentindo o membro do moreno pulsar mesmo através do tecido. _Eu só tenho medo de te magoar meu amor…_ Amor… a palavra havia escapado tão facilmente dos seus lábios. Era tão natural e no entanto tão intenso. Tão certo e simples mas apesar disso só agora o percebia.

Os olhos de Naruto arregalaram-se ao ouvir tal palavra e as lagrimas que agora se formavam não eram mais de medo ou magoa… E sim de felicidade e reconhecimento daquele sentimento que também ele possuía. Levou então a sua mão livre de encontro aquela que repousava no seu rosto.

_Tu não me magoas…_Disse simplesmente comprovando para si mesmo que Sasuke era unicamente Sasuke… E era unicamente seu. Fechando os olhos tomou a iniciativa do beijo que se seguiu enquanto movia a sua mão buscando abrir o fecho e botão das calças do moreno para faze-las então deslizar em conjunto com os boxers peles pernas levemente musculadas. Encantado com o gemido grave e contido de Sasuke quando sua mão tocou livremente a sua ereção separou-se dos seus lábios entreabrindo os olhos apenas para ver o rosto pálido ligeiramente corado pelo prazer. Olhou Sasuke nos olhos num pedido mudo encarregando-se agora a si de passar confiança ao maior.

_Tudo bem…_Sasuke cedeu._Mas vamos faze-lo no teu ritmo. Se doer…_Mas Sasuke não foi capaz de terminar aquela frase, muito menos qualquer raciocínio pois os seus lábios voltaram a ser cobertos pelos do loiro. Ele sabia que ia doer… Nem que fosse um pouco… Mas sabia que sendo Sasuke ali ele suportaria qualquer dor apenas para ver mais daquela expressão prazerosa que havia tomado o rosto do maior devido aos movimentos cadenciados da mão morena no seu pénis.

Assim que o beijo terminou inclinou-se descendo a sua boca sobre o pénis do moreno que permanecia sentado sobre a cama de forma a humedece-lo com a sua saliva. Mas tal ato foi também recompensado pelos baixos gemidos de Sasuke que se deleitava não apenas com as sensações proporcionadas mas também pela visão que era ter Naruto chupando o seu membro deixando-o coberto de saliva, ajoelhado sobre a cama e de rabo empinado. Naruto descobriu adorar o som daqueles gemidos e só não se demorou mais na tarefa que executava porque sabia que nem ele nem Sasuke aguentariam esperar muito mais. E talvez se espera-se toda a coragem formada escapulisse do seu ser… Ainda que ele duvida-se que com o outro assim tão entregue isso fosse alguma vez acontecer… Empurrando o peito de Sasuke para que este se reclina-se um pouco mais sobre a cama colocou as suas pernas uma de cada lado do maior ajoelhando-se sobre o membro do moreno. Começou então a descer sobre o mesmo guiando-o para dentro de si até que o toma-se por inteiro. Doeu? Claro que doeu mas o olhar sereno de Sasuke, mesmo que este mordesse os lábios tentando conter o seu desejo, as mãos firmes sobre os seus quadris ajudando-o a abriga-lo no seu interior, o gemido entrecortado que o outro tentou conter… tudo isso aliado ao prazer que ainda que ténue se fazia também presente e à felicidade por ser Sasuke a toma-lo impediram que a dor o fizesse sequer vacilar.

Sasuke estava dentro de si. E ele nunca se havia sentido tão pleno e completo. Acanhado fez o seu corpo subir só para voltar novamente a descer sobre o membro do moreno iniciando assim uma susceção de movimentos cadenciados.

Ah Naruto era tão quente… tão apertado… tão lindo… tão absurdamente perfeito… e era seu… Ainda que o irmão o tivesse tomado primeiro Naruto era seu… sempre fora… Os movimentos foram-se tornando cada vez mais rápidos a medida que a dor era posta de parte para dar lugar ao prazer. E quando Naruto buscou apoio nos ombros do moreno tal era o desejo de conseguir faze-lo ir mais fundo dentro de si concedendo assim prazer a ambos, Sasuke não foi mais capaz de continuar como um mero espetador. Guiar os movimentos do outro colocando as mãos nos seus quadris não era suficiente. Impulsionar os seus próprios de encontro ao outro não chegava. Ergueu-se de forma a abraçar aquele corpo esguio que cavalgava sobre si. E fez com que este contorna-se o seu corpo com as pernas. Apertou as nádegas redondas do menor enterrando-se mais profundamente e mordeu o pescoço dourado sentindo o sabor salgado do suor se misturar com o gosto cítrico da pele dourada. Os braços de Naruto arranhavam agora as suas costas buscando extravasar o prazer que sentia por Sasuke tocar novamente a sua próstata. Naruto sentiu aquelas ondas violentas de prazer tomarem conta do seu corpo quando finalmente o orgasmo chegou procurando os lábios do moreno num beijo desesperado. Num último impulso Sasuke reclamou aquele corpo e derramou-se no seu interior enquanto era pressionado pelos espasmos que ainda acometiam o corpo menor. Seu…

Continua


Notas Finais


Espero que tenham gostado... No proximo capitulo tudo sera esclarecido e depois falta apenas um pequeno epilogo que em principio sera postado em conjunto. . Ate la digam alguma coisa... ;)


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