POV’S HARRY
Depois de jantar, dou boa noite pra minha mãe e vou pro meu quarto, tiro a minha blusa e não posso conter em da uma olhada no quarto da vizinha. Vejo a mesma menina que vi hoje cedo chorando com o rosto vermelho e com um travesseiro na mão. Aproximo mais da janela, deixo meu violão cair no chão e ela olha pra mim limpando as lagrimas. Paralisei e pelo visto, ela também. A única reação dela foi fechar a cortina. Por que ela estava chorando? Será que algum parente morreu? Ou ela terminou com o namorado? Desisto de ficar pensando em motivos de ela estar chorando e pego a minha toalha verde de banho e vou para a minha suíte.
POV’S ARI
Foi tudo tão rápido, os cachinhos de olhos verdes ficou me encarando, achei que tinha congelado no tempo, meus olhos foram parar no seu abdômen e lá paralisei até me tocar e fechar a cortina. Ele estava ali há quanto tempo? Deve me achar uma idiota sem mesmo não ter me conhecido. Ouço três batidas na porta.
-Não quero falar com ninguém- grito
-Filha, por favor, abre a porta, me deixa conversar com você- ouvi a voz... Da minha mãe? Achei estranho, muito estranho, Bárbara nunca conversa comigo, quando conversa é mais uma bronca de não sair de casa ou história que ela conte sobre achar que eu estou namorando. Enxugo as minhas lágrimas com a mão mesmo e levanto da cama abrindo a porta e dando passagem pra ela entrar, mas ao invés disso ela me da um abraço. –Desculpa Ari. – ela diz e eu fico surpresa, eu nunca soltaria esse abraço estava bom e quente, mas eu sou orgulhosa.
-Desculpa pelo o que mãe?- falei já solta do abraço.
-Ah, você sabe, por tudo, tudo o que te fiz injustamente, sei que nunca te apoio nos seus estudos, é porque eu não passei por isso e você sabe- minha mãe só fez até o nono ano do ensino fundamental, pois teve que trabalhar nessa idade pra ajudar a família, pois a minha avó tinha problema de cabeça e meu avô tinha morrido de câncer- eu não sei o quanto é a pressão e desculpa por ser uma mãe chata e ausente. Eu te amo filha!
-Mãe, para de desculpas, sim eu te perdoo, mas agora o que vai contar são as suas atitudes daqui pra frente, eu também te amo muito. – ela me puxou para outro abraço e esse eu retribui, separamos do abraço.
-Pode contar comigo, quando o seu pai for pra Turquia, eu sei que vai fazer falta, mas é a profissão dele e eu tenho que aceitar isso, sei que você é bastante apegada a ele, mas temos que aguentar um pouquinho, você vai poder ligar, falar pelo notebook ou quem sabe, podemos visitá-lo?
-Sério?- falo já empolgada e ela balança a cabeça positivo.
-Obrigada, obrigada, obrigada!- disse enchendo-a de beijos
-Boa noite, Ari, dorme com os anjos. - ela me deu um beijo na cabeça e saiu do quarto.
POV’S HARRY
Saio do banho com a toalha amarrada na minha cintura, pego uma cueca box preta na gaveta e procuro uma roupa legal. Eu sei que é o meu primeiro dia em San Diego, mas sinto a necessidade do álcool. Passo exageradamente perfume, pego a minha carteira colocando-a no bolso da calça jeans e desço as escadas sem fazer barulho. Chego ao final do degrau da escada e tenho a visão da minha mãe dormindo no sofá toda desajeitada, ando cautelosamente até a bolsa da minha mãe, posicionada no braço do sofá e de lá tiro as chaves do carro fazendo um pouco de barulho, por conta de que a chave estava em um chaveiro junto com outras chaves. Consigo finalmente sair dentro de casa e vou pra garagem, no interior da casa, e ligo a Mercedes Benz dela, fazendo um pouco de barulho de motor, mas creio que nada a acorde. Localizo no GPS o bar mais próximo e encontro Chee-Chee Club,929, Broadway, San Diego. Fica a poucos kilometros de casa.
Demorou uns 10 minutos até o bar, estaciono o carro numa esquina e adentro no estabelecimento. Logo na entrada tem placas dizendo “Noite de nachos, quarta a sexta” “Proibido beber menores de 21 anos, por favor, apresente a identificação” ainda bem que tenho identidade falsa. Fui explorando o local até dar de cara com um cara um pouco mais alto do que eu, sendo que mais largo, ele é careca e tem a pele negra, logo pude ouvi a sua voz um tanto grossa e mal-humorada.
-Identidade, por favor!- fiquei encarando ele por um tempo e logo percebi que ele não estava gostando daquilo, então mexi nos meus bolsos e peguei a identidade, falsa é claro.
-Liberado!- ele fala assim de checar a minha identidade, na verdade, ele passou só pelos olhos marrons escuros por três segundos e me entregou a identidade. Guardei-a no bolso e adentrei no bar, a cor em destaque era o vermelho, tem uma mesa grande de sinuca e somente um banheiro, então, mulheres e homens compartilham o mesmo, pouco higiênico, e um para deficientes. Puxei um banco alto e sentei no mesmo.
-Dois shots de tequila- falei assim que um barman mostrou estar disposto a atender. Logo surgiram dois copos pequenos com o líquido amargo dentro. Bebi tudo de uma vez e pedi mais, até entrar um grupo de meninas e me chamar pra jogar sinuca, obvio que não neguei, elas são muito gostosas. Quando terminou o jogo, vitória minha, claro. Fiquei conversando com elas e resolvemos brincar de verdade ou consequência e elas se pegaram na minha frente, isso me deixou excitado. A morena no meu lado agarrou no meu pescoço e começou a me beijar, pediu entrada pra língua e dei na hora, massageando-a, ela parou o beijo e olhei pra ela confuso, ela só deu uma gargalhada e saiu com o grupo de amigas. Filha da puta!
Voltei para o bar e bebi mais alguns drinks, até ficar com enjoo e ter a coragem de entrar naquele banheiro imundo, abri o vaso sanitário e pude sentir o cheiro de mijo, comecei a vomitar na hora, coloquei o meu cabelo pra trás, depois lavei a boca e meu rosto e me olhei no pequeno espelho com borda preta pendurado por somente um prego. Eu estava péssimo.
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