História Mr. Perfect - Kaya Balboa

Na manhã seguinte fui trabalhar como de costume, comprimentei o segurança do prédio, peguei o elevador, e decidi pegar um café antes de começar o expediente. Assim que coloquei os pés na cozinha começou um buchicho entre os outros funcionários

- É ela? Ouvi uma voz feminina perguntar.

- Shh! ela pode ouvir.

Olhei para trás para ver do que se tratava e me deparei com o olhar furioso de algumas mulheres de outro departamento. Ainda sem entender do que se tratava, decidi pegar meu café e ir para o escritório.

- Bom dia Kaya.

- Bom dia Samy. Sobre ontem a noite…

- Relaxa, você não me deve nenhuma explicação. Mas graças a aquela cena, você se tornou o objeto de ódio das fãs do gerente.

- Fãs?

- Ele é o crush de muitas garotas aqui do prédio, você nunca percebeu?

- Não...

- De qualquer forma, fique atenta . Mulheres sabem ser assustadoras quando querem.

- Pode deixar.

Assim que sentei na minha mesa meu celular vibrou.

“ Não fique de conversa fiada com esse cara, comece a  trabalhar.”

“ Bom dia para você também, como vão as bolas?”

“ Engraçadinha, quero ver se vai ter essa coragem quando eu lhe der umas palmadas.”

Minha vagina se contraiu imediatamente, eu já havia experimentado suas palmadas e aquilo não tinha sido nada ruim.

“ Você pode fazer isso enquanto eu cavalgo em você. “

Ouvi um barulho vindo de sua direção,  me virei e vi que ele havia derrubado os papéis que estavam em cima de sua mesa. Nossos olhos se encontraram e ele franziu o cenho. Ele  pegou seu celular e digitou rapidamente uma mensagem antes de voltar ao trabalho.

“ Estacionamento às 18:00, agora me deixe trabalhar.”

Não foi ele que começou com as mensagens? O pensamento de que ele estava fazendo as coisas inconscientemente me trouxe um sorriso nos lábios, não era algo comum ele perder a postura e demonstrar ciúmes tão facilmente, as mensagens também estavam diferentes, normalmente elas apenas continham o local e horário da próxima trepada. As cinco semanas de seca surtiram efeito.

Hoje eu e Samy fomos almoçar no Griletto, pedi uma porção generosa de espaguete ao sugo, frango grelhado e um suco de laranja natural.

- Caramba, pra onde vai tudo isso?

- Ninguém nunca lhe disse que é falta de respeito analisar o quanto uma mulher come?

- Certo, certo, me desculpe. Mas é meio frustrante ver o quanto você brilha quando está com aquele cara.

Samy estava com um cotovelo apoiado na mesa e a mão segurando o queixo, seu olhar era carinhoso e triste ao mesmo tempo.

Oh, meu amigo, eu fui cruel com você esse tempo todo, não fui? Eu larguei meus talheres e segurei a mão que estava estendida sobre a mesa.

- Me desculpe Samy…

- Eu sabia que você estava caidinha por ele, a culpa não foi sua. Aquela noite no beco, eu já sabia de tudo… acho que quem lhe deve desculpas sou eu.

- Como você soube?

- Estava escrito na sua testa. E eu peguei vocês transando no escritório por acidente.

De repente eu senti meu sangue subir para minhas bochechas.  O corredor.

- Era você no corredor…

- Sim.

- Ah cara, que vergonha.

- Tudo bem, eu não vi nada, apenas ouvi um pouco.

- Nem sei o que dizer.

- Não precisa dizer nada, mas se por um acaso aquele cara não te fizer feliz, me avise.

- Tudo bem, obrigada.

- Por nada gatinha, agora termine seu almoço que nosso horário está apertado.

O restante do expediente passou num piscar de olhos, eu trabalhei tão rápido que pensei que sairia fumaça dos meus dedos no teclado, a promessa de uma boa foda sempre me deixava produtiva.

Faltavam 10 minutos para o  horário combinado,  decidi passar no banheiro para conferir a maquiagem, enquanto retocava meu gloss,  fui surpreendida por 3 mulheres que me seguraram pelo braço e me jogaram contra a parede.

- QUAL É A PORRA DO PROBLEMA DE VOCÊS? Gritei enquanto recuperava o equilíbrio.

- Cala a boca piranha, você não percebeu que está em desvantagem?

- VÃO SE FERRAR. tentei passar por elas mas foi inútil, uma delas me agarrou pelo pescoço e me pressionou de volta na parede.

- ABAIXE A VOZ! Você acha que só porque está abrindo as pernas pra ele pode sair por aí estufando o peito?

- De quem você está falando?

- Não se faça de cínica, você sabe muito bem de quem estou falando. Eu não sei que tipo de truque você usou pra ter a atenção dele, mas acho melhor você ir dando o fora se não quiser se machucar.

Então era disso que Samy falava, pensando bem elas estavam na cozinha pela manhã.

- Você acha que estamos na época de escola pra você e suas amiguinhas virem me intimidar no banheiro? Eu não vou fazer o que você quer, agora me solte antes que eu chame o segurança.

Paft!

Meu rosto estava queimando, aquela desgraçada havia me dado um tapa. Olhei furiosa para o sorriso daquela filha da puta, já estava farta daquela situação toda, meus anos andando com Lucy tinham me ensinado a apanhar e a bater bem, digamos que na minha adolescencia eu visitava a enfermaria do colégio com frequencia, segurei a mão da mulher que estava me prendendo pelo pescoço e a surpreendi com um chute na canela, chutei com toda minha  força, e  o fato de estar de salto alto fez o estrago ser o suficiente para ela me largar e se ajoelhar no chão. Uma segunda mulher veio pra cima, eu me desviei do tapa e lhe dei um soco na mandíbula.

- SUA VACA! Gritou a terceira enquanto ajudava as amigas.

- Eu posso estar fora de forma, mais devo avisar que eu não sou do tipo de mulher que apanha quieta.

Meu celular começou a tocar incansavelmente dentro da bolsa, provavelmente era o senhor Bryan querendo saber onde eu tinha me enfiado, não demorou muito para a  moça que fazia a faxina entrar no banheiro, ela  ficou assustada em ver aquela situação e imediatamente saiu correndo do banheiro chamando o segurança.

- Isso não vai ficar assim! As três se ajeitaram e saíram do banheiro apressadas.

- Melhor eu fazer o mesmo.

Peguei minha bolsa, amarrei meus cabelos e me dirigi ao elevador. Assim que as portas se abriram dei de cara com o senhor Bryan segurando o celular no ouvido.

- É seu novo passatempo me fazer correr atrás de você?

Antes mesmo que eu tivesse a chance de responder ele levou a mão até minha bochecha vermelha e imediatamente cerrou os punhos.

- Quem foi o responsável por isso?

- Provavelmente seu fã clube.

- Eu vou acabar com a filha da puta que se atreveu encostar em você.

- Não precisa, eu já cuidei de tudo. Acho que descobri o momento perfeito para ouvir eye the tiger, Rocky Balboa ficaria orgulhoso do meu gancho de direita.

- Não tem graça.

- Eu sei, vamos sair daqui.

Descemos até a garagem e entramos no carro, ele ainda estava nervoso, mas eu realmente não queria que aquilo acabasse com a minha noite.

- Ei, vamos para o seu apartamento.

- Tem certeza?

- Sim, você me deve umas palmadas lembra?

- Você … acho melhor ir preparando essa bundinha.