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História Muito Além do Sofá - Capítulo I


Escrita por: shimiko

Capítulo 1 - Capítulo I


Capítulo I – Você Não Faz Sentido

                O local que a loira escolhia toda noite, uma vez por mês, sempre era longe de sua casa e sediava um show acústico que viraria uma balada após meia-noite. O intuito de todo aquele deslocamento era criar a ilusão de sair da rotina de uma workaholic e quem sabe um pouco de calor humano no final da noite, contudo tudo estava saindo do planejado desde o primeiro momento que pisara naquele pub. Estava muito cheio para seu gosto, a banda cancelou de última hora e estava rolando uma promoção de bebidas alcoólicas típicas de diversos países; o que fazia as pessoas se deslocarem de diversos lugares para lá.

                E uma dessas pessoas que foi chamada pela oferta de uma noite de bebidas diferentes das usuais foi um homem de cabelos exóticos que chegara ao local acompanhado de colegas de trabalho e universidade para comemorarem a melhora dos lucros após a crise que assolava o país. O grupo se deslocou ao bar, como de costume. Consideravam inútil sentar em uma mesa sendo que ficariam fazendo diversos pedidos e não parariam em apenas um local durante a noite.

— Moço! – gritou a loira em busca da atenção do barman. – Uma dose de uísque com gelo, por favor.

                Começaria aquela noite rapidamente para terminá-la mais rápido ainda. Em dois goles terminou a dose pedindo alguns petiscos e um copo de cerveja tentado ignorar o grupo que se sentou ao seu lado.

— Uma dose de caipirinha para todos que estão sentados aqui! – gritou o garoto de cabelos rosa para o barman. E avaliou quantas pessoas havia no bar para não se arrepender disso no final da noite, descobrindo que a noite estava para melhorar quando viu a loira bebericando a cerveja. — Pessoal já volto. – bateu a mão no ombro do colega indo em direção a loira. — Uau! Que loira gostosa. – disse contra o ouvido da garota a assustando.

                Se não fosse a felicidade tomando conta do corpo dele possivelmente jamais diria aquelas palavras em voz alta depois de tanto tempo longe dela e tão perto.

— Cala boca otár- – gritou se virando assustando-se com que estava ali. – Natsu! O que faz aqui? Nossa! Quanto tempo! – sorriu feliz com a presença.

— O que você está fazendo aqui Lucy? Pelo que eu lembre você odeia lugares movimentados e gente bêbada. Você está muito bonita. – disse a abraçando rapidamente respirando fundo o cheiro cítrico do perfume da loira.

— Ah... Obrigada. – encabulou-se – Eu realmente não curto muito, mas eu queria ver a banda que ia ter hoje aqui e acabou dando tudo errado.

— Errado até agora, tu quis dizer.

— Sempre muito convencido Natsu.

                Natsu a fitou feliz pela presença repentina que surgiu em sua vida novamente, toda sua infância e a pouca adolescência ao lado da garota o tomaram por completo e de repente não fazia sentido ter passado tanto tempo longe de alguém que considerava tanto.

— Estava com saudades Luce. – sussurrou sorridente e a surpreendendo com a sinceridade.

— Por incrível que pareça, eu também estava com saudades. Mas tu me esqueceste depois de namorar aquela garota nojenta. – reclamou com o ego ferido fazendo Natsu soltar uma risada segurando a mão da garota.

— Nem me fala nisso Lucy! E não fala como se não tivesse boca e nem me conhecesse o suficiente para ir falar comigo. – alfinetou.

— Aquela garota louca me ameaçou por ser sua amiga! Eu não sabia me defender muito bem, sabe?

                Lucy estava claramente falando mais do que deveria, mas era fraca para bebidas alcoólicas e talvez aquela dose não fosse apropriada de estômago vazio.

— Por que tu não me contou isso? – falou um tom mais alto se surpreendendo com o que a loira contava.

— Ah! Era a primeira garota que tu se envolvia sério, não queria ser a amiga chata. Dei espaço.

— Como tu é idiota Lucy. – deu um peteleco na testa dela.

— Ei! Me respeita garoto. Não é porque nos conhecemos a tantos anos que tu podes chegar com toda essa intimidade.

— Realmente, tu é uma idiota Lucy. – riu ao ver que alguns hábitos nunca mudavam, ela sempre pedia respeito e um falso espaço de privacidade que nunca existiu entre eles. – O que veio fazer aqui afinal?

— Beber?! – respondeu o óbvio. – Nada demais, na verdade, apenas relaxando do trabalho e tu?

— Vim comemorar com alguns amigos a melhora nos lucros da empresa que trabalhamos.

— É a empresa do teu pai? – Natsu assentiu com a cabeça. – Já é CEO?! Sem nem estudar?! Como é fácil ser rico.

— Fala como se teus pais não tivessem uma empresa. E eu estudo sim, senhorita Heartfilia e não sou CEO. Quem me dera.

— Oh! Não é?! Teu pai sempre te exibiu tanto que achei que iria te colocar ao lado dele assim que terminássemos o colegial. – ponderou pegando sua cerveja tomando um gole grande. – E o que ta estudando Dragneel?

— Engenharia de Produção na Universidade Fairy Tail. Pretendo seguir no ramo de gestão de pessoas.

— Nossa como você soa sério dessa forma. – disse rindo da sua própria bobeira.

— E você Lucy? O que anda fazendo da vida? Ainda enfurnada em casa e em cima dos livros?

— Odeio admitir que sim, praticamente estou virando uma workaholic. – o garoto riu da maneira deprimente que a garota falava de si mesma. – Estou fazendo jornalismo também na Fairy Tail. Nunca te vi por lá, nosso campus não é tão distante um do outro. Ah! Deve ser porque eu me enfurno na sala de aula e só saiu para o trabalho e biblioteca.

— Provavelmente Lucy! – riu novamente dela roubando um de seus petiscos. – Está esperando alguém Luce?

— Não, estava procurando, mas estou tão cansada que vou terminar essa cerveja e ir embora.

— Procurando? – Lucy fez uma cara safada fazendo Natsu rir alto e perceber do que estava falando. – Então você realmente não é mais virgem. Que pen-.

— O que tu pensa que eu sou Natsu? A virgem Maria?!

— Desculpa! Não está mais aqui quem falou! Esqueci que você namorava aquele garoto loiro aguado da outra escola no último ano. Foi com ele? – ela assentiu terminando a cerveja. – Tu realmente tava desesperada ein Luce.

                Lucy deu um tapa no braço dele e parou para olhar nos olhos de Natsu pela primeira vez na noite percebendo que o garoto estava muito mais maduro fisicamente do que se lembrava. Estava com uma aparência cansada também. Sentiu-se envergonhada com a presença dele em primeiro momento, contudo, a cada minuto sentia-se mais solta e feliz com sua companhia.

— Sabe que eu deveria ter te ouvido na época? Odeio admitir que tu estava certo. Ele era um idiota, depois de passar as férias com ele na minha casa quase enlouqueci com a burrice dele. Conseguia ser pior que você!

— Não me compara com aquele garoto, sempre fui mais inteligente e melhor que ele em tudo.

— Me passa teu número Natsu. Eu vou indo, preciso chegar e terminar um artigo.

— Luce, eu vou te dizer somente uma vez, então, não me retruca. Tu vai ficar aqui comigo a noite inteira simplesmente porque tu mesma admitiu estar com saudades de mim. – Lucy fez menção de levantar do banco alto, mas Natsu a empurrou de volta e se aproximou do bar por cima dela. – Duas doses do que tu tiver mais forte Chavier! – gritou para o barman que prontamente o atendeu.

— Eu não vou beber isso Natsu! Tomei uma dose de uísque e fiquei meio tonta, imagina algo com mais teor alcoólico.

— Pega esse copo aqui Lucy. – rapidamente entrelaçou os braços deles antes que a garota reclamasse novamente. – No três tu toma em homenagem aos velhos tempos. Ok?! Ok! Três! – ambos tomaram o líquido em um só gole sentindo queimar a garganta. – Não foi tão ruim assim, viu?!

                Lucy riu da bobeira do amigo e o puxou para um abraço apertado novamente.

— Eu realmente estava com saudades Natsu. Dessa sua idiotice que me convence a fazer coisas sem sentido.

                Natsu retribuiu o abraço feliz por todo o afeto que estava tendo da loira, o tempo era algo que poderia destruir facilmente uma amizade composta de trancos e barrancos como a deles. Se sentiria péssimo amanhã caso visse Lucy e não a chamasse, como cogitou por um momento.

— Ei, Natsu! Não vai mais voltar?! – gritou um de seus colegas batendo no ombro do rosado e só depois prestando atenção com quem ele estava conversando. – Lucy?!

— Gajeel?! O que faz aqui? – gritou a garota surpresa.

— Então Lucy – disse Natsu entre eles. – o Gajeel além de nosso ex-colega é meu primo, lembra?! Ele trabalha comigo agora e é meu colega de universidade.

— Nunca que esperaria te ver por aqui. Bom te ver. – olhou de canto para os dois e sorriu de lado. – Agora eu entendo a razão desse idiota estar demorando. Por que não apresenta ela aos outros Natsu?

                Lucy encarava Gajeel pasma ao ver como as pessoas mudavam. Os longos cabelos continuavam lá, contudo, estavam penteados para trás presos em um rabo de cavalo rente a nuca. Estava aparentemente mais sociável com a roupa social que vestia. O modo com que se expressava também havia mudado bastante, antigamente a cada duas palavras que o garoto alto soltava uma era de baixo calão.

— Vem aqui Lucy, aparentemente eles estão ansiosos para que te apresente a eles. – disse quando percebeu que na verdade todos estavam na volta deles. Natsu puxou Lucy pela mão do banco alto percebendo então que a diferença de altura entre eles era bem grande conforme se lembrava. – O ruivo de óculos mesmo sendo noite é o Loke. O outro ali da tatuagem no rosto é o Jellal e ele é o noivo da Erza, creio que se lembra dela, certo?! O Freed e o Bickslow. – disse apontando aos mais próximos dela. – E o Gray também está aqui, mas deve ter se perdido em algum lugar.

— Muito prazer garotos, me chamo Lucy. – sorriu e acenou em direção a eles.

— Lucy, que tal nós dançarmos? – disse Loke, que assim que viu a loira sentiu como se tivessem uma conexão muito forte e para ele aquilo significava uma foda gostosa. Sabia que não poderia perder muito tempo, tendo em vista que a garota estava acompanhada de pessoas que conhecia.

— Loke, hoje a Lucy é minha. – respondeu Natsu antes de qualquer coisa. – Se você não se importar Luce.

— Já me rendi Natsu, vou ficar contigo.

                Natsu sorriu feliz e logo tratou de começar uma conversa com a loira e seus amigos acompanhados sempre de uma bebida em mãos. Durante a noite tiveram que tirar o casal de amigos de cima do balcão quando se empolgaram com uma música antiga, segurar Lucy que não se mantinha em seus próprios pés e às vezes rolava competições de quem comia e bebia mais. Por volta das 3h da madruga o pub já fechava as portas. O Dragneel incoerente do que estava fazendo pagou a conta e pegou uma garrafa de Jack Daniels enquanto ninguém via e tão rápido quanto furtou a garrafa pegou a mão de Lucy e a levou dali correndo por algumas esquinas rindo.

— Eiii... – gritou Lucy alongando sem querer o que falava. – Por que corremos? – riu enquanto tentava se apoiar no muro.

— Por causa disso aqui. – disse Natsu mostrando a garrafa que estava embaixo do seu casaco. Lucy riu alto e abraçou Natsu.

— Nattsuu.... Acho que você leu minha mente. Queria mais um gole disso ai! – logo o garoto abriu a garrafa e eles tomaram pequenos goles. Eles não tinham mais condições de beber e por isso não tinham condições de perceber que estava na hora de parar.

— Sabe Lucy, obrigada pela noite maravilhosa.

— Tu quem me fez sair completamente da minha rotina Natsu. Acho que eu nunca bebi tanto na vida. – gritou rindo de como a noite estava sendo bizarra e divertida. – Eu to bem cansada.

                De repente soou uma sirene de polícia ao lado deles fazendo-os soarem frio por três motivos: era a polícia, haviam roubado uma garrafa de um estabelecimento e estavam bebendo na rua*.

— Vocês estão bebendo?! – gritou o policial quando terminou de abaixar o vidro.

— Não senhor! – disse Natsu tentando parecer sóbrio inutilmente, pois estava fedendo a bebida e pouco conseguia raciocinar e precisava sair dali rápido antes que passasse o resto da noite na prisão com Lucy. – Ei, Luxe, eu moro a duas quadras daqui, se nós corrermos na próxima rua é contramão e eles não vão entrar. Ta bem?

                Lucy apenas concordou e se esforçou em correr quando Natsu a puxou assim que percebeu que os policiais estavam saindo do veículo.


Notas Finais


Olá, tudo bem? Obrigada por lerem até o final! Esta é uma fanfiction que surgiu de uma epifania após anos (literalmente) sem escrever algo com intuito de postagem. Espero que me recepcionem bem após tanto tempo longe. Aguardo ansiosa seus comentários, sugestões, elogios e críticas ♥
Ainda não tenho prazo de postagem, contudo espero trazer um novo capítulo semanalmente e qualquer coisa avisarei por meio do meu perfil, portanto, ME ADICIONEM ♥
Aliás, se a leitura se tornar maçante, deixar algo vago ou não fizer sentido me avisem.

• Workaholic: Uma expressão em inglês para viciados em trabalho.
• CEO: Em tradução literal, Chefe Executivo de Ofício, ou seja, o cara que manda na porra toda.
• Sobre beber na rua: Nos EUA não podemos beber na rua se a bebida não estiver dentro de algum saco ou algo do gênero, pois é um delito meio complicado de lidar. Trouxe isso para a fanfiction.


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