Acordo na hora. Olho para a porta do quarto e vejo que minha mãe está escorada no batente da porta, me encarando com uma cara confusa e apavorada ao mesmo tempo. Devo ter gritado quando acordei, mas não me lembro disso. Não lembro de muita coisa, na verdade.
— Bom dia, filha — ela continua com a expressão confusa e apavorada. — O café está pronto. Te esperemos na cozinha.
Eu apenas assinto e fico observando ela ir embora. Levanto-me da cama e me olho no espelho do quarto. Estou com a mesma cara de sempre (não me diga!) e meu cabelo está bagunçado, nenhuma novidade.
Era tudo um sonho., penso. Mas parecia tão real...
Ignoro meus pensamentos e vou tomar um banho. Saio do banheiro já vestida, e desço as escadas indo em direção à cozinha. Meus pais estão tomando café. Sento-me e faço o mesmo.
— Bom dia, filha — diz meu pai.
— Bom dia.
Meus pais começam a conversar, mas eu não presto atenção. A conversa não é comigo do mesmo.
— Por que eu estava sonhando aquilo...? — murmuro baixinho para mim mesma. Tão inteligente.
— O que você disse, Manuela? — pergunta minha mãe.
— Hã? Ah.... Nada! Eu estava pensando alto, só isso — sorrio enquanto falo. Ela não diz nada. Afasto estes pensamentos e continuo a tomar meu café.
Meus pais logo saem e vão para a padaria. Eu termino meu café e limpo a mesa. Depois, vou para os fundos da casa e alimento Cookie. Fico um tempinho lá, afagando sua cabeça e então entro novamente em casa. Aproveito meu tempo livre para navegar um pouco pela internet e depois vou fazer o almoço.
P.O.V. Cindy:
Acordo com Joe andando em cima da cama. Afago sua cabeça. Levanto e vou tomar banho. Saio do banheiro e vou tomar café. Não estou com muita fome, então pego somente uma maçã (clichê). Ao terminar de comer, vou alimentar Joe.
— Bom dia, filha. Dormiu bem? — disse minha mãe saindo do quarto e bocejando. Ela com certeza acordou agora e meu pai deve estar dormindo ainda.
— Bom dia, mãe. Acho que sim. Não me lembro com o que sonhei, mas acho que foi alguma coisa boa.
Hm... O que eu queria fazer hoje mesmo? Ah, sim! Vou procurar Manuela, mas onde?, penso. Na praça! É, ela disse que só conhecia a praça e só passeava por lá! Espero que ela esteja lá.
— Mãe, vou ir na praça. Volto antes do almoço — grito para minha mãe, que parece ter escutado, e saio de casa.
Chegando na praça, procuro em todos os cantos pela Manu, mas não encontro-a em lugar algum. Por favor, esteja aqui, Manu! Por favor! Preciso achar você, caramba.
Não encontro Manuela. Caminho até um banco e sento-me. Vou esperar, talvez ela venha mais tarde. Verifico a hora em meu celular, são 10:45. Acho que hoje ela não foi passear. Levanto-me do banco e caminho enquanto dou uma última olhada em toda a praça para ter certeza que Manu não está aqui.
— Ai! — enquanto caminho e procuro Manuela, esbarro em alguém. — Desculpe-me, eu estava distraída procurando alguém e.... — faço uma pausa quando finalmente vejo em quem esbarrei: no loiro alto com olhos azuis fortes de cara safada, que assoviou para mim ontem.
Não acredito. Ele?! Tinha que ser ele? Não podia ser qualquer outra pessoa por aí, não é mesmo, universo? A gente sempre encontra quem não quer, incrível., penso.
— Não foi nada. Espera... conheço você! — ele diz. Droga. — Lembro de você, na verdade. Passou ontem na oficina, não é? Ah, esqueci de me apresentar...
— Não precisa — antes que ele termine a frase, eu o interrompo fazendo um sinal de silêncio com a mão. — Estou com pressa. E desculpe por ter esbarrado em você. Adeus!
Já estou indo embora, quando ele segura meu braço. Viro-me rapidamente para encará-lo. Como você teve coragem de me segurar?!
— Eu insisto — ele diz sorrindo com aquela mesma cara que me assusta e irrita. — Eu sou Alex Pierre. E você é....?
— Alguém que está com pressa e você não vai querer conhecer, mas seu nome é lindo — respondo rapidamente. Meu tom de voz e minha cara demonstram que estou com raiva (e que sou sarcástica). — Poderia soltar meu braço?
— Garota rebelde — ele diz com a mesma expressão. — Mas eu perguntei primeiro, Srta.... como é seu nome mesmo?
Esse cara está me irritando!
— Pode me chamar de: Eu estou com pressa, então largue meu braço — olho para ele com mais raiva ainda. — Agora.
— Mas a Srta. ainda não se apresentou — ele retruca. — Apresente-se primeiro. Eu já me apresentei, agora é sua vez.
Estou vendo que não vai ter jeito. Maldito Alex Pierre!, penso.
— Eu sou Cin...
Quer saber? Vamos fazer uma brincadeirinha!
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