História Mudança de Hábito - Alyss

Na cabana da floresta Percy estava um tanto sem graça na presença da moça. Ela era muito bonita de porte elegante e muito alta. Ele se perguntava o que ela viu nesse cara baixinho e magrelo.

- Você ainda não tomou seu café? – ela pergunta.

- Hã... não, acabei de acordar – disse ele não sabendo o que fazer.

- Ainda bem, eu trouxe pães frescos e algumas frutas e geleias – disse ela colocando a cesta na mesa. – Você pode fazer o café enquanto eu arrumo a mesa?

- O...ok – disse ele inseguro. – E essa agora – murmurou.

Ele foi até a cozinha e revirou o pequeno armário de mantimentos e encontrou uma lata com grãos de café. Franziu o cenho e de repente ele soube o que fazer. Foi até a um pequeno moedor manual e colocou os grãos, moveu a manivela e os grãos viraram pó, ele colocou água num jarro, acendeu o fogão queimando alguns gravetos na parte baixa do fogão esperou o fogo aumentar e só então colocou o jarro com água no bocal. Quando a água estava quase fervendo ele coloca os grãos moídos e mexe com uma colher misturando na água e espera ferver. Feito isso ele pega um pano limpo e côa o café em outro jarro e depois leva para a mesa onde a loira já sentada o esperava.

- Hummm. O cheiro de café pela manhã é ótimo – disse ela cheirando o ar com um sorriso. – Sente-se, pode deixar que o sirvo.

Ele obedece e espera ela servi-lo. Enquanto ela fazia isso ele a observava discretamente. A moça tinha movimentos graciosos, ela parecia ser bem educada. Tinha uma aura de inteligência bem visível. De repente lembrou-se de Annabeth que também emanava inteligência, mas não tinha a elegância e delicadeza dessa moça, afinal ela era uma guerreira.

- Obrigado – disse ele pegando um pedaço de pão e colocando na boca. – Humm. Esse pão está ótimo – disse ele.

- Verdade – disse ela comendo um pedaço. – Prove com geleia de amora foi a Jenny quem fez.

- Tudo que Jenny faz é gostoso – disse ele nem se dando conta do que disse. – Como ela está?

- Está muito bem, seu restaurante é muito procurado, está prosperando – disse ela tomando um gole de café. – Qualquer dia, podemos ir até lá prestigiá-la. Que tal?

- Claro, quando você quiser – disse ele tomando um gole do café que ao seu paladar estava muito bom. – O que você quer fazer hoje?

- Que tal cavalgarmos um pouco, e depois podemos almoçar no restaurante da Jenny – disse ela o olhando. – A não ser que você tenha algo para fazer.

- Não. Está tudo tranquilo esses dias, podemos fazer como você disse – disse ele se levantando e levando a louça para a pia. Enquanto ele lavava a louça Allyss guardava o restante da comida na cesta. Deixaria para que ele comesse mais tarde.

Percy terminou de lavar a louça e os dois saíram da cabana, indo em direção aos estábulos. Ele viu um cavalinho arrepiado de cor clara. O animal quando o viu relinchou baixinho era como se estivesse dizendo “bom dia”.

- Bom dia pra você também – disse o arqueiro acariciando seu pescoço. – Vamos dá um passeio.

Eu já ia mesmo pedir isso – disse o cavalo.

- Oh é mesmo? Pois vamos fazer isso agora – disse Percy colocando os arreios e por último a sela. Depois tirou o cavalo da baia e o levou para fora. Alyss já estava montada no seu cavalo.

- E quanto a Ebony? – perguntou Alyss.

- Eu ainda não a vi, ontem ela resolveu dormir no estábulo – disse ele. – Ei Puxão, você a viu?

Ela acordou cedo e foi pra floresta – informou o cavalo.

- Hum, espero que não se meta em encrencas – disse ele.

- Está tudo bem? – perguntou ela.

- A Ebony foi pra floresta – disse ele montando. – Vamos para lá, quem sabe não a encontramos?

- Está bem – disse ela.

Ambos vão em direção à floresta.

Enquanto cavalgavam Percy pensou em Annabeth, esperava que ela não surtasse quando soubesse que o “Percy” no acampamento não era ele. Ela sofreu muito antes com o seu sumiço quando Hera o sequestrou apagando sua memória. E agora essa mudança de corpos e de época, ainda bem que as memórias do tal Will ficaram intactas senão ele estaria ferrado. De repente ele ouve um farfalhar num arbusto próximo.

- Você ouviu isso? – perguntou Alyss.

- Ouvi – disse ele apurando os ouvidos. De novo o farfalhar.

Tem algo atrás daquele arbusto – disse Puxão.

- Fique aqui Alyss – disse “Will” desmontando.

- Tome cuidado – disse ela.

Ele assente e se aproxima cautelosamente com a faca de caça em punho. Antes que ele chegue perto uma bola negra peluda surge do arbusto feliz da vida em ver o dono. Will relaxa ao ver a sua cadela fujona.

- Ebony! – disse ele sorrindo. – Olá garota, o que estava fazendo na floresta hein? – pergunta ele a acariciando.

A cadela abana a cauda feliz.

- Will! – chama Alyss se aproximando. Ela sorri ao ver de quem se tratava. – Então era ela quem estava atrás do arbusto.

- Pois é – disse ele voltando a montar. – Vamos continuar?

Ela assente e entram floresta adentro indo em direção ao vilarejo, de lá vão por um caminho que vai em direção ao campo. Percy olhava tudo fascinado, era a primeira vez que via os campos, havia pessoas trabalhando na terra, era época da colheita e pelo visto tinha muita coisa pra colher. Até parece que Deméter havia abençoado aquele lugar, pois os trabalhadores tagarelavam alegremente enquanto trabalhavam. Sem se dá conta ele sorri. Alyss vendo seu sorriso pergunta:

- O que foi, por que o sorriso?

- Olhe pra eles, parecem felizes.

Ela olha para os trabalhadores que estavam sorrindo e conversando.

- É por causa da fartura, este ano foi abençoado, por isso estão felizes.

- O Barão vai faturar este ano.

- Oh, sim. Além de abastecer o castelo de Araluen ele vai fazer negócios com outros feudos.

- Que bom pra ele.

Os dois seguem caminho.